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quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Brasil precisa fortalecer ações de proteção de florestas para cumprir metas internacionais, aponta estudo

Desmatamento registrado em região próxima
à Floresta Estadual do Antimary, no Acre
(
foto: Beatriz Cabral/Inpe)
Em artigo publicado em Perspectives in Ecology and Conservation, pesquisadores do Inpe e do Cemaden discutem desafios e soluções para a redução das emissões de CO2 do país

 

 Sede da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em 2025 – a primeira a ser realizada na Amazônia –, o Brasil está em um momento crucial. Ainda tem a possibilidade de cumprir suas metas internacionais de redução de emissão de gases de efeito estufa, mas precisa ajustar as ações socioambientais e fortalecer políticas focadas na salvaguarda das florestas e na restauração dos biomas. Esse é um dos principais apontamentos de pesquisa publicada na revista Perspectives in Ecology and Conservation.

Liderado por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o estudo ressalta a necessidade de controlar o desmatamento ilegal e a degradação dos biomas, incorporando um olhar para florestas secundárias – que crescem após a remoção da cobertura original.

Sugere ainda reforçar e expandir políticas que mantenham os serviços ecossistêmicos. Esse processo deve vir acompanhado de mecanismos consistentes de atração de investimentos para financiar atividades de restauração e pagamentos por serviços ambientais em todos os biomas, incentivando iniciativas de bioeconomia e criando novas áreas de proteção ambiental.

“A pesquisa foi um trabalho conjunto visando mostrar o panorama de desmatamento, degradação e restauração dos biomas e suas relações com as metas globais do Brasil. Destacamos pontos importantes nesse processo para que o país busque o desenvolvimento sustentável”, explica a doutoranda no Inpe e primeira autora do artigo Débora Joana Dutrabolsista da FAPESP.

Para a bióloga Liana Oighenstein Anderson, orientadora de Dutra e pesquisadora no Cemaden, mesmo quando há medidas preventivas, ainda assim elas têm sido insuficientes frente ao desafio das mudanças climáticas. “É o caso dos incêndios florestais registrados neste ano na Amazônia e no Pantanal. A prevenção não foi suficiente para conter os números alarmantes. Quando fazemos estimativas como na pesquisa, temos a sensação de sermos extremamente conservadores frente ao que a realidade está mostrando e aos desafios enfrentados”, diz Anderson à Agência FAPESP.

O Brasil vem registrando neste ano recordes de queimadas. Entre janeiro e 4 de agosto, foram 65.325 focos de calor detectados no país, o maior número em quase 20 anos – o mais alto até então havia sido em 2005 (69.184 no mesmo período), segundo dados do Inpe. Os biomas Amazônia e Cerrado são os mais atingidos (28.396 e 22.217, respectivamente).

De janeiro a julho, o Pantanal teve 4.756 focos, o maior desde 1998, início da série histórica. Para o bioma, até o momento, 2020 teve o pior total anual de focos de queimadas.

“Em 2020, os incêndios no Pantanal chamaram a atenção do mundo e levaram a uma série de reações. O Ministério da Ciência e Tecnologia criou, por exemplo, a Rede Pantanal e, em escala local, o Estado de Mato Grosso do Sul instituiu um plano de manejo integrado do fogo. Em 2023, o governo federal lançou um plano de manejo para o bioma e, em abril, Mato Grosso do Sul decretou estado de emergência. Ou seja, houve um conjunto de ações de gestão, de governança, de regulamentação para tentar evitar os incêndios, mas, infelizmente, não foi suficiente. Tivemos avanços. Porém, há necessidade de aperfeiçoamentos na governança, nas estratégias adotadas e no financiamento das ações. É preciso acelerar o passo”, completa Anderson.

Coautor do artigo e pesquisador do Inpe, Luiz Aragão diz que a pesquisa é um alerta para a sociedade sobre questões relacionadas às emissões. “A sociedade tem de encarar o problema não só do ponto de vista ambiental, mas sim socioeconômico. Está tudo ligado. Isso porque o desmatamento, por exemplo, é indutor do fogo, que por sua vez traz problemas de saúde para a população e degrada a floresta. A floresta desmatada e degradada tem menor potencial de prover serviços ecossistêmicos, como a ciclagem de água e a biodiversidade, que garantem a qualidade de vida das populações locais e têm influência muito grande em atividades econômicas.”

As mudanças no uso e na cobertura da terra (por exemplo, o desmatamento para o uso agropecuário e a degradação florestal) são as principais fontes de emissões do Brasil. Como um dos mais de 190 signatários do Acordo de Paris, firmado em 2005, o país assumiu o compromisso de ajudar a conter o aumento da temperatura média global em até 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais (anos 1850-1900) – marca que já tem sido ultrapassada nos últimos meses.

O acordo, que deve passar por revisão na COP30, prevê que os países definam metas de redução de emissões até 2030, tendo o Brasil se comprometido a diminuir em 53% (comparado aos níveis de 2005). Apesar disso, as emissões de dióxido de carbono (CO2) líquidas (descontadas as remoções) por mudanças no uso e na cobertura da terra dobraram entre 2017 e 2022, segundo o Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (Seeg). Em relação à restauração, o Brasil tem a meta de restaurar 12 milhões de hectares de florestas nativas, o que corresponde a quase a área territorial de Portugal.

