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A alta incidência de casos que envolvem picadas de escorpião tem chamado a atenção de especialistas médicos no Brasil e é motivo de preocupação ainda maior para a população com a chegada do calor. O Ministério da Saúde registrou mais de 126 mil casos no Brasil neste ano, com 148 mortes confirmadas até setembro.
Esse crescimento não é sazonal, mas sim uma tendência
histórica, com um estudo recente publicado na revista Frontiers in Public
Health alertando que os casos de picadas no país cresceram 150% em menos de
uma década (entre 2014 e 2023). Este cenário de "epidemia silenciosa"
é impulsionado por uma complexa interação de fatores ambientais, sociais e
biológicos.
De acordo com o estudo, a urbanização desordenada e as mudanças
climáticas desempenham um papel central no problema. Verões mais quentes e a alternância
entre períodos de chuva intensa e seca facilitam a proliferação das populações
de escorpiões, que são criaturas altamente adaptadas a ambientes quentes e
úmidos. O crescimento de cidades com infraestrutura e saneamento inadequados
cria o habitat ideal para a proliferação, já que os escorpiões vivem na rede de
esgoto e podem invadir residências facilmente pelos encanamentos. O acúmulo de
lixo e entulhos em áreas urbanas oferece abrigo e recursos abundantes para
esses animais.
De encontro com essa tendência, o Radar Whitebook, ferramenta que
utiliza inteligência artificial para identificar possíveis surtos de saúde,
registrou em setembro um aumento de 300% na procura de informações sobre picada
de escorpião preto em relação aos meses de julho e agosto. A Secretaria de
Estado da Saúde de São Paulo registrou 28 mil casos de acidentes com escorpiões
neste ano, liderando o ranking entre os estados brasileiros, seguido por
Minas Gerais, com 21 mil casos, e Bahia, com 12 mil registros. Em julho do ano
passado, a capital paulista havia registrado 2.639 ocorrências e neste ano, o
valor subiu para 3.359, um aumento de 27,3%.
A especialista médica da Afya Dayanna Palmer ressalta que é
fundamental redobrar os cuidados nesta época do ano, principalmente em áreas de
maior risco, como terrenos baldios, pilhas de entulho e madeira acumulada,
locais que favorecem a presença do escorpião. “A atenção deve ser ainda maior
com crianças e idosos, considerados mais vulneráveis aos efeitos do veneno. Em
caso de picada de escorpião, a orientação é procurar imediatamente o serviço de
saúde mais próximo, evitando medidas caseiras, já que o atendimento rápido faz
toda a diferença,” continua Palmer. Segundo ela, as regiões mais vulneráveis às
picadas são dedos, mãos e pés.
Afya
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