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terça-feira, 29 de agosto de 2017

Manter o pensamento positivo é o começo da mudança



O pensamento positivo é o primeiro passo para aqueles que buscam mudar o direcionamento na vida profissional. De nada adianta abraçar uma nova oportunidade na carreira se a cabeça ainda está programada na função antiga - ou, pior ainda, se esta pessoa possui uma gama de medos que a trava por completo.

A Master Coach, Bianca Caselato, explica que todos os pensamentos geram reações fisiológicas e emoções que guiam o nosso comportamento, positiva ou negativamente:
"A origem dos pensamentos disfuncionais remete aos nossos medos e ansiedades. São esses pensamentos negativos que geram comportamentos negativos, paralisando uma pessoa por completo e bloqueando qualquer ação para seguir adiante. Isso é prejudicial no momento de  mudar de carreira e seguir adiante."

Troque medos por evidências
Para Caselato o grande desafio é saber controlar o momento em que todos os pensamentos negativos ganham força e vem à tona:

"É preciso buscar evidências de que aqueles pensamentos não são reais. Se não dominar este medo, por exemplo,  uma pessoa que tem pavor de falar em público e precisa fazer um discurso terá reações imediatas. O coração dela vai bater mais forte na hora. É uma reação fisiológica, ela vai ficar vermelha e vai travar. A mente dela já se preparou para não falar perante muitas pessoas."

Para contornar este tipo de situação a chave é mudar o estágio do pensamento antes de assumir uma nova função, simplesmente pensando positivo, trocando de uma vez o medo por uma evidência. Bianca explica que na cabeça da pessoa que não se reprogramou mentalmente vai surgir aquela vozinha alertando que ela não conseguirá realizar uma nova função ou assumir novas responsabilidades:

“Uma dica é pensar que este medo não é real. Desta maneira a pessoa percebe que ela domina determinado assunto e está mais do que preparada para falar sobre o tema ou assumir determinada função" aponta Caselato.

Uma reprogramação mental bem realizada é capaz de acabar com qualquer medo,  recordando este profissional que foi o conhecimento e a dedicação que o levou até este novo desafio: "Toda a negatividade que trava um profissional desaparece. É dessa maneira que se faz a reprogramação - trocando pensamentos disfuncionais por evidências" finaliza Caselato.





Bianca Caselato - Master Coach formada em Administração de Empresas com ênfase em Comércio Exterior pela Faculdade de Estudos Sociais do Paraná- FESP. É especialista em SELF coaching, Executive Coaching e Master Coach pelo Instituto Brasileiro de Coaching, com certificação internacional, pela ECA - European Coaching Association, GCC- Global Coaching Community, BCI- Behavioral Coaching Institute e IAC – International Association of Coaching.
Após uma bem sucedida carreira dentro de instituições bancárias, Bianca Caselato começou a atuar há dois anos em seu escritório Bianca Caselato Coaching com palestras motivacionais, coaching individual e empresarial com acompanhamento e diagnóstico de empresas de todos os portes.

Bianca Caselato Master Coach Trainer
Rua Padre Anchieta, 2540 - Sala 1115, Champagnat - Curitiba, Paraná




Fim com dor ou dor sem fim



 Com a arrecadação abaixo do esperado e a frustração com as receitas extraordinárias, o governo federal teve que rever o tamanho do rombo orçamentário autorizado pelo Congresso. O déficit para 2017 passou de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões e o de 2018 aumentou de R$ 129 bilhões para R$ 159 bilhões. A volta do saldo superavitário que estava previsto para 2020 teve sua previsão adiada para 2021.

A revisão das metas fiscais evidencia a calamidade das contas públicas no país e impacta negativamente no endividamento do governo. A dívida bruta do setor público em relação ao PIB bateu em 73,1% em junho deste ano e pode chegar a 81,1% em 2020.