Dificuldades

A pesquisa aponta que um dos desafios é conter a alta do desmatamento em todos os biomas. Os cientistas destacam o crescimento da remoção de vegetação nativa desde que o país submeteu, em 2016, suas metas do Acordo de Paris, atingindo taxas próximas ou superiores a 2 milhões de hectares ao ano (considerando os seis biomas).

Somente em 2022, foram 2,8 milhões de hectares desmatados, a maior taxa desde 2008, impulsionada principalmente pela destruição da Amazônia e do Cerrado. Isso representaria 23% da meta de restauração do país. Aliado a isso, há um déficit de aproximadamente 16 milhões de hectares em áreas de reserva legal em propriedades rurais que precisam de restauração florestal. Desse total, mais da metade está na Amazônia e outros 25% no Cerrado.

Outro dado destacado pelo estudo é o crescimento de áreas de florestas secundárias, que têm alta capacidade de sequestrar carbono da atmosfera, mas não contam com legislação específica de proteção. De acordo com a pesquisa, 5,46 milhões de hectares de florestas secundárias cresceram no Brasil entre 2017 e 2022 fora de terras públicas – 40% na Amazônia e 36% na Mata Atlântica. Apesar de esse total representar quase metade da meta de restauração do Brasil, a manutenção do sequestro de carbono das florestas secundárias corre risco, já que elas estão suscetíveis a novos desmatamentos e incêndios.


Caminhos

No trabalho, os pesquisadores sugerem medidas a serem adotadas, entre elas o combate ao desmatamento ilegal – fortalecendo o arcabouço legal, ampliando a fiscalização e a responsabilização. Há destaque para a necessidade de medidas de prevenção e a implementação de programas para restaurar áreas de vegetação nativa em larga escala, com a criação de incentivos financeiros para proprietários rurais por meio de pagamentos por serviços ambientais.

Esses incentivos serão importantes, inclusive, para garantir que áreas passíveis de serem desmatadas legalmente permaneçam em pé. De acordo com o estudo, o Cerrado e a Caatinga têm as maiores áreas de vegetação nativa passíveis de desmatamento legal. Para garantir que as florestas secundárias consigam contribuir a longo prazo com o sequestro de carbono, a pesquisa aponta a necessidade de uma legislação nacional que aumente a proteção delas fora das áreas de reserva legal ou de preservação permanente.

“O que está sendo feito atualmente não é suficiente para que nós consigamos mudar. O clima global está diferente. Não será possível resolver problemas ambientais, pressionados pelas mudanças climáticas, usando pensamento do passado. Temos de pensar no futuro”, avalia Aragão.

Por meio da assessoria de imprensa, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima informou que tem adotado medidas para cumprir o compromisso de “desmatamento zero em todos os biomas até 2030”. Entre elas está o programa “União com Municípios”, lançado em abril como parte do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), com R$ 785 milhões destinados a 70 municípios prioritários (até o momento 48 assinaram o termo de adesão). Outras ações incluem alterações de regras do Conselho Monetário Nacional – como a restrição de crédito rural para proprietários com Cadastro Ambiental Rural (CAR) suspenso, com embargos e imóveis sobrepostos a Terras Indígenas, Unidades de Conservação e florestas públicas não destinadas.

Além disso, o ministério destaca a retomada do Fundo Amazônia, com novos contratos que somam R$ 1,4 bilhão e doações anunciadas que devem chegar a R$ 3,1 bilhões. Para o Cerrado, foi lançado um Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento. Em relação à restauração de florestas, cita o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa, com o objetivo de ampliar e fortalecer políticas públicas, incentivos financeiros, mercados, tecnologias de recuperação e boas práticas agropecuárias, que deve passar por atualização neste ano.

Futuro

Segundo Dutra, os próximos passos da pesquisa estão direcionados para levantar perdas e impactos econômicos da destruição das florestas, aprofundando os dados do trabalho atual.

“Vemos com extrema relevância a valoração dos impactos. Quantificar esses valores vai demonstrar que é muito mais barato prevenir do que reconstruir. O Brasil trabalha com a resposta aos eventos extremos e desastres, mas precisa investir em prevenção”, diz Aragão.

Para Anderson, é importante aprimorar o diálogo entre instituições – federais, estaduais, municipais, do terceiro setor e comunidades locais –, além da necessidade de responsabilização frente à inação ou omissão no desenvolvimento dos planos. “Nossa capacidade de diálogo ainda é muito limitada, esbarrando em vieses políticos que estão muito aquém do que tecnicamente poderíamos fazer para avançar rapidamente.”

O estudo recebeu apoio da FAPESP por meio de seis projetos (20/15230-520/08916-822/11698-819/25701-823/03206-0; e 20/16457-3).

O artigo Challenges for reducing carbon emissions from Land-Use and Land Cover Change in Brazil pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2530064424000245#gs0010r.

