Pesquisar no Blog

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Os dois lados da política


É consenso que estamos vivendo um dos períodos de mais intensa polarização política na história recente do Brasil e do mundo: movimentos extremos ganham voz e mobilizam seguidores em diversos países. A política como instrumento de busca e formação de um ponto de equilíbrio, onde os diversos grupos sociais se sintam representados e não haja um sentimento de derrota de alguns, parece ter perdido força.

Assistimos o desentranhamento de um novo uso para a política: uma ferramenta para impor um lado através da destruição das ideias do oponente. Deixa-se de ter adversários e passa-se a ter inimigos.

Essa visão da política como terreno de confronto parte do pressuposto que é possível uma vitória total, como se fosse possível "aniquilar" o oponente e implanta apenas um lado da agenda. A realidade é que não existe força política no Brasil capaz de tal façanha e na democracia as vitórias são sempre parciais. Ainda bem que é assim.

Nesse contexto, um dos pontos de maior debate é o papel das redes sociais, em seus vários formatos, no engajamento cívico e político dos cidadãos. A primeira questão que se coloca é a dúvida quanto aos pesos dos aspectos negativos e positivos que a nova tecnologia impulsiona: em que medida essas novas ferramentas estão criando um distanciamento e fricção entre os cidadãos e seus representantes e a política, ao exigir um comportamento "purista" e sem concessões dos mesmos.

A outra hipótese seria a proximidade que a tecnologia permite emular gerar um fortalecimento do exercício da cidadania e, gerar dessa forma, uma aproximação entre o cidadão e as instituições que os representam. Essa aproximação pode permitir a melhor compreensão da dimensão dos desafios que precisam ser enfrentados e as escolhas associados a eles.

Os que acreditam na política como uma ferramenta de formação de um "terreno do entendimento" têm a responsabilidade e obrigação de trabalhar para que as tecnologias sejam um instrumento que também aproxime e engaje o cidadão com os seus representantes, que ajude no entendimento de que compromissos e concessões precisam ser firmados para que o processo político avance objetivamente para impactar nossas vidas.

Não significa que iniciativas que buscam influenciar e legitimamente pressionar para atender a sua agenda não sejam importantes, mas precisamos cuidar para que o espaço da tecnologia não seja preenchido apenas com essa narrativa de confrontamento, que de certa forma impede o exercício da busca dos consensos necessários ao mínimo funcionamento das instituições. Se cairmos na tentação do uso da tecnologia apenas como ferramenta de "marcação" de posições estaremos matando esse espaço da construção do consenso e vamos regredir para a era das pelejas tribais só que na velocidade digital.






Paulo Dalla Nora - cofundador do Poder do Voto, aplicativo que tem como objetivo proporcionar ao eleitor brasileiro maior clareza da representação política e auxiliar na construção do debate político saudável e do acompanhamento voto a voto dos parlamentares.

Evitando a vergonha alheia


Gestora oferece 6 dicas importantes para um currículo impecável

Existem currículos que falham em aspectos importantes, essenciais para demonstrar que o candidato é um profissional sério e atiçar, nos contratantes, a vontade de admiti-lo.

Madalena Feliciano, gestora de carreira da empresa Outliers Careers, orienta, primeiramente, que não é bom usar um endereço de e-mail que possa comprometer a credibilidade: “Aquela conta que você criou de brincadeira, como “gatinha26@email.com”, por exemplo, pode ser motivo de piada entre os recrutadores”.

Uma segunda questão importante ressaltada por Madalena é sobre acrescentar coisas não verdadeiras ao currículo: “Não minta nunca sobre uma experiência ou conhecimento que não tem. Se não sabe falar inglês ou outro idioma, não coloque que tem conhecimento avançado. Ficará muito feio para você se durante uma possível entrevista, o recrutador te fizer perguntas em outra língua e você não conseguir responder”.

“Uma dica crucial é revisar seu currículo várias vezes e, se possível, pedir para um colega ou parente também revisá-lo. Não deixe passar nenhum erro de português, isso pode fazer você perder vários pontos com o recrutador, exalta a especialista.

Como quarta dica, a empreendedora pontua: “Nada de colocar documentos pessoais. Somente nome, endereço, telefones, e-mail, data de nascimento e estado civil são necessários. Evite gafes até mesmo das mais simples”.

“Seja modesto, não faça autoelogios vazios (ex: “profissional determinada com muita garra para crescer nesta empresa de sucesso”). Seja objetivo e coloque um resumo das suas experiências profissionais”, diz Madalena.

Por fim, “jamais coloque quais foram seus últimos salários, essa informação só precisa ser dada caso o empregador te pergunte durante a entrevista. Muita atenção”.






Outliers Careers
Madalena Feliciano - Gestora de Carreira
Endereço: Professor Aprígio Gonzaga 78, São Judas, São Paulo (SP)


Contra a depressão


A sensação de que a vida não vale a pena e de que estamos imersos numa monotonia existencial em que começo, meio e fim se perdem podem imperar de tal modo que temos a sensação de que própria vida não vale a pena. Esse sentimento, capaz de resultar num perigoso processo depressivo, encontra um antídoto na arte.

Refiro-me a apresentações em que o simbólico tem um papel muito importante como elemento lúdico que abre possibilidades de reinterpretar o cotidiano. Um desses caminhos está nos espetáculos do Cirque du Soleil, especificamente o intitulado ‘Outros Mundos’, transformado em filme por Andrew Adamson, em que o fio condutor dos números circenses é uma busca permanente pela alegria de viver.

Uma moça, entediada com a vida, cruza a linha do trem e entra em um circo. Ali, apaixona-se por um trapezista, que acaba caindo no meio do número. Perseguindo o sonho de encontrar o amado que domina as alturas, começa uma viagem por um mundo de imaginação, em que ocorrem belas cenas de intensa habilidade física e motora.

As habilidades circenses lidam com os quatro elementos (terra, ar, água e fogo) e apontam para a necessidade do equilíbrio emocional para atingir a quintessência, ou seja, a pedra filosofal que permite que este mundo conhecido e os desconhecidos que imaginamos se tornem um só. Se considerarmos, portanto, a vida justamente como um circo de encantamentos, a ameaça de depressão pode partir.





Oscar D’Ambrosio - mestre em Artes Visuais e doutor em Educação, Arte e História da Cultura, é Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo


Posts mais acessados