Segundo entrevistados, reduzir o consumo de energia elétrica foi o hábito mais difícil de manter em 2025
O fim de ano costuma trazer reflexões sobre escolhas,
resultados e expectativas. Essa avaliação costuma acontecer em diversos
âmbitos, com a sustentabilidade ganhando cada vez mais espaço e relevância. Em
um contexto em que os brasileiros demonstram intenção de adotar hábitos mais
responsáveis, o valor dos produtos sustentáveis ainda é a
principal barreira para a maior parte da população.
Os dados são de um levantamento da Descarbonize Soluções, empresa especializada em energia solar e sustentabilidade, que revelou que mesmo que 8 em cada 10 brasileiros pretendam adotar mais hábitos sustentáveis em 2026, eles ainda esbarram em alguns entraves, sendo o alto custo dos produtos sustentáveis o principal obstáculo enfrentada no último ano, segundo 26% dos respondentes. Na sequência, aparecem a falta de tempo e a rotina corrida (22%) e a ausência de políticas públicas e ações governamentais (15%).
Além disso, o
estudo mostra que, para 39% dos entrevistados, reduzir
o consumo de energia elétrica foi o hábito sustentável mais difícil
de ser mantido em 2025. Em seguida, aparecem evitar o
uso de plásticos descartáveis (32%) e diminuir o consumo de água
(31%), três ações que, apesar de cotidianas, exigem tempo,
disciplina e incentivos externos para se tornarem rotina.
Patrick von Schaaffhausen, CEO da Descarbonize Soluções, comenta sobre o movimento dos brasileiros em relação aos hábitos sustentáveis: “Esses dados mostram uma consciência crescente sobre o papel individual nas transformações climáticas. A população está mais disposta a agir, mas ainda enfrenta algumas dúvidas nesse caminho ou mesmo desafios no dia a dia”.
E a participação das empresas nas iniciativas sustentáveis?
Além da participação da população, outros pilares sociais precisam atuar ativamente para que se construa um ecossistema mais sustentável, e é nesse ponto que entra a importância da presença do setor privado.
A maioria
dos entrevistados (37%) afirmou que as empresas praticaram apenas ações básicas
ou pontuais de
sustentabilidade em 2025. Outros 36% já entendem que a participação das
empresas foi insuficiente, com 18% dizendo que o discurso sustentável ainda
fala mais alto que as ações, 13% não percebendo nenhuma iniciativa relevante ao
longo do ano e 6% indicando que as empresas foram menos
ativas em 2025 do que no ano anterior.
“Esses resultados mostram que ainda existe uma lacuna entre intenção e prática, tanto para pessoas quanto para empresas. A sustentabilidade precisa deixar de ser uma pauta de marketing e se consolidar como uma estratégia real, pois iniciativas pontuais não geram transformação real. São as ações diárias que fazem diferença, com mudanças que façam parte de toda a cadeia de produção das empresas”, explica Schaaffhausen.
“Além disso, os consumidores já estão atentos às marcas que
possuem um discurso sustentável, mas que não aplicam as ações na prática.
Empresas que utilizam a pauta da sustentabilidade apenas como uma fachada tem
grandes chances de perderem sua credibilidade e o engajamento de seus
clientes”, pontua.
De olho no futuro
Ao projetar o
futuro, o sentimento entre os brasileiros mistura preocupação e esperança. A
maioria acredita que, se nada mudar, o planeta enfrentará graves consequências
nas próximas décadas. Segundo o estudo, 56% dos entrevistados
preveem desastres naturais mais frequentes e severos, enquanto 52% acreditam
que haverá escassez de água, energia e alimentos. Além disso,
34% enxergam um futuro de desigualdade climática, com regiões e grupos mais
afetados pelas mudanças do que outros.
Apesar desse cenário preocupante, o brasileiro não perdeu o desejo de transformar sua rotina. A pesquisa mostra que há disposição para agir em várias frentes do dia a dia, especialmente naquelas em que as decisões individuais têm peso coletivo. Entre as áreas em que os participantes pretendem ser mais sustentáveis em 2026, a alimentação lidera com 58%, seguida por transporte (35%), consumo de roupas e acessórios (34%) e viagens e turismo (22%).
“Esses dados revelam que a sustentabilidade já começa a fazer parte das escolhas pessoais de forma mais concreta, como o que os brasileiros gostariam de consumir, comer e na forma de se deslocar”, explica Schaaffhausen. “É um movimento que mostra amadurecimento: o entendimento de que ser sustentável não é abrir mão do conforto, mas repensar e se adaptar a partir das possibilidades.”
Para ele, o momento é decisivo: com o mundo voltado ao Brasil por conta da COP30, há uma oportunidade única para consolidar mudanças. “Estamos diante de um ponto de virada. O Brasil tem potencial de protagonismo global em sustentabilidade, e a conscientização crescente da população é um dos grandes passos. O desafio agora é transformar essa vontade em políticas públicas, inovação e acesso. Só assim o discurso de esperança se tornará realidade”, conclui.
Metodologia
Público: foram entrevistados 500 brasileiros de todos os estados do país, incluindo mulheres e homens, com idade a partir dos 18 anos e de todas as classes sociais.
Coleta: os dados do estudo foram levantados via plataforma de pesquisas online.
Data
de coleta: 04
de novembro de 2025.
Fonte: https://descarbonizesolucoes.com.br/




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