 

Luciana Constantino
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/brasil-precisa-fortalecer-acoes-de-protecao-de-florestas-para-cumprir-metas-internacionais-aponta-estudo/52546


Micro e pequenas empresas endividadas no Brasil atingem recorde histórico de 6,5 milhões de CNPJs negativados

Levantamento revela dívida acumulada de mais de R$ 126 bilhões, destacando a necessidade de estratégias de renegociação e recuperação financeira

 

Um levantamento realizado pela Serasa Experian revela que o número de CNPJs negativados no país ultrapassou a marca de 6,5 milhões, registrando o mais alto nível de endividamento já observado desde o início das apurações. Essas empresas acumulam mais de R$ 126 bilhões em dívidas, que incluem pendências com fornecedores, bancos, prestadores de serviços e impostos.

 

“Esse montante expressivo evidencia um início de estagnação econômica preocupante, que afeta todos os segmentos de atividade e compromete o crescimento sustentável das micro e pequenas empresas, as quais são essenciais para a geração de empregos e o desenvolvimento econômico nacional”, destaca Filipe Souza especialista em recuperação judicial e sócio da LBZ Advocacia.

 

Diante deste cenário desafiador, é fundamental que empresários saibam que ainda há alternativas viáveis para superar essa crise. Mesmo quando a situação financeira parece insustentável, existem meios legais de renegociar dívidas e recuperar a saúde financeira de suas empresas. Soluções como a recuperação judicial, negociações com credores, e o uso de instrumentos jurídicos adequados podem restaurar a capacidade dessas empresas de crescer e prosperar.

 

“Como as micro e pequenas empresas já operam com margens mais apertadas e recursos limitados, a inadimplência de grandes empresas impacta diretamente esses negócios menores, já que dependem de pagamentos pontuais para manter suas operações”, ressalta Filipe. “A situação exige ações e soluções para melhorar o ambiente de negócios no Brasil, garantindo que as micro e pequenas empresas possam prosperar e contribuir para o crescimento econômico do país”, finaliza o especialista.

 



LBZ Advocacia
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O que as Olimpíadas de Paris têm a ensinar sobre protagonismo feminino

Fato incontestável: as mulheres deixaram de ser apenas espectadoras. As Olimpíadas de Paris são a prova. Do tempo em que o único lugar a elas permitido era a arquibancada ao ano em que elas foram aplaudidas, de pé, por trazerem os únicos ouros brasileiros para casa, muita coisa mudou. 

A primeira vez que uma mulher recebeu permissão para participar das Olimpíadas foi em 1900, na segunda edição dos Jogos Olímpicos modernos. Agora, mais de um século depois e de novo em Paris, elas celebram a maior participação feminina da história. 

De feito em feito, as mulheres vêm batendo recordes – nos jogos e na vida – e mostrando que podem estar exatamente onde querem: na escola, na política, no governo, no exército, na liderança de empresas e em atividades antes exclusivamente masculinas. Tanto faz.  

Em 2024, mais da metade das disputas olímpicas teve presença feminina e pela primeira vez a delegação brasileira teve mais mulheres do que homens. Foi também a primeira vez que elas conquistaram mais medalhas olímpicas do que eles: 13 de um total de 20 (uma delas em esporte misto). Ou seja, 65% do total.  

E, como se isso não fosse o suficiente, elas se superaram outra vez: as únicas três medalhas de ouro do Brasil nesta edição das Olimpíadas foram delas. O lugar mais alto do pódio foi exclusivamente feminino.

 

Um recorde atrás do outro

Mais de cem anos se passaram desde que as mulheres foram autorizadas a fazer o mesmo que os homens em Olimpíadas: competir. E ainda que de forma desigual, elas não desistiram. Nem as brasileiras nem as estrangeiras. 

A primeira vez que o pódio olímpico foi ocupado por uma atleta brasileira foi em Atlanta, em 1996, 76 anos depois dos homens. Na história geral das Olimpíadas a virada de chave foi em Amsterdã, em 1928, quando a participação feminina chegou a 10%, mas só em 2012 é que todos os países tiveram representação feminina.  

Em Atenas, em 2004, elas somaram 40% dos atletas, mas foram necessários mais 20 anos para o percentual se equilibrar em 50/50. No Rio de Janeiro, em 2016, outro destaque: a maior porcentagem de medalhas conquistadas por mulheres em uma Olimpíada (44%). 

Esses são apenas exemplos. Ao longo do tempo e em todas as áreas não faltam casos de superação, força, determinação, coragem e resiliência. A jornada é dura, mas bem-sucedida e cheia de marcos.  

Em 1923, nos Estados Unidos, Alice Coachman foi a primeira mulher afro-americana a colocar no peito uma medalha de ouro olímpica. Já a ginasta romena Nadia Comaneci recebeu a primeira nota 10 da história das Olimpíadas e estabeleceu um novo padrão para as provas de barras assimétricas.

 

Coragem e determinação

A norte-americana Simone Biles, a ginasta mais premiada de todos os tempos, superou não apenas a infância difícil e o preconceito, mas mostrou ao mundo toda a sua coragem ao abandonar as Olimpíadas de Tóquio, em 2020, para cuidar da saúde mental.  

