Para especialista
em psicopedagogia, a autonomia plena dos estudantes sobre seu
desempenho se dá apenas depois dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental...
A reprovação de alunos na faixa dos 10 ou 11 anos,
período em que se cursa até a 6ª série do Ensino Fundamental, não é só
responsabilidade deles. É o que garante Raquel Liane, psicopedagoga e
diretora da Escola Cristã Reverendo Olavo Nunes (de Porto Alegre/RS), ao apontar
a participação coletiva do núcleo familiar sobre o processo que levou à repetência.
"Somente a partir dos 12
anos os estudantes começam a ter maior autonomia pelo todo apresentado em seu
desempenho escolar. O que acompanha a própria responsabilidade que,
naquele momento da vida, eles também começam a ter com as suas coisas e o seu
quarto", exemplifica a diretora.
Somado a isso estão diversas
possibilidades que, ao longo do ano, a imensa maioria das escolas oferece aos
alunos para recuperar notas e melhorar o desempenho final. "Nestas
circunstâncias e por todos estes fatores, é errado achar que o aluno reprovado
é o único responsável. É importante avaliar se ele teve todo o apoio necessário
para a aprendizagem, principalmente junto à família",
frisa a psicopedagoga.
Atenção às avaliações bi ou
trimestrais, realização das tarefas pedidas, comparecimento às reuniões de pais
e mestres, acompanhamento assíduo dos cadernos e livros do estudante, a troca
do convívio em família e, finalmente, a participação conjunta na vida do filho
que também é aluno. De acordo com ela, são esses os passos básicos − às vezes,
nem tão simples assim para muitos pais – para evitar uma reprovação, em geral
anunciada, ao término de mais um ano letivo. Fora as sempre requisitadas, em
último caso, recuperação e dependência para o ano seguinte.
"O professor visa o real
aprendizado do estudante. A máxima de que não é professor quem reprova o aluno
tem procedência, pois cada vez mais as escolas garantem múltiplas formas de
avaliação e acompanhamento para que o aluno atinja o objetivo principal, a aprovação", ela
destaca em relação às inúmeras situações que presencia.
Existem pais que pedem para os filhos ficarem retidos em uma série mesmo
se a escola os avalia como aptos a prosseguirem. Pelo simples fato do
julgamento pessoal deles achar que o aluno pode e deve render mais. Já quando
a reprovação é inevitável em função do baixo aproveitamento do estudante, a
diretora aponta que a saída mais comum é culpabilizar a escola e, na sequência,
trocar de colégio.
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