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quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Redação no Enem exige mais que adivinhar o tema: interseções revelam caminhos para os candidatos

Estudo inédito da Descomplica mapeia padrões nas provas anteriores e aponta repertórios que podem fortalecer os estudantes em 2025

 

Todos os anos, na véspera do Enem, surgem diversas apostas sobre o possível tema da redação. Apesar da curiosidade que essas especulações despertam, a experiência mostra que raramente elas se confirmam. O que de fato pode ajudar o candidato, segundo professores da Descomplica, maior plataforma de cursos online do país, não é tentar prever o assunto, mas entender os padrões de interseção que marcam as últimas edições da prova.

Um estudo interno da Descomplica, que analisa as redações do Enem dos últimos 16 anos, identificou que, independentemente do tema específico, existem elementos recorrentes: questões sociais estruturais, desigualdade de acesso a direitos e a necessidade de propor soluções coletivas. Esses padrões atravessam diferentes enunciados e aparecem combinados a temas de cultura, educação, saúde, meio ambiente ou direitos humanos. 

Para Marcus Oliveira, professor da Descomplica, o estudante que se concentra nessas interseções sai em vantagem. “Chutar o tema da redação é como jogar na loteria. A chance de acerto é mínima. O que realmente faz diferença é perceber que todos os temas exigem do candidato uma análise social ampla, argumentos consistentes e a capacidade de propor soluções. Ao invés de decorar repertórios prontos, o aluno precisa construir repertórios conectados com esses grandes eixos”, explica. 

O professor lembra ainda que o Inep tem sido cada vez mais rigoroso com o uso de repertórios de bolso e paráfrases da própria prova. “Nos últimos anos, vimos uma queda expressiva no número de notas mil em redação — de cerca de 60 em 2023 para apenas 12 em 2024. Isso mostra que repetir citações genéricas ou usar referências muito comuns já não basta. O Enem quer repertórios originais e contextualizados, que dialoguem com a realidade social”, acrescenta. 

Segundo a Descomplica, o objetivo do levantamento é fornecer aos estudantes uma lista das interseções mais recorrentes nas últimas edições da prova, mostrando de forma clara quais eixos se repetem e como eles podem ser usados para fortalecer a argumentação. Entre as recorrências já identificadas estão cidadania e participação social, educação inclusiva e saúde pública, sempre conectadas a desafios sociais que exigem soluções coletivas.
 

Dicas práticas para os candidatos

  • Foque nos eixos sociais estruturais: os temas do Enem quase sempre dialogam com questões como desigualdade de acesso a direitos, violência e segurança pública e valorização da diversidade cultural.
  • Construa repertórios variados: vá além de frases prontas e traga referências originais da literatura, música, cinema ou de dados atuais (como pesquisas e relatórios).
  • Pratique a construção de soluções: todo tema do Enem exige proposta de intervenção. Treine criar alternativas coletivas, viáveis e factíveis para diferentes contextos.
  • Leia redações nota mil: observe como candidatos de anos anteriores conectaram argumentos a repertórios originais e fugiram do senso comum.

Com isso, o aluno passa a compreender que não há um “tema certo” a ser descoberto, mas sim um conjunto de pensamentos que podem tornar sua argumentação mais sólida. “Não vence quem acerta o palpite, mas quem está preparado para articular ideias em torno de grandes questões sociais. É aí que a redação do Enem realmente se decide”, conclui Marcus Oliveira.


Descomplica


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