Pesquisar no Blog

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Brasil tem a maior taxa de ansiedade do mundo


 Segundo a OMS, 9,3% dos brasileiros convivem com a patologia


Dados recentes divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que 9,3% dos brasileiros apresentam os sintomas de ansiedade. Infelizmente, o Brasil é o líder mundial na patologia, apresentado números três vezes maiores que a média mundial. Na América do Sul, por exemplo, os índices brasileiros superam países que se encontram em estado alarmante quando o assunto é ansiedade, entre eles Paraguai (7,6%), Chile (6,5%) e Uruguai (6,4%).

Hoje, os transtornos derivados da ansiedade já são a terceira razão de afastamentos do trabalho no Brasil, sendo que os gastos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) giram em torno de R$ 200 milhões em pagamentos de benefícios anuais, de acordo com dados da Previdência Social.  Segundo Dr. Massimo Colombini, médico da família do aplicativo Docway, acredita-se que esses números são decorrentes dos conflitos sócio-ecônomicos, da violência, trânsito nas grandes cidades, e instabilidade política,  que geram grande tensão na população, situação que se agravou nos últimos anos aqui no Brasil. Mas  afinal de contas, o que é ansiedade, quais seus sintomas, e como previnir-lá? O médico explica que a ansiedade é que uma resposta subjetiva ao estresse sofrido por um indivíduo, para a medicina existem dois tipos de transtono o Transtono de Ansiedade Generalisada (TAG) e a Síndrone do Pânico, ambos constinuem doenças graves e precisam ser tratados por um psiquiátra com o uso de medicamentos adequados para o controle dos sintomas e em alguns casos com a possibilidade de cura em alguns casos.

Quanto aos sintomas, o médico explica que eles podem variar de acordo com cada paciente. “Os sintomas são muito variáveis, desde uma sensação de angústia, mal-estar, coração acelerado, desatenção, tremores, entre outros. O que pode levar a sentimentos de grande desespero com prejuízos a vida de quem sofre com esse transtorno”, comenta. Assim como o tratamento, ele também vai variar de acordo com cada paciente, o grau de estresse, de ansiedade de cada indivíduo. “A forma com que a pessoa lida com a ansiedade é muito individual, quando ela procura ajuda no consultório procuro analisar a melhor forma de trabalhar o problema para que os resultados sejam satisfatórios”, completa o médico.

Confira dicas especiais do especialista para controlar a ansiedade:

1.         Pratique atividades físicas: nosso corpo produz endorfina que é um hormônio que propicia uma sensação de bem-estar, satisfação e relaxamento;

2.         Beba água: considerada um “calmante” natural, é fundamental e ajuda no controle da ansiedade;

3.         Respire lentamente: o simples fato de respirar lenta e profundamente algumas vezes acalma.;

4.         Conversar/desabafar com pessoa amiga, profissional de saúde, terapeuta ou coach: resulta em grandes benefícios e pode contribuir para reduzir bastante a ansiedade;

5.         Atividades em contato com a natureza ou animais: traz paz e sensação de plenitude para a maioria das pessoas;

6.         Técnicas de meditação ou atividades de relaxamento: mindfulness, yoga, pilates, exercícios de alongamento e Lian Gong;

7.         Música e dança: são atividades excelentes, procure uma que você goste;

8.         Atividades artísticas e culturais: desde fazer um simples desenho, escrever uma poesia, uma crônica ou uma história, até pintar um quadro, atividades manuais ou artesanato podem trazer grandes benefícios;

9.         Compreender que “preocupações” muitas vezes são apenas “pré-ocupações”, assim o simples fato de refletir em cada situação que gera ansiedade se existe algo a ser feito naquele determinado momento, se tiver atuar sobre a situação e deixar de pensar; e se não tiver nada a ser feito procurar pensar em situações agradáveis que distraiam a mente.

10.     reconnective healing/ cura reconectiva: desenvolvida nos Estados Unidos e utilizada no mundo todo, promove bem-estar, equilíbrio físico e emocional.

