De clube de
leitura à fuga improvável, confira seis histórias reais que revelam os
bastidores da "prisão das estrelas"
Do outro
lado dos muros do Complexo Penitenciário de Tremembé, o presídio mais midiático
do Brasil, a rotina dos encarcerados misturas rivalidades, crenças espirituais,
fugas inusitadas e até concursos de beleza.
O local,
que já recebeu nomes como Anna Carolina Jatobá, Lindemberg Alves e Luiz
Estevão, guarda momentos dignos de episódios de séries prisionais.
A seguir,
listamos algumas das curiosidades que marcaram a história da “prisão das
estrelas”. Essas histórias integram o livro Tremembé –
o presídio dos famosos (Matrix Editora),
do jornalista e escritor best-seller de true crime Ullisses Campbell. Confira!
1. Cela dos Espíritos
Tendo como
“médium-chefe” Luiza Motta, sentenciada por atropelar e matar um homem enquanto
dirigia embriagada, o espaço que ficou conhecido como “Cela dos Espíritos”
ajudava mulheres condenadas por assassinato a pedirem perdão para suas vítimas.
Suzane von Richthofen, por exemplo, supostamente recebeu uma carta psicografada
da mãe, expressando perdão e amor incondicional.
2. Fuga pela escada de
maracujá
Uma das
fugas mais inusitadas de Tremembé foi protagonizada pela estelionatária
Dominique Cristina Scharf, conhecida como a "Dama do Cárcere", em
2007. Ela escapou de uma das unidades do complexo, escalando a muralha de seis
metros de altura utilizando uma plantação de maracujazeiros que crescia e se
agarrava aos caibros. Após alcançar o topo e saltar para o outro lado,
Dominique quebrou uma perna e um braço, mas ainda assim conseguiu sua liberdade
temporária.
3. Concurso de beleza
Anualmente,
a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo promove o
concurso "Miss Primavera" para eleger a "criminosa mais bonita
do sistema penal", apelidado jocosamente de "Miss Xilindró". O
concurso premiava ainda as categorias: Simpatia, Plus Size, Garota Revelação e
Mister Tremembé (título destinado a homens transsexuais custodiados em
penitenciárias femininas e às mulheres que se identificavam como lésbicas e
apresentavam expressão de gênero masculino). Sandra Ruiz, conhecida como
Sandrão, a sequestradora que namorou Elize Matsunaga e Suzane von Richthofen na
unidade, venceu o Mister em 2014.
4. Tráfico de crack
Durante o
regime semiaberto, alguns detentos “empreendedores” criaram uma passagem
secreta no forro de um galpão para traficar crack. Eles compravam as pedras
fora da prisão por R$ 10 e as revendiam por R$ 50 lá dentro. A droga era fumada
à noite, e os usuários, em delírio, vagavam como zumbis. O tráfico foi
descoberto após a denúncia de um dependente que não conseguiu comprar fiado.
5. Café literário
Criado por
Gil Rugai, condenado por homicídio duplamente qualificado e estelionato, o
"Café Literário" foi criado para reunir presos de dois pavilhões e
estimular a leitura, a escrita e o debate. No projeto, que foi elogiado pelo
poder de ressocialização, os detentos já discutiram obras como A
Divina Comédia, de Dante Alighieri, Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski,
Saber viver, de Cora Caroline, entre outros clássicos.
Tremembé
– o presídio dos famosos está
disponível na Amazon e no site da Matrix
Editora
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