A Semana Nacional de Prevenção da
Violência na Primeira Infância, criada em
2006 e comemorada entre os dias 12 e 18 de outubro, traz para discussão a
importância do período do nascimento aos seis primeiros anos de vida para a
formação da pessoa como cidadã passível de uma boa convivência social e para o desenvolvimento de sua subjetividade, de sua identidade humana e de sua visão de mundo. É nessa fase que a criança absorve as influências afetivas e socioculturais que servirão de referência em seu crescimento.
Das inúmeras formas de violência contra a criança, a mais frequente não se relaciona com o ato de bater ou violentar psicologicamente, mas com a negligência.
2006 e comemorada entre os dias 12 e 18 de outubro, traz para discussão a
importância do período do nascimento aos seis primeiros anos de vida para a
formação da pessoa como cidadã passível de uma boa convivência social e para o desenvolvimento de sua subjetividade, de sua identidade humana e de sua visão de mundo. É nessa fase que a criança absorve as influências afetivas e socioculturais que servirão de referência em seu crescimento.
Das inúmeras formas de violência contra a criança, a mais frequente não se relaciona com o ato de bater ou violentar psicologicamente, mas com a negligência.
“Os tutores escolhem, por algum motivo, que para aquela criança tudo irá faltar.
Se estiver doente, ela não será acompanhada, não terá o tratamento, não terá as vacinas em dia, o estado nutricional dela estará abaixo do esperado. Isso caracteriza a negligência, ou seja, a omissão de forma intencional da alimentação, da educação, da saúde e do cuidado”, explica Renata Waksman, pediatra e coordenadora do Núcleo de Estudos da Violência Doméstica Contra a Criança e o Adolescente da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).
A prática da violência contra a criança ocorre em todas as classes sociais,
independente de religião ou nível cultural, sendo a situação mais democrática que existe, o que pode dificultar a sua identificação. Segundo a médica, o perfil do agressor normalmente vem acompanhado de um comportamento explosivo e violento, que não sabe como resolver conflitos a não ser com a força. Muitas vezes, essa pessoa tem histórico de agressão na infância ou na adolescência, o que, para ela, justifica a visão de que o ato de educar, disciplinar e dar limites para os filhos deve ser feito por meio de crueldade física e psicológica.
O papel de detectar os principais sinais e sintomas da violência, de proteger a criança e de notificar as autoridades, seja o conselho tutelar ou a vara da infância, cabe a todos que estão por perto identificando o problema. É necessário averiguar o que está acontecendo e, se preciso, encaminhar o menor para um serviço de saúde e fazer uma notificação para que as autoridades acolham a vítima e a família, que também precisa de tratamento.
Os procedimentos para a vítima e para a família variam de acordo com a situação e a agressão sofrida. O acompanhamento do caso deve ser regular, de forma a analisar o ocorrido, e a criança deve receber assistência à saúde e terapias psicológicas enquanto que o agressor precisa ser reeducado de forma a aprender a lidar com o menor sem o auxílio da força.
“Se essa violência acontecer por muito tempo e não for detectada, com certeza vai gerar muitos traumas e sequelas para a vida adulta. Uma criança vítima de violência em casa acaba repetindo esse modelo em todos os ambientes que frequenta. Muitas vezes, ela tenta solucionar seus conflitos com a força, acaba praticando bullying e sendo um agressor, pois ela entende que esse é o único jeito de resolver todas as suas questões. As sequelas são inúmeras. Elas podem ser emocionais e psicológicas. As vítimas são pessoas que podem apresentar ainda na infância ou na adolescência distúrbios de alimentação, de sono, de comportamento e emocionais. Muitas vezes se tornam crianças que não sabem tolerar advertências, lidar com os seus iguais, com seus pares, e isso acaba levando a muitas alterações de comportamento”, alerta Renata Waksman.
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