Em Paris, Biles voltou incrível e, atualmente, tem medalhas olímpicas que, se somadas, equivalem a quase 12% do seu peso. Outras tantas mulheres merecem aplausos. No caso dos Estados Unidos, vencedor dos jogos de Paris, as mulheres subiram 67 vezes no pódio e os homens, 52. Só de ouro foram 26 medalhas femininas contra 13 dos homens.  

E mais: entre os top 15 medalhistas de Paris, 12 são mulheres, incluindo a brasileira Rebeca Andrade, com um ouro, duas pratas e um bronze. Seja qual for o desafio ou o lugar no mundo, as mulheres vêm travando batalhas para estar onde querem e para mostrar seu protagonismo, dando exemplo e abrindo caminho para as novas gerações.

 

Mulheres na logística

Mas o que tudo isso tem a ver com a vida fora das quadras, piscinas ou tatames? Tudo! Este artigo não é exatamente sobre esportes. É sobre mulheres e seus desempenhos. 

Assim como nas Olimpíadas, subimos, degrau a degrau, outros pódios. Em 1827, as mulheres brasileiras foram autorizadas a frequentar a escola primária. O acesso às faculdades foi permitido em 1879 e o direito ao voto, em 1932. Em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu a necessidade de equidade e publicou um documento sobre a igualdade de direitos.  

A expectativa no universo corporativo, segundo a Agenda 2030, é que até 2025 as mulheres ocupem 30% dos cargos de liderança e, até 2030, esse percentual chegue a 50%. Levantamentos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que as mulheres representam cerca de 24% da força de trabalho global em logística. Entre os CEOs e CFOs, a média global de mulheres não passa de 15%. No Brasil, ficam abaixo disso. 

É verdade que esses índices vêm crescendo, ainda que timidamente. As plataformas de emprego são bons balizadores para mostrar a ampliação das oportunidades de trabalho em áreas predominantemente masculinas, como logística, tecnologia e engenharia.  

Especificamente no setor de tecnologia e na área de inovação, onde trabalham menos de 1% das mulheres brasileiras, o viés é de alta nas contratações de mulheres. A notícia é positiva também no setor de transportes. A pesquisa Vez e Voz Índice de Equidade, realizada anualmente pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região, avalia as políticas e esforços das empresas pela igualdade de oportunidades.  

A nota geral do setor subiu de 37 para 40 (de um total de 100) entre 2023 e 2024. Um avanço tímido, é verdade, mas no cenário atual, cada “medalha” merece ser comemorada.

 

Trabalho a fazer

No quesito remuneração, o desafio persiste. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, todas as profissões têm defasagem na remuneração oferecida às mulheres. Em geral, os homens recebem 20% a mais para exercer a mesma atividade e, segundo projeções do IBGE, a mudança desse cenário levará mais de meio século. 

É por isso que o desempenho das mulheres nas Olimpíadas tem tudo a ver com o dia a dia de todas nós, que, em algum momento, tivemos nossa capacidade de entrega questionada.  

A ginasta Rebeca Andrade, a judoca Beatriz Souza ou a dupla de vôlei de praia, Duda e Ana Patrícia são os exemplos mais recentes do potencial feminino. E que bom que essas não foram as únicas vezes que conseguimos surpreender o mundo. 

No esporte, na política, na economia, na educação e, é claro, na logística, o Brasil é feito por milhares de mulheres como Rebeca, Beatriz, Duda e Ana Patrícia. De boa performance a gente entende e é capaz de fazer entregas excepcionais todos os dias.  

Para quem tem dúvidas, as Olimpíadas de Paris são a prova e, para quem não entendeu, este artigo não é sobre os Jogos Olímpicos. Fato incontestável: nosso lugar não é na arquibancada, é onde quisermos.

 

Priscila Moherdaui - Head de Marketing e Growth da nstech


Especialista apresenta técnicas para aumentar o tráfego orgânico e as vendas em lojas virtuais

Humberto de Mello, CEO da M.SEO, compartilha as principais estratégias para aumentar a visibilidade de e-commerces nos mecanismos de busca

 

O comércio eletrônico continua a crescer, impulsionado pela expansão das redes sociais e pelas mudanças nos hábitos dos consumidores. As projeções indicam um crescimento contínuo nos próximos anos. De acordo com uma pesquisa da Neotrust, o mercado de e-commerce no Brasil registrou um aumento de mais de 50% em 2023 em comparação com o período pré-pandemia, refletindo a tendência global de digitalização do consumo.

Para empresários digitais, destacar-se na competição por visibilidade nos mecanismos de busca é essencial para atrair e converter novos clientes. Portanto, investir em técnicas avançadas de SEO (Search Engine Optimization) é essencial não apenas para gerar tráfego orgânico, mas também para aumentar as vendas online.


Otimize as páginas de produto

Segundo Humberto de Mello, CEO da M.SEO, agência especializada em Marketing Digital, a otimização das páginas de produto é fundamental para atrair e reter clientes no mercado online atual. “Cada elemento, desde descrições detalhadas dos produtos até imagens de alta qualidade, deve ser projetado para informar e persuadir o consumidor na decisão de compra. Isso inclui títulos, descrições, URLs e tags de imagem”, relata.

