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quinta-feira, 13 de agosto de 2020

O novo normal da educação: ensino a distância ganha espaço e se consolida no Brasil

 

Formato de ensino remoto tende a ganhar novas estruturações e ainda mais força na realidade pós-pandemia

 

Otimização do tempo, custos mais baixos, facilidade de acesso e autonomia no aprendizado são os principais atrativos que o uso da tecnologia como ferramenta para a educação proporciona. Apostar em modalidades de Ensino a Distância (EAD) é uma tendência que tem ganhado cada vez mais espaço nas últimas décadas, e se antes a parcela de estudantes adeptos deste formato já vinha em uma crescente significativa, a pandemia global da COVID-19 trouxe grande destaque e novas perspectivas para as alternativas de capacitação online. 

Repentinamente, toda a estrutura educacional do país, majoritariamente pautada no chamado ensino convencional, com um professor em frente as carteiras enfileiradas em uma sala de aula, precisou ser suspensa. A ausência de uma data ou período exato para o retorno seguro das atividades gerou a busca por uma alternativa que atendesse as necessidades do distanciamento social. A solução não exigiu grandes inovações, bastou lançar um olhar aos recursos já disponíveis e que vem sendo utilizados há tempos pelas instituições que oferecem cursos e metodologias de ensino a distância. Todo o sistema de educação brasileiro, público e particular, passou a executar seu conteúdo por vias digitais não presenciais, o que evidenciou essa configuração de ensino, suas vantagens e desafios, e as possibilidades de explorar plataformas online, como instrumento válido e efetivo de aprendizado para todas as faixas etárias e níveis de educação. 

Mas essa nova ótica aplicada ao ensino remoto terá consequências no futuro da modalidade EAD? Para Cristiano Venâncio, gerente de Educação do ISAE Escola de Negócios, instituição conveniada a Fundação Getúlio Vargas e considerada uma das principais escolas do segmento no país, as mudanças dependem de planejamento e abordagens interessantes para envolver os alunos. “ O que acontece geralmente nos cursos EAD é que o conteúdo é todo gravado, o que gera flexibilidade e autonomia, porém reduz a interatividade com o professor. Uma das inovações que podem expandir as possibilidades da experiência educacional a distância é reproduzir virtualmente o mesmo ambiente da sala de aula”, diz. Logo no início da pandemia, a escola de negócios lançou um projeto voltado a esta abordagem e registrou resultados extremamente positivos.

Intitulada “Sala Virtual”,  a ferramenta disponibilizada pelo ISAE Escola de Negócios, adotada em diversos cursos de graduação, mestrado e MBA, permite que a aula aconteça com todos os alunos online de forma simultânea. “Com muito estudo de mercado e utilizando tecnologias inovadoras, conseguimos criar um modelo de aprendizado onde a sincronicidade da relação aluno professor acontece em tempo real. A Sala Virtual traz todas as principais características da modalidade presencial, potencializando o processo de transmissão de conteúdo e dando os alunos uma oportunidade incrível para a manutenção da rotina de estudos”, comenta Cristiano Venâncio. A tecnologia apresenta amplos recursos para o desenvolvimento de trabalhos em grupos, dinâmicas, enquetes, compartilhamento de materiais, análise de casos, entre outros opções de interatividade. ”Estamos oferecendo toda nossa excelência em ensino, com os mesmos conteúdos, professores e certificações, de maneira prática, diferenciada e remota. Esta é sem dúvida uma das formas de quebrar o preconceito com a experiência de assistir aulas em casa e fazer a diferença no futuro desta modalidade de ensino”, complementa.

 

Ensino a distância gratuito

Se os atrativos do ensino a distância, como flexibilidade de horários, variedade de cursos e qualificações e a própria possibilidade de estudar em casa, ganhavam adeptos antes pela facilidade e conforto, em tempos de distanciamento social a ferramenta se tornou uma das principais aliadas ao enfrentamento da pandemia global do novo coronavírus, tanto no âmbito educacional, quanto como uma forma pessoal de tornar o período de reclusão mais proveitoso. O que fez com que muitas pessoas descobrissem possibilidades de adquirir novas formas de conhecimento online e melhor ainda, sem nenhum custo. 

“É possível oferecer ensino de qualidade online de forma gratuita, e essa talvez seja uma das mais relevantes tendências evidenciadas durante o período de pandemia e que será refletida no futuro”, afirma Cláudio Matos, um dos responsáveis pelo sucesso da startup Kultivi (www.kultivi.com), plataforma de ensino gratuita, que conta com mais de 80 cursos em diferentes áreas, como idiomas, empreendedorismo, medicina e voltados ao Enem e à OAB.  Mas como é possível gerar conteúdo sem custo para os estudantes? A lógica de funcionamento é simples. A plataforma da Kultivi é mantida pela venda de espaços publicitários para marcas parceiras, além da captação de recursos na iniciativa privada. “São empresas que querem desenvolver educação de qualidade no Brasil e atrelar sua marca a esse projeto”, explica o sócio fundador da Kultivi. 

Outra forma de manutenção do projeto está no apoio prestado por Pessoas Físicas e Jurídicas. Por meio da iniciativa chamada de “Apoia.se”, é possível que qualquer um contribua com o projeto. Mais da metade dos recursos doados (56%) é destinada aos profissionais, que são remunerados de acordo com o valor de mercado. “Desde que as autoridades de saúde passaram a recomendar o isolamento social, os recursos tecnológicos tomaram o protagonismo em diversas atividades do cotidiano e um número cada vez maior de pessoas tem recorrido a conteúdos de capacitação online para aproveitar o tempo e adquirir novos conhecimentos, e grande parte desses novos alunos com certeza manterão esse hábito no pós pandemia e a grande vantagem é não precisar pagar nada por isso”, completa Claudio Matos. 

 

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