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terça-feira, 31 de maio de 2016

HÁ 45,8 MILHÕES DE PESSOAS ESCRAVIZADAS[1] NO MUNDO TODO






As pessoas em regime de escravidão moderna no mundo todo são 28% a mais do que o previsto anteriormente, de acordo com o Índice de Escravidão Global de 2016.

A Fundação Walk Free, de Andrew Forrest, faz um apelo para que as dez maiores economias do mundo promulguem leis para garantir que todas as organizações se responsabilizem pela escravidão moderna em suas cadeias de suprimento.

No Continente Americano, estima-se que mais de 2.048.100 pessoas estejam sob alguma forma de escravidão moderna, representando o total mundial.

No Brasil, são 161.100. Hoje, esse número é maior, de acordo com o Índice de Escravidão Global de 2014, que registrou 155.300 pessoas no regime de escravidão moderna.

O México é o país com o maior número absoluto de pessoas supostamente em regime de escravidão moderna, com 376.800. No Peru, são 200.500.

Foram realizadas mais de 42.000 entrevistas em 53 idiomas, abrangendo 44% da população mundial.

A análise da escravidão mais precisa e atualizada da história.

#UnderstandSlavery #EndSlavery

Principais conclusões do Índice de Escravidão Global de 2016:

• Número total de pessoas escravizadas no mundo: 45,8 milhões
• A metodologia aprimorada revela que há 10 milhões a mais de pessoas escravizadas do que o estimado anteriormente – um aumento de 28%.
• A Índia permanece como o país com o maior número de pessoas em escravidão no mundo (18,3 milhões). A reação do governo indiano está se intensificando rapidamente.
• A pesquisa abrange mais de 42.000 entrevistas em 53 idiomas realizadas em 25 países, representando 44% da população mundial, incluindo 15 pesquisas estatais na Índia.
• A escravidão moderna está presente em todos os 167 países compreendidos pelo Índice de Escravidão Global.
• A Coreia do Norte tem a maior incidência de escravidão moderna (4,37% da população) e a menor reação governamental.



 



London & Perth, 31 de maio de 2016 — Há uma estimativa de que 45,8 milhões de homens, mulheres e crianças vivam sob regime de escravidão moderna hoje em dia - 28% a mais do que o previsto anteriormente. Eles são escravizados através de tráfico humano, trabalho forçado, servidão por dívidas, casamento forçado ou servil ou exploração sexual comercial. Os dados são revelados pelo Índice de Escravidão Global de 2016, o principal relatório de pesquisa publicado hoje peloWalk Free Foundation.

O Haiti e a República Dominicana têm a maior prevalência da região, com 0,995% da população vivendo em escravidão moderna. O Peru tem 0,639%. O México, 0,297%. E o Brasil aparece com 0,078%. 

O país com o maior número absoluto de pessoas supostamente em regime de escravidão moderna na região é o México, com 376.800 pessoas, seguido pela Colômbia (308.200). O Brasil (161.100) e o Peru (200.500) também mostram números absolutos significativos.

Os países com menor prevalência no Continente Americano são o Canadá (0,018%, 6.500), os Estados Unidos (0,018%, 57.700) e o Brasil (0,078%, 161.100), nessa ordem – porém, em termos reais, o Brasil e os EUA ainda mostram números absolutos expressivos de pessoas em escravidão moderna. O Brasil, inclusive, teve um aumento expressivo no número total de escravos modernos em relação ao Índice de Escravidão Global de 2014, que registrou 155.300 pessoas em regime de escravidão moderna.

A escravidão moderna no Continente Americano envolve homens, mulheres e crianças e é geralmente manifestada como trabalho forçado, exploração sexual comercial e, em menor grau, mendicidade forçada. O trabalho forçado afeta principalmente homens e mulheres na agricultura, mineração, construção e indústrias nacionais, predominantemente na América do Norte, América Central e Caribe. O trabalho forçado é um problema prevalente entre os grupos indígenas no Peru, na Bolívia e na Colômbia.  Estas expressões da escravidão moderna são predominantes em setores de trabalho intensivo e de baixa qualificação, como a agricultura, fabricação de roupas, construção e mineração.  Jovens do sexo masculino são particularmente sujeitos ao trabalho forçado.   O inverso é verdadeiro na exploração sexual comercial (ESC), onde mulheres e crianças são mais propensas a relatar casos de ESC na América do Sul.  A ESC é prevalente especialmente entre as comunidades vulneráveis, como grupos de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) da América Central e América do Sul, além de crianças em sistemas de segurança social nos Estados Unidos.

