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terça-feira, 21 de agosto de 2018

Tecnologia no Varejo: custo ou receita?


A tecnologia da informação transformou a maneira como vivemos. Mudou também o jeito como fazemos negócios, a rotina de trabalho de muitos profissionais e influenciou até mesmo o comportamento dos consumidores. Ao longo de quase 30 anos à frente da Presence, uma empresa de desenvolvimento de sistemas para o mercado de varejo, pude não só testemunhar essa revolução, como também participar ativamente desse movimento.

Desde o início de nossa trajetória, percebemos o quanto soluções inovadoras podem contribuir para o crescimento das empresas. Mas essa percepção só veio ganhar força entre os agentes varejistas agora, recentemente. Investir em tecnologia, antes, era encarado como um custo. O varejista não conseguia enxergar benefícios diretos, muito menos os intangíveis. O negócio sempre foi encostar o umbigo no balcão e caprichar no atendimento. O resto era só resto. Mas isso mudou e a tecnologia agora passou para o primeiro plano da estratégia de qualquer lojista que queira sobreviver e seguir competitivo no mercado.

A consultoria Planet Retail RNG divulgou há pouco um dado alarmante: importantes redes do varejo mundial perderam quase US$ 99,5 bilhões, no Brasil esse valor chegou a US$ 2,34 bilhões. E sabe qual é uma das principais causas desse cenário? A má gestão de estoques, um dos principais (se não o principal) componente do varejo. É preciso ter a mercadoria disponível no momento certo. A falta do produto gera perda de venda, que geralmente nem é contabilizada, é uma perda oculta. Por outro lado, se há um grande volume de itens errados ou desnecessários armazenados, a empresa também perde com capital de giro, colocando dinheiro em algo que não dá retorno.

É aí que entra a tecnologia, convertendo informação em vantagem competitiva. Com o apoio de soluções inteligentes é possível ter acesso à informação de qualidade em tempo real, ação fundamental para evitar perdas nos estoques e erros operacionais. Um ótimo exemplo disso é o sistema de identificação por radiofrequência (RFID), capaz não só de oferecer qualidade de dados, mas apontar possíveis perdas, possibilitar campanhas de reposição de produtos e redução de estoque de ponta. Isso é informação de qualidade! Essencial para todos os varejistas.

Outro ponto importante para o dia a dia do varejista é agilidade para acompanhar o que está acontecendo dentro da empresa a todo instante. Agilidade que está ao alcance das mãos! Com versões mobile de aplicativos de gestão, temos acesso muito mais rápido a dados importantes para o negócio, o que amplia consideravelmente o poder de gerenciamento. Para chegar lá, é preciso investir em novas ferramentas e soluções. Não tem milagre.

O que minha experiência mostrou em quase três décadas é que investir em TI resulta em receita e manter-se atualizado é imperativo para quem quer se destacar no mercado, seja reduzindo custos, fazendo previsões adequadas de vendas ou simplesmente sendo mais ágil na hora de remanejar equipes ou produtos entre lojas. Hoje é facilmente comprovado que cada centavo aplicado é revertido em vendas na razão de 3 a 4. Assim, por mais recessivo que esteja o mercado, devemos cada vez mais investir em tecnologia, em sistemas que aumentem os lucros no médio e longo prazo.

Usar a TI em uma empresa é como mudar o rumo de um time em um campeonato de futebol. Depois de uma partida, é comum olhar o resultado da equipe, analisar números, estudar estatísticas para, então, na semana seguinte, montar um esquema diferente ao concluir que o time estava jogando muito pela direita. Pode parecer uma excelente estratégia, mas a verdade é que a mudança deveria acontecer durante o jogo, não depois da partida acabar. E é isso que precisamos fazer no varejo, corrigir a rota enquanto o jogo acontece, ao invés de observar apenas os números do passado. As decisões têm que ser feitas no dia, na hora, e a grande vantagem é evitar prejuízos, reduzir custos e garantir maior controle na gestão empresarial. O resultado é a multiplicação daquela pequena parcela de gastos em TI. É assim que a tecnologia passa de custo a receita, um verdadeiro golaço para o mercado varejista.



Presence
www.presence.com.br

ETCO: Protocolo de combate ao contrabando de cigarros depende do Paraguai para ter efetividade


PRNewswire/ -- O Protocolo para a Eliminação do Comércio Ilícito de Produtos do Tabaco (ITP na sigla em inglês), documento da Organização Mundial de Saúde, foi ratificado por 40 países e deverá se tornar lei internacional ainda este ano. Apesar de seis países latino-americanos terem assinado o documento (Brasil, Costa Rica, Equador, Nicarágua, Panamá e Uruguai), sem a adesão do governo do Paraguai – um dos maiores produtores de cigarros e responsável por boa parte dos maços contrabandeados vendidos na região, em especial no Brasil - especialistas acreditam que os efeitos sobre a ilegalidade na região serão nulos.

"Além da adesão do Paraguai ao ITP, é fundamental que, no Brasil, os esforços para a implementação do protocolo sejam liderados por órgãos ligados à Defesa e Segurança Pública. O combate ao contrabando de cigarros no Brasil é um tema altamente complexo, que precisa da integração entre essas forças em todos os níveis, desde órgãos federais nas fronteiras, até os municípios", pondera o presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), Edson Vismona.