Setembro Amarelo: especialista afirma que a chave da prevenção ao suicídio é a comunicação

O novo Boletim Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por Suicídio no Brasil, divulgado pelo Ministério da Saúde na última quinta feira, faz um alerta sobre a intoxicação exógena (substâncias químicas intoxicantes), meio utilizado por mais da metade das tentativas de suicídio notificadas no país, de acordo com o levantamento. Com relação aos óbitos, a intoxicação é a segunda causa, com 18%, ficando atrás das mortes por enforcamento, que atingem 60% do total. As mulheres, inclusive, representaram quase 70% do total de tentativas de suicídio por intoxicações desse tipo. Dos agentes tóxicos utilizados, os medicamentos representam 74% das tentativas entre as mulheres e 52% entre os homens.

Segundo o Ministério, nos últimos onze anos, dos 470.913 registros de intoxicação exógena, 46,7% foram devido à tentativa de suicídio. Em 2017, o número registrado foi cinco vezes maior do que 2007, saiu de 7.735 para 36.279 notificações.

O problema, que muitas vezes é um grande tabu, pode não ser previsível, mas ele pode ser “prevenível”. Aproveitando o Setembro Amarelo, o mês de prevenção ao suicídio, Jussara Cavalcanti, psicóloga da Clínica Maia, explica que é preciso mais espaço para falar sobre os sentimentos, poder “botar pra fora” a tristeza, raiva, angústia, decepção, frustração, e não só demonstrar a costumeira e ilusória felicidade das redes sociais. “Nós não temos mais espaço para sofrer. E isso é algo que não afeta só adultos, mas também, em especial, os jovens.  Os pais (ou responsáveis) precisam acolher mais o sofrimento de seus filhos e enxergar que tipo de sofrimento ele está tentando ‘comunicar’. É imprescindível não só ouvi-los, como também realmente escutá-los: acolhê-los, percebê-los”, ressalta.

Segundo Jussara, que é especialista em atendimento e acolhimento infantil, adolescente e familiar, na adolescência, por exemplo, nem tudo deve ser tido como normal, comum, “coisa da fase”. O isolamento do convívio social e familiar de qualquer tipo deve acender um alerta. “Nem sempre é timidez demais, nem sempre passa. Seu filho se isolou? Converse com ele, tente entender o que está acontecendo e qual a raiz do problema. Esse pode ser um sinal de socorro. É preciso ficar atento às atitudes estranhas, comportamentos incomuns, que surjam de repente, como sono excessivo ou falta dele, ausência de entusiasmo, sinais físicos de automutilação (uma prática perigosa e um sinal claro de uma saúde mental fragilizada). É essencial sempre dialogar para verificar o que está dando origem a esse tipo de comportamento”. 

De acordo com a profissional, palavras e frases como fracasso, “você não será nada na vida”, “você não serve para nada”, assim como comparações com outros irmãos e/ou amigos, só causarão mais a dor. É importante não julgar, mas sim cuidar.

A especialista aponta também que a irritabilidade, tanto em crianças, quanto em adolescentes, é comum sim, mas se ela for intensa, extrema, corriqueira, agressiva, há um problema aí - assim como manifestações de tristeza e infelicidade. “É sempre importante não agir como se fosse tudo normal, porque há grandes chances de não o ser.A juventude pode ser assustadora, com pressões de todos os lados: expectativas sobre o adolescente, necessidade de aceitação, abordagem da orientação sexual e o horror ao fracasso e à exclusão/segregação. É essencial bater um papo com os jovens sobre isso, falar das próprias experiências como adultos e pais e deixar claro que ele pode contar com você e desabafar. Isso é algo extremamente importante”.

Além disso, a psicóloga também faz um alerta: o ambiente de casa e da escola precisa ser saudável e inclusivo. “O jovem já tem de lidar com uma série de transformações na transição da fase infantil para a da adolescência e, posteriormente, para a fase adulta e, muitas vezes, ter de encarar também fatores externos a isso pode afetar a sua saúde emocional consideravelmente. Esse é um fator muito importante e pode ser aconselhável a ajuda de um profissional, não devendo nunca esse auxílio ser motivo de preconceito.” 

