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Catarata e neuropatia óptica
tóxica podem ser resultado do alcoolismo
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Consumo crônico de álcool
durante a gravidez afeta a formação dos olhos do feto
O
consumo de álcool, prática comum e aceita pela sociedade, está relacionado ao
aumento de risco de várias doenças. A mais frequente é a dependência, que
acomete cerca de 10% da população brasileira. No entanto, entre os diversos
malefícios causados pela ingestão de bebida alcoólica devem ser sempre considerados
os danos à visão, categorizados em agudos e crônicos.
No
primeiro caso, os danos estão relacionados à intoxicação com álcool, ou seja,
ao estado de embriaguez. “Redução na velocidade de reflexo à luz, redução da
sensibilidade ao contraste e, em algumas situações, nistagmo (movimento rápido
dos olhos) são algumas das ocorrências”, comenta o Dr. Ibraim Viana Vieira,
oftalmologista do H.Olhos – Hospital de Olhos Paulista.
Os
danos crônicos, por outro lado, devem-se ao acúmulo de lesões provocadas ao
longo dos anos pelo consumo excessivo de bebidas alcoólica. O aumento do risco
de catarata é um exemplo. A doença é caracterizda pela opacificação do
cristalino, lente natural do olho, que resulta na diminuição progressiva da
visão. “Ofuscamento pela luz do sol e farol de carro, dificuldade de enxergar,
embaçamento da visão e mudanças frequentes na prescrição dos óculos são alguns
dos sintomas”, explica o Dr. Ibraim.
Outra
enfermidade ligada ao álcool em excesso é a neuropatia óptica tóxica, que
consiste na dificuldade de percepção das cores e na redução do campo visual,
afetando a visão noturna. Bebidas de procedência duvidosa, conhecidas
popularmente como “batizadas”, também contribuem para elevar o risco da doença.
Estes produtos apresentam falhas nos processos de fermentação e destilação,
aumentando a proporção de metanol na mistura. O composto químico em questão é
tóxico para os tecidos nervosos, incluindo o nervo óptico e o sistema nervoso
central.
Alerta
às gestantes
As
mulheres representam 30% dos dependentes de álcool. Durante a gravidez, o
consumo da bebida oferece sérios riscos ao bebê, podendo levar à síndrome
alcoólica fetal. A desordem é decorrente dos danos causados pelo álcool durante
o processo de formação do sistema nervoso do feto ainda dentro do útero.
“Nos olhos, a síndrome pode resultar em má formação do
globo ocular e o recém-nascido pode apresentar dificuldade de abertura dos
olhos, baixa da visão, estrabismo, neuropatia e, até mesmo, cegueira. Como esta
alteração ocorre em um momento crucial do desenvolvimento do sistema visual, os
danos causados são habitualmente irreversíveis, e o acompanhamento com um
oftalmologista é indicado para evitar a piora do quadro e o melhor
aproveitamento da capacidade visual do bebê”, esclarece o Dr. Ibraim.
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