Mais concentrada em áreas rurais, a exploração ocorre na região do cerrado do Brasil e pela Amazônia, com relatos de trabalho forçado em madeireiras, fabricação de tijolos e mineração de ouro nas regiões amazônicas do Peru e Equador.  Jovens do sexo masculino são particularmente sujeitos ao trabalho forçado. No ano de 2015, só no Brasil, um total de 936 trabalhadores foram resgatados de condições de escravidão. Eram principalmente jovens do sexo masculino, com idade entre 15 e 39 anos, com baixo nível de escolaridade, que migraram internamente para buscar oportunidades de trabalho.  Outros relatórios de 2015 indicam que cerca de 500 trabalhadores brasileiros foram levados para Angola, onde trabalharam em circunstâncias análogas à escravidão moderna.

Minas de ouro na Colômbia e no Peru, em comparação com outros países do Continente Americano, tiveram a maior prevalência de tráfico sexual; um problema maximizado pela presença de grupos criminosos organizados na indústria de mineração.

A América Latina relata altos índices de violência contra as mulheres, com El Salvador ocupando o primeiro lugar mundial em homicídios do sexo feminino. Devido a esses índices de criminalidade, um grande número de mulheres está em busca de asilo em países como os Estados Unidos. No entanto, o asilo com base em violência de gênero continua sendo uma questão controversa e muitos crimes domésticos continuam não sendo divulgados pela polícia e pelos hospitais. Há também relatos de que lésbicas, gays, bissexuais e transexuais da América Latina e do Caribe são traficados para a Europa Ocidental para fins de exploração sexual.

Tais fatores, quando combinados com a demanda permanente de empregados domésticos em residências, coloca essas mulheres em risco. Comportamentos culturais discriminatórios também colocam a comunidade de lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneros em maior risco de tráfico humano. As crianças, especialmente aquelas em sistemas de segurança social ou em áreas desfavorecidas e com alto índice de criminalidade, são mais vulneráveis ao trabalho forçado e ao tráfico sexual.

Aspectos culturais relacionados ao trabalho infantil também são um fator que contribui para a exploração do trabalho infantil; por exemplo, no Equador, as atitudes em relação a crianças em mendicância são positivas, contanto que isso alivie o fardo das famílias atingidas pela pobreza, particularmente em comunidades indígenas. A ambiguidade jurídica entre o trabalho infantil legítimo e a exploração e/ou tráfico infantil continua a prejudicar as tentativas de proteger as crianças.

As reações governamentais mais incisivas no combate à escravidão moderna no Continente Americano foram nos Estados Unidos, na Argentina, no Canadá e no Brasil. Mesmo o Brasil mantendo uma posição elevada no índice de 2015, é importante notar que o país voltou a considerar o registro público de empresas multadas por trabalho forçado. Da mesma maneira, enquanto 20 países tinham um plano de ação nacional para combater alguma forma de escravidão moderna, apenas cinco tinham um órgão independente para monitorar a implementação. Além disso, foram encontradas evidências de um financiamento adequado para esses planos apenas no Brasil e no Canadá.

Ao redor do mundo
A Coreia do Norte é o país com a maior prevalência de escravidão moderna, com uma estimativa de 4,37% da população estar escravizada. É também o país com a mais fraca resposta governamental em ações para combater a escravidão moderna. A segunda prevalência mais alta de escravidão é encontrada no Uzbequistão (3,97%), seguido pelo Camboja (1,65%).

Em números absolutos, a Índia continua a ter os mais elevados, com uma estimativa de 18,35 milhões de pessoas escravizadas, seguida pela China (3,39 milhões), Paquistão (2,13 milhões), Bangladesh (1,53 milhões) e Uzbequistão (1,23 milhões). Juntos, esses cinco países respondem por quase 58% da escravidão no mundo, ou 26,6 milhões de pessoas.

O Índice de Escravidão Global de 2016 calcula que há 28% a mais de pessoas escravizadas do que o reportado na edição de 2014. Esse aumento significativo deve-se à coleta de dados e metodologia de pesquisa aprimoradas. A pesquisa do Índice de Escravidão Global de 2016 incluiu mais de 42.000 entrevistas realizadas em 53 idiomas em 25 países, incluindo 15 pesquisas estatais na Índia. Essas pesquisas representativas englobam 44% da população global.

Respostas governamentais
O Índice de Escravidão Global também rastreia as ações e respostas dos governos em combate à escravidão moderna. Dos 161 avaliados[2], 124 países criminalizaram o tráfico humano, seguindo o Protocolo de Tráfico de Pessoas da ONU, e 96 desenvolveram planos de ação nacionais para coordenar as ações do governo. Os governos liderando a incumbência contra a escravidão moderna são: Holanda, Estados Unidos, Reino Unido, Suécia, Austrália, Portugal, Croácia, Espanha, Bélgica e Noruega.

