No Rio Grande do Sul, SPRS chama atenção para os tipos mais frequentes de câncer infantil e para os progressos que elevam as taxas de cura e a qualidade de vida das crianças
O Dia Nacional de Combate ao Câncer, celebrado em
27 de novembro, reforça um alerta essencial para famílias e profissionais de
saúde: o câncer também acomete crianças e adolescentes e exige diagnóstico
precoce, atenção especializada e cuidado contínuo. No Rio Grande do Sul, a
Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) destaca o papel dos avanços
científicos e das equipes multidisciplinares na transformação do cenário da
oncologia pediátrica. Conforme a médica hematologista pediátrica, associada e
diretora da entidade, Virginia Nóbrega, compreender os sinais, os tipos mais
comuns e as novas possibilidades terapêuticas é fundamental para ampliar as
chances de cura e reduzir impactos físicos e emocionais.
Entre os tipos de câncer mais frequentes na infância estão as leucemias, responsáveis por aproximadamente um quarto dos casos.
“Elas afetam a medula óssea, comprometendo a produção das células do sangue e levando a sintomas como anemia, infecções e sangramentos”, explica.
Em seguida aparecem os tumores cerebrais e os linfomas, além de tumores musculares e ósseos — como rabdomiossarcoma, osteossarcoma e sarcoma de Ewing — que são muito mais comuns em crianças e adolescentes do que em adultos.
Segundo a especialista, os avanços no tratamento têm mudado a perspectiva de milhares de pacientes.
“Hoje, graças a terapias mais seguras, protocolos bem estabelecidos e um cuidado multidisciplinar que inclui suporte clínico, assistência psicológica e acompanhamento familiar, as taxas de cura chegam a cerca de 80%”, afirma. Ela destaca que, embora a quimioterapia ainda represente um desafio devido às toxicidades e ao risco aumentado de infecções, novas tecnologias têm ampliado as possibilidades terapêuticas. “As terapias alvo e as imunoterapias reconhecem e atacam apenas as células tumorais. Isso significa mais precisão, menos efeitos colaterais e uma experiência mais humanizada para as crianças em tratamento.”
O cenário para o futuro é promissor, com
tratamentos cada vez mais individualizados e focados na redução da dor, na
diminuição das internações e na promoção da qualidade de vida. A SPRS reforça
que a atenção ao câncer infantil deve ser contínua, e que qualquer sinal
persistente — como febre prolongada, palidez, manchas roxas sem causa aparente,
dor óssea, vômitos matinais ou perda de peso — deve motivar avaliação médica
imediata.
Marcelo Matusiak

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