No Dia do Imigrante, celebrado em 25 de junho, é
fundamental reforçar a atenção para os cuidados essenciais ao cruzar fronteiras
internacionais – e a vacinação é um dos pilares dessa preparação. “Manter o
calendário vacinal em dia é essencial não apenas para a proteção individual,
mas também para prevenir surtos e proteger comunidades inteiras”,
afirma o Dr. André Bon, infectologista do Exame Medicina Diagnóstica, marca da
Dasa no DF, líder de medicina diagnóstica no Brasil.
A Dra. Rosana Richtmann, consultora em vacinas da
Dasa e infectologista do Delboni, marca da Dasa em SP, reforça: “A
vacinação deve ser encarada como parte da bagagem de qualquer viajante. Muitos
esquecem que, ao visitar outro país, também se expõem a agentes infecciosos que
podem não circular no Brasil.”
Vacinas obrigatórias e
recomendadas para viajantes
Ao planejar uma viagem internacional, é fundamental
verificar se o país de destino exige o Certificado Internacional de Vacinação
ou Profilaxia (CIVP) como requisito para entrada. Esse certificado comprova a
imunização contra doenças específicas, sendo a vacina contra a febre amarela a
mais comum entre as exigências. Países como Índia, Indonésia, Malásia e
Tailândia, por exemplo, costumam solicitar esse comprovante para garantir a
segurança sanitária em suas fronteiras.
Vale destacar que a lista de países e as vacinas
obrigatórias podem variar conforme as políticas de saúde pública e as
atualizações sanitárias de cada região. Por isso, incluir a consulta às fontes
oficiais do país de destino — como embaixadas, consulados e órgãos de saúde —
no planejamento da viagem é essencial para evitar contratempos na imigração e
garantir uma experiência segura.
Além de proteger o viajante individualmente, manter
a vacinação em dia e portar o CIVP contribui para a prevenção de surtos e a
proteção das comunidades locais, alinhando-se às recomendações do Regulamento
Sanitário Internacional da OMS. A ausência do certificado pode resultar na
recusa de entrada no país, mesmo que o viajante esteja com o passaporte e visto
em ordem.
Há também vacinas recomendadas
que, embora não sejam obrigatórias, são importantes aliadas do bem-estar do
viajante internacional e orientadas em consulta médica. Veja algumas delas:
- Influenza
– recomendada para viajantes de todas as idades, especialmente quando o
deslocamento é para regiões de clima frio ou em épocas de surto gripal. A
gripe pode provocar febre alta, dores no corpo e evoluir para complicações
respiratórias. No caso de pessoas com mais de 60 anos, está recomendada a
vacina Efluelda, com concentração de antígenos superior à do imunizante
indicado para os demais grupos da população.
- Pneumocócica – indicada principalmente
para idosos e pessoas com doenças crônicas, essa vacina previne pneumonia,
meningite e infecções graves.
- HPV – protege contra diversos
tipos de câncer (colo do útero, garganta, ânus, entre outros) e verrugas
genitais. Idealmente aplicada antes do início da vida sexual, mas também
recomendada para adultos que ainda não foram imunizados.
- Herpes
Zoster –
indicada para pessoas acima dos 50 anos, previne o surgimento do chamado
"cobreiro", que pode causar dor intensa e prolongada.
- Hepatite
A –
protege contra o vírus da hepatite A, transmitido por água e alimentos
contaminados.
- Tríplice
viral –
protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Diversos países do mundo estão
vivendo surtos de sarampo e estar protegido contra este vírus altamente
transmissível é importante para evitar o adoecimento e a reemergência do
vírus no Brasil;
- Meningocócica
–
previne a meningite meningocócica. Viajantes para regiões como o cinturão
de meningite na África precisam desta vacina. Além disso, imigrantes que
irão se hospedar em dormitórios em ambientes fechados e grandes
aglomerações podem se beneficiar da vacinação.
- Vacina
contra raiva – raiva é uma doença 100% letal, transmitida pela arranhadura ou
mordedura de mamíferos infectados. Viajantes que se deslocam para áreas
remotas, com contato direto com animais, devem ser vacinados com esquema
pré-exposição de raiva, facilitando o manejo após acidentes de risco, com
necessidade apenas de reforço da vacina após mordedura ou arranhadura.
- Febre
tifoide –
protege contra infecções por Salmonella typhi, transmitida
através de água e alimentos contaminados e causadora de doenças como
diarreia até formas graves de infecção do sangue.
- Vacina
contra dengue – protege viajantes que se deslocam para áreas endêmicas com
transmissão do vírus, como alguns países da África, América do Sul e Ásia.
Riscos de não se vacinar
Ignorar essas vacinas pode colocar em risco não
apenas o viajante, mas também a população local do destino. Estar adequadamente
vacinado protege o país de destino da reintrodução de doenças como sarampo e poliomielite.
Já a falta de vacinação contra a gripe ou a pneumonia, pode levar a
hospitalizações em plena viagem e a infecção por HPV ou herpes zoster pode
comprometer seriamente a qualidade de vida, mesmo sem sintomas imediatos.
“O viajante prevenido consegue aproveitar a jornada
com mais segurança e tranquilidade. Além disso, estar com a vacinação em dia
pode evitar problemas na imigração ou até mesmo a recusa de entrada no país de
destino”, reforça o Dr. Bon.
Planejamento é tudo
Para viajar com segurança, o ideal é buscar
informações com antecedência em fontes confiáveis, como o site da Anvisa
ou do Ministério da Saúde, e consultar um profissional de
saúde. Alguns imunizantes exigem mais de uma dose ou um período de carência
para surtir efeito.

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