Você já ouviu falar em FPI? A
iniciativa #metiraofolego engaja celebridades e explica o que é essa
doença que enfrenta um sério desafio de diagnóstico
A campanha #metiraofolego, promovida
pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
(SBPT), movimentou as redes sociais nas últimas semanas para conscientizar a
população sobre uma doença rara: a Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI).
Vídeos e fotos foram postados por celebridades como Chris Flores, Bianca Rinaldi, Louro
José, Carla
Diaz e Sophia Valverde que contaram o que lhes “tira o fôlego” e, em
seguida, sopraram um balão de ar até estourar e
desafiaram seus amigos a participar da ação.
Além da
repercussão dos vídeos, foi lançado o site www.metiraofolego.com.br e a fanpage
no Facebook em
que estão disponíveis mais informações sobre a FPI – quais os sintomas mais
frequentes, formas de diagnóstico e qual o perfil de pessoas mais propensas a
desenvolver a doença. A campanha é promovida pela SBPT e têm o
apoio da farmacêutica alemã Boehringer Ingelheim do Brasil.
A FPI é uma
doença de causa desconhecida, progressiva, crônica e rara que afeta os pulmões,
ocasionando cicatrizes (fibrose) e a sobrevida média após o diagnóstico é de 2
a 3 anos. Os sintomas típicos da doença como falta de ar e tosse
crônica seca podem não ser valorizados corretamente e o paciente demora a ser
diagnosticado, por isso a importância da conscientização sobre esta doença. As
publicações com a hashtag (#metiraofolego) chamaram a atenção do público por
conta do apelo emocional e engajador.
Segundo Dr. José
Baddini Martinez, coordenador da comissão cientifica da Sociedade Brasileira de
Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a campanha expõe um dos sintomas dessa grave
doença, a falta de ar: “A ideia é fazer com que a população passe a conhecer
a doença a partir da reflexão sobre os momentos bons que a enfermidade acaba
privando seus pacientes – estar com a pessoa amada, conhecer um lugar novo,
brincar com os netos, etc. Por ser pouco conhecida, o diagnóstico da FPI é um
grande desafio, pois as pessoas se consultam com 2 a 3 especialistas antes de
serem diagnosticadas. Por isso, é fundamental engajar a população sobre o
assunto e alertar que sintomas simples como falta de ar e tosse seca em pessoas
entre 50 e 70 anos podem ser indícios de FPI. Por fim, nosso objetivo é que,
conforme a doença torne-se mais conhecida, as pessoas busquem por
especialistas, sejam diagnosticadas mais cedo e tenham a oportunidade de ter
uma melhor qualidade de vida”, explica.
Conheça
um pouco mais sobre Fibrose Pulmonar Idiopática
Causasi:
A origem da FPI é ainda desconhecida. Dentre os fatores associados ao
desenvolvimento da doença esta o tabagismo. A predisposição genética pode ter
influência, e até 20% dos casos de fibrose pulmonar são hereditárias.
Sintomas[i]: Além dos sintomas principais (falta
de ar e a tosse seca e crônica), os pacientes com FPI também podem
apresentar exacerbações (crises agudas de falta de ar), hipocratismo digital
(alargamento e arredondamento das pontas dos dedos) em estágios mais avançados
da doença e ainda fadiga, fraqueza e perda de peso sem causa aparente.
Diagnósticoi:
Diagnosticar FPI pode ser um desafio, uma vez que requer a imagem dos
pulmões a partir da Tomografia Computadorizada de Alta Resolução (TCAR)
para se obter maior detalhamento e identificar as lesões causadas pelas
cicatrizações (lesões fibrosantes). Por esse exame, cerca de 95% dos casos são
diagnosticados. Outra análise diferencial realizada para identificar a doença
são os “Estertores tipo velcro”. Mais de 80% dos pacientes com FPI
apresentam um tipo específico de ruído pulmonar que pode ser detectado por meio
do estetoscópio. Erros de diagnóstico inicial são frequentes e ocorrem em cerca
de metade dos pacientes: os sintomas são semelhantes aos de envelhecimento,
doenças cardíacas, enfisema pulmonar. Por conta disto, o paciente leva, em
média, dois anos para ter a doença identificada e, nessa altura, seus pulmões
já estão comprometidos e sua expectativa de vida, reduzida.
Sobre
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
A SBPT, filiada à Associação Médica Brasileira, é uma
Associação sem fins lucrativos, de caráter científico, cultural e
representativo, com número ilimitado de associados, com prazo indeterminado de
duração e que se rege por Estatuto e pela legislação em vigor. A SBPT tem por
missão: congregar os pneumologistas brasileiros através da defesa de seus
interesses de classe e da difusão dos conhecimentos científicos com ética e
visão humanística, para promover o engrandecimento da pneumologia brasileira,
desenvolvendo a área da pneumologia no país, melhorando a assistência médica no
setor das doenças respiratórias, fortificando e preservando a pneumologia brasileira,
promovendo e participando de ações preventivas junto à população.
[i] Raghu G, et al, ATS/ERS/JRS/ALAT Committee on
Idiopathic Pulmonary Fibrosis
AnofficialATS/ERS/JRS/ALATstatement: idiopathic pulmonary fibrosis: evidence-based guidelines for diagnosis and management. Am J Respir Crit Care Med 183 (6), 788 - 824 (2011)
AnofficialATS/ERS/JRS/ALATstatement: idiopathic pulmonary fibrosis: evidence-based guidelines for diagnosis and management. Am J Respir Crit Care Med 183 (6), 788 - 824 (2011)
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