O especialista recomenda o uso de palavras-chave de cauda longa, ou seja, frases que, além do nome do produto, incluem outros atributos relevantes. “Descrições específicas e bem detalhadas aumentam significativamente a relevância nos resultados de busca, melhorando as chances de conversão”, explica.


Melhore a velocidade do seu site

A velocidade do site é um fator determinante para a retenção de usuários e a visibilidade da marca nos mecanismos de busca. “Sites que carregam rapidamente melhoram a experiência do usuário e são favorecidos pelos algoritmos das ferramentas de busca”, explica Mello.

Otimização de imagens, compressão de arquivos e uso eficiente de CDN (rede de entrega de conteúdo) são algumas das estratégias recomendadas para melhorar a velocidade de carregamento e, consequentemente, o desempenho nos rankings de busca.


Adapte-se à experiência do usuário

Para garantir uma experiência consistente e intuitiva, as lojas virtuais devem priorizar um design responsivo como parte de sua estratégia de SEO e experiência do usuário. Isso significa que os sites devem ser funcionais e legíveis em qualquer dispositivo, seja pelo computador, celular ou tablet.

Com o aumento das compras online via smartphones, a responsividade é essencial. Isso melhora a satisfação do cliente, que pode acessar a loja de diferentes dispositivos. “Quando um site se adapta automaticamente ao mobile sem comprometer o tempo de navegação, a legibilidade dos textos e a usabilidade, a taxa de rejeição cai e a de conversão aumenta”, ressalta Mello.


Crie conteúdo relevante e valioso

Além dos aspectos técnicos, criar conteúdo relevante é crucial para engajar e manter os consumidores antes e depois da compra. Blogs informativos, vídeos, infográficos e guias de compra são importantes para estabelecer a autoridade da marca e aumentar o envolvimento do consumidor.

Os textos devem ser direcionados ao público-alvo, considerando tanto técnicas de SEO quanto de marketing de conteúdo. “Ao responder às perguntas e necessidades do público através do conteúdo, os sites melhoram sua posição nos motores de busca e constroem relacionamentos duradouros com os clientes”, salienta Mello.


Use ferramentas analíticas

O monitoramento estratégico é outro fator essencial para a otimização das campanhas de SEO. Ferramentas analíticas, como Google Analytics e Search Console, são fundamentais para o sucesso das estratégias de SEO. “Métricas como tráfego orgânico, comportamento do usuário e taxas de conversão, além de testes A/B, oferecem insights valiosos para ajustar e melhorar a estratégia utilizada”, explica o especialista.

Adaptar técnicas com base em dados concretos maximiza o retorno sobre o investimento e impulsiona o sucesso da marca, especialmente em um ambiente competitivo como o comércio eletrônico. “Ao realizar análises estratégicas e adotar técnicas avançadas de otimização, ajustando-se às mudanças no comportamento do consumidor e nos algoritmos de busca, a marca se fortalece e constrói sua relevância no mercado”, conclui o CEO. 



M.SEO Marketing
site da M.SEO


Humberto de Mello - empreendedor que carrega uma trajetória marcante e inspiradora. Sua jornada começou em 2000, quando decidiu seguir seu instinto e fundou sua própria empresa. Ao longo dos anos, mergulhou de cabeça no Marketing Digital, reconhecendo um mercado cheio de oportunidades. Foi assim que nasceu a M.SEO, uma agência dedicada a impulsionar pequenas e médias empresas. Com mais de 20 anos de experiência e 10 anos à frente da M.SEO, Humberto é a força motriz por trás das campanhas de tráfego pago que realmente fazem a diferença. Seu trabalho abrange desde empresas de serviços e indústrias até e-commerces, sempre com um foco claro: gerar resultados. O que o distingue é sua habilidade em entender as nuances de cada negócio, concentrando-se no que realmente importa – rentabilidade. Ele não apenas conhece o mercado, como os altos e baixos de ser empresário, o que lhe dá uma perspectiva única e valiosa. Essa experiência prática, aliada a um olhar atento para o que funciona de verdade, permite a Humberto entregar resultados excepcionais, com investimentos inteligentes e o melhor retorno para seus clientes.
Para mais informações, visite o LinkedIn

 

A inclusão de profissionais superdotados no mercado de trabalho

Doutora e Pesquisadora em Superdotação, Criatividade, Expertise e parceira da Vetor Editora


O papel dos superdotados no mercado de trabalho deve levar em consideração não apenas sua inteligência, criatividade e liderança, mas também suas habilidades sociais, emocionais e intelectuais, por se tratar de fatores que impactam o desempenho e desenvolvimento na carreira. Isto se torna uma condição precípua para melhorar a compreensão e fomentar a valorização do potencial de superdotados no ambiente profissional. 

Conhecer sobre a importância de questões que envolvem a presença deles no mercado de trabalho é fundamental para promover um ambiente profissional mais inclusivo, inovador e produtivo. Sobretudo quando se trata de inclusão, este tema torna-se ainda mais crítico, pois são adultos neurodivergentes que se veem revivendo e ressentindo uma realidade, dificultando que se esqueçam de toda a emoção negativa e estressante que viveram em sua trajetória escolar na infância e adolescência. 

