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quarta-feira, 28 de março de 2018

Páscoa: Pessoas com diabetes podem comer chocolates?



Chocolate amargo, sem excessos, é o tipo mais indicado para pessoas com diabetes ou pré-diabetes 


Chegou a Páscoa e o comércio está com as prateleiras lotadas de chocolates, para a alegria dos chocólatras de plantão. Porém, o consumo de doces deve ser controlado principalmente para pessoas com diabetes ou pré-diabetes, já que consumi-los em excesso pode levar ao aumento da glicemia (hormônio produzido pelo pâncreas, cuja função é metabolizar a glicose). Mas, como é difícil resistir à tentação, é possível inserir o chocolate no planejamento alimentar, controlando a frequência do consumo, a quantidade e o tipo do produto.

A endocrinologista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dra. Tarissa Petry, alerta que o consumo excessivo do alimento rico em açucares e gorduras, pode aumentar a glicemia e deixar o diabetes descompensado, aumentando as chances de complicações. “Os primeiros sintomas do pico glicêmico por conta dos exageros são sede, aumento de apetite, vontade de urinar com muita frequência e perda de peso”. 

Além do consumo moderado, uma dica importante para as pessoas que não resistem ao chocolate, é estarem atentas aos rótulos dos produtos, já que 30 gramas de chocolate ao leite têm em média 15 gramas de carboidratos. A melhor opção são os chocolates amargos, principalmente os que contêm 70% ou 80% de cacau. “O indicado é que a pessoa com diabetes consuma pequenas porções, no máximo 30 gramas, o que equivale a dois quadradinhos de uma barra de chocolate. A dica é dividir o chocolate em pequenas porções e reservá-las em algum recipiente ou no papel alumínio para ser consumido eventualmente”, aconselha a endocrinologista. Mesmo com as versões diet, é importante que o paciente consuma pequenas porções, pois apesar de não conter açúcar, esse tipo de chocolate tem muita gordura e também é mais calórico.

As pessoas com pré-diabetes também devem estar atentas à alimentação. Uma pessoa é considerada de alto risco para o desenvolvimento do diabetes quando apresenta excesso de peso, sedentarismo, circunferência abdominal aumentada, alimentação inadequada com baixo consumo de frutas verduras e legumes, e alto consumo de alimentos açucarados e gordurosos diariamente, além de histórico familiar de diabetes. Esses fatores podem desencadear alterações no metabolismo da glicose e com isso aumentar a chance dessa pessoa em desenvolver a doença.

No Brasil, a Sociedade Brasileira de Diabetes estima que o diabetes atinja 14 milhões de pessoas e que mais da metade delas desconhece ser portadora da enfermidade. Considerando que para cada pessoa com diabetes existam pelo menos três pacientes em risco, a estimativa é de que cerca de o país tenha 40 milhões de pré-diabetes e aproximadamente 25% dessa população terá a doença nos próximos cinco anos.

Veja abaixo as dicas quanto às propriedades dos diversos tipos de chocolates existentes no mercado e opte por uma escolha saudável.


Chocolate de soja
Ideal para veganos e pessoas com intolerância alimentar.  A quantidade recomendada deve ser igual a 30 gramas.
  



Chocolate Amargo
Contém grãos de cacau torrados, sem adição de leite, com pouca adição de açúcar. Estudos recentes sugerem que antioxidantes presentes no chocolate amargo, auxiliam na diminuição dos níveis de LDL (mau colesterol) e da pressão arterial. Existem chocolates extra-amargos (75 a 85% de cacau), amargos (50 a 75% de cacau) e meio amargo (35 a 50% de cacau). Mesmo com tantas propriedades devem ser consumidos com moderação: 30 gramas.


  
Chocolate diet
É composto por massa e manteiga de cacau, leite em pó e adoçantes (sorbitol, sacarina, sucralose, aspartame). Apesar de não conter açúcar em sua composição o chocolate diet apresenta alto teor de gordura, contribuindo para o aumento de peso, portanto, influenciando no controle glicêmico.
  
Chocolate ao Leite
Contém cerca de 30% de cacau, os 70% restantes são açúcar, manteiga de cacau, leite, soro lácteo, emulsionante e aromas.  A quantidade consumida deve ser de no máximo 30 gramas.
  
Chocolate Branco
Apresenta um alto teor de gordura saturada em sua composição. É produzido a partir da manteiga de cacau, sem propriedades benéficas.

Cuidado com os acompanhamento dos peixes

Outra tradição muito comum na semana da Páscoa é o consumo de pratos com peixes no feriado da Paixão de Cristo. Segundo a endocrinologista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, os diabéticos precisam ter cuidado com a quantidade consumida dos carboidratos que acompanham o peixe, como arroz, farofa e batata.  “A variabilidade dos valores de glicemia pode trazer muitas complicações. Como a doença é silenciosa, ou seja, não apresenta sintomas iniciais, é preciso ter cuidado com o consumo de carboidratos. Esse nutriente deve fazer parte da alimentação, mas em quantidades adequadas para cada um. Se a glicemia estiver descompensada, o ideal é não exagerar nas quantidade” alerta. 

O importante é ter bom senso nos dias de festas: não deixar de fazer uso das medicações prescritas pelo médico, monitorar a glicemia para avaliar os índices após consumir os alimentos diferenciados, hidratar o corpo, e sempre incluir os alimentos que trazem benefícios para o controle glicêmico na dieta, como verduras e legumes. E por fim, procure nutricionista que adapte a quantidade dos carboidratos e frequência do consumo dos chocolates na alimentação.




Hospital Alemão Oswaldo Cruz


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