Existe um
dito popular bastante conhecido, mas verdadeiramente atual. Em toda a crise
existe uma oportunidade. As vezes é difícil de enxergar, mas que existe,
existe.
Atualmente
é indiscutível que o mundo vive um cenário de crise devido à pandemia de
Covid-19. Todos sabemos que essa crise trouxe impacto profundo para a
sociedade brasileira, e, consequentemente, para a economia. Negócios estão
fechando, há a queda da circulação de renda e os padrões de consumo da
população mudaram.
O número de
desempregados hoje no Brasil, entre índices oficiais e não oficiais,
ultrapassam a casa de 20 milhões de pessoas. Convenhamos que é um número
extremamente alto, representando um exército de pessoas fora da linha de
consumo e de participação no mercado, sem considerar o lado humanitário de
inúmeras famílias sem condição de se sustentar.
Neste
contexto, pesquisas mostram que cerca de 40% das pequenas e médias empresas
pararam. Além disso, segundo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, a produção industrial brasileira (PIM-PF) registrou em março de
2020 queda de 3,8% em relação ao mesmo mês de 2019. Na série com ajuste
sazonal, a indústria recuou 9,1% na margem, acumulando, assim, retração de 1,7%
nos três primeiros meses ano.
Com esses
números fica difícil prever quando o nível de emprego voltará a subir e
apresentar um índice menos doloroso do que o atual. Então da mesma forma que a
situação é grave, também existem oportunidades de empreender. Todo desempregado
atual pode ser um empreendedor em gestação. A necessidade gera busca de
alternativas e nesse momento é que as oportunidades aparecem.
Hoje
emprego aproximadamente 7 mil colaboradores, mas meu primeiro empreendimento foi
a criação de uma empresa de motoboys aos 16 anos. Antes dessa empresa eu já
demonstrava sinais de empreendedor, uma vez que eu pegava dinheiro emprestado
e comprava vela para vender no cemitério de final de semana. O
empreendedor é aquele que sai de sua zona de conforto e consegue se organizar e
se desenvolver mesmo em meio às dificuldades. Para isso, ele contraria o senso
comum e enxerga além da crise, criando oportunidades de contorná-la por meio de
inovações e melhorias em seu negócio, não somente necessárias para sua
sobrevivência, mas também que tragam impacto positivo para o mercado.
Aos
23 anos fui trabalhar com o meu tio de ajudante geral e alguns anos depois
comprei a empresa dele, engrossando a fila dos exemplos de como o
pensamento empreendedor se transformou em empresas de sucesso. Portanto,
todos podemos perceber a importância de empreender e inovar em cenários
de crise como a vivida atualmente por causa da pandemia.
Em momentos
de crise e dificuldade econômica ter uma visão que fuja do imobilismo,
empreender buscando alternativas de sustento para a própria família e, quem
sabe, para outras famílias, pode ser uma saída honrosa e rentável. Se você
faz parte de um exército de trabalhadores sem trabalho, o caminho do
empreendedorismo é forte arma para se enfrentar esse momento. Mas é preciso
seriedade, empreender deve ser encarado como uma mudança de comportamento e
atitudes; é sair da posição de vítima e virar agente de sua própria história.
Empreender é parar para buscar o melhor de si e ir atrás de resultados. É mais
fácil buscar clientes que buscar emprego.
De outro
lado, devo sugerir a quem já empreendeu e está sofrendo dificuldades nesse
período, que tente se adaptar, criar alternativas de modo a adaptar sua
empresa ao momento, rever processos ou criar algo novo que impacte
positivamente a sociedade. Todas essas são formas de amenizar as
dificuldades geradas pela pandemia tanto para conseguir trabalho como no
meio em que você vive.
Diego
Gonsales Reis - empresário e diretor presidente da GDR Holding Investimentos.
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