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quarta-feira, 7 de março de 2018

8 de março é para lembrar e não para comemorar



Advogada especialista comenta sobre a progressão da mulher
 
O Dia Internacional da Mulher acontece todo dia 8 de março para relembrar a luta feminina contra a desigualdade de gênero. A data foi comemorada pela primeira vez em 1908, nos Estados Unidos, quando cerca de 1500 mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade econômica e política no país. Com a Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918), mais protestos aconteceram pelo mundo e em 8 de março de 1917 aproximadamente 90 mil operárias fizeram manifestações contra Czar Nicolau II, último imperador russo, contra as más condições de trabalho, a fome e a participação russa na guerra. O protesto ficou conhecido como ‘‘Pão e Paz’’, mas a data só foi oficializada em 1921.

A partir daí, mulheres de todo o mundo passaram a reconhecer que a igualdade de gênero era uma necessidade. Para a advogada e especialista em Direito Público, Giselle Farinhas, os direitos da mulher vem a partir da História. ‘‘A progressão das conquistas da mulher vem de algo histórico, como quando elas tiveram o direito ao voto, à inserção no mercado de trabalho e o posicionamento na sociedade’’, disse. “Para que um dia todos, homens e mulheres, tenham os mesmos direitos concretizados, assim como os deveres, sem qualquer discriminação.” , afirmou.

Apesar de todas essas conquistas, mulheres de todo Brasil e do mundo ainda sofrem com a desigualdade de gênero, perdendo empregos, promoções profissionais e cargos na sociedade só pelo fato de serem mulheres. Por isso, a luta continua e a data de 8 de março ainda não pode ser inteiramente lembrada como uma comemoração, mas sim como uma memória que precisa permanecer viva dentro das pessoas e, principalmente, das mulheres para que um dia todos tenham os mesmos direitos, assim como têm os mesmos deveres, sem discriminação.






Dra. Giselle Farinhas - Advogada Fundadora do Escritório GISELLE FARINHAS SIA


Tecnologia: As mulheres fazem melhor



Equipes de tecnologia predominantemente masculinas têm perdido grandes oportunidades de atender à uma parcela extremamente importante da população: as mulheres.


Se você está no seu ambiente de trabalho lendo esse artigo, olhe ao redor. O que você vê? Mais homens ou mulheres? As chances de notar mais homens são grandes. No entanto, se você conseguir contabilizar quatro mulheres para cada dez funcionários, saiba que esse é um reflexo quase perfeito da força de trabalho global.

 De acordo com o Banco Mundial (WB), em 2015, 39,39% dessa força era composta por mulheres. O que esses números representam para uma empresa de tecnologia, e por que são importantes? Nas principais empresas e startups dos EUA, as mulheres estão entre 25% e 45% da força de trabalho. E vale lembrar que existem ainda outras companhias líderes do setor de tecnologia que ficam atrás dessas estatísticas.

Relatórios publicados pela Comissão de Igualdade de Oportunidades de Emprego dos EUA (EEOC) em 2015 fornecem uma visão adicional sobre essas empresas: as mulheres compõem apenas 25% da força de trabalho em organizações de informática/engenharia, e apenas 11% dos cargos executivos nas empresas do Vale do Silício são ocupados por elas. E a razão pela qual é importante ter esse equilíbrio entre o feminino e o masculino em uma empresa de tecnologia é simples. A tecnologia serve as pessoas. E 50% da população mundial é feminina. Dessa forma, é preciso entender que as mulheres compreendem os pontos de dor e os desafios de outras mulheres, e com isso, são capazes de criar soluções mais rapidamente. Em outras palavras, as mulheres fazem com que a tecnologia funcione melhor, quase que instantaneamente melhor!

Com um ritmo de desenvolvimento surpreendente, as novas tecnologias, como IA, Human Interaction 2.0 e IoT, estão produzindo coisas incríveis. Desde assistentes virtuais até automóveis autodirigidos e cidades inteligentes. O Google estima que os robôs serão mais inteligentes que os humanos até 2045. Então, teremos computadores com inteligência quase humana, e os colocaremos dentro dos nossos cérebros, conectando-os à nuvem, e expandindo quem somos! E a ação da mulher pode trazer resultados fascinantes.

Por exemplo, uma variedade de processos em torno de caronas e serviços de alugueis de carros e compartilhamento de espaços de trabalho colaborativo, podem ser projetados para tornar as mulheres mais confortáveis e seguras. No final, o atendimento e a experiência do cliente são fundamentais para o sucesso. 

Pense nos inúmeros assistentes virtuais que invadiram o mundo dos negócios, indo do varejo para o setor bancário, e da área de viagens para os cuidados com a saúde. Se esses assistentes virtuais vão ganhar um mercado que compreende 50% das mulheres, eles sabem melhor como as mulheres pensam. Agora entenda, esses assistentes virtuais estão sendo construídos predominantemente por homens. Isso pode prejudicar os algoritmos e outros sistemas de interação humana em termos de comportamento, atitudes e respostas para as mulheres.

Espera-se que os assistentes virtuais suportem de 40 a 50% das transações, vendas e solicitações de atendimento ao cliente nos próximos anos. Imagine, então, um Especialista em Assuntos Virtuais (vSME) ajudando mulheres a corrigir equipamentos ou móveis quebrados, ou ainda fornecendo conselhos financeiros ou mesmo vendendo um produto. Os resultados poderiam ser melhores caso os assistentes virtuais também possuíssem "mulheres" em seu DNA.