A inclusão organizacional garante que esses profissionais sejam reconhecidos, valorizados e tenham oportunidades iguais de emprego e desenvolvimento profissional. A inclusão nestes ambientes envolve alguns aspectos muito específicos, entre eles:
 

Reconhecimento de habilidades únicas

O reconhecimento das habilidades únicas, com altos níveis de execução, significa reconhecer e valorizar o que eles têm de excepcional. Habilidades adicionais, como inteligência acima da média, criatividade, capacidade de aprendizado acelerado e pensamento crítico, memória excepcional, são competências consideradas ativos que podem contribuir significativamente para o sucesso da empresa. Para isso, é necessário adaptar o ambiente de trabalho às necessidades específicas, oferecendo desafios intelectuais, oportunidades de aprendizado contínuo, autonomia no trabalho e estímulo à criatividade.
 

Diversidade e integração nas organizações

Pessoas com capacidade mental acima do padrão típico promovem a diversidade e a integração nas organizações, enriquecendo os ambientes de trabalho com variedade de talentos, o que resulta em inovação e perspectivas diferenciadas. Proporcionar oportunidades de desenvolvimento profissional alinhadas com as habilidades e interesses é essencial para o crescimento e progressão na carreira e bem-estar subjetivo que contribuem para a qualidade de vida.
 

Equidade de oportunidades

Garantir equidade de oportunidades, assegurando que recebam tratamento justo e igualitário em termos de emprego, promoção e reconhecimento, sem discriminação com base em suas habilidades excepcionais. A inclusão nestas condições beneficia as organizações, promovendo um ambiente de trabalho inovador, colaborativo e equitativo, trazendo uma dinâmica repleta de energia para todos os colegas de trabalho. 

Compreender sobre a importância destas pessoas e valorizá-las no mercado de trabalho é fundamental para reconhecer o potencial único que esses profissionais trazem para as organizações. Ao conhecer suas habilidades excepcionais, as empresas podem direcionar melhor seus talentos, promovendo um ambiente que estimule o desenvolvimento de cada um e favoreça a diversidade e inclusão também nas equipes. 

Ao adotar esta mentalidade, as organizações e sociedade podem criar ambientes mais inclusivos, adaptados às necessidades de todos, promovendo a igualdade de oportunidades e valorizando a diversidade de habilidades superiores e perspectivas. Os superdotados possuem habilidades criativas e capacidade de pensamento crítico muito acima da média, o que impulsiona a inovação e a resolução de problemas complexos. 

Por fim, considerar as questões relacionadas aos superdotados no mercado de trabalho reflete um compromisso com a responsabilidade social e a ética empresarial, promovendo um ambiente inclusivo que valoriza a diversidade de perfis. Destacar a importância dessa compreensão não apenas ressalta a relevância de valorizar a diversidade, mas também evidencia os benefícios tangíveis que essa abordagem pode trazer para as organizações, para os próprios profissionais superdotados e para a sociedade como um todo.
 

Dra. Olzeni Ribeiro - pesquisadora na área da Superdotação, Criatividade e Expertise, parceira da Vetor Editora, Mestre, Doutora-PhD em Educação, com ênfase na educação de superdotados e dupla excepcionalidade. É consultora na área, especialista no apoio especializado a famílias e escolas. Realiza avaliação imersiva e multidimensional em crianças e adolescentes de 2 anos e meio a 16 anos de idade.

 

Atacarejos ‘roubam’ vendas até de mercadinhos

Grupo Muffato
divulgação
Em um ano, participação dos cash and carry cresceu até em vendas de produtos para consumo imediato. Para especialista, dados sugerem a importância de o lojista conhecer a sua clientela

 

Desde que chegaram ao Brasil, na década de 1970, os atacarejos tinham uma missão. Vender produtos em grandes quantidades, com preços menores, para pequenos empresários.

Um tempo depois, especialmente em períodos de inflação elevada, as famílias também acabaram recorrendo aos tais cash and carry (pague e leve) para realizar as compras do mês.

Para atender a clientela cada vez mais exigente, as lojas foram se modificando, incluindo novas seções, como açougue, padaria, cafés a ponto de até se confundirem com os supermercados.

Mais recentemente, os atacarejos, até então localizados em áreas mais afastadas, começaram a ir para os bairros. Tudo para estar cada vez mais perto dos clientes.

Eis o resultado: os cash and carry estão roubando público e vendas até de minimercados em quatro missões de compra: abastecimento (para o mês), reposição, rotina e consumo imediato.

A constatação é da Varejo 360, empresa de inteligência e pesquisa de mercado, com base em informações de compras de cerca de 56 mil consumidores no Estado de São Paulo.

Comparando dois períodos idênticos (de agosto de 2022 a julho de 2023 com a agosto de 2023 a julho deste ano), a participação dos atacarejos cresceu em quatro missões de compra.

Nas compras de abastecimento (para o mês), acima de 20 itens, a fatia subiu de 46,9% para 49,3%. Nas compras de reposição, entre 9 e 20 itens, de 23,6% para 24,8%. Nas de rotina, entre 4 e 8 itens, de 15,7% para 16,5% e, nas de consumo imediato, de 13,9% para 14,4%.

