Dados alarmantes mostram avanço da obesidade no país; prática de calistenia surge como alternativa eficaz e acessível para perda de peso e melhora da saúde cardiovascular
A
obesidade já é considerada uma epidemia nacional. De acordo com o Atlas Mundial
da Obesidade 2025, divulgado pela Federação Mundial da Obesidade, 68% da
população brasileira está acima do peso — sendo 31% com obesidade e 37% com
sobrepeso. As projeções são ainda mais preocupantes: segundo pesquisadores da
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apresentados durante o Congresso Internacional
sobre Obesidade (ICO) 2024, até 2044 quase metade dos adultos brasileiros (48%)
poderá viver com obesidade, e outros 27% com sobrepeso.
Diante
desse cenário, cresce a procura por soluções acessíveis e eficazes. Uma das
mais promissoras é a calistenia, técnica baseada no uso do próprio peso
corporal. Praticável em qualquer espaço e sem a necessidade de equipamentos, a
modalidade tem ganhado destaque por sua eficiência na queima calórica,
fortalecimento muscular e melhora do condicionamento físico.
“A
principal chave para o emagrecimento é gerar déficit calórico — gastar mais
energia do que se consome. A calistenia se encaixa perfeitamente nesse
conceito, pois eleva rapidamente a frequência cardíaca com movimentos que
envolvem o corpo todo”, explica Felipe Kutianski, educador físico e
especialista em fisiologia do exercício.
Segundo
o especialista, é possível obter bons resultados com treinos de apenas 15 a 20
minutos por dia. A prática também pode ser adaptada para diferentes níveis de
condicionamento físico, tornando-se uma opção viável para iniciantes e
praticantes mais avançados.
Top 5 exercícios para perder peso com calistenia
1. Burpee ou
meio burpee (adaptado)
Movimento completo que ativa diversos grupos musculares simultaneamente e
promove alta queima calórica. A versão adaptada, sem salto e flexão, é indicada
para quem está começando.
2.
Polichinelo
Exercício aeróbico que movimenta braços e pernas, além de estimular a
coordenação e elevar rapidamente a frequência cardíaca.
3. Skipping
alto
Simula uma corrida estacionária com elevação dos joelhos, fortalecendo o core e
contribuindo para o condicionamento cardiorrespiratório.
4.
Agachamento com salto
Trabalha os membros inferiores com estímulo extra para o sistema
cardiovascular. Para iniciantes, o agachamento tradicional é uma alternativa
segura.
5. Escalador
(mountain climber)
Na posição de prancha, simula uma corrida no solo, ativando intensamente o
abdômen e exigindo resistência física.
Como montar
um treino funcional?
Kutianski
recomenda uma rotina de 4 a 6 treinos por semana, com a seguinte estrutura:
- Aquecimento
(3 a 5 minutos): polichinelos ou corrida leve no lugar.
- Treino
principal (10 a 15 minutos): escolha quatro dos
exercícios acima e realize cada um por 30 segundos, com 15 segundos de
pausa. Repita de 6 a 10 ciclos.
- Desaceleração
(2 a 3 minutos): caminhada leve ou alongamento dinâmico.
Além
de auxiliar no emagrecimento, a prática contínua da calistenia melhora a saúde
cardiovascular, aumenta a mobilidade e eleva a autoestima.
“O
importante é começar com o que se tem. O próprio corpo é uma ferramenta
poderosa. Com disciplina e constância, os resultados aparecem — não só na
balança, mas também na disposição, saúde e autoconfiança”, finaliza Kutianski.

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