Sophie Deram, especialista em nutrição, explica por que a insatisfação corporal é um problema grave
No mundo todo,
inúmeras pessoas sentem-se insatisfeitas com seus corpos refletidos no espelho
e lutam com problemas de imagem corporal. Devido a esse desagrado, tanta gente
se submete a anos de dietas restritivas como a "low carb",
cetogênica, e as ricas em proteínas (paleolíticas), mas se engana quem acha que
esta é a solução! Estes métodos extremistas não fazem bem à saúde e, como
consequência, podem produzir o famoso "efeito sanfona", além de levar
a compulsão alimentar e obesidade. De acordo com a Organização Mundial, a
projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso;
e mais de 700 milhões, obesos.
"A busca pelo
corpo magro, musculoso, ou considerado como ‘ideal’ são práticas inseridas na
‘cultura da dieta’. Quando criamos crenças sobre a comida e classificamos
determinados alimentos em proibidos, eles se transformam em tabus. Com a
proibição, surge o desejo de violar a regra, o que aumenta as chances de
exagerar e até mesmo de desenvolver uma compulsão alimentar", alerta a
especialista em nutrição, Sophie Deram, durante palestra "É tempo de
abandonar a cultura da dieta: entenda por que ela é um problema",
promovida pela Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas
Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados (ABIMAPI), apresentada no Ganepão
2020, um dos maiores eventos de saudabilidade da América.
Para driblar essa
vontade exagerada de comer, é essencial começar pela mudança no pensamento,
compreendendo que excessos não fazem bem e que dentro de uma alimentação
saudável é possível ter uma variedade de produtos, incluindo os mais ricos em
energia (carboidratos) ou gordura. "É importante considerar que cada
alimento tem uma porção e frequência adequada, e até os conhecidos como
"guloseimas" e fast-foods podem fazer parte de uma rotina
equilibrada, desde que consumidos com moderação", explica a nutricionista.
Alimentar-se prestando
atenção nos sinais de fome e saciedade do corpo também é uma dica para
contornar os momentos de gula. É claro que ela requer paciência e
autoconhecimento, mas é muito eficaz! "Quando abrir espaço para uma
indulgência, escolha um que goste bastante e aprecie com calma, pois desta
forma é mais fácil se saciar com uma quantidade menor. Caso exagere, evite
comportamentos de compensação como omitir refeições ou fazer jejuns, pois eles
apenas agravam a sensação de culpa", diz Sophie Deram.
Para conseguir manter
a sintonia entre as sensações do corpo, a comida e a mente, a especialista
separou algumas dicas:
1 - Antes de comer
deixe os problemas de lado, relaxe e aprecie a sua refeição.
2 - Diminua as ideias
de magreza e corpo ideal, aceita a sua forma física e a sua beleza natural.
3 - Use as roupas que
te fazem sentir bem. Se admire ao espelho e não deixe que a beleza de outra
pessoa traga aspectos negativos para forma que enxerga o seu próprio corpo.
4 - Quanto mais prazer
você leva para as refeições, melhor será a sua relação com a comida.
5 - Quando temos
sintonia com o nosso próprio corpo, conseguimos diferenciar o que é uma necessidade
e o que é uma vontade. Tudo pode ser consumido, desde que na quantidade certa.
Então, se permita!
Por fim é válido
lembrar que alimentação não é apenas o consumo de nutrientes, e sim um ato
social e um prazer que sempre acompanhou os seres humanos. Portanto, aproveite
este momento sabendo equilibrar frequência e quantidade, sem recorrer à gula.
ABIMAPI
Nenhum comentário:
Postar um comentário