Velocidade do primeiro atendimento é determinante para
conter avanço da doença
Atualmente,
exceder a carga horária de trabalho, dormir pouco e se alimentar incorretamente
são atitudes muito comuns na vida das pessoas, principalmente dos jovens. A
busca pela independência familiar e financeira tem levado essa faixa etária a
deixar de lado questões muito importantes relacionadas à saúde.
Ter
atenção à saúde também enquanto jovem pode ser fundamental para evitar algumas
doenças que o senso comum só diz surgir em pessoas com mais idade. Entretanto,
a incidência de infarto entre jovens já é uma realidade que acende um sinal de
alerta na população.
O
infarto ocorre quando as artérias responsáveis por levar sangue, oxigênio e
nutrientes ao coração ficam obstruídas. A partir do impedimento, inicia-se o
processo de necrose do músculo do coração (miocárdio), o qual passa a não ter
um funcionamento adequado, comprometendo o desempenho cardíaco, tornando maior
o risco de morte, arritmias cardíacas e outras complicações.
Para
o Dr. Guilherme D`Andrea Saba Arruda, cardiologista do Hospital e Maternidade São
Luiz Anália Franco, é de suma importância que os jovens se atentem aos fatores
de risco, como a pressão arterial, colesterol elevado, tabagismo, glicemia,
obesidade e, em alguns casos, uso de drogas ilícitas. “A partir do conhecimento
desses fatores de risco, é fundamental que se controle todos esses
indicadores”, explica. A prática de atividade física deve ser regular, com,
pelo menos, uma caminhada de 30 minutos diariamente, desde que haja uma
avaliação médica prévia.
Outro
ponto de destaque é a necessidade do controle do peso, pois a obesidade é muito
danosa para a saúde, o que pode contribuir para o descontrole dos níveis de
pressão. “Dessa forma, a prevenção é o principal ponto para atuação junto à
população, orientando sobre os fatores de risco e expondo maneiras de
combatê-los”, comenta.
É
importante salientar que nesses pacientes mais jovens, na faixa de 30 anos de
idade, o músculo do coração tem menos proteção das artérias coronárias, que
levam esse sangue para o miocárdio e caso haja uma obstrução em alguma delas o
dano pode ser muito grande. Mas com o passar dos anos, o próprio
organismo cria um mecanismo de defesa contra estes problemas. “Embora não seja
a principal faixa etária de risco, os pacientes mais jovens precisam ter atenção
total, pois em caso de infarto o risco de morte é iminente”, alerta.
Os
sintomas do infarto podem surgir como uma dor no centro do peito, de forte
intensidade e irradiação para membros superiores, região mandibular e dorsal.
Além disso, pode estar acompanhado também por náuseas, vômitos e suor frio.
Alguns pacientes podem ter um incomodo na região superior do abdômen,
popularmente conhecida como “boca do estômago”. “É importante ressaltar que
algumas pessoas podem ter sintomas mais leves, ou ainda, inespecíficos como um
mal-estar e dores de baixa intensidade”, ressalta. Fatos esses que podem
ocorrer em mulheres, idosos e pacientes com história de diabetes, o que muitas
vezes pode dificultar o diagnóstico ou até mesmo passar despercebido.
A
partir do início dos sintomas é fundamental chegar o mais rápido possível ao
atendimento de urgência para uma avaliação médica com exames que ajudarão no
diagnóstico. “Podemos dizer que tempo é músculo, ou seja, quanto mais rápido o
atendimento, mais estará se preservando o músculo do coração e evitando danos
em longo prazo”, finaliza.
Cardio D’Or Anália Franco
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