Os minimercados, em sentido inverso, perderam vendas nas quatro missões de compra.

Nas compras de mês, a participação caiu de 2,4% para 1,9%, nas de reposição, de 7,2% para 6,1%, nas de rotina, de 12,7% para 11,6% e, nas de consumo imediato, de 17,4% para 17%.

Os supermercados perderam participação em duas missões de compra: abastecimento (compra de mês), de 46% para 44%, e reposição, de 63,7% para 63,3%.

Nas compras de rotina e nas de consumo imediato, os supermercados mantiveram os percentuais, de 66,4% e de 62,7%, respectivamente.

Os hipermercados perderam participação nas compras de consumo imediato, de 6% para 5,9% e mantiveram o percentual, de 4,8%, nas compras de mês. Nas compras de reposição, a fatia subiu de 5,5% para 5,8% e, nas de rotina, de 5,3% para 5,4%.

“Inicialmente, os atacarejos roubavam clientes dos hipermercados. Hoje, os dados mostram que estão pegando venda de mercadinhos”, diz Fernando Faro, fundador e COO da Varejo 360.

O objetivo dos cash and carry, diz, sempre foi o de capturar público de outros formatos. Agora, eles estão conseguindo, ao incluírem seções de carnes, frutas, verduras, pães, frios.

Para o levantamento, a Varejo 360 considerou cerca de 6,9 milhões de tíquetes, que somam gastos de R$ 627 milhões, no período de agosto de 2023 a julho deste ano, no Estado de SP.

No período imediatamente anterior, de agosto de 2022 a julho de 2023, foram considerados 6,5 milhões de tíquetes (gastos de R$ 560 milhões) enviados por consumidores.

Ao atrair os clientes nas quatro missões de compras, os atacarejos acabaram ganhando participação no total das vendas do varejo alimentar.

Nos dois períodos comparados, a parcela dos cash and carry subiu de 30,94% para 32,41%, no Estado de São Paulo, de acordo com a Varejo 360.

Os supermercados reduziram a participação de 56,61% para 55,78%. Os minimercados, de 7,25% para 6,5%. Os hipermercados registraram um pequeno aumento, de 5,20% para 5,31%.

De acordo com a Varejo 360, os atacarejos também ganharam participação em número de visitantes em duas missões de compra: rotina, de 26,76% para 27,06%, e de reposição, de 25,62% para 26%, justamente as mais atendidas por supermercados e minimercados.

As parcelas das visitas para a compra do mês (abastecimento) e para consumo imediato caíram um pouco, de 24,25% para 23,79% e de 23,37% para 23,15%, respectivamente, no período.


MAIS LOJAS E SERVIÇOS

“Os atacarejos continuam abrindo lojas e estão cada vez mais presentes no dia a dia das pessoas em diferentes ocasiões de compra”, afirma Olegário Araújo, pesquisador do FGVcev - Centro de Excelência em Varejo da Fundação Getúlio Vargas.

Em entrevista ao Diário do Comércio no final do ano passado, Ricardo Roldão, presidente do conselho da rede Roldão, disse que as suas lojas estavam no caminho de oferecer mais produtos e serviços para os clientes.

“Vamos procurar soluções que não aumentem a nossa despesa. O açougue não terá atendimento direto, mas vamos oferecer carnes já embaladas”, afirmou.

Relatório da ABAAS (Associação Brasileira dos Atacadistas de Autosserviço), em parceria com a NielsenIQ, mostra que o setor de atacarejo faturou R$ 300 bilhões no país em 2023.

De acordo com o relatório, há mais de 2 mil lojas com este formato no Brasil, das quais 162 foram inauguradas no ano passado. A maioria das redes mantém planos de expansão.


REFLEXÃO

Os dados da Varejo 360, de acordo com Araújo, merecem reflexão dos varejistas. É um alerta para a necessidade de a loja conhecer, e muito bem, a clientela que está ao seu redor.

“A pergunta que tem de ser respondida pelo varejista de qualquer formato de loja é a seguinte: qual é a necessidade do cliente que frequenta a minha loja? E trazer soluções para ele”, afirma.

Pode se dizer que, há uma década ou até menos, diz, o lojista olhava somente para o perfil do seu negócio. Hoje, tem de olhar o perfil do cliente para atendê-lo da melhor forma.

Ao assistir uma webinar de assuntos de varejo no Reino Unido, Araújo diz que um dos participantes usou uma expressão que vale muito para o varejista brasileiro.

“A loja tem de ter vários chapéus. O do abastecimento, o de reposição, o de rotina e o de consumo imediato. Parece simples, mas é uma mudança grande, pois implica conhecer as pessoas, os hábitos de consumo e acompanhar todos esses indicadores”, diz.

Para ele, foi-se o tempo em que o lojista se preocupava com a fotografia do mês. “Hoje, o varejista tem de olhar um filme, o histórico do negócio, como frequência de compra, tamanho da família, diversidade etária, número de itens, valor de cupons.”

Um lojista, diz, não pode mais tomar decisões no modo achismo.

