Com
segunda maior incidência entre os homens, diagnóstico precoce é essencial para
maior chance de cura, uma vez que a doença não traz sintomas em estágio inicial
Novembro
é dedicado para falar sobre a saúde do homem, em especial através da campanha
novembro azul, que alerta sobre o câncer de próstata e reforça a importância do
acompanhamento médico regular para diagnóstico precoce. No Brasil, o INCA
(Instituto Nacional de Câncer) estima cerca de 71.730 novos casos anuais entre
2023 e 2025.
O
alto número de diagnósticos chama a atenção para os fatores de risco. Entre
eles está o envelhecimento da população, histórico familiar, etnia e fatores
genéticos. Com isso, homens acima dos 50 anos, com histórico de câncer em
parentes de primeiro grau, negros e portadores de mutações em genes como BRCA2,
ATM e HOXB13 estão associados a maior predisposição.
Para
o urologista e especialista em cirurgia robótica do Grupo São Lucas de
Ribeirão Preto, Dr. Tiago Bovo (CRM: 94246 / RQE: 58781), o
grande desafio está na conscientização e incentivo para o acompanhamento
regular com um especialista. Por se tratar de uma doença silenciosa, exames de
rotina são essenciais para o diagnóstico precoce, trazendo uma taxa de
cura de 90% para tratamentos em casos iniciais.
“Estudos
clássicos demonstraram que o rastreamento regular reduz significativamente a
mortalidade em até 20%. Quando há sinais, eles geralmente
refletem uma doença mais avançada. Os sintomas mais comuns são
dificuldade para urinar, jato urinário fraco ou intermitente, necessidade de
urinar com frequência, especialmente à noite, sangue na urina ou no
sêmen e dor óssea em casos metastáticos. Por isso, o diagnóstico
precoce salva vidas e evita que a doença avance, trazendo riscos de
um tratamento que passa a ser apenas de controle e não de cura”,
explica.
O
rastreamento envolve dois exames complementares, sendo eles o PSA (Antígeno
Prostático Específico), exame de sangue que detecta alterações no nível da proteína
produzida pela próstata e o toque retal, exame físico rápido que permite
avaliar o tamanho, consistência e eventuais nódulos na glândula. A
Sociedade Brasileira de Urologia recomenda rastreamento anual em homens a
partir de 50 anos e, para casos de histórico familiar ou etnia, a partir
dos 45.
Entre
os principais tratamentos, está vigilância ativa para tumores de baixo risco,
cirurgia de prostatectomia radical, que remove toda a glândula
prostática, radioterapia moderna e terapias
sistêmicas como hormonais e imunoterápicas nos casos
avançados. A cirurgia robótica é atualmente o padrão mais elevado e seguro
para casos cirúrgicos. Com o sistema robótico da Vinci, utilizado no
Hospital São Lucas, o método amplia a visão em 3D, permite movimentos
precisos e reduz sangramento, dor e tempo de recuperação. Estudos de centros de
referência demonstram melhores resultados funcionais como preservação urinária
e sexual e margens cirúrgicas mais seguras quando comparadas à cirurgia aberta
ou laparoscópica tradicional.
“A
resistência ao acompanhamento vem, em parte, de mitos culturais e
medo do exame de toque retal. É fundamental desmistificar essa barreira. O
toque dura poucos segundos e pode literalmente salvar vidas. Homens que se
cuidam vivem mais, com mais energia e com mais tempo para suas famílias. O
estilo de vida tem impacto direto na saúde prostática. Estudos mostram que
fatores metabólicos e inflamatórios influenciam o risco de câncer de próstata.
É recomendado controle de peso corporal, alimentação equilibrada, atividade
física regular, evitar tabagismo e consumo excessivo de álcool, controlar
o estresse e priorizar um sono adequado. Em resumo, prevenção e
autocuidado são atitudes que não apenas evitam o câncer de próstata, mas
prolongam a vida com mais qualidade”, conclui o médico.
Grupo São Lucas de Ribeirão Preto (SP)
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