Expectativa
média de gastos é de R$ 160, 43% a menos que
em 2014. Endividamento é a principal razão para a diminuição
em 2014. Endividamento é a principal razão para a diminuição
A
próxima data comemorativa esperada pelo setor varejista deve sofrer com os
mesmos efeitos da crise econômica que as últimas sofreram, apresentando um
menor volume de vendas. Um levantamento realizado pelo Serviço de Proteção
ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes
Lojistas (CNDL), em todas as capitais, mostra que 41,2% dos
consumidores pretendem gastar menos com presentes no Dia das Crianças
deste ano, na comparação com a mesma data do ano passado.
Em
2015, o indicador do SPC Brasil de consultas para vendas a prazo mostrou recuo
em todas as datas comemorativas até agora, na comparação com o ano anterior:
-4,93% na Páscoa; -0,59% no Dia das Mães; -7,82% no Dia dos
Namorados e -11,21% no Dia dos Pais. Segundo o presidente da CNDL,
Honório Pinheiro, a sondagem das vendas para o Dia das Crianças mostra que,
assim como nas demais datas comemorativas, o resultado de vendas deve ficar
abaixo do registrado em 2014.
"Tal
resultado pouco animador é reflexo direto da situação econômica. Com o avanço
da inflação e piora nos indicadores de emprego, o brasileiro se depara com
menos renda disponível", avalia Pinheiro. "Isso resulta em gastos mais modestos ao longo de 2015, seja
pela necessidade de se ajustarem a um orçamento mais apertado, seja por estarem
temerosos de que a crise ainda se estenda por mais tempo."
Endividamento e diminuição da renda impactam
na intenção de gastos
De acordo com a pesquisa, para 22,1% dos
entrevistados que pretendem gastar menos, o endividamento é a principal razão
para a diminuição dos gastos no Dia das Crianças - mesma razão se destacou ao
levaram os consumidores a gastarem menos também no Dia dos Pais, em agosto.
Outros motivos relatados pelos entrevistados foram a inflação e a instabilidade
econômica (17,0%), e a necessidade de economizar (14,2%).
Para
o presidente da CNDL, é forte o impacto da piora das condições da economia
brasileira, aliada ao aumento nos preços dos produtos e serviços por conta da
inflação. Para 40,0% dos entrevistados, a situação financeira piorou em
relação a 2014, sendo a principal justificativa a diminuição da renda.
Gastos
podem ter queda de 43% em relação a 2014
Ainda
que a crise econômica impacte na desaceleração das vendas desse ano, os presentes
das crianças não irão faltar. Mesmo que pretendam gastar menos, a maioria dos
entrevistados garante que vai comprar algum presente para seus filhos (57,2%),
sobrinhos (22,4%) e/ou netos (17,4%). Cerca de 78,8% dos entrevistados que
pensam em comprar presente esse ano, também compraram algum presente em 2014.
O
levantamento do SPC Brasil mostra que, em média, os entrevistados pretendem
comprar dois presentes, com uma expectativa média total de gastos de R$
159,64. Este valor representa uma queda de 43,0% de gastos com os
presentes, quando comparado a 2014 (R$ 280,48). Para 42,6%, as despesas não
ultrapassarão os R$ 100,00. Vale
destacar, no entanto, que 42,9% dos entrevistados ainda não sabe ou não decidiu
o valor da compra.
Pagamento em dinheiro
Com
relação à forma de pagamento dos presentes do Dia das Crianças, os consumidores
mostraram preferência pelo dinheiro (49,5%), em especial os consumidores
das classes C, D e E (56,2%). A segunda maneira mais citada foi o cartão de
crédito parcelado (22,2%). Dentre os que irão parcelar, três ou quatro vezes
são as opções mais usuais entre os entrevistados.
"Com
a atual conjuntura econômica, em que as pessoas se veem obrigadas a cortar
despesas para driblar a inflação e estão menos seguras em seus empregos, o ideal é
evitar o abuso de parcelamentos e realizar todos os pagamentos à vista",
analisa a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. "Nesse ponto,
quase a metade dos entrevistados está indo pelo caminho certo, ao pagar em
dinheiro."
22%
dos filhos escolhem seu próprio presente
Os
presentes preferidos pelos consumidores para presentearem no Dia das Crianças
são as bonecas e bonecos, entre 34,7% dos entrevistados. Logo após, aparecem as
roupas (32,7%); aviões e carrinhos de brinquedo (18,3%) e jogos educativos
(18,3%).
O
local de compra que mais se destacou foi o shopping center, citado por 48,9%
dos compradores. Em segundo lugar, aparecem as lojas de rua ou de bairro
(29,6%), seguidas pela internet ou lojas virtuais (15,9%). A comemoração será principalmente em casa,
escolhida por 59,4% dos entrevistados.
As
promoções e descontos são as principais motivações (66,8%) para entrar na loja
e realizar a compra, além do preço (36,0%), e da qualidade (29,1%). "É
sempre bom analisar todos os detalhes e comparar com outros lugares para ver se
a compra será, de fato, vantajosa", afirma Kawauti.
Os pais e mães também têm que tomar cuidado na hora
de decidir o presente que irão dar. Quatro em cada dez (43,6%) entrevistados
afirmaram que o escolhem sozinho, número que aumenta entre as mulheres (52,2%).
Entretanto, é relevante a porcentagem dos filhos escolhendo seus próprios
presentes: 22,0%. "Na hora de comprar o presente, a criança
dificilmente vai reparar no valor. Cabe aos pais, tios e avós se atentarem a isso
e terem a firmeza de dizer se poderão ou não comprar", diz a economista.
"Pode ser difícil tomar essa atitude, mas com certeza evita o
endividamento e o orçamento em casa agradece".
Metodologia
A
pesquisa do SPC Brasil e da CNDL serve de termômetro para o mercado varejista e
revela como o consumidor brasileiro deve se comportar na semana que antecede o
Dia das Crianças. Para isso, foram ouvidos 602 consumidores de todas as
capitais que vão comprar presentes, gerando uma margem de erro de 4,0 pontos percentuais
e confiança de 95%, de 11 a 23 de setembro.
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