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sábado, 12 de outubro de 2024

A coragem de se olhar no espelho

Me pergunto continuamente como é possível que grandes empresas se envolvam em escândalos de corrupção, considerando que os donos costumam ser pessoas respeitadas no mercado, seguidos por milhares de fãs e até protagonistas de best-sellers que se propuseram a desvendar os métodos que os levaram a tanto sucesso. 

A verdade é que muitas pessoas, grupos e instituições que se declaram éticas o fazem por uma necessidade de validar a própria imagem diante da sociedade e até de si mesmas. Não reconhecem seus erros por não conseguirem conviver com o fato de que são seres humanos falhos e limitados, incoerentes e paradoxais, como todos somos. 

O ser que se pretende perfeito e imaculado se distancia de sua real natureza, limitada, reprimindo suas manchas e distanciando-se delas, ao mesmo tempo que projeta, nos outros, erros e condutas reprováveis. Essa dissociação cria personas que vivem verdadeiros teatros, acreditando possuir uma índole límpida e exemplar quando, no fundo, aceitam, continuamente, a falta de virtude como conduta usual.  

Essas pessoas e organizações buscam todos os argumentos para livrarem-se de qualquer responsabilidade por uma ação não ética, mantendo uma autoimagem de retidão quando esta não corresponde à realidade. Vivemos em uma sociedade patologicamente hipócrita, que se acredita reta, virtuosa, quando, na verdade, não age assim.  

Trata-se de uma “ética da imagem idealizada”, uma narrativa do que muitos deveriam ser em contraste com o que são na vida cotidiana. Esta ilusão acordada individual e coletivamente permite um certo equilíbrio na aceitação das pessoas e organizações, mas traz à tona uma constante inautenticidade, incapaz de sustentar-se por muito tempo, já que a verdade dos fatos acaba emergindo em um mundo onde todos estão cada vez mais expostos. 

A ética meramente intencional forma sujeitos parciais, teatrais, estagnados em sua mentira, hipocrisia e covardia. As organizações que optam por um discurso idealista e politicamente correto, distante da realidade do dia a dia, projetam-se como santuários da boa conduta, enquanto sua cultura exala escolhas inadequadas e não éticas.  

O caminho não é revestir-nos de uma natureza angelical – que definitivamente não é a nossa –, mas aproximar-nos da nossa natureza limitada e falha, entendendo o que está por trás da lacuna entre o declarado e o praticado. Ao percebermos o que realmente pensamos no fundo de nossas consciências, poderemos desconstruir tais crenças e buscar novos comportamentos, evoluindo para uma conduta mais autêntica e exemplar. 

A jornada da ética verdadeira passa por encarar nossas sombras, nossos próprios boicotes e sabotadores, reconhecendo as crenças e valores que os sustentam, para buscarmos superá-los com maturidade e humildade. Por isso, acredito que a coragem de olhar para o espelho e refletir sobre nossas próprias falhas é essencial para quebrar as ilusões que alimentam falsidades e hipocrisias.  

Admitir nossas imperfeições humanas, ao invés de criar uma imagem idealizada e distante da realidade, é um ato de honestidade que previne a construção de uma falsa moral. Só quando encaramos com clareza nossas inconsistências e compreendemos o que está por trás delas, podemos alinhar nossas palavras e ações, promovendo a verdadeira integridade pessoal e organizacional. 

 

Paulo Monteiro - filósofo, professor, consultor e autor do livro “Antimanual Filosófico: para pessoas inquietas com dogmas organizacionais


Cirurgia plástica vai além da estética e ajuda a resgatar autoestima

Para o Dr. Rogério Leal, alguns procedimentos têm o poder de diminuir a insegurança e devolver a alegria os pacientes

 

Quando se pensa em cirurgia plástica, normalmente é a questão estética que vem à mente. Entretanto, muitos procedimentos vão além da busca por uma aparência harmônica, contribuindo enormemente para o resgate da confiança em si mesmo. 

Uma pesquisa da UERJ denominada “O impacto da cirurgia plástica na auto estima” apontou que fatores físicos e emocionais pode levar à busca pelos procedimentos, já que, quando a imagem que os pacientes têm de si mesmos não é positiva, há consequências diretas na forma como se percebem emocionalmente, tendo que lidar com muita insegurança. 

