A infertilidade é definida como a incapacidade de engravidar
após 12 meses de relações sexuais desprotegidas ou após 6 meses para mulheres
com idade maior que 35 anos. Para casais inférteis, um dos maiores obstáculos é
superar o medo de discutir o tema com um especialista. O que esperar da
primeira consulta?
A ginecologista creditada pela Sociedade Brasileira de
Reprodução Assistida (SBRA), Dra. Natalia Paes Barbosa explica em detalhes o
passo a passo do encontro entre casal e médico. Primeiramente, é preciso
entender a história clínica do casal para determinar se há fatores importantes
que possam ser causa da infertilidade. Todos os registros são analisados. É
iniciada uma investigação direcionada dos óvulos, dos espermatozóides e da
possibilidade de encontro entre eles.
Exames - Os
de sangue têm como objetivo principal avaliar o perfil hormonal, além de
identificar doenças sistêmicas e infectocontagiosas. A ultrassonografia
transvaginal avalia a pelve feminina e diagnostica doenças que possam
influenciar negativamente na fertilidade como miomas, pólipos, cistos ovarianos
e endometriose. A histerossalpingografia é um exame radiológico
contrastado que visualiza o aspecto da cavidade uterina e a permeabilidade das
tubas uterinas. O espermograma é indispensável para avaliar o fator
masculino. Espermogramas considerados anormais devem ser repetidos após um
intervalo de pelo menos 2 semanas para uma adequada interpretação diagnóstica.
O resultado dos testes diagnósticos ajudará o médico a
determinar a causa da infertilidade e a escolha do tratamento que oferece a
melhor chance de conseguir uma gravidez. Dependendo das necessidades
individuais, é feito um aconselhamento para discutir implicações físicas e
emocionais do tratamento, além de diversas formas de enfrentamento das
possíveis frustrações e decepções.
Listamos abaixo as principais dúvidas
dos casais em consultórios quando o assunto é fertilidade. “Lembrando que casal
receberá muitas informações durante a consulta. Façam anotações, perguntem e
lembrem-se que é sempre bom entrar em contato com a equipe assistente caso surjam
dúvidas durante o processo de investigação, diagnóstico e tratamento”,
recomenda a especialista.
1 - Por que não fomos capazes de
conceber ainda?
O médico pode dar uma resposta baseada na idade, história
clínica e exames realizados previamente. Se a resposta não for clara, novos
testes diagnósticos são necessários.
2 - O meu seguro de saúde cobre o
tratamento?
As clínicas de infertilidade frequentemente têm um
conselheiro financeiro que ajuda a determinar o que o seguro cobre, assim como
as formas de pagamento das diversas etapas do tratamento, incluindo exames,
medicações, honorários médicos e procedimentos.
3 - Qual é o melhor tratamento?
O diagnóstico da causa da infertilidade por meio de exames
realizados pelo casal, além da idade da mulher e do homem, são fatores
fundamentais na decisão do tipo de tratamento. Apesar de todo o avanço
tecnológico, a taxa de sucesso não é 100% e a escolha do tratamento deve
basear-se no resultado potencial de gestação.
4 - Quais são os tipos de tratamentos
disponíveis?
A solução envolve, de maneira individualizada, orientação de
hábitos de vida e sexual, tratamentos clínicos, cirurgias frequentemente
realizadas por vídeo (histeroscopia e laparoscopia) e inseminação artificial.
Outros casos exigem técnicas de reprodução assistida tais como fertilização in
vitro convencional (FIV) e injeção intracitoplasmática do espermatozóide
(ICSI). Quando uma técnica de reprodução assistida é indicada, pode-se realizar
o estudo genético embrionário antes da transferência para a cavidade uterina.
5 - Quais são as complicações do
tratamento?
As possíveis complicações são raras e limitam-se ao período
do tratamento, não justificando, portanto, preocupações com a saúde física
futura.
Deborah de Salles
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