Especialista
em saúde da mulher comenta o problema que afeta 15% dos casais
Dados da
Organização Mundial da Saúde (OMS) classificam como inférteis os casais que
tentam engravidar e encontram dificuldades após o período de um ano, mesmo com
relações frequentes e sem qualquer forma de contracepção. Segundo a entidade,
15% dos casais em idade reprodutiva são afetados, ou seja, cerca de 80 milhões
de pessoas no mundo. Problemas como cistos, hipotireoidismo, endometriose,
adenomiose, miomas, alterações hormonais, entre outros, estão entre as causas
mais comuns.
“Os números
são altos e a situação pode assustar um pouco, mas é importante destacar que
infertilidade não é igual a esterilidade. O casal infértil tem muitas chances
de engravidar, o importante é determinar as causas e agir para solucionar”,
explica Dr. Marcos Tcherniakovsky, ginecologista e obstetra, especialista em
endometriose e Diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose
(SBE).
Se tratando
especificamente da saúde da mulher, de acordo com o Ministério da Saúde, a
infertilidade pode estar relacionada a:
Ovários: a presença de cistos, inflamações, ausência de
ovulação, problemas de baixa tireóide (hipotireoidismo), idade da mulher a
partir de 35 anos e menopausa precoce podem causar quadros de
infertilidade.
Tubas
uterinas: a obstrução das
tubas pode impedir o encontro do óvulo com o espermatozóide. Os motivos para
isso podem variar de doenças que causam inflamação pélvica, como endometriose,
adenomiose, Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e até alteração do muco
cervical.
“A
endometriose é responsável por 30% a 50% dos casos de infertilidade. Ela
acontece quando o tecido do endométrio, que deveria ser expelido na menstruação
todos os meses, migra no sentido oposto, para a cavidade abdominal e órgãos da
pelve. Da mesma forma, a adenomiose que faz com que o endométrio se instale na
parede muscular do útero (miométrio), causando alterações que provocam
não apenas quadros de infertilidade, mas abortamento frequente”. Por outro lado
cerca de 30% são assintomáticas comenta o médico.
Óvulos: Alterações na ovulação como em espermatozóides
podem interferir na fecundação. Dessa forma, exposição à radiação e
medicamentos tóxicos, assim como problemas nos cromossomos podem interferir na
sua qualidade e fertilidade.
Hormônios: é na parede do endométrio que ocorre a fixação do
embrião, para o desenvolvimento da gestação. Este ambiente é regulado pelos
hormônios estrógeno e progesterona, que se não estiverem em funcionamento normal
podem dificultar a gravidez.
“Exames de
imagem colaboram para o diagnóstico correto, como ultrassonografia e
ressonância pélvica. Os tratamentos vão depender do histórico de saúde da
paciente e do problema responsável pelo quadro de infertilidade”, comenta Dr.
Marcos.
O
acompanhamento de rotina com o médico ginecologista, para manter a saúde da
mulher em dia e evitar que os problemas se agravem, são essenciais. Por meio
dele, é possível detectar, inclusive de forma precoce, patologias que possam
causar infertilidades. “O ginecologista pode tratar das doenças de sua
especialidade e também indicar um tratamento multidisciplinar, até que a
fertilidade seja restabelecida”, esclarece o Dr. Marcos.
Dr. Marcos Tcherniakovsky – Ginecologista e
Obstetra - Especialista em Endometriose e Vídeoendoscopia Ginecológica (Histeroscopia e Laparoscopia).
Atualmente é Médico Responsável pelo Setor de Vídeo-Endoscopia Ginecológica e
Endometriose da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC. É Médico Responsável
na Clínica Ginelife. Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO e Diretor de Comunicação da Sociedade
Brasileira de Endometriose. Membro da Comissão Nacional de
Especialidades em Endometriose pela Federação Brasileira de Ginecologia e
Obstetrícia (FEBRASGO) Instagram: @dr.marcostcher
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