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quarta-feira, 3 de junho de 2020

“Tratamentos de rotina não devem ser abandonados”, orientam médicos


Pandemia do novo coronavírus provocou grandes quedas no número de consultas


O número de casos e de mortes por Covid-19 no Brasil ainda é crescente – dados recentes apontam mais de 180 mil infectados. Segundo orientações da OMS e do Ministério da Saúde, o isolamento social, especialmente para grupos de risco, é essencial para o controle da pandemia. No entanto, profissionais de saúde do país alertam sobre grandes quedas no atendimento a pacientes portadores de doenças crônicas por medo da contaminação.

Estatísticas apontam que o número de cancelamentos e adiamentos de consultas médicas tem crescido desde os primeiros casos registrados no país. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia Intervencionista, entre março e abril de 2020, houve uma queda de até 73% de cirurgias cardiológicas em comparação com o mesmo período do ano passado.

De acordo com o dr. Wilson Nakasato, diretor médico do Hospital São Lucas Copacabana, os dados são preocupantes. “Vemos um cenário em que, devido às orientações sobre o isolamento e os riscos de infecção pelo Coronavírus, pacientes com doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, câncer e deficiências respiratórias, passam a abandonar seus tratamentos continuados, o que pode levar ao agravamento dessas doenças. Além de assegurar a frequência do atendimento médico, cabe às instituições de saúde tomar medidas para garantir a segurança dos pacientes e colaboradores.

“Em conjunto com toda a equipe, elaboramos algumas alternativas para evitar o problema. No Centro de Especialidades Gávea do Hospital São Lucas Copacabana, que não possui emergência, orientamos aos pacientes no momento do agendamento que, por segurança, não compareçam em casos de sintomas respiratórios. Além disso, o uso de máscaras é obrigatório e limitamos a permissão de acompanhantes durante as consultas”, comenta o diretor.

“Outras medidas essenciais são o agendamento de consultas com horários intervalados e adaptação no fluxo das salas de espera para garantir o distanciamento social, além do reforço na higienização de todos os ambientes. Para algumas especialidades, o serviço de telemedicina também está disponível. Seguindo estas providências, os riscos de infecção pelo novo Coronavírus são bastante minimizados”.

Dr. Wilson também ressalta que a resistência em buscar ajuda médica pode trazer grandes riscos à saúde do paciente. “Alguns sintomas, como falta de ar, fraqueza e dores no peito, são normalmente associados ao Covid-19, mas também podem indicar problemas cardiológicos como infarto e insuficiência cardíaca. Portanto, nos primeiros sinais, é preciso ir ao hospital imediatamente – sobretudo pacientes com doenças crônicas”.

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