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quinta-feira, 6 de julho de 2017

Especialistas respondem seis dúvidas comuns sobre o câncer na internet



 O uso contínuo de ferramentes de busca online como forma rápida e prática para identificar possíveis condições de saúde não deve substituir a orientação médica especializada; Oncologistas esclarecem mitos e verdades relacionados ao câncer, um dos líderes em resultados digitados nos buscadores


Ao sinal de qualquer novo sintoma, para obter respostas rápidas utilizamos uma ferramenta de busca na internet. O que não sabemos é como se tornou comum aparecer na primeira página, listada entre as possíveis doenças mais buscadas, a palavra câncer. Segundo o levantamento Jornada Digital do Paciente, realizado pelo grupo Minha Vida, 94% dos 3.860 brasileiros entrevistados responderam que procuram informações sobre saúde na rede. Entre os principais termos estão alimentação, doenças, sintomas, emagrecimento e tratamentos. De acordo com a pesquisa, na maioria dos casos é a partir do “diagnóstico online” que as pessoas buscam uma orientação médica especializada.

Essa percepção é reforçada por um dado adicional fornecido pelo principal buscador digital do mundo, o Google: a cada 20 termos utilizados pelos usuários, um é referente à área médica. Seja qual for a queixa ou incômodo, é preciso lembrar que cada caso deve ser avaliado individualmente por um médico para que seja feito o diagnóstico e indicado o tratamento devido.

Para esclarecer algumas dúvidas relacionadas ao câncer derivadas das consultas virtuais ao Google, quatro oncologistas do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo Oncoclínicas respondem perguntas frequentes:


1.   Dá para prevenir o câncer?
   
Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% dos casos de câncer no mundo estão relacionados ao nosso modo de vida. “Sedentarismo, sobrepeso/obesidade e consumo excessivo de gorduras podem ser classificados como ‘vilões’ que respondem, em especial, pela elevação no risco de desenvolvimento de tumores que afetam intestino, endométrio, próstata, pâncreas e mama”, explica o Dr. Daniel Gimenes. “A recomendação da OMS é que pessoas de 18 a 64 anos pratiquem pelo menos 150 minutos de exercícios moderados por semana – ou, em média, pouco mais de 20 minutos por dia. Isso significa que pequenos ajustes na rotina, como caminhar pequenas distâncias, aderir à bicicleta como opção de transporte ou subir e descer escadas ao invés de usar o elevador, podem colaborar para o afastamento da grande maioria dos fatores de risco que levam ao surgimento de diferentes doenças, inclusive do câncer”, ressalta o especialista.


2. Marcas roxas pelo corpo são sinal de leucemia?

Manchas roxas que surgem aparentemente sem traumas, pequenos pontos vermelhos na pele e/ou sangramentos mais intensos e prolongados após ferimentos leves podem surgir em decorrência da diminuição na produção de plaquetas. Ou seja, marcas roxas que persistem por muito tempo pode ser o primeiro sinal de leucemia. Ainda assim, estes são apenas fatores que podem ser indícios da doença, mas não é regra.
Os principais sintomas das leucemias agudas incluem palidez, cansaço e sonolência, consequências da queda na produção de glóbulos vermelhos (hemácias) e consequente anemia. Diante disso, o principal conselho da hematologista, Dra. Mariana Oliveira, é que seja dada atenção aos sinais de quaisquer alterações à saúde e procurado auxílio médico especializado para diagnóstico preciso da condição.


3. Pintas que crescem estão relacionadas ao câncer de pele?

O câncer de pele classificado como melanoma pode dar seus primeiros sinais a partir do aparecimento de pintas escuras na pele, que apresentam modificações ao longo do tempo. As alterações a serem avaliadas como suspeitas são o “ABCD”- Assimetria, Bordas irregulares, Cor e Diâmetro. “A doença é de fácil diagnóstico quando existe uma avaliação prévia das pintas feitas”, explica a Dra. Daniela Pezzutti. É recomendável a ressecção cirúrgica destas lesões por especialista habilitado para adequada abordagem das margens ao redor da mesma. Posteriormente, dependendo do estágio da doença, pode ser necessária a realização de tratamento complementar. “Quimioterapia ou radioterapia são raramente necessárias visto que, se diagnosticado precocemente, a cirurgia pode resolver na maioria dos casos”, finaliza a oncologista.


4. Fumantes têm mais chances de desenvolver câncer no pulmão?

Segundo a Dra. Mariana Laloni, o tabagismo aumenta a possibilidade de desenvolver diversos tipos de câncer - não apenas o de pulmão. Entre os principais tumores cujos riscos são maximizados pelo hábito de fumar estão: boca, faringe, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero e leucemia. O cigarro é ainda responsável por contribuir para o surgimento de outras condições, como hipertensão, diabetes e problemas cardiovasculares.
Todavia, a especialista lembra que sempre é tempo de fumantes mudarem a conduta em prol da saúde. Em cinco anos, a taxa de mortalidade de um ex-fumante por câncer de pulmão, considerando uma pessoa que tinha o hábito de fumar um maço de cigarros por dia, diminui em pelo menos 50%. Em 15 anos, os riscos se tornam praticamente iguais aos de uma pessoa que nunca fumou. Vale à pena parar de fumar!


5. Estresse e depressão podem causar câncer?

Um estudo realizado por cientistas da University College de Londres, Universidade de Emdiburgo e de Sydney, publicado na revista British Medical Journal (BMJ), mostra que pessoas com sintomas de depressão e/ou ansiedade podem correr maior risco de mortalidade em casos de câncer de próstata, intestino e pâncreas. A pesquisa foi derivada de uma analise feita por David Batty, epidemiologista da University College de Londres, em que analisou 16 estudos com o acompanhamento de uma determinada população no longo prazo.
O resultado apontou que, de um total de 163.363 pessoas acompanhadas neste tempo (maiores de 16 anos), 4.353 faleceram. “O estudo é interessantíssimo, mas a conclusão precisa ser cautelosa. Os indícios podem colaborar com esta hipótese crescente de que o estresse está envolvido com a mortalidade por câncer. Na prática, o que percebemos é que os pacientes com espírito de luta, que querem viver, colaboram com o tratamento. Essas pessoas vivem muito mais ao passo que um disparo depressivo no meio do tratamento pode ser prejudicial”, diz o oncologista clinico Dr. Daniel Gimenes.


6. Homens também podem ter câncer de mama?

Assim como as mulheres, homens apresentam glândulas mamárias. Apesar da baixa incidência, o câncer de mama masculino – eles representam 1% de todos os casos diagnosticados -, a taxa de mortalidade entre os homens é alto. Nos Estados Unidos, por exemplo, de 1910 casos registrados, na maioria das vezes, o tumor foi identificado tardiamente, já em estágio avançado, dado que homens não costumam realizar exames rotineiros de controle.
“Ainda há um mito de que apenas mulheres desenvolvem câncer de mama. Por isso, o alerta para os homens é que adiante de qualquer mudança suspeita na região mamária, procurare um especialista para que seja possível o diagnóstico precoce e tratamento adequado”, avalia o Dr. Daniel Gimenes, oncologista clinico. O especialista ressalta ainda que o autoexame também é recomendado para os homens e que depois dos 50 anos a atenção deve ser aumentada, já que é a faixa etária em que ocorrem mais casos do câncer de mama masculino.




GRUPO ONCOCLÍNICAS






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