Doença é a segunda mais incidente no
Brasil e exige atenção mesmo na ausência de sintomas
O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens
brasileiros, com mais de 70 mil novos casos por ano, segundo o Instituto
Nacional do Câncer (INCA). Já no mundo, são mais de 1 milhão de diagnósticos
anuais, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Apesar dos números expressivos, a doença ainda é cercada por mitos
que podem atrasar o diagnóstico e comprometer o sucesso do tratamento. “O
grande desafio é combater as falsas crenças e incentivar os homens a cuidarem
da saúde de forma preventiva”, alerta o oncologista Humberto de Matos, médico
do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS).
Mito 1: “Se não tenho sintomas, não preciso me preocupar”
Esse é um dos enganos mais comuns. Em grande parte dos casos, o
câncer de próstata é assintomático nas fases iniciais — muitos diagnósticos são
feitos em homens que não apresentam qualquer queixa urológica. Por isso, a
prevenção deve começar antes que os sintomas apareçam.
Mito 2: "Câncer de próstata só acontece em idosos”
Outro mito. A doença é mais comum a partir dos 60 anos, mas pode
ocorrer em homens mais jovens. “Estima-se que um em cada seis homens terá
câncer de próstata ao longo da vida”, reforça o especialista.
Diagnóstico e prevenção: quando procurar o médico
Por ser uma doença comum e, em geral, silenciosa, o acompanhamento
deve começar cedo. Para a população geral, o exame de PSA (sangue) deve ser iniciado
a partir dos 50 anos. Vale ressaltar que o PSA normal é um excelente sinal, mas
precisa ser repetido anualmente, sempre em conjunto com o exame de toque retal,
para garantir o monitoramento adequado da saúde da próstata.
Já para quem possui histórico familiar, a recomendação é iniciar o
acompanhamento aos 45 anos. Isso porque homens com parentes de primeiro grau
(pai, irmão ou filho) diagnosticados com câncer de próstata têm um risco de 2 a
3 vezes maior de desenvolver a doença. Já aqueles com mutações genéticas,
especialmente no gene BRCA, podem ter risco até 5 vezes mais alto.
Sinais que merecem atenção
Embora muitos pacientes não apresentem sintomas, alguns sinais
devem acender o alerta:
- Sangue na urina ou no sêmen (hematúria);
- Diminuição do jato urinário;
- Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga;
- Dor ao urinar;
- Dificuldade para manter o jato de urina.
“Na maioria das vezes, o diagnóstico é feito por alterações no PSA
ou no exame físico, e não pelos sintomas. Por isso, o acompanhamento regular é
fundamental”, explica Dr. Humberto.
Estilo de vida e prevenção
A atividade física é uma grande aliada: homens ativos
têm 25% menos risco de desenvolver a doença. Além disso, uma alimentação rica
em frutas, legumes e grãos pode reduzir em até 20% as chances de tumores
malignos na próstata. “Adotar um hábito de vida saudável é recomendado para
prevenção de todos os tipos de tumores, e para o câncer de próstata não é
diferente”, finaliza o oncologista.
Instituto de
Oncologia de Sorocaba
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