Segundo o Dr. Rogério Leal, especialista reconhecido em Cirurgia Estética e Reparadora das Pálpebras, a cirurgia plástica pode ajudar a resgatar a autoestima de várias maneiras, principalmente porque permite que as pessoas façam mudanças em aspectos físicos com os quais se sentem insatisfeitas ou inseguras. “A possibilidade de devolver aos pacientes a alegria e a grande satisfação de amar o reflexo que veem no espelho é o que me inspira todos os dias”, diz o médico. 

De acordo com o Dr. Rogério, ao ajustar algumas características que incomodam, as pessoas podem se sentir mais alinhadas com a imagem que têm de si mesmas ou como gostariam de ser percebidas pelos outros. “Há alguns casos, inclusive, em que a cirurgia plástica é acompanhada de suporte psicológico no antes e depois, visando ajudar os pacientes a lidarem melhor com as expectativas e mudanças. Por exemplo, quando há grandes transformações corporais, como perda de peso significativa ou cirurgias reconstrutivas”, conta. 

Além do desejo de simplesmente melhorar o que incomoda, há também casos concretos de defeitos congênitos ou adquiridos, como após acidentes ou doenças. “Nestes casos, a correção das condições pode ampliar de forma significativa a confiança e contribuir para mudar para melhor a vida das pessoas. A aparência física, a forma como cada um se percebe, traz impactos gigantescos na maneira como nos expressamos ao mundo. Há casos de pessoas retraídas, tímidas que, após alguns procedimentos, passaram a se tornar mais descontraídas e sociáveis, pois perderam o medo de se mostrar”, avalia o Dr. Rogério Leal. 

O médico também aponta que a cirurgia plástica pode ajudar a ampliar a autoestima ao longo do processo de envelhecimento, natural a qualquer um. “Há uma série de procedimentos que ajudam as pessoas a lidarem melhor com as mudanças naturais do tempo e, consequentemente, devolvem o bem-estar emocional”, finaliza.  




Dr. Rogério Leal - especialista reconhecido em Cirurgia Estética e Reparadora das Pálpebras. Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular e da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face, ele atua como Professor Assistente do Serviço de Cirurgia Plástica da Face na Clínica Septo / PUC - RJ e Professor Assistente voluntário da Plástica Ocular do Hospital das Clínicas da USP / SP. Além disso, é Diretor da Escola de Cirurgia OculoFacial em São Paulo, onde desempenha um papel de liderança na formação de novos profissionais. Cremesp 90116 / RQE 129973. Para saber mais informações, acesse: @drrogerioleal ou pelo site https://www.rogerioleal.com.br


4 sinais de inteligência emocional no casamento

Unsplash
Segundo a Associação Americana de Psicologia em um estudo de 2023, 67% dos divórcios são por falta de comunicação.


A maturidade emocional é uma das bases mais sólidas para a construção de um relacionamento duradouro e saudável. No casamento, essa maturidade se revela em pequenos e grandes gestos, na capacidade de compreender o outro e de lidar com as dificuldades de forma sensata. Apesar das inúmeras situações da rotina, é possível identificar quando um comportamento ou ação são sinais de estabilidade emocional, principalmente quando são oriundos de empatia e respeito.  

“O casal que consegue conversar sobre tudo briga menos e, consequentemente, evita toxicidades na relação. A saúde e a estabilidade do casamento deve ser sempre um norte na condução da união, estabelecendo acordos, alinhando expectativas e externando inseguranças e consolidando a confiança”, diz Henri Fesa, Médium especialista em relacionamentos e fundador da Casa de Apoio Espiritual Henri Fesa. 

Casais emocionalmente estáveis não fogem do diálogo, pelo contrário, abraçam essa ferramenta como uma maneira de resolver conflitos e evitar mal-entendidos. Segundo a Associação Americana de Psicologia em um estudo de 2023, 67% dos divórcios são por falta de comunicação. A abertura para discutir emoções e desafios fortalece a confiança e evita o acúmulo de ressentimentos. Essa troca de sentimentos e pensamentos não apenas ajuda a resolver problemas, mas também promove uma conexão mais profunda entre os parceiros. 

