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terça-feira, 8 de março de 2016

Campanha permanente da Sociedade de Pediatria alerta as mulheres para não beber durante a gestação





No Dia Internacional da Mulher, a SPSP reforça à população os prejuízos da SAF – Síndrome Alcoólica Fetal

Aproveitando o ensejo que a data de 8 de março representa, o Dia Internacional da Mulher, marcado pela luta e representatividade pelo empoderamento feminino, a Sociedade de Pediatria de São Paulo intensifica sua campanha contínua com informações importantes sobre os malefícios da exposição pré-natal a qualquer tipo e quantidade de bebida alcoólica.

Em #gravidezsemalcool, a SPSP traz um alerta à população paulista e brasileira, embasado nas evidências médicas que demonstram como um só gole pode acarretar problemas graves e irreversíveis ao bebê. São distúrbios que, revelados logo ao nascimento ou mais tardiamente, perpetuam-se pelo resto da vida, acarretando prejuízos físicos, psicológicos e ao sistema nervoso central.

De acordo com a Dra. Conceição de Mattos Segre, coordenadora do Grupo de Estudos sobre os Efeitos do Álcool na Gravidez, no Feto e no Recém-nascido da Sociedade de Pediatria de São Paulo, a campanha é uma relevante iniciativa, voltada a garantir a qualidade de vida das crianças brasileiras. Tem apoio institucional da Marjan Farma, SOGESP, Associação Paulista de Medicina, Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, entre outros.

“Temos percebido que poucas pessoas conhecem os efeitos do álcool sobre a gestante, feto e recém-nascido. Ingerir bebidas alcoólicas na gravidez é uma sentença condenatória para a vida”, comenta a Dra. Conceição.

Segundo o Dr. Mário Roberto Hirschheimer, Presidente da SPSP, a SAF é um problema que afeta toda a sociedade, não só na área de saúde, mas também na de segurança, por poder se manifestar como comportamento desequilibrado e, por vezes, agressivo.
 A campanha #gravidezsemalcool contra a Síndrome Alcoólica Fetal tem apoio institucional da Marjan Farma e parcerias com a Sociedade Brasileira de Pediatria, Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo (SOGESP), Associação Paulista de Medicina (APM), Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Federação das Associações Brasileiras de Ginecologia e Obstetrícia, Academia de Medicina de São Paulo e Associação Brasileira das Mulheres Médicas – Seção São Paulo.

Sobre a Síndrome Alcoólica Fetal

O conjunto de efeitos decorrentes do consumo de álcool, em qualquer dosagem ou período da gravidez, é chamado de “espectro de distúrbios fetais relacionados ao álcool”, que inclui a SAF. Isso não significa que todos os bebês expostos serão afetados, mas a probabilidade é alta.

A Síndrome Alcoólica Fetal apresenta diversas manifestações, desde malformações congênitas faciais (dismorfias), cardíacas, renais e neurológicas, a alterações comportamentais. Além disso, o baixo peso ao nascer e comprometimento do sistema nervoso central também são características da SAF. No mundo, a cada mil nascidos vivos, de um a três nascem com a síndrome.
No decorrer do desenvolvimento, os pacientes com a síndrome podem apresentar retardo mental, problemas motores, de aprendizagem, memória, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, entre outros. Adolescentes e adultos demonstram problemas de saúde mental em 95% dos casos, como pendências com a lei, comportamento sexual inadequado e dificuldades com o emprego.

A SAF acomete uma criança de forma completa ou incompleta. Quando completa, o recém-nascido tem os sinais faciais, como pálpebras pequenas, lábio superior muito fino, nariz antevertido e com base achatada, entre outros sinais, além dos problemas mentais e psíquicos. Quando de forma incompleta, os sinais faciais não existem, mas há o risco de sequelas como retardo mental, problemas de aprendizagem etc.

Existem alguns sinais do sistema nervoso central que podem ser identificados em ultrassonografia na fase antenatal, mas não é simples. Por isso, ainda de acordo com a Dra. Conceição Segre, o diagnóstico é dado somente depois do nascimento. “O pior de tudo é que para cada criança que tem a síndrome completa, pelo menos dez tem a incompleta, ou seja, não tem os sinais faciais, mas tem os problemas, que só aparecem anos mais tarde, quando ela vai para a escola”, conclui.

Vale lembrar que os efeitos do álcool ocasionados pela ingestão materna de bebidas alcoólicas durante a gestação não tem cura. Porém, o diagnóstico precoce da doença e a instituição de tratamento multidisciplinar ainda na primeira infância podem abrandar suas manifestações.

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