Muitas
vezes a chegada do filho à adolescência é um período de turbulência não só para
o jovem, mas também para os pais, que precisam saber lidar com o comportamento
dos filhos e também aceitar que seu filho não é mais um bebezinho e está
próximo de se tornar um adulto.
A fase, por
mais conflitante que seja para ambos, com emoções e sensações diversas, precisa
ser superada, e os pais, mesmo com dúvidas e conflitos internos, precisam estar
presentes e seguros para o filho, afinal, é ele quem está passando pela fase de
principais mudanças e de autoafirmação, que é a adolescência. “Saber ouvir e
respeitar o sentimento do jovem também é de extrema importância”, conta Karin
Kenzler, psicóloga do Colégio Humboldt, instituição tradicional bilíngue de São
Paulo, que completa 100 anos em 2016.
Segundo a
profissional, o diálogo é uma ferramenta essencial na educação e na prevenção
de desvios do desenvolvimento saudável e fundamental para que valores e limites
sejam transmitidos. Além disso, o diálogo permite que pais conheçam melhor seus
filhos e criem maior intimidade com eles.
“Para
dialogar com adolescentes é necessário tomar alguns cuidados para não
intimidá-los ou sufocá-los. Em primeiro lugar, é importante lembrar que o foco
da conversa sempre deve ser o de criar intimidade e não o volume de informações
ou instruções que se pretende passar”, explica a psicóloga.
A abordagem
de temas sérios como sexo e drogas não pode ficar de fora do diálogo familiar e
nem apenas sob a responsabilidade da escola. “Os programas de prevenção e
orientação na escola devem ser complementados com diálogos em casa, onde os
valores de cada família e cultura podem ser passados. Para facilitar a
conversa, a abordagem deve ser informal, inserida em situações cotidianas como
no carro, almoço ou passeio”, comenta Karin.
As
recomendações na hora da saída e divertimento do jovem também devem ter uma
atenção especial. Segundo Karin, o melhor jeito de ser ouvido por seu filho é
em algum momento oportuno, com calma, e não fazer uma lista de recomendações
antes dele sair, quando a chance de não darem atenção é muito maior.
Já sobre os
estudos, Karin adverte sobre a cobrança por meio de sermões. “Fiscalizar,
cobrar, brigar para que seu filho estude pode até funcionar, mas não vai
motivá-lo. Crie um ambiente familiar em que assuntos de conteúdo escolar são
valorizados. O diálogo em casa, nas refeições, no carro, deve valorizar a
cultura geral e motivar a busca de conhecimento. Não pergunte ao seu filho se
fez a lição, mas o que esta estudando”, aconselha a psicóloga.
Confira as
cinco “chaves do diálogo”, de acordo com a psicóloga Karin Kenzler:
1 - Escutar despindo-se de
preconceitos, críticas ou julgamentos para não intimidar.
2 - Acolher seu sentimento para
desarmá-lo e torná-lo apto a escutar.
3 - Perguntar para entender seus
motivos e ajudá-lo a ter maior clareza da situação e uma postura mais
reflexiva.
4 - Demonstrar o dilema que está
em jogo, deixando claras as duas opiniões conflitantes.
5 - Buscar uma solução conjunta.
Exige paciência para escutar soluções inviáveis que devem ser tratadas com
racionalidade e bom senso.
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