Levantamento de atendimentos
realizados no ano passado revela que questionamentos sobre Serviços Financeiros
seguem entre os mais frequentes para os consumidores
O Idec
divulgou nesta semana o ranking anual sobre dúvidas de consumo registradas em
2017. Na terceira posição, os atendimentos sobre Serviços Financeiros seguem
entre as maiores demandas do Instituto, com 16,7% dos chamados. Apesar de sido
identificada uma queda no percentual do setor em relação ao ano de 2016
(19,2%), o índice deste ano ainda maior do que os percentuais de 2015 e 2014
(13,7% e 15,3% respectivamente).
Dentro do
segmento financeiro, os cartões de crédito lideraram o ranking com 25,7% dos
chamados. Nesse assunto, merece destaque as alterações unilaterais de contrato,
cobrança de tarifas sem prévio conhecimento do consumidor, e também a
contestação de juros cobrados no crédito rotativo ou no parcelamento da fatura.
No segundo
lugar do ranking financeiro figuraram os problemas relacionados a conta corrente/poupança,
que são responsáveis por 23,6% dos atendimentos e apresentou importante
crescimento em relação a 2016 (19,6%). As principais reclamações tratam de
falta de informações adequadas e cobrança de tarifas bancárias em desacordo com
o ofertado ao consumidor.
Veja abaixo
os principais temas reclamados em 2016 e 2017:
Serviços Financeiros 2016
|
Serviços Financeiros 2017
|
Cartão de Crédito - 28,8%
|
Cartão de Crédito - 25,7% ⬇
|
Conta Corrente/Poupança - 19,6%
|
Conta Corrente/Poupança - 23,6% ⬆
|
Crédito Pessoal - 12,7%
|
Crédito Pessoal - 8,6% ⬇
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Crédito Consignado - 5,7%
|
Seguros - 8,6% ⬆
|
Investimento e Previdência Privada - 5,7%
|
Financiamento de imóveis e veículos - 7,3% ⬆
|
Financiamento de Imóveis - 5,7%
|
Investimento e Previdência Privada - 6% ⬆
|
|
Crédito Consignado - 5,6% ⬇
|
Para Ione
Amorim, economista do Idec, o alto índice de atendimento demonstra que as
entidades financeiras ainda apresentam muitas falhas na relação com seus
clientes. “O consumidor está cada vez mais exposto a oferta excessiva de
crédito em plataformas virtuais com contratação automática ou por assédio por
correspondentes bancários, sem comparar a taxa de juros, capacidade de
pagamento e riscos embutidos nas contratações. Hoje vivemos uma epidemia
financeira no País com 61,2% de brasileiros endividados de acordo com a
pesquisa mensal da Confederação Nacional do Comércio. Esse quadro precisa ser
revertido e o investimento em educação financeira da população e proteção dos consumidores
são fundamentais para o País avançar neste sentido ”, destaca a economista.
Juntos, o
primeiro e segundo lugares totalizam quase 50% das demandas de serviços
financeiros. Outro problema relevante registrado nas relações entre
instituições bancárias e consumidores está relacionado a operações de crédito
em geral: juntas, as reclamações envolvendo o crédito consignado, crédito
direto ao consumidor e financiamentos de imóveis e veículos totalizam de 21,5%
dos questionamentos. Nessa subcategoria foram questionadas principalmente
cobranças indevidas e os critérios para o cálculo de juros e saldo devedor.
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