Houve um progresso significativo em muitos governos depois da publicação do relatório de 2014. O Governo do Reino Unido introduziu a Lei da Escravidão Moderna (Modern Slavery Act) de 2015 e nomeou um Comissário Independente Anti Escravidão, Sr. Kevin Hyland. O presidente Barack Obama fechou uma brecha na lei dos EUA para proibir a importação de produtos fabricados a partir de trabalho forçado ou infantil.

Países como a Croácia, Montenegro, Brasil, Macedônia, Filipinas, Geórgia, Moldova, Albânia e Jamaica estão, em comparação com o seu patrimônio, tomando medidas positivas para reagir à escravidão moderna.

Apesar de a Índia ter mais pessoas escravizadas do que qualquer outro país, tem feito progressos significativos na introdução de medidas para combater o problema. A Índia criminalizou o tráfico, a escravidão, o trabalho forçado, a prostituição infantil e o casamento forçado. O governo indiano está intensificando a legislação contra o tráfico de pessoas, com punições mais severas para os reincidentes. E vai oferecer às vítimas proteção e apoio para recuperação.

Apelo à ação
Sr. Andrew Forrest, Presidente e Fundador da Fundação Walk Free, declarou que a erradicação da escravidão faz sentido moral, político, lógico e econômico, e incitou os governos das economias mais importantes do mundo a dar o exemplo aos outros através da adoção e implementação de medidas vigorosas contra a escravidão.

“Apelamos aos governos das dez maiores economias mundiais a promulgar leis ao menos tão fortes como a UK Modern Slavery Act 2015, com orçamento e capacidade de execução, para assegurar que todas as organizações sejam responsáveis pela escravidão moderna em suas cadeias de suprimento. Os líderes das maiores economias do mundo devem trazer o poder das empresas para este problema, exigindo foco na transparência da cadeia de suprimento.”

“Acredito no papel crucial dos líderes no governo, nas empresas e na sociedade civil”, disse Forrest. “Através do uso responsável do nosso poder, força de convicção, determinação e vontade coletiva, podemos todos fazer com que o mundo acabe com a escravidão.”

Sr. Forrest enfatizou o papel fundamental que as empresas precisam desempenhar na erradicação da escravidão: “As empresas que não investigam ativamente a presença de trabalho forçado em suas cadeias de suprimento estão na berlinda. Os líderes empresariais que se recusam a olhar para a realidade da sua própria cadeia de abastecimento estão enganados e são irresponsáveis.”

O relatório do Índice Global de Escravidão pode ser encontrado acessando www.globalslaveryindex.org


Notas aos Editores
A escravidão existe em cada um dos 167 países que constam no Índice

Maior prevalência:
Prevalência: 1. Coreia do Norte (4,37%); 2. Uzbequistão (3,97%); 3. Camboja (1,65%); Índia (1,40%) Qatar (1,36%).

Números absolutos: 1. Índia (18,35 m); 2. China (3,39 m); 3. Paquistão (2,13 m); 4. Bangladesh (1,53 m); 5. Uzbequistão (1,23 m).

Menor prevalência: 52. (Todos com 0,02% de prevalência): Luxemburgo; Nova Zelândia; Irlanda; Noruega; Dinamarca; Suíça; Áustria; Suécia; Bélgica; Austrália; Canadá; Espanha; Reino Unido; França; Alemanha; EUA; 51. Brasil (0,08%); 50. Holanda (0,1%).

Ação mais forte: 1. Holanda; 2. EUA; 3. RU; 4. Suécia; 5. Austrália.

Ação mais fraca: 161. Coreia do Norte; 160. Irã; 159. Eritreia; 158. Guiné Equatorial; 157 Hong Kong SAR, China.

Sobre o Índice:
O Índice de Escravidão Global disponibiliza a medição mais precisa e abrangente da extensão e do risco de escravidão moderna hoje. É o único relatório mundial do gênero, fornecendo estimativas do número de pessoas que vivem sob a escravidão moderna hoje país a país, análises percentuais da prevalência por população e o número total de pessoas escravizadas em 167 países. O Índice de Escravidão Global também mede as ações e respostas dos governos em combate à escravidão moderna.

Mais de 42.000 entrevistas realizadas em 53 idiomas, abrangendo 44% da população mundial, que suporta mais de 150 pontos de metodologia calculados através de análise de pesquisa e algoritmos, que ganhou prêmios da Europa à América do Norte. A análise de escravidão mais precisa e atualizada da história.

