E com chocolate, basta ter moderação
Andando por aí já é possível ver nas
gôndolas e estantes aqueles ovos de chocolate que muitos esperam o ano todo
para saborear. As cores vibrantes das embalagens e aquele cheirinho típico não
atraem só as crianças, afinal, são chocolates!
Mas e os diabéticos, podem se render
a essa tentação da Páscoa?
São muitas as dúvidas nessa hora,
pois não é só a questão do açúcar refinado, mas todas as outras substâncias que
se transformam em açúcar no organismo. Segundo a American Diabetes Association
– ADA, a sacarose não aumenta a glicemia mais do que qualquer outro tipo de
carboidrato, sendo assim, o chocolate convencional pode sim ser inserido na
dieta de um diabético. Mas como saber o limite?
Para Renata Barbosa, Gerente de
Diabetes da AstraZeneca, é uma questão de moderação. “O chocolate deve ser
consumido com moderação por qualquer pessoa. Além dos açúcares, a gordura e as
calorias podem ser prejudiciais se consumidas em excesso”.
Renata ainda afirma que um diabético
que tem sua dieta equilibrada e de acordo com suas necessidades, não precisa se
privar completamente desse prazer, basta estar atento a quantidade e manter sua
glicemia controlada.
“Vemos muitos pacientes diabéticos
tendo baixo desempenho no tratamento porque a privação de certos alimentos mexe
com o psicológico, o que afeta diretamente no controle da doença. Diabéticos
podem, sim, comer chocolate na Páscoa, mas com prudência”.
Mas, claro, existem no mercado uma
série de opções de chocolates diets, que por não conterem açúcares na
formulação, são indicados aos diabéticos. De acordo com a Dra. Andréia
Sapienza, Gerente Médica de Diabetes da AstraZeneca, “isso não significa
necessariamente menor quantidade calórica, pois em alguns casos os chocolates
diets possuem maior teor de gordura. É importante conferir o teor energético,
bem como os componentes nutricionais do produto em termos de acúcares,
gorduras, fibras e sódio”.
Outra boa alternativa para quem não
quer exagerar, porém não quer privar-se totalmente da tradição de Páscoa, é o
chocolate amargo ou meio amargo. Ele é fonte de antioxidantes e fibras, além de
possuir menor teor de açúcar, gorduras e sódio.
Então, Páscoa para diabéticos, sim!
Viver com diabetes não precisa ser um
sofrimento. Alimentar-se de forma saudável pode ser prazeroso e é indicado para
todas as pessoas, mesmo as que não têm diabetes. Durante os dias que antecedem
a Páscoa, uma alternativa seria comer pequenas porções das suas comidas típicas
preferidas ao longo do feriado, em vez de deixar para fazer uma grande e
calórica refeição no domingo de Páscoa.
DICAS
• Alimente-se a cada 4 horas para
evitar picos de hipo e hiperglicemia;
• Tenha sempre disponíveis alimentos
práticos para os intervalos das refeições como frutas, barra de cereais light
ou biscoitos salgados com fibras;
• Leia os rótulos com atenção. Não
confie apenas na denominação diet ou light.
• Observe atentamente a composição
nutricional do produto, identificando a quantidade de cada nutriente (gordura,
carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais);
• Procure manter o peso dentro da
faixa de normalidade;
• Meça regularmente a glicose sanguínea.
Diet x Light
Diet: o diet significa que o alimento
tem ausência total de um nutriente. Portanto, a primeira diferença entre
alimento diet e light está na quantidade permitida de nutriente.
Light: a definição de alimento light
deve ser direcionada aos produtos que apresentam redução mínima de 25% em
determinado nutriente ou calorias, quando comparado com alimento convencional.
Diet X Light: Para os indivíduos
portadores de diabetes, o que importa é o diet, por ter ausência total de
açúcar. Mas atenção: os alimentos diets nem sempre são reduzidos em calorias e
podem predispor à obesidade se consumido em excesso. Exemplo: chocolate diet.
Ao comprar um alimento light, verifique no rótulo se na composição tem açúcar
ou não.
O alimento light
não é, necessariamente, indicado para indivíduos que apresentem algum tipo de
doença (diabetes, colesterol elevado, doença celíaca, fenilcetonúria).
Qual atividade física é mais
recomendada?
Qualquer atividade física pode ser
benéfica para diabéticos, mas aquelas que movimentam grandes grupos musculares
são as mais recomendadas.
Caminhada, natação, ciclismo e
corrida são atividades que ajudam você a controlar melhor o diabetes, como
também perder peso. Elas melhoram a capacidade do corpo em utilizar a glicose,
ajudam o controle glicêmico e aumentam o gasto energético diário. O programa de
exercícios deve ser realizado, se possível, diariamente, mas 3 a 5 vezes por
semana, durante 30 a 50 minutos, promove excelentes resultados no controle do
diabetes. Inclua também sessões de exercícios resistidos ou hidroginástica duas
vezes na semana, pois estas proporcionam maior resistência, agilidade e força
para seu corpo.
Se você for usuário de insulina, é
fundamental que evite a hipoglicemia durante e após a atividade física.
Lembre-se que a duração, a intensidade e se você começou a praticar
recentemente são fatores que podem aumentar as chances de hipoglicemia durante
os exercícios físicos.
Cuidados com os pés
Portadores de diabetes podem ao longo
dos anos apresentar problemas com os pés devido à neuropatia diabética, que
provoca perda de sensibilidade, alterações na mobilidade e deformidades nos
pés. Escolha um calçado confortável, sem costuras grossas internamente, e
sempre use com meias, pois elas protegem mais ainda seus pés. Caso você tenha
alguma lesão nos pés, evite realizar atividades como caminhadas ou corridas. O
melhor é esperar cicatrizar.
CURIOSIDADES
• Existem mais de 340 milhões de
pessoas vivendo com diabetes no mundo
• Pelo menos a metade das pessoas
com diabetes tipo 2 não sabe que tem a doença
• A doença cardiovascular é a causa
mais comum de mortalidade nos pacientes com diabetes tipo 2
Fontes:
Sociedade Brasileira de Diabetes; Federação Internacional de Diabetes; Dra.
Rosana Perim Costa; Educadora Física Jaqueline Lazzari; Associação Nacional de Assistência ao
Diabético (ANAD).
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