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domingo, 16 de dezembro de 2018

Uso recreativo de medicamentos para disfunção erétil


Consumo da medicação sem prescrição pode trazer graves riscos à saúde do homem


A terapia para disfunção erétil com o uso de medicamentos via oral se tornou muito popular no final da década de 1990, quando o Viagra passou a ser comercializado nas farmácias do Brasil e diversos países. Vinte anos depois desse grande avanço no tratamento, o consumo da medicação por indivíduos que não necessitam tem se tornado alvo de preocupação e um possível problema de saúde pública.

Um estudo realizado em 2008, por farmacêuticos e profissionais da saúde da Universidade Nove de Julho, em São Paulo, entrevistou 360 universitários entre 18 e 30 anos. Dentre eles, 53 afirmaram já terem feito uso de medicamentos para disfunção erétil sem prescrição médica, ou mesmo apresentarem qualquer grau da condição. Os motivos apresentados para o uso foram por curiosidade (70%), para potencializar a ereção (12%), contra ejaculação precoce (12%) e para aumento do prazer (6%).

Por serem medicamentos que não necessitam da prescrição médica, além de terem um baixo custo, após a quebra da patente do Viagra em 2010, o acesso a eles é bem fácil. Esse é um dos fatores que contribui para o uso indevido. “O uso recreativo de medicação para a disfunção erétil tem sido associado ao aumento de comportamentos sexuais de risco, bem como ao aumento do risco de aparecimento de doenças sexualmente transmissíveis, com destaque para a infecção pelo HIV, e com altas taxas de uso concomitante de drogas ilícitas”, afirma o vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais, Alisson Brandão.

O consumo de álcool e drogas, como o ecstasy e metanfetaminas, resultam em aumento da libido, desinibição social, mas também podem induzir disfunção erétil momentânea, uma vez que provocam vasoconstrição periférica, prejudicando o desempenho sexual. Tal fato pode explicar os altos índices de consumo dessas substâncias em conjunto aos medicamentos para impotência. No entanto, essa combinação pode trazer diversos riscos à saúde masculina, tendo os seguintes efeitos colaterais: cefaleias intensas, desmaios, síncopes, e, em alguns casos, ereções extremamente prolongadas, com lesão da musculatura peniana.

Segundo o vice-presidente do CRF/MG, os pacientes que fazem tratamento para angina instável, insuficiência cardíaca grave, ou sofreram enfarte recente também devem evitar o Viagra e seus genéricos, por conta da interação medicamentosa com os nitratos orgânicos ou outras preparações de nitrato utilizada na terapia dessas enfermidades.




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