Ele lembra que, em 2017, o Paraguai produziu cerca de 60 bilhões de cigarros, mas que o consumo interno e as exportações legais somaram apenas 7,5 bilhões de unidades. "Todo este saldo de mais de 52 bilhões de cigarros é contrabandeado para países da região, especialmente o Brasil, onde o mercado ilegal já chegou a 48%" explica Vismona.

Para o presidente do ETCO, este é um problema que afeta a segurança no país, e deve ser encarado como tal: "É claro que os ministérios da Saúde e Agricultura são fundamentais nessa luta, mas precisamos de ações firmes para barrar a atuação das quadrilhas que dominam o comércio de cigarros contrabandeados no Brasil".

A posse do novo presidente do Paraguai é apontada por Vismona como uma oportunidade para que o país deixe de ser visto como fonte de contrabando. "Mario Abdo Benítez afirmou que irá combater o contrabando e a informalidade. Precisamos que o Itamaraty atue fortemente junto ao novo governo para que o Paraguai ratifique o ITP, e para que também passe a regular seu mercado de tabaco de forma mais rígida, superando desequilíbrios que fomentem ainda mais o avanço do contrabando entre os países do Cone Sul" finaliza.





Flávio Simonetti


FONTE ETCO



Setembro: 80% das empresas irão perder certificações ISO 9001 e 14001


No mês de setembro, a versão 2008 da norma ISO 9001 (qualidade) e a versão 2004 da norma ISO 14001 (ambiental) simplesmente perderão a validade. Segundo dados obtidos no site do Inmetro, responsável pela acreditação das normas no Brasil, cerca de 80% das empresas brasileiras certificadas - mais de 19 mil - ainda não efetuaram a migração para a nova versão da norma, que está em vigor desde 2015. As empresas que não fizerem a atualização, perderão a certificação por completo. Entre os motivos para o atraso, estão os cortes advindos da crise, a falta de conhecimento dos empresários quanto à necessidade de atualização e o velho hábito do brasileiro de deixar tudo para a última hora.

De tempos em tempos as normas são revistas, a fim de garantir que os requisitos avaliados estejam em conformidade com as transformações pelas quais o mercado atravessa. O objetivo é mantê-las atualizadas, garantindo sempre as melhores práticas. A grande novidade da versão 2015 é a inclusão de metodologias para a gestão de riscos, garantindo mais qualidade aos produtos, redução dos impactos ambientais e dos problemas financeiros. As normas dão garantias ao mercado de que suas organizações possuem altos padrões de qualidade dos produtos e/ou serviços prestados (ISO 9001), além que cumprem rigorosamente as legislações ambientais do país (ISO 14001).

O Brasil já foi o 10° país do mundo em número de certificações, sendo o maior da América Latina. No total, 19.274 empresas brasileiras conquistaram a ISO 9001 na versão 2008. No entanto, apenas 3.184 possuem a versão 2015. No caso da ISO 14001, 2.226 possuem a versão 2004. Na 2015, apenas 401. De acordo com o mesmo levantamento, as indústrias, o mercado de construção civil e automobilístico são os que estão mais atrasados na atualização da norma. Caso as empresas realmente deixem de fazer a migração, passaremos então ao menor número de empresas certificadas no continente latino-americano. Dessa forma, o Brasil irá perder competitividade com empresas estrangerias e uma parcela significativa da sua participação no mercado exterior.

Além de melhoria nos processos, empresas certificadas conquistam muitos outros benefícios. Há significativa redução nos desperdícios, os chamados savings, e ainda uma grande melhoria na imagem perante o perante a sociedade, visto que várias ações de marketing valorizam esse tipo de reconhecimento. Cabe destacar ainda que boa parte das empresas de grande porte e multinacionais só costumam aceitar fornecedores certificados, reduzindo drasticamente a participação de mercado das não certificadas. Isso reduz o market share e, consequentemente, as possibilidades de receita das empresas.

O custo de ficar de fora das oportunidades certamente é muito mais alto do que os investimentos envolvidos para a conquista das certificações. As empresas de pequeno e médio porte, cujo faturamento não justifica a manutenção de um departamento interno de qualidade, devem recorrer às consultorias. Além de contar com auditores especializados, que conhecem cada detalhe dos requisitos, essas empresas cuidam de todo o processo, desde a análise da organização, passando pela apresentação da solução até o acompanhamento junto às certificadoras, que farão apenas a avaliação dos itens da norma. Normalmente, essas consultorias atrelam parte de sua remuneração ao sucesso da certificação. Sendo assim, a empresa tem garantia na qualidade do serviço prestado.

A grande questão é que, se as empresas ainda não iniciaram o processo de atualização no mês que vem elas perderam a certificação das normas. Afinal apesar de simples, o processo é um pouco demorado. Em média, leva-se em torno de 6 a 8 meses para concluir todas as etapas da certificação ou da recertificação. Portanto, veremos nos próximos anos o Brasil perdendo muita competitividade no mercado global. O fato pode agravar ainda mais a crise que assola o Brasil, inclusive influenciando negativamente o PIB. 







Alexandre Pierro - engenheiro mecânico, bacharel em física aplicada pela USP e fundador da PALAS, consultoria em gestão da qualidade.



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