A fragilidade financeira do governo influencia negativamente a economia do país. A percepção de insegurança cresce, assim como o risco de calote do poder público. Por conta disso, o custo do crédito para as empresas que captam recursos no exterior tende a aumentar e os títulos de longo prazo emitidos pelo governo têm que pagar um retorno maior aos investidores, o que eleva o custo da dívida pública. Ademais, a retomada do crescimento econômico fica comprometida, já que a confiança dos empreendedores tem relação com a capacidade do governo em manter o orçamento em equilíbrio.

O indicado para eliminar o gigantesco rombo das contas públicas seria começar a cortar gastos públicos que pouco ou nada agregam à sociedade. Porém, no Brasil é difícil cortar despesa governamental por causa da exacerbação do corporativismo, da cultura do “direito conquistado”, da demagogia, do populismo e da ditadura do “politicamente correto”. Nesse cenário estão contemplados gastos obrigatórios e discricionários. Questões objetivas de eficiência e eficácia acham-se subordinadas à lógica da transferência de renda, as supostas metas de combate à desigualdade e à manutenção de privilégios do funcionalismo e de grupos empresariais.

É preciso agir em três frentes para recuperar as finanças públicas, sob pena de um aprofundamento da crise econômica. É necessário eliminar o rombo orçamentário, fazer reformas estruturais e implantar um modelo orçamentário que avalie periodicamente a relação custo – benefício dos gastos públicos.

Para combater o rombo fiscal a saída pode vir de uma medida amarga, porém necessária. Mas, vale dizer que ela pode ser o embrião de uma reforma tributária na sequência. Um Imposto sobre a Movimentação Financeira (IMF) com alíquota de 0,69% geraria uma receita de R$ 159 bilhões e cobriria o déficit. Em uma segunda etapa esse tributo seria utilizado para substituir vários tributos, criando um imposto único.

Junto com o IMF pode ser implementada a reforma da Previdência. Através dela seria possível rever a alíquota do IMF para baixo por conta do controle da explosiva despesa do INSS, que em 2016 teve déficit de R$ 149,7 bilhões.

A terceira ação seria adotar o orçamento base zero, que tornaria rotineira a prática de identificar atividades que poderiam ser extintas ou redimensionados e suas dotações canalizadas, total ou parcialmente, para custear outras despesas ou reduzir a dívida pública. Com ele é possível cortar gastos públicos.

O Brasil vive uma crise inédita e não há mágica para enfrentar a situação.

É preciso um ajuste forte e definitivo. Algumas medidas listadas são duras de início, mas farão a diferença depois. Há um estrago a ser reparado e agir com demagogia e populismo é caminhar rumo ao abismo. É melhor um fim com dor do que uma dor sem fim.





Marcos Cintra é doutor em Economia pela Universidade Harvard (EUA), professor titular da Fundação Getulio Vargas. É autor do projeto do Imposto Único. É presidente da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).



segunda-feira, 28 de agosto de 2017

OH, PAULO FREIRE, VENHA DAR UMA OLHADA NO ESTRAGO!



        Por mais que se busque ocultar a influência do professor sobre seus alunos, por mais que Paulo Freire dissimule aquilo que realmente acontece nas salas de aula quando o adulto que sabe mais fala quase todo o tempo, marca a presença e dá nota, a realidade sai pelos corredores tão logo termina a classe. E essa realidade indica a influência do professor, num "saber" que se nivela pelo dele. Durante as recentes invasões de prédios escolares, vazaram cenas em que pequenos grupos (sempre foram praticadas por pequenos grupos, aquelas invasões) apareciam reunidos com um professor "trocando opiniões" e "construindo saberes". O fato de que, ao final, esses saberes e opiniões coincidissem com os do professor deve ser mera coincidência... Ou, então, nem isso, tornando-se mera obediência, como nos tantos casos em que os invasores, indagados por alguém, com uma câmera diante de si, não sabiam o que dizer sobre os motivos que os haviam levado a invadir a escola onde estudavam.

