Estudo inédito da
Descomplica mapeia padrões nas provas anteriores e aponta repertórios que podem
fortalecer os estudantes em 2025
Todos os anos, na véspera do Enem, surgem diversas apostas sobre o
possível tema da redação. Apesar da curiosidade que essas especulações
despertam, a experiência mostra que raramente elas se confirmam. O que de fato
pode ajudar o candidato, segundo professores da Descomplica, maior plataforma de cursos online do país, não é tentar
prever o assunto, mas entender os padrões de interseção que marcam as últimas
edições da prova.
Um estudo interno da Descomplica, que analisa as
redações do Enem dos últimos 16 anos, identificou que, independentemente do
tema específico, existem elementos recorrentes: questões sociais estruturais,
desigualdade de acesso a direitos e a necessidade de propor soluções coletivas.
Esses padrões atravessam diferentes enunciados e aparecem combinados a temas de
cultura, educação, saúde, meio ambiente ou direitos humanos.
Para Marcus Oliveira, professor da Descomplica, o estudante que se
concentra nessas interseções sai em vantagem. “Chutar o tema da redação é como
jogar na loteria. A chance de acerto é mínima. O que realmente faz diferença é
perceber que todos os temas exigem do candidato uma análise social ampla,
argumentos consistentes e a capacidade de propor soluções. Ao invés de decorar
repertórios prontos, o aluno precisa construir repertórios conectados com esses
grandes eixos”, explica.
O professor lembra ainda que o Inep tem sido cada vez mais
rigoroso com o uso de repertórios de bolso e paráfrases da própria prova. “Nos
últimos anos, vimos uma queda expressiva no número de notas mil em redação — de
cerca de 60 em 2023 para apenas 12 em 2024. Isso mostra que repetir citações
genéricas ou usar referências muito comuns já não basta. O Enem quer
repertórios originais e contextualizados, que dialoguem com a realidade
social”, acrescenta.
Segundo a Descomplica, o objetivo do levantamento é fornecer aos
estudantes uma lista das interseções mais recorrentes nas últimas edições da
prova, mostrando de forma clara quais eixos se repetem e como eles podem ser
usados para fortalecer a argumentação. Entre as recorrências já identificadas
estão cidadania e participação social, educação inclusiva e saúde pública,
sempre conectadas a desafios sociais que exigem soluções coletivas.
Dicas práticas para os candidatos
- Foque nos eixos sociais estruturais: os temas do Enem quase sempre dialogam com questões como
desigualdade de acesso a direitos, violência e segurança pública e
valorização da diversidade cultural.
- Construa repertórios variados: vá além de frases prontas e traga referências originais da
literatura, música, cinema ou de dados atuais (como pesquisas e
relatórios).
- Pratique a construção de soluções: todo tema do Enem exige proposta de intervenção. Treine
criar alternativas coletivas, viáveis e factíveis para diferentes
contextos.
- Leia redações nota mil: observe como
candidatos de anos anteriores conectaram argumentos a repertórios
originais e fugiram do senso comum.
Com isso, o aluno passa a compreender que não há um “tema certo” a
ser descoberto, mas sim um conjunto de pensamentos que podem tornar sua
argumentação mais sólida. “Não vence quem acerta o palpite, mas quem está
preparado para articular ideias em torno de grandes questões sociais. É aí que
a redação do Enem realmente se decide”, conclui Marcus Oliveira.
Descomplica
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