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quarta-feira, 7 de março de 2018

Considerada frescura, TPM é distúrbio que atinge 12% das mulheres



A chamada Tensão Pré-menstrual, conhecida pela sigla TPM, se enquadra nos distúrbios pré-menstruais, que são de dois tipos: a Síndrome Pré-Menstrual (SPM) e o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM). Essas condições chegam a atingir até 12% das mulheres e abrangem sintomas psicológicos e físicos que podem causar comprometimento significativo das atividades cotidianas durante a fase lútea do ciclo menstrual. A fase lútea começa após a ovulação e termina com o início da menstruação, corresponde à terceira e quarta semana do ciclo menstrual, ou seja,  de sete dias a quatorze dias após a ovulação. Os sintomas são auto-limitados, pois se resolvem após a menstruação.

“Não se pode considerar a TPM uma como frescura, pois as mulheres que apresentam esses distúrbios possuem maiores taxas de ausência no trabalho, maiores despesas médicas e menor qualidade de vida relacionada à saúde. Os médicos estão atentos para diagnosticá-los e acompanhá-los”, explica Magda Almeida, médica de família e comunidade, diretora da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC).

Na SPM, a mulher experimenta pelo menos um sintoma afetivo e um sintoma somático que deve causar disfunção no desempenho social, acadêmico ou no trabalho. Os sintomas afetivos são concentrados nas alterações de humor: explosões de raiva, ansiedade, confusão, astenia, irritabilidade e retraimento social. Os sintomas somáticos são: distensão abdominal, sensibilidade ou edema mamário, dor de cabeça, dores articulares ou muscular, edema de extremidades e ganho de peso.

Já no TDPM os sintomas se assemelham, mas possuem maior intensidade. “A mulher pode ter problemas para executar seu trabalho ou na sua interação com a família e os amigos na semana anterior à menstruação. Ela pode se sentir com dificuldade de concentração, com letargia, fadiga, falta de energia, alteração destacada no apetite (comer em excesso ou fissura em alimentos específicos), ter hipersonia ou insônia e apresentar a sensação de estar sobrecarregada ou sentimentos subjetivos de descontrole emocional”, relata Mylkleany Martins de Castro, integrante da Liga de Saúde da Família (LISF) da Universidade Federal do Ceará.

Mylkleany reforça que é necessário primeiro avaliar o quadro de sintomas e a partir daí tomar a decisão conjunta ao paciente de utilizar medicação. Cerca de 80% das mulheres relatam pelo menos um sintoma físico ou psicológico durante a fase lútea do ciclo menstrual. No entanto, a maioria não relata prejuízo significativo em sua vida diária. As mulheres que ganharam peso ou tiveram um evento estressante são mais propensas a desenvolverem sintomas. Apenas 10% das mulheres declaram que os sintomas são inconvenientes a ponto de exigir a necessidade de auxílio profissional.

A cronologia dos sintomas é muito importante para o diagnóstico correto dos distúrbios pré-menstruais. A relação com o ciclo menstrual é essencial para afastar outras doenças como como depressão ou ansiedade, que podem piorar durante a fase lútea, mas acabam persistindo por todo o do ciclo menstrual. Também é necessário afastar outros diagnósticos, como endometriose, hipotireoidismo, anemia, que têm sintomas parecidos.

A persistência e a gravidade dos sintomas não são contínuos pelo resto da vida. Um estudo mostrou que apenas 36% das mulheres que foram diagnosticadas com SPM continuaram a atender aos critérios diagnósticos um ano depois. A prevalência do TDPM é ainda mais baixa, de 1,3% a 5,3%. O foco do tratamento dos distúrbios pré-menstruais é o alívio dos sintomas. A utilização de medicamentos é feita principalmente em duas vias:  aqueles que abordam a supressão da ovulação, enquanto outros irão atuar na concentração de neurotransmissores no cérebro.


Cólica menstrual X endometriose
 
A apresentação clínica da endometriose é altamente variável, vai desde uma dor pélvica debilitante e infertilidade até a ausência de sintomas. Nesse ponto, a cólica menstrual pode sugerir problemas como a endometriose, mas esta também pode existir mesmo na ausência das cólicas menstruais. Muitas mulheres com endometriose apresentam sintomas inespecíficos, como dor lombar crônica, ou dor abdominal, o que leva a necessidade em média de 11,7 anos para que ela seja diagnosticada em mulheres com sintomas.

Os sintomas tendem a ser mais fortes pré-menstruais, diminuindo após a cessação da menstruação. A dor pélvica é o sintoma mais comum, além de dispaurenia, dor na defecação e dor na micção. Em um estudo britânico sobre mulheres com dor pélvica, muitos pacientes que eventualmente foram diagnosticadas com endometriose foram diagnosticados anteriormente com síndrome do intestino irritável.