É inevitável que seja animada por um sentimento de ira a mente juvenil insistentemente estimulada a ver o mundo com olhos de oprimido, exposta à ideia ou à figura real de um suposto opressor indicado como causa de tantos males quantos se lhe possa atribuir. O trabalho anterior faz parte da "conscientização". A ira gera energia para a práxis. Che Guevara, por quem Paulo Freire nutria inequívoca estima e reverência, bebia dessa ira sem rolha nem dosador:
        “Ódio como elemento de luta; ódio cruel do inimigo, impelindo-nos acima e além das limitações naturais das quais o homem é herdeiro e transformá-lo numa efetiva, violenta, seletiva e fria máquina de matar.” (Trecho da Mensagem de Che à Tricontinental)

        Por mais que o patrono vá em frente, falando sobre sentimentos nobres, a raiva é uma brotação que, em mentes imaturas, vai da interjeição mais desbocada à vidraça quebrada. Quando sai barata. E note-se que Paulo Freire sai em busca de exemplos ainda mais extremos, como os que foram da ira à luta armada. Entre eles, o comandante Fidel. Seria Fidel um pedagogo, na perspectiva de Paulo Freire? Teria Fidel algo a ver com esse professor que, supostamente, constrói seu odiozinho junto com os alunos? Parece que sim. 

"A liderança de Fidel Castro e de seus companheiros, na época chamados 'aventureiros irresponsáveis' por muita gente, liderança eminentemente dialógica, se identificou com as massas submetidas a uma brutal violência, a violência de Batista. Com isso não queremos afirmar que esta adesão se deu tão facilmente. Exigiu o testemunho corajoso, a valentia de amar o povo e por ele sacrificar-se." Pedagogia do oprimido (ed. Paz e Terra, p. 94, ano 1994).

        Sem comentários a esse suposto amor e sacrifício! Mas, diga-se de passagem, usar os seis anos da ditadura de Batista para justificar a ditadura totalitária e sanguinária criada por Fidel Castro – que, à época da publicação da Pedagogia do oprimido, já levava onze anos, mantinha um estado policial vigilante contra qualquer manifestação de dissidência, e se encaminha para o 57.º aniversário – vai além do dialógico porque atropela o lógico. É indefensável. Comparado com Fidel e as 22 mil vítimas de seu regime, Batista deveria ser conhecido como o Breve. E, talvez, até como o Compassivo. Legitimar uma ditadura totalitária comunista por uma anterior não comunista é apontar para uma rosca sem fim, é jogar pá de cal nas expectativas da bela ilha caribenha que ainda sonha, um dia,romper esse ciclo para se encontrar com a liberdade e a democracia.

        A conscientização sobre a própria realidade, a raiva como motivadora para a práxis já produzem números. A edição de Zero Hora do dia 12 de agosto de 2016 exibiu reportagem com o tema da educação prejudicada por insegurança. São dados alarmantes porque se referem, precisamente, ao espaço e à atividade dos quais se esperam soluções para o problema civilizacional brasileiro. Afinal, é ali, bem ali, exatamente ali, que nossos pedagogos, saídos do forno onde é cozida a massa sovada pela pedagogia freireana, deveriam estar aplicando sua educação redentora, libertadora. 

        Oh, Paulo Freire, venha dar uma olhada no estrago!

        Eis os números revelados por Zero Hora: 23.930 atos de indisciplina em sala de aula, 4.861 atos de violência física entre alunos, 4.811 agressões verbais a professores e funcionários, 1.275 depredações ou pichações dentro da escola, 294 casos de posse ou tráfico de drogas,199 agressões físicas a professores ou funcionários. E não eram números referentes a todas as escolas, nem cobriam um ano letivo inteiro. Os dados foram coletados em apenas 1.255 educandários estaduais (menos da metade da rede) e informavam ocorrências relativas a seis meses letivos (os dois últimos de 2015 e quatro primeiros de 2016). Então, no processo de "conscientização" e construção da cidadania, o caso da professora que levou um soco no rosto, é apenas um ovo quebrado, como o que ela considerou merecido por Dória, na omelete da revolução. Um entre milhares.

* Trecho do capítulo que escrevi para o livro "Desconstruindo Paulo Freire", adaptado a um fato bem recente.





 Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.



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