Algumas formas de se expressar, de acordo com a profissional, também são “sintomas” importantes:“ ‘Estou cansado demais de tudo’; ‘Não aguento mais isso’; ‘Eu não vou suportar se eu não conseguir’; ‘Eu gostaria de sumir’. Não é drama. É importante saber o porquê delas e orientar, aconselhar. É imprescindível que esse tipo de manifestação emocional não seja negligenciada, tantos em jovens como em adultos. A depressão, por exemplo, é uma doença séria e como tal deve ser tratada. Ela chega de forma silenciosa e aos poucos vai tomando espaço, de forma que as pessoas tentam buscar no suicídio o alívio para esta dor e para o vazio interno que costumam sentir”, esclarece a especialista.

Para Jussara, a chave da prevenção ao suicídio é a comunicação. É fundamental sempre conversar com a criança, com o adolescente, com o adulto em sofrimento, independente de qualquer coisa. “É necessário se mostrar aberto, dizer ‘eu também sofro’, mostrar que é algo humano, que é possível fracassar, que na vida há sofrimentos, com altos e baixos, e que viver é a melhor opção, e a única saída é a ajuda. É preciso lembrar sempre que a confiança e o amor são fundamentais na prevenção de qualquer situação emocional. E, sobretudo, não ter receio de buscar auxílio de um profissional ou serviço de saúde. Se necessário (e é algo bem possível), procure auxílio para si mesmo também, como familiar, amigo, pai e mãe. Existem, inclusive, redes de apoio bastante acolhedoras”, finaliza.


Dia Mundial do Coração: cuide bem do seu para evitar possíveis ataques


No dia 29 de setembro é comemorado o Dia Mundial do Coração. A data, que foi escolhida pela Federação Mundial do Coração (World Heart Federation), tem como principal objetivo alertar sobre os perigos que atingem o órgão e o que deve ser feito para prevenir ataques. De acordo com pesquisa realizada pela Organização Mundial da saúde (OMS), as doenças cardiovasculares são as principais causas de óbitos no mundo. Cerca de 17,7 milhões de pessoas foram vitimadas em 2015, o que representa 31% de todas as mortes em nível global.

E você sabe o que são doenças cardiovasculares? São uma classe de enfermidades que atingem o coração e também os vasos sanguíneos. As mais conhecidas são: doença arterial coronariana (que inclui o infarto), pressão alta, parada cardíaca, insuficiência cardíaca, alteração nos batimentos cardíacos (arritmia), doença arterial periférica, derrame cerebral (AVC), cardiopatia congênita, entre outros.

As pessoas que mais tem probabilidade de desenvolver algum tipo de problema no coração são: as sedentárias, que se alimentam mal, fumam, possuem colesterol elevado, diabéticos, as que tem um nível de estresse alto ou com histórico da doença na família.  Esse grupo de risco deve ficar atendo a saúde, uma vez que os problemas no coração não surgem de uma hora para outra. Algumas delas vão se desenvolver ao longo dos anos e só serão identificadas após exames específicos como o eletrocardiograma.

E como identificamos os principais sinais de algo não vai bem? Tonturas, pressão alta, cansaço, falta de ar em estado de repouso, palpitações ou alterações no ritmo cardíaco, inchaço e dor na região das pernas, alteração de cor na ponta dos dedos ou nas unhas. Esses são alguns sintomas que merecem atenção redobrada e uma visita regular ao médico.

A melhor forma de prevenção e tomar conta da alimentação, não exagerar no sal, na gordura e redobrar os cuidados com bebidas alcoólicas, pois esses componentes funcionam como estimulante, o que pode piorar os quadros hipertensivos, arritmias e infartos, e também como um vasoconstrictor (provoca a diminuição do diâmetro das veias e artérias).

Portanto, fique sempre atento aos sintomas e procure ajuda médica. Faça exames regularmente, pratique atividade física e evite os excessos, principalmente se já existem casos de doenças no coração na família. É melhor prevenir do que remediar.  O que no caso de uma enfermidade no coração, pode não dar tempo de cuidar. 





Pedro Rubens Pereira Junior - coordenador de Cardiologia do Pronto Atendimento adulto do HSANP, centro hospitalar da Zona Norte de São Paulo (SP).

Posts mais acessados