Cuidados com a alimentação e no estilo de vida podem ajudar a minimizar o impacto dos sintomas como a redução do consumo de sal e cafeína; evitar cigarros e reduzir o consumo de bebidas alcóolicas.
No caso de apresentar dores, a mulher pode por curto período fazer uso de analgésicos ou anti-inflamatórios não esteroides prescritos pela sua médica ou médico. Na dúvida, sempre procure seu médico ou médica de família e comunidade.






Fontes:
BIGGS, W. S.; DEMUTH, R. H. Premenstrual syndrome and premenstrual dysphoric disorder. Am Fam Physician, v. 84, n. 8, p. 918–924, 2011.
Green LJ, O’Brien PMS, Panay N, Craig M on behalf of the Royal College of Obstetricians and Gynaecologists. Management of premenstrual syndrome. BJOG 2017;124:e73–e105


A educação como ferramenta da emancipação feminina



Em 1838, na sociedade fortemente patriarcal, escravagista e oligárquica do Segundo Império, na qual a mulher, mesmo pertencendo à elite dominante, tinha um papel subalterno e de submissão, a escritora Nísia Floresta (pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto, 1810-1885) abriu a primeira escola para meninas no Brasil. No “Colégio Augusto”, as meninas aprendiam gramática, escrita e leitura do português; francês e italiano; ciências naturais e sociais; matemática; música e dança. As ideias libertárias de Nísia se inspiravam na escritora inglesa Mary Wollstonecraft, do século 18. Ao enfocar a perspectiva de autonomia feminina com base na educação, Nísia tornou-se a precursora brasileira da luta pelos direitos da mulher. A luta pela educação abriu caminho para outras lutas – pelo voto feminino, por salários iguais e contra a violência doméstica. 

Hoje, 180 anos depois da fundação do “Colégio Augusto”, quando comemoramos mais um Dia Internacional da Mulher, a perspectiva apontada por Nísia Floresta – a educação como meio para a conquista da igualdade de gênero – continua sendo fundamental para a emancipação feminina. De lá para cá, o papel das mulheres na sociedade brasileira mudou muito graças à educação e a inserção feminina no mercado de trabalho, com a conquista de espaço em setores tradicionalmente destinados aos homens. Mas esse avanço ainda não se refletiu plenamente na economia brasileira. Hoje no Brasil, as mulheres representam 57% da População Economicamente Ativa (PEA), mas apenas 36% delas estão empregadas. E o salário das mulheres representa em média 85% do salário dos homens, independentemente da jornada de trabalho e do nível de escolaridade. E o pior, muitas mulheres cumprem jornada dupla, trabalhando fora e depois cuidando da casa e dos filhos. Sem contar que, apesar de avanços como a Lei Maria da Penha, os índices de violência contra a mulher são indecentemente altos no Brasil. 

Acreditamos que só um aprofundamento dessa opção pela educação como instrumento de emancipação, de ‘empoderamento’ feminino poderá mudar essa situação. As instituições educacionais são aquelas que ainda estão em melhores condições de garantir uma educação democrática, difundindo, entre outros valores, o de igualdade de gênero. 

Também é preciso criar uma cultura escolar nessa direção, supervisionando os currículos e os materiais pedagógicos, assegurando a igualdade de gênero na tomada de decisões e aumentando a porcentagem de mulheres em cargos de responsabilidade e de chefia.  






Luis Antonio Namura Poblacion - Presidente da Planneta (www.planneta.com.br); Engenheiro Eletrônico pelo ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica; com especialização em Marketing e Administração de Empresas e MBA em Franchising pela Louisiana State University e Hamburguer University – Mc Donald´s. Atua na área de educação há mais de 35 anos.


Kaspersky Lab alerta: 78% das jovens nunca pensam na possibilidade de uma carreira em cibersegurança



Para o Dia Internacional da Mulher, empresa de segurança online reforça a importância de encorajar e capacitar as mulheres para prosseguir carreiras em TI


Nos últimos anos, mais e mais mulheres têm ocupado posições importantes no mundo dos negócios, servindo como modelos para jovens. Apesar disso, a área de cibersegurança é inexplorada pelas mulheres, representando apenas 11% do total da força de trabalho no setor, de acordo com o estudo Beyond 11 Percent: A Study into Why Women are not Entering Cybersecurityda Kaspersky Lab, que mostra os motivos pelos quais a carreira em cibersegurança continua sendo um obstáculo para as mulheres. 

Por exemplo, mulheres que trabalham com segurança cibernética se deparam com uma realidade comum: ser a única representante do sexo feminino em uma sala repleta de homens – este pode ser um dos principais motivos para que a maioria decida não seguir uma carreira na área de TI. É importante ressaltar que a falta de mulheres pode gerar uma bola de neve: quanto menos mulheres no setor, mais cedo elas perdem a vontade de querer ingressar na área. O Global Information Security Workforce Study, realizado pela  (ISC)² e seu Centro de Educação e Segurança cibernética, mostra que 42% dos participantes concordam que é importante ter um modelo do próprio gênero em suas carreiras e metade das mulheres prefere trabalhar em um ambiente com uma distribuição igualitária entre os sexos. “Como o relatório confirma, muitas vezes, as jovens não conhecem, não se sentem preparadas e não veem referências importantes que as motivem a trabalhar em cibersegurança”, disse Stuart Madnick, professor de tecnologia da informação e fundador do MIT Interdisciplinary Consortium for Improving Critical Infrastructure Cybersecurity.