O Índice de Escravidão Global é uma ferramenta crucial para os governos, cidadãos, ONGs e empresas na erradicação da escravidão. A metodologia do Índice foi desenvolvida através de extensas consultas com um Grupo Consultivo de Experts internacional e independente. 

Sobre a Fundação Walk Free:
A natureza clandestina, global e complexa da escravidão moderna tem levado a Fundação Free Walk a desenvolver uma estratégia integrada para reagir de forma sustentável a este crime. Essa estratégia inclui a geração de pesquisas de alta qualidade; um fundo de doações privadas para intensificar intervenções eficazes; engajamento com os principais líderes e organizações mundiais, incluindo crenças; e apoio para uma estratégia mundial coordenada. A Fundação também gerou um movimento global de apoiadores com uma visão comum para acabar com a escravidão moderna.



[1] Favor observar que, do início ao fim, os termos “escravizados(as)” e “escravidão” são utilizados como sinônimos da “escravidão moderna” e não devem ser interpretados como a escravidão tradicional, na qual as pessoas eram mantidas em cativeiro como propriedade legal, o que foi proibido em todos os países do mundo.
[2] Devido ao conflito em curso e à extrema disrupção das funções governamentais, as classificações do Afeganistão, Iraque, Líbia, Somália, Síria e Iêmen não foram incluídas.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

10 ações domésticas para minimizar os impactos da crise


A crise está assustando os brasileiros, são constantes dados negativos, como aumento do desemprego, alta dos preços e do endividamento. A situação apenas reforça a necessidade de se ter educação financeira, colocando em prática ações de economia em casa.

Então, para que se possa realmente combater a crise, é necessário ter consciência e disciplina, trazendo toda a família – inclusive as crianças – para o mesmo objetivo. Para tanto, será necessário fazer um diagnóstico financeiro detalhado dos gastos, descobrindo para onde está indo cada centavo do dinheiro.

Dessa maneira, fica mais fácil saber onde estão os supérfluos e os exageros, para reduzi-los ou até eliminá-los. A partir daí, novos hábitos estarão sendo formados e o comportamento em relação ao uso e à administração do dinheiro será diferente, garantindo que o período econômico ruim do país não interfira tanto na situação financeira das famílias.

Desenvolvi mais algumas orientações para economia doméstica:
  1. Os gastos de energia elétrica são um dos que mais apresentam excessos; basta pensar em quanto tempo usa o chuveiro e quantas vezes deixa as luzes ligadas ou a geladeira aberta. Sem contar no uso de televisão e de computador. Por isso, vale a pena agir com mais cautela, pois reduzir essa despesa representará uma economia substancial no final do mês;
  2. O uso de telefone também deve ser repensado, fazendo uma análise entre os valores do fixo e do celular. É preciso comparar o valor das tarifas sempre que possível. A opção deve ser pela menos custosa e não pela mais prática;
  3. A reciclagem de produtos também deve ser priorizada. O desperdício é recorrente, portanto, é possível reciclar desde alimentos até roupas e materiais escolares, sem perder a qualidade;
  4. Reflita melhor sobre as compras de roupas, eletrônicos, etc.; muitas dessas são feitas por impulso, sem que se tenha uma real necessidade. Sempre falo que é interessante deixar a compra para o dia seguinte, e só efetivar se realmente for relevante;
  5. Antes de ir ao supermercado, faça uma lista de compras. Tenha também cuidado com as “promoções”. Quantas vezes compramos o famoso “pague dois e leve três” e acabamos perdendo produto por causa de validade e, consequentemente, perdendo dinheiro;
  6. Compare os preços quando for às compras. Seja em lojas, supermercados ou até restaurantes; é fundamental que se faça essa comparação, pois as variações são, muitas vezes, consideráveis. Evite produtos de “grife”, uma vez que nem sempre representam um produto de qualidade superior, mas apenas status;
  7. Busque soluções de lazer mais económicas, é possível se divertir sem gastar muito. Reserve para ir em locais mais caros em ocasiões especiais;
  8. Economize ao utilizar o veículo. Não é necessário fazer tudo de carro; andar pode ser saudável e econômico. Além disso, é importante manter o carro revisado para que imprevistos não estourem as finanças;
  9. Valorize o que possui, se preocupe com a organização e cuidado com os bens materiais, muitos gastos extras são ocasionados por descuido ou desleixo, que ocasionam quebras e perdas, criando necessidade de reposição;
  10. Na utilização de gás e água, também é possível economizar. Evite deixar o fogo, o chuveiro e as torneiras ligadas sem necessidade e busque reutilizar a água sempre que possível.

Reinaldo Domingos - educador financeiro, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira, do lançamento Mesada não é só dinheiro, e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.

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