Na regulação da testosterona, o hormônio da força e da recuperação do vigor físico, a musculação e seus treinos de força são grandes aliados dos praticantes. Ela é um anabólico natural e essencial para o desenvolvimento muscular, força física, energia e até a libido. Mas para melhorar seu efeito é preciso também cumprir uma programação bem dimensionada, focando principalmente os exercícios compostos, aqueles com movimentos que envolvam duas ou mais articulações e trabalhem simultaneamente vários grupos musculares.
A testosterona atua diretamente na reconstrução dos
tecidos musculares danificados durante o treino, acelerando a recuperação e
promovendo o crescimento muscular. Para maximizar seu efeito, é preciso
estabelecer uma intensidade de exercícios adequada para a recomposição física
ter mais eficiência. Este tipo de hormônio é produzido principalmente nos
homens pelos testículos e, em menor quantidade, pelos ovários e glândulas
adrenais nas mulheres. O aumento da testosterona representa ganhos em saúde,
qualidade de vida e mais disposição física e mental, melhora da performance
sexual, além de refinar a estética.
É importante ter ciência que após os treinos a
elevação da presença da testosterona não é permanente, mas contribui para
importantes adaptações fisiológicas. Ela amplia a densidade óssea e melhora a
condição física, elevando o desempenho esportivo em geral. Intensifica ainda a
síntese proteica, o que favorece o crescimento muscular. Se for combinada com a
dieta adequada reduz consideravelmente a gordura corporal, um problema que tem
crescido muito em nossos tempos.
As respostas aos treinos de força, contudo, têm
resultados diferentes e a produção de testosterona vai variar em cada pessoa. A
idade e sexo são uma das principais condições. Os homens mais jovens apresentam
tendência de ter uma resposta hormonal melhor. E o nível de condicionamento
físico também é decisivo. Além disso, o sono, alimentação e estresse vão
influir. Hábitos saudáveis também potencializam os efeitos do treino. Portanto,
é preciso pensar no comportamento como um todo.
O fato é que a testosterona atua como um potente
hormônio anabólico e ajuda na reparação das microlesões musculares provocadas
pelo próprio exercício. O processo é essencial para a recuperação e consecutivo
crescimento da musculatura (hipertrofia). A resposta hormonal, portanto, é uma
adaptação do corpo ao estresse do treino. Após os 30 anos há uma queda natural
da massa muscular e por isso é recomendável ‘restaurá-la’ sempre. Pessoas com
mais músculos, mais saúde.
Principalmente os treinos de musculação, com cargas
elevadas e exercícios compostos, podem aumentar temporariamente os níveis de
testosterona. Ao longo do tempo, a carga progressiva e sobrecarga são
fundamentais para manter o estímulo hormonal. Os exercícios multiarticulares
como supino, agachamento e levantamento da terra ativam grandes grupos
musculares, e isso estimula intensamente o sistema endócrino, segundo estudos
do Journal of Strength and Conditioning Research.
Para quem não conhece, o supino é um exercício de musculação,
em que o praticante se deita num banco, retira de um cavalete uma barra com
pesos de cada lado, e deitado desce essa barra com os pesos até o peito e
depois a eleva novamente até em cima. No levantamento da terra, o praticante em
pé abaixa seu tronco para frente com os braços estendidos sem flexionar os
joelhos. Segura a barra com os pesos que está no chão e a levanta até a região
da coxa. Depois ele faz a reversão colocando lentamente a barra no chão, de
novo. Já no agachamento o praticante coloca a barra com pesos na parte superior
das costas e vagarosamente agacha até completar totalmente o movimento deste
agachamento com pesos. Depois ele lentamente sobe até ficar em pé novamente.
Para aumentar a testosterona, os exercícios de alta
intensidade e curta duração (de 45 a 60 minutos) são mais eficientes do que
sessões extensas, que podem elevar o cortisol, um hormônio que compete com a
testosterona no organismo. Com o passar do tempo, os níveis de testosterona no
corpo diminuem naturalmente. Esse processo gradual começa após os 30 anos, em
média. O declínio pode causar sintomas como cansaço, e alterações de humor,
além da perda de massa magra. Quando isso ocorre o treino de força é um
parceiro muito eficiente para ajustar o equilíbrio hormonal.
Na realidade, o exercício não faz com que o corpo
produza testosterona em abundância. É apenas um estímulo e auxilia
principalmente o sistema hormonal a se manter ativo e responder de forma rápida
e adequada. Consequentemente são benefícios temporários, e na verdade com
duração após o treino de apenas alguns minutos a poucas horas.
A longo prazo, o efeito mais efetivo é que aqueles
que praticam com regularidade exercícios de força, têm boa alimentação e
descanso correto, costumam ter mais equilíbrio nos níveis hormonais e ainda
apresentam os tecidos do corpo com melhor sensibilidade à testosterona. Por
outro lado, o overtraining ou excesso nos treinamentos, sem a devida
recuperação do corpo, pode elevar o cortisol, que é o hormônio do estresse, e
reduzir o nível da testosterona. Nada mais indicado então do que equilibrar o
estímulo e descanso, além do peso da carga trabalhada.
Como já explicamos, fazer exercícios com pesos faz
bem aos praticantes, mas é preciso se dedicar na constância e ter outros cuidados
com o corpo como uma dieta equilibrada, com proteínas, gorduras saudáveis, e
nutrientes, entre os quais, a vitamina D e o zinco. O resultado será o melhor
bem-estar psicológico, melhoria da postura, e principalmente a proteção das
articulações.
O organismo se torna mais eficaz na utilização da
testosterona para estimular o desenvolvimento e a resistência dos músculos. O
exercício não apenas impulsiona a produção hormonal, gradualmente, mas também
pode ampliar a quantidade e a sensibilidade dos receptores de androgênio nas
células musculares. Assim o ganho de massa magra e a redução da gordura
corporal, com ajuda da testosterona, criam um ambiente hormonal mais saudável.
Por outro lado, o perigoso sedentarismo sempre está
intimamente ligado a uma menor produção de testosterona. A prática de
exercícios regulares de força estimula a produção de hormônios, que, por sua
vez, aumentam o potencial de o corpo se adaptar e crescer, resultando em mais
força, vitalidade e saúde.
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