O estudo também mostra que, em geral, as mulheres desconhecem as habilidades que os empregadores procuram e não têm certeza se possuem os atributos certos para o papel. Quando perguntado por que eles não decidiram perseguir uma carreira de segurança cibernética, as mulheres eram mais propensas do que os homens a afirmarem que não possuem experiência em codificação (57% vs. 43%), não têm interesse em computação (52% vs. 39 %), não têm conhecimento de cibersegurança (45% vs. 38%) e que não são suficientemente boas em matemática (38% vs. 25%). Claramente, a questão é de consciência, já que as empresas hoje não estão apenas procurando por codificadores. Habilidades como pensamento crítico e resolução de problemas são cruciais para uma carreira na área, mas a percepção da indústria de fora tende a se concentrar principalmente no lado técnico.

Foi caso de Noushin Shabab, analista sênior de segurança da Kaspersky Lab que, desde que se mudou do Irã para a Austrália para prosseguir com sua carreira na área de engenharia reversa, notou que é uma das poucas mulheres no mar de homens que compõe o setor de segurança de TI. “Quando jovem era sempre fascinada por enigmas e jogos de tabuleiro, que se tornaram em amor por programação e, eventualmente, como uma carreira como pesquisadora de segurança. Trabalhando com outros especialistas na Equipe de Pesquisa e Análise Global da Kaspersky Lab (GReAT), investigo ataques cibernéticos sofisticados e descubro APTs, campanhas de ciberespionagem, malware importante, ransomware e outras ameaças. O meu trabalho requer não só habilidades técnicas, mas também persistência, criatividade e colaboração para pensar de forma diferente e acompanhar os invasores mal-intencionados”, diz Shabab.  

Para Shabab, quando as mulheres começarem a descobrir a tal de segurança de TI, ela se tornará rapidamente uma escolha de carreira popular entre as candidatas. “Eu sou uma das sortudas que teve essa descoberta sozinha e, agora, quero incentivar mais mulheres a seguir minha liderança. Um componente interessante de ser uma pesquisadora de segurança é que, embora algumas pessoas enviem e recebam 100 e-mails por dia, posso proteger milhares delas de fraudes online o quanto antes. Além disso, o próprio fato dos hackers não trabalharem no horário normal, significa que meu papel é totalmente flexível. As pessoas podem me encontrar trabalhando em um laboratório, escritório, de casa ou mesmo do meu café favorito. Meu trabalho molda meu estilo de vida e me deixa constantemente pensando em novas formas de proteger pessoas ou empresas contra malware mal-intencionados – e eu adoro isso", finaliza.

Ainda de acordo o estudo “Beyond 11 Percent”, outra razão que 78% das jovens nunca pensem na possibilidade seguir carreira nessa área é por causa dos estereótipos associados à cibersegurança. Na maioria das vezes, a terminologia associada à indústria, como "hackers", "geeks" e "nerds", geralmente é considerada como tendo conotações negativas.


A imagem desse profissional está mudando, e com o WannaCry, mais da metade das jovens mulheres (58%) se depararam com a área na TV, rádio e notícias online – segundo outros estudos que realizamos. É uma questão de converter este interesse em algo mais”, reforça Shabab.


Para reverter as estatísticas em relação às mulheres e a cibersegurança, a Kaspersky Lab conta com iniciativas, como a Kaspersky Lab Academy, que auxiliam na profissionalização e educação para o setor de segurança. Com programas como o Kaspersky Cybersecurity Certification Program e o Kaspersky Cyber Days, a empresa pretende intensificar e valorizar quaisquer características relevantes destas profissionais para a área.


A empresa de segurança russa também reforçou seu apoio em mitigar a diferença de gênero ao apoiar a primeira expedição euro-arábica apenas com mulheres ao Polo Norte. Juntamente com a exploradora Felicity Aston, a Kaspersky Lab irá levar 11 mulheres para uma expedição de 10 dias na região. Para Kaspersky Lab, essas 12 aventureiras, com origens tão diversas e únicas, servem para lembrar que qualquer pessoa, independente do gênero ou origem, podem alcançar coisas extraordinárias.


Por ser uma empresa com mentes femininas brilhantes, que desafiam o status quo ao se tornarem codificadoras, programadoras e pesquisadoras de segurança online, nós queremos encorajar e capacitar as mulheres mais jovens a serem corajosas e fazer o inesperado - seja isso em direção ao Polo Norte, ou aprendendo a codificar e ingressar no mundo da cibersegurança”, afirma Alex Moiseev, diretor de negócios da Kaspersky Lab.





Kaspersky Lab 



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