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quarta-feira, 9 de março de 2016

Adolescência: psicóloga do Colégio Humboldt dá dicas sobre como manter o diálogo com seu filho durante essa fase





Muitas vezes a chegada do filho à adolescência é um período de turbulência não só para o jovem, mas também para os pais, que precisam saber lidar com o comportamento dos filhos e também aceitar que seu filho não é mais um bebezinho e está próximo de se tornar um adulto.

A fase, por mais conflitante que seja para ambos, com emoções e sensações diversas, precisa ser superada, e os pais, mesmo com dúvidas e conflitos internos, precisam estar presentes e seguros para o filho, afinal, é ele quem está passando pela fase de principais mudanças e de autoafirmação, que é a adolescência. “Saber ouvir e respeitar o sentimento do jovem também é de extrema importância”, conta Karin Kenzler, psicóloga do Colégio Humboldt, instituição tradicional bilíngue de São Paulo, que completa 100 anos em 2016.

Segundo a profissional, o diálogo é uma ferramenta essencial na educação e na prevenção de desvios do desenvolvimento saudável e fundamental para que valores e limites sejam transmitidos. Além disso, o diálogo permite que pais conheçam melhor seus filhos e criem maior intimidade com eles.

“Para dialogar com adolescentes é necessário tomar alguns cuidados para não intimidá-los ou sufocá-los. Em primeiro lugar, é importante lembrar que o foco da conversa sempre deve ser o de criar intimidade e não o volume de informações ou instruções que se pretende passar”, explica a psicóloga.

A abordagem de temas sérios como sexo e drogas não pode ficar de fora do diálogo familiar e nem apenas sob a responsabilidade da escola. “Os programas de prevenção e orientação na escola devem ser complementados com diálogos em casa, onde os valores de cada família e cultura podem ser passados. Para facilitar a conversa, a abordagem deve ser informal, inserida em situações cotidianas como no carro, almoço ou passeio”, comenta Karin.

As recomendações na hora da saída e divertimento do jovem também devem ter uma atenção especial. Segundo Karin, o melhor jeito de ser ouvido por seu filho é em algum momento oportuno, com calma, e não fazer uma lista de recomendações antes dele sair, quando a chance de não darem atenção é muito maior.

Já sobre os estudos, Karin adverte sobre a cobrança por meio de sermões. “Fiscalizar, cobrar, brigar para que seu filho estude pode até funcionar, mas não vai motivá-lo. Crie um ambiente familiar em que assuntos de conteúdo escolar são valorizados. O diálogo em casa, nas refeições, no carro, deve valorizar a cultura geral e motivar a busca de conhecimento. Não pergunte ao seu filho se fez a lição, mas o que esta estudando”, aconselha a psicóloga.

Confira as cinco “chaves do diálogo”, de acordo com a psicóloga Karin Kenzler:

1 - Escutar despindo-se de preconceitos, críticas ou julgamentos para não intimidar.
2 - Acolher seu sentimento para desarmá-lo e torná-lo apto a escutar.
3 - Perguntar para entender seus motivos e ajudá-lo a ter maior clareza da situação e uma postura mais reflexiva.
4 - Demonstrar o dilema que está em jogo, deixando claras as duas opiniões conflitantes.
5 - Buscar uma solução conjunta. Exige paciência para escutar soluções inviáveis que devem ser tratadas com racionalidade e bom senso.

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