Especialista da
Anhanguera alerta para a importância da prevenção do câncer de mama em cadelas
e gatas
O mês de outubro é mundialmente conhecido pela
campanha "Outubro Rosa", focada na prevenção do câncer de mama. No
entanto, poucos se lembram que a doença também faz vítimas no mundo animal,
sendo uma das principais causas de morte entre cadelas e gatas. "Isso
acontece porque muitos tutores só levam o animal ao veterinário quando o tumor
já está grande, às vezes com metástase, o que torna o tratamento menos eficaz e
consequentemente, pode levar à baixa sobrevida destes pacientes", alerta a
médica veterinária e coordenadora do Hospital Escola do curso de Medicina
Veterinária da Anhanguera de Campinas, Marta Luppi.
Assim como com os humanos, o segredo para um
tratamento eficaz é o diagnóstico precoce e o início imediato. Por isso é muito
importante ficar atento aos sinais que indicam o surgimento de um tumor e
acompanhar periodicamente a saúde dos animais de estimação. A
veterinária explica que o diagnóstico definitivo da doença ocorre por meio de
exame histopatológico, popularmente conhecido como biópsia, que analisa a
morfologia celular e diz se é câncer, qual tipo e informações sobre o
comportamento da doença. No entanto, os tutores podem notar pequenos nódulos em
uma das mamas ou em várias. "Muitas vezes, nódulos muito pequenos, podem
passar despercebidos. Por este motivo, é importante que os animais sejam
avaliados anualmente pelo veterinário, que também pode demonstrar e orientar
como o tutor pode realizar, periodicamente, o exame das mamas de seu
animal", explica a coordenadora do Hospital Veterinário.
Apesar de a doença não ter uma origem específica,
também como ocorre com os humanos, e nem atitudes específicas para evitar que
ela apareça, é possível tomar algumas medidas para diminuir os riscos do
desenvolvimento do tumor. Uma das opções, e a mais eficiente delas, é a
castração da fêmea antes de seu primeiro cio. "Como a porção hormonal das
cachorrinhas é um dos grandes responsáveis pelo aparecimento de disfunções que
podem influenciar o surgimento da doença, controlar essa área é um importante
passo", explica Marta.
Uma vez instalada a doença, é importante saber que
os tumores mudam de comportamento à medida que vão aumentando de tamanho:
tornam-se mais agressivos e com maior predisposição a formação de metástases.
Por isso, a professora alerta que sempre que houver um nódulo, jamais se deve
aguardar o crescimento do mesmo. Os nódulos pequenos devem ser removidos e
encaminhados para análise.
O tratamento preconizado é
cirúrgico. "A cirurgia em cadelas consiste na retirada das mamas
acometidas pela neoplasia e das demais mamas do mesmo lado, pois a comunicação
linfática com entre elas pode facilitar a metástase. Já em gatas, a cirurgia é
maior, com a retirada de todas as mamas", explica Marta.
Como só é
possível saber se a neoplasia é maligna ou benigna após a cirurgia e resultado
de exame histopatológico, há a necessidade de realização de exames
complementares para avaliar a presença de metástases, por meio de Raio X de
tórax e ultrassom abdominal, além de exames de sangue como hemograma completo,
função renal, bioquímica hepática e avaliação cardiológica por meio de
eletrocardiograma e ecocardiograma para avaliação pré cirúrgica e anestésica.
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