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segunda-feira, 14 de março de 2016

Dia Mundial da Incontinência Urinária: Por que homens também têm incontinência?




De acordo com especialista do Hospital das Clínicas da USP, mulheres incontinentes demoram mais tempo para buscar tratamento que os homens
No Dia Mundial da Incontinência Urinária, conheça algumas curiosidades sobre a incontinência urinária masculina

A incontinência urinária afeta uma em cada três pessoas acima dos 60 anos e é conhecida mundialmente como "câncer social", por causar, na maioria dos casos, constrangimento e isolamento, podendo levar à depressão. Apesar do grande número de pessoas que convivem com a condição - cerca de 10 milhões de brasileiros apresentam algum tipo de incontinência - muitos não procuram ajuda médica por acreditarem que o problema é normal ou natural da idade ou por acreditarem que não há tratamentos efetivos.

Homens procuram médico primeiro
De acordo com o Urologista do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Cristiano Gomes, mulheres incontinentes costumam demorar mais para procurar ajuda que os homens. Isso porque muitas consideram os sintomas como algo "natural", já que conhecem amigas ou familiares com problemas semelhantes. Neste dia 14 de março, é lembrado o Dia Mundial da Incontinência Urinária, data para reforçar a importância deste problema e mostrar as novidades no seu tratamento.

Câncer e Incontinência
A maioria dos casos de incontinência urinária masculina causada por enfraquecimento do esfíncter está relacionada à cirurgia para retirada de tumor na próstata. Outras possíveis causas incluem doenças neurológicas, cirurgias pélvicas, bexiga hiperativa e alterações degenerativas associadas ao envelhecimento. A cirurgia de prostatectomia pode afetar o funcionamento do esfíncter - músculo responsável pelo controle da urina e que envolve a uretra - causando perda involuntária de urina.

Fatores de Risco
"Cerca de 5% a 10% dos homens que se submeteram à prostatectomia radical irão apresentar incontinência urinária - causada pelo enfraquecimento do esfíncter, que persiste após um ano da cirurgia. Alguns fatores podem aumentar o risco de incontinência: casos mais graves de câncer, experiência dos cirurgiões durante a prostatectomia, idade do paciente e a existência de outros problemas de saúde relacionados", afirma o especialista.

Ainda segundo o urologista, a radioterapia após a retirada da próstata pode colaborar para o aparecimento da incontinência por enfraquecer ainda mais o esfíncter e também por possíveis efeitos na bexiga. "A radioterapia sozinha raramente causa incontinência urinária nos homens. Porém, indivíduos que precisam se submeter a este tratamento como forma de complementar o tratamento cirúrgico têm maior risco de desenvolver incontinência urinária".

Tratamentos no Brasil
Segundo o urologista, no Brasil existem duas alternativas principais para o tratamento da incontinência urinária causada pelo enfraquecimento do esfíncter no homem: Implantação de um Esfíncter Artificial ou as cirurgias de Sling, que consistem na colocação de uma faixa sob a uretra de modo a comprimi-la.

A fisioterapia pélvica ajuda na recuperação mais rápida do paciente, especialmente se for iniciada logo após a cirurgia. Os slings são usados para tratar incontinência urinária em casos moderados e o esfíncter artificial nos casos de incontinência moderada a grave. Este tratamento consiste no implante de um pequeno anel em volta da uretra, totalmente contido no corpo e imperceptível, que passa a ser o responsável pelo controle da urina. "O esfíncter artificial é um recurso que apresenta 80-90% de eficácia para homens com incontinência urinária decorrente de cirurgia prostática", explica.

Mariah Freitas
Agência NoAr
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