Tecnologias contribuem para o desenvolvimento da jornada do cliente de
forma otimizada e segura
Alencar Marabiza é Diretor Comercial e Marketing na
Sistran Brasil há 11 anos. Graduado em Tecnologia da Informação, Especialização
em Tecnologia e Negócios pela FGV, 30 anos atuando como provedor de soluções
estratégicas de TI aplicadas a seguros. Trabalhou nas seguradoras da Sharp, BCN
e Bradesco e nas empresas de consultoria Atos Origin e BSI.
Os últimos anos foram marcados pelo desenvolvimento
acelerado de novas tecnologias e o aprimoramento das já existentes. Estamos
prestes a vivenciar inovações que crescem de forma exponencial: computadores
com grande capacidade de processamento de dados, popularização da internet,
smartphones, computação em nuvem, machine learning e deep learning. Hoje
vivemos a era da informação, na qual a transformação digital coloca os negócios
em ebulição e movimenta até mesmo as empresas mais tradicionais, que já começam
a entender que processos podem ser alavancados quando digitalizados.
Essa evolução também alcança o mercado das
seguradoras. A tecnologia automatizou, por exemplo, os antigos formulários em
papel. O armazenamento e a organização mais inteligente dos dados oferecem o
poder da previsibilidade, buscando informações em silos de dados nunca
imaginados. O desenvolvimento de ferramentas no setor têm se concentrado na
busca por formas de tornar cada vez mais ágeis e eficientes os processos - que
precisam ser conhecidos a fundo antes de se iniciar o caminho da digitalização
e automação.
Nesse contexto, as companhias de seguros
incrementam cada vez mais a experiência com os seus clientes (user
experience), de forma a transformar seus negócios. Veja a seguir
uma breve descrição da evolução nos últimos 20 anos:
● Não
digital: formulários impressos, dados armazenados em enormes arquivos e
muito processamento manual;
● Digital
iniciante: implementação de sistemas básicos, que consultam cálculos de prêmios
e diminuem a interferência humana;
● Digital
básico: portais ou apps para realizar vendas de apólices com o uso das
informações das mídias sociais. Aqui já existem dados consolidados de várias
fontes, mas ainda se exige interferência humana;
● Digital
avançado: recompensas baseadas no uso do seguro ou IOT, descontos por
indicação (member get member), implementação de sistemas integrados com
grande processamento de informações, reduzindo drasticamente a interferência
humana;
● Digital
extremo: compra direta pelo cliente, totalmente sem papel. Sinistro na
web, chat usando robôs (machine learning). Aqui a tarefa é preparar os
algoritmos para serem processados sem a interferência humana;
Tecnologias de aprendizado de máquina
Ao falar sobre tecnologias de automatização, a
inteligência artificial é uma das principais tendências. Podemos dividir as
ferramentas existentes em dois tipos:
● Machine
learning: se a empresa tem, por exemplo, 600 fontes de dados de clientes, torna-se
trabalhoso e demorado para um ser humano analisar todas essas referências. Com
programação baseada em algoritmos, um robô pode processar e cruzar informações
em segundos. O que deve ser definido é o processo necessário para que a máquina
atinja esse objetivo. Assim, qualquer tarefa repetitiva pode ser automatizada,
já que há, em geral, um protocolo a ser seguido. É o caso de atendimento
inicial ao cliente das seguradoras, por exemplo. Machine learning é ensinar a
máquina a agir em determinada situação. Ela pode prever o que o cliente quer ou
precisa e acionar uma jornada específica, utilizando algoritmos
pré-programáveis como Next Best Action e Next Best
Moment.
● Deep
learning: é uma evolução do machine learning e utiliza redes neurais. Algoritmos
são mais complexos e seus desenvolvimentos têm um custo mais elevado. Com ela a
máquina aprende por padrões complexos. Em um futuro não muito distante, quando
um beneficiário acionar o seguro do automóvel, por exemplo, depois de colidir
com um poste, ele vai conversar com um robô (machine learning). A máquina será
capaz de identificar o risco acima por meio da análise de imagens (deep
learning), acionando o tipo de resgate em função da gravidade e disparando
todas as validações para que o segurado tenha uma experiência menos traumática
diante do ocorrido. As tecnologias baseadas em deep learning estão se
desenvolvendo em vários setores, como no caso dos carros sem motorista da Uber
e o autopilot da Tesla Motors.
Muitas seguradoras caminham para a automatização
completa de seus processos. Algumas, inclusive, já usam o machine learning para
a abertura de um sinistro, ou no serviço de atendimento ao cliente. Estamos no
meio dessa curva de aprendizagem, que fica exponencial na medida em que muitas
empresas trabalham em projetos semelhantes.
O uso de tecnologias no setor de seguros está
mudando a forma de atuação das seguradoras, corretores e a interação com os
segurados. Enquanto a empresa tem maior controle e facilidade no processamento
de dados, acompanhamento dos processos para o fechando de contratos com mais
segurança, por sua vez o segurado encontra facilidade e rapidez em contratar
seguros, além de ter praticidade na hora de acioná-los.
O salto exponencial dos assistentes robóticos ainda
estão por vir, Eugene Goostman é um chatterbot (software que tenta
simular um ser humano em conversações) desenvolvido na Rússia, ele foi
retratado como sendo um menino de 13 anos de idade, de Odessa, na Ucrânia, que
tinha um animal de estimação e um pai ginecologista. Em 2014, se tornou o
primeiro chatbot a ser aprovado no Teste de Turing, segundo o qual um
interrogador fica incumbido de tentar determinar em um jogo de perguntas e
respostas qual jogador A ou B é um computador e qual é um humano.
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