“Precisa estar embasado em dados, pois as mudanças são sutis e, quando percebe que algo está errado, pode ser tarde demais para reagir.”

Não por acaso, diz, os atacarejos estão trabalhando com embalagens menores de produtos, justamente para atender às novas demandas dos lares, que estão ficando menores.

“Há também mais veganos, vegetarianos. A longevidade tem impacto direto no sortimento, que é a identidade de uma loja. Tem de ter soluções para todos esses clientes”, diz Araújo.

Repetindo uma frase de um empresário inglês do setor, diz ele, ir às compras é mais do que simplesmente comprar.

“Independentemente de formato, as lojas têm de estar preparadas para atender às necessidades humanas”. Os atacarejos estão correndo atrás.

 


Fátima Fernandes
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/atacarejos-roubam-vendas-ate-de-mercadinhos

 

Busca por autonomia é o que mais encoraja profissionais a empreenderem no setor de serviços, aponta pesquisa

Levantamento realizado pelo GetNinjas busca traçar um perfil do empreendedor brasileiro e entender quais são suas dificuldades e expectativas

 

Um novo levantamento demonstrou que a busca por autonomia é o que mais impulsiona profissionais do setor de serviços a empreenderem no Brasil. Segundo dados da Pesquisa do Empreendedor 2024, realizada pelo GetNinjas, maior plataforma para contratação de serviços do Brasil, 61% dos entrevistados têm essa motivação como a principal em sua empreitada empreendedora, à frente de razões como flexibilidade de horário e falta de oportunidades no mercado formal.

 

Os números destacam que a oportunidade de lucros maiores foi o indutor de 41,47% dos profissionais entrevistados, enquanto a flexibilidade de horário foi o mais importante para 33,73% dos respondentes. A pesquisa foi realizada com mais de 60 mil profissionais cadastrados no GetNinjas que atendiam alguns critérios específicos, como atendimentos realizados nos últimos 90 dias. A confiabilidade do levantamento é de 95%, com margem de erro de 5%.

 

“Os dados dessa edição da pesquisa reforçam uma percepção que as informações do ano passado nos deram, de que o ato de empreender vem deixando de ser uma atitude desesperada, que ocorre por necessidade, e está cada vez mais se tornando uma opção para profissionais”, pontua Marília Dolce, Diretoria de Operações do GetNinjas. “Um dado que corrobora essa percepção é o crescimento de pessoas que têm a realização de paixões e interesses como motivação para empreender, que cresceu de 12,5% para 33,73%, demonstrando que o empreendedorismo cada vez mais é visto como um caminho viável para realizações no longo prazo”, pontua.


 

Cresce número de MEIs e profissionais buscam capacitação

Em sua segunda edição, a Pesquisa do Empreendedor mostrou que houve um aumento de cerca de 11,5% do número de profissionais enquadrados como MEIs (Microempreendedores Individuais), que são trabalhadores autônomos, que possuem uma empresa aberta mas atuam individualmente, com ganhos anuais de até R$ 81 mil (R$ 6.750 mensais). Entre os profissionais cadastrados no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), cerca de 75% estão enquadrados como MEIs.

 

A pesquisa também questionou os profissionais sobre a realização de atividades ou cursos com relação ao empreendedorismo nos últimos dois anos. Cerca de 62% disseram ter feito alguma capacitação ou formação na área nesse período. Porém, mesmo que não buscou por meios de educação formal, procurou algum tipo de conteúdo que pudesse ajudar no crescimento profissional, seja em livros, blogs, sites, canais de vídeo ou podcasts. Os temas mais buscados foram: estratégia de negócios, desenvolvimento profissional, gestão financeira, marketing e experiência do cliente.


 

Desistir é cada vez menos uma opção

Embora o perfil do empreendedor brasileiro esteja mudando, alguns velhos problemas seguem incomodando os profissionais autônomos. A principal delas é a carga tributária elevada, que é considerada como uma grande dificuldade para empreender no Brasil para mais de 62% dos entrevistados, enquanto a burocracia excessiva é um problema relevante para em torno de 41%. “A burocratização de alguns processos tem sido cada vez mais vista como um problema para os empreendedores. Ano passado, por exemplo, esse tema foi o quinto mais citado, enquanto em 2024, alcançou a vice-liderança entre as dores dos profissionais autônomos”, analisa Marília.

 

No entanto, mesmo enfrentando altos impostos e uma dificuldade fora do comum para conseguir operacionalizar o pagamento deles, desistir não chega a ser uma opção para a maioria dos empreendedores, com em torno de 56% dos entrevistados não chegando a cogitar fechar suas empresas em nenhum momento.

 

“Mesmo se queixando de aspectos como dificuldade na captação de clientes, falta de acesso a crédito, instabilidade, concorrência desleal e impostos, o perfil do novo empreendedor do setor de serviços é de resiliência e pensamento de longo prazo, com capacitação permanente e consumo de conteúdo voltado para seu crescimento pessoal e profissional. Este perfil ajuda na criação de um terreno fértil para que o setor de serviços seja cada vez mais competitivo, mas com espaço para que mais profissionais prosperem dentro de suas respectivas áreas”, conclui o executivo.


 

GetNinjas


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