Um exemplo da saúde amplia a hipótese de que precisamos de mais mulheres na tecnologia. Um número cada vez maior de 'médicos' virtuais está trabalhando em centros de saúde que fornecem o primeiro nível de diagnóstico, além de tratamento com base em dados dependentes de tecnologia e sistemas analíticos. Esses sistemas aprendem com os dados. E se os dados e os algoritmos são tendenciosos, uma vez que a equipe que os criou é quase que unanimamente masculina, o impacto pode ser catastrófico!

As mulheres têm uma combinação única de qualidades que os sistemas tecnológicos precisam refletir: as mulheres têm empatia, habilidade auditiva, simplicidade, criatividade e um alto quociente emocional. E para que a tecnologia sirva verdadeiramente a ambos os sexos, precisamos de mulheres que possam trabalhar com pequenas comunidades, criem uma UI (user interface) melhor, e que atenda às necessidades de um conjunto mais amplo de usuários, além de criar sistemas mais intuitivos. A tecnologia que é infundida com o conhecimento feminino pode transformar um help desk, aumentar a satisfação do cliente e melhorar o número de vendas.

Fei-Fei Li, Professor de Ciência da Computação, Universidade de Stanford e cientista-chefe da AI / ML, Google Cloud, coloca a urgência desta necessidade quando diz: "Se não houver diversidade à mesa, tecnólogos reais fazendo o trabalho real – nós apenas compartilharemos sistemas. Tentando reverter isso, uma década ou duas a partir de agora será muito mais difícil, se não quase impossível. Este é o momento de conseguir mulheres e vozes diversas para que possamos construí-la corretamente. "

Concordo com Fei-Fei Li. Como Diretor de Prática que gastou anos desenvolvendo soluções na próxima geração de Intercâmbio de Máquinas Humanas (HMI), eu testemunhei em primeira mão os benefícios de uma força de trabalho diversificada. Toda vez que trouxemos uma equipe diversificada de designers, diretores criativos, artistas, programadores, especialistas em domínio para trabalhar juntos na conceituação e construção de uma solução, houve um enorme salto na inovação dentro do grupo. Inicialmente, costumávamos nos esforçar para obter as ideias, mas hoje vemos tudo isso nascendo na equipe - do IP pioneiro na próxima geração de áreas de tecnologia como HMI, AR, VR para Gamificação.

Temos várias patentes registradas na área de tecnologias da próxima geração por esta equipe. Como uma equipe, percebemos que nossa jornada começa com o usuário e termina com o usuário. E se 50% dos usuários vão ser mulheres, é melhor que elas trabalhem nas soluções.

Um estudo publicado pela Innovation: Organization & Management reforça isso. Os pesquisadores analisaram níveis de diversidade de gênero em equipes de pesquisa e desenvolvimento de 4.277 empresas em Espanha. Usando modelos estatísticos, eles descobriram que as empresas com mais mulheres eram mais propensas a introduzir inovações radicais no mercado durante um período de dois anos. Esse, então, deve ser o objetivo de cada laboratório de tecnologia: colocar mais poder das mulheres no desenvolvimento e aplicação de tecnologia.






Sindhu B - Practice Director - Chief Technology Office Wipro Limited

 

Dia da Mulher não é dia de celebração e sim de luta



A especialista explica porque muitas mulheres não comemoram o Dia Internacional da Mulher

 
O Dia Internacional da Mulher, celebrado amanhã, 8 de março, é o dia que geralmente as pessoas ressaltam as conquistas pela igualdade de gênero, porém, é preciso refletir melhor. Mais de 12 mil mulheres são agredidas por dia no Brasil, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 99,6% já sofreram assédio, aponta a Ong Think Olga e a diferença salarial entre homens e mulheres chegam a quase 53%, além disso são minoria em cargos de gestão, relata o site de empregos Catho. Diante desses dados como é possível festejar?

A socióloga da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rosana Schwartz, explica que é preciso ressignificar esta data, que está desgastada ou equivocada em alguns pontos. “Ninguém pode comemorar as lutas que as mulheres precisam enfrentar, o intuito é discutir problemas que impossibilitam a igualdade de gênero”. Além disso, a especialista relata que a data remete ao incêndio que ocorreu em 1857, no qual mulheres morreram depois dos patrões terem incendiado a fábrica ocupada, mas existiam outros episódios marcantes que também mereciam tamanho destaque. Por exemplo, a marcha das mulheres que acontece desde 1908 nos Estados Unidos, o movimento das Suffragettes que defendia o direito ao voto, dentre outros marcos históricos que não são lembrados.

Apesar deste cenário ainda problemático, Schwartz ressalta que a sociedade avançou nesta discussão principalmente por meio dos grupos feministas, compostos por coletivos segmentados que propõem pautas sobre problemas diversos que afetam as mulheres como assédio, presença da mulher, equidade de gênero e o combate incisivo contra a violência e descriminação da mulher, dentro de um mundo que ainda não reconhece o valor da igualdade.

A socióloga enfatiza que os homens estão em processo de transformação e que precisam compreender que a desigualdade realmente existe. “É preciso reconhecer o sexismo em torno da mulher, no qual a desigualdade é real, para então tentar descontruir o preconceito que foi alimentado ao longo dos anos”. Schwartz alerta que outras ações também ajudam a fomentar um ambiente saudável e igualitário. “Não dar risada com piadas machistas, não assistir conteúdos sexistas, não comprar produtos que relacionam a mulher como objeto e incluir essa discussão no ensino".



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