Nutrólogo Sandro Ferraz alerta para o uso estético e descontrolado do medicamento
Nos últimos meses, as chamadas “canetas emagrecedoras” deixaram os consultórios médicos para virar a febre do momento nas redes sociais. Impulsionadas por influenciadores e celebridades que prometem uma perda de peso quase instantânea, o uso destas substâncias — originalmente desenvolvidas para tratar obesidade e diabetes tipo 2 — se disseminou de forma alarmante. O problema? Na maioria das vezes, o uso é feito sem prescrição, sem acompanhamento profissional e, o que é mais grave, com produtos clandestinos e falsificados.
Uma pesquisa conduzida pela USP sobre o perfil dos consumidores das “canetas emagrecedoras” demonstrou que 45% dessas pessoas adquiriram o produto sem prescrição médica. Desse percentual, 73% não tiveram orientação de um profissional de saúde, e mais da metade utilizou apenas para fins de emagrecimento, sem possuir patologias.
O
nutrólogo e especialista em emagrecimento e longevidade, Dr. Sandro Ferraz,
reforça que o problema central reside no uso irresponsável e não no medicamento
em si. “O que preocupa é que muita gente está se automedicando, comprando
produtos falsificados e usando doses sem controle. Isso não é emagrecer, é
colocar a saúde em risco”, pontua o especialista.
Complicações reais ignoradas pela busca estética
O
uso indiscriminado, incentivado pela cultura de resultados rápidos das redes,
tem levado a um aumento nos casos de efeitos colaterais fortes e
desnecessários. Casos recentes divulgados na imprensa e relatados por médicos
incluem:
- Efeitos Imediatos:
Náuseas intensas, vômitos persistentes, dores abdominais e desidratação
grave.
- Complicações Sérias: Crises
de hipoglicemia, gastrite aguda, refluxo intenso e necessidade de
internações hospitalares.
- Risco Desconhecido:
Utilização de versões falsificadas ou sem registro da Anvisa, vendidas na
internet, sem garantia de segurança e composição.
Segundo
Dr. Ferraz, o corpo reage imediatamente ao uso incorreto. “Essas substâncias
alteram hormônios ligados à fome e à digestão. Se o paciente não é avaliado
antes, ele pode ter reações perigosas, especialmente quem já tem problemas
gastrointestinais ou metabólicos”, explica o nutrólogo.
Remédio não é cosmético
As “canetas” foram desenvolvidas para tratar patologias sérias. O que se vê hoje, no entanto, é um uso puramente estético para perder poucos quilos, muitas vezes incentivado pela pressa.
“Emagrecer rápido demais pode enfraquecer o corpo, reduzir massa magra e até prejudicar órgãos. Não existe atalho que substitua acompanhamento profissional”, reforça Dr. Ferraz.
Para
o público e, especialmente, para os formadores de opinião, o especialista deixa
três alertas principais antes de utilizar o medicamento:
- Nunca use sem orientação médica. A prescrição leva em conta
histórico, exames e possíveis riscos.
- Desconfie de ‘canetas’ vendidas na internet. A chance de ser
produto irregular é grande.
- Emagrecimento saudável é processo. Combina alimentação, rotina,
sono e acompanhamento.
“A
aparência não pode valer mais do que a saúde. Emagrecer faz parte do cuidado,
mas precisa ser feito com responsabilidade, pois a saúde não pode ser
sacrificada pela pressa, conclui Ferraz.
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