 

Henri Fesa, Médium especialista em relacionamentos, lista quatro sinais que demonstram a presença da inteligência emocional no casamento: 

 

  • Externar inseguranças 

Falar sobre inseguranças e expor gatilhos emocionais ao parceiro é um sinal claro de maturidade. Quando o casal é capaz de compartilhar vulnerabilidades, cria-se um espaço para a compreensão e para encontrar um caminho harmônico. Essa abertura diminui o risco de mal-entendidos e fortalece a parceria; 

 

  • Alinhar expectativas 

No casamento, sonhos e planos precisam ser ajustados para que ambos caminhem na mesma direção. Casais emocionalmente inteligentes conversam regularmente sobre o que esperam da vida juntos, garantindo que ambos estejam alinhados; 

 

  • Ouvir com empatia

Ouvir verdadeiramente o que o outro tem a dizer, sem julgamentos ou interrupções, é essencial para uma boa comunicação. A escuta empática demonstra respeito e atenção às necessidades emocionais do parceiro, ajudando a evitar conflitos e promover uma relação mais equilibrada; 

 

  • Ambos sabem ceder 

Em um casamento saudável, tanto um quanto o outro sabem a importância de ceder em certos momentos. A inteligência emocional permite que ambos reconheçam quando é necessário abrir mão de algo pelo bem da relação, sempre buscando o equilíbrio e a harmonia. 

 

Henri Fesa - Médium auxilia pessoas com problemas espirituais, principalmente, no campo amoroso. Especialista em relacionamentos, possui mais de 30 anos de experiência, criando soluções efetivas com um trabalho de qualidade e sem enrolação. A Casa de Apoio Espiritual Henri Fesa recebe pessoas de todas as religiões e, dentro da crença de cada um, realiza os Trabalhos, atuando com segurança e seriedade, sem a utilização de magias de baixa vibração. Saiba mais aqui!


Apps de relacionamento podem afetar sua saúde mental?

"Encontrar alguém com quem você queira compartilhar momentos inesquecíveis em um ambiente adequado faz toda a diferença”, diz especialista

 

Achar alguém com quem você se conecte de verdade pode ser um desafio. E tentar fazer isso pessoalmente? Nem pensar, é complicado e toma muito tempo. E com a correria do dia a dia, essa alternativa fica ainda mais difícil de acontecer. É aí que entram os apps de relacionamento, que prometem tornar tudo mais simples e prático. Mas nem sempre dá certo, já que muitos escolhem aplicativos inadequados e acabam se deparando com perfis imaturos de pessoas que estão apenas em busca de aventuras temporárias, e não de um compromisso sério. E é aí que surgem os problemas, tanto mentais quanto físicos!

 

“Não é novidade que muitos desses aplicativos tradicionais de namoro estão repletos de pessoas em busca de tudo, menos de um relacionamento sério. Encontrar alguém com quem você queira compartilhar momentos inesquecíveis em um ambiente adequado faz toda a diferença", afirmou Caio Bittencourt, especialista em relacionamentos do site MeuPatrocinio.com.

 

Psicóloga alerta para aumento de ansiedade em usuários de apps de namoro 

Mireia, psicóloga clínica com 20 anos de experiência e que atende de 15 a 20 pacientes por semana, revelou ter notado algo que a preocupou: o aumento no número de casos relacionados a aplicativos de relacionamento. Ela se recorda, por exemplo, de um paciente cujos problemas de sono dependiam do fato de o aplicativo estar ou não ativo. E pessoas que vieram com sintomas de ansiedade devido à incerteza ou à angústia causada por rejeição e abandono.

 

Em 2019, a Organização de Consumidores e Usuários (OCU) confirmou, por exemplo, que um em cada dez espanhóis usa aplicativos de relacionamento regularmente e que um em cada três desses usuários é viciado. Um relatório mais recente, de 2024, apresenta números semelhantes: mais de quatro milhões de pessoas usam essas ferramentas digitais todos os meses no país.

 

Considerando os dados, é lógico pensar em uma possível dependência do match, ainda mais se ele afetar diretamente o sistema de recompensa do cérebro. Por outro lado, foi demonstrado que a desinstalação desse tipo de aplicativo pode gerar uma síndrome de abstinência com sintomas semelhantes aos da “desvinculação” de uma substância específica, como a cocaína, por exemplo.

 

Alternativa é buscar uma plataforma segura 

Em uma entrevista ao Globo, Sandra Rodrigues, psicóloga clínica em São Paulo, sugere que, para não se frustrar com os aplicativos, as pessoas precisam entender melhor como funciona a dinâmica de cada site, já que muitos oferecem serviços com uma percepção errada.

 

Atualmente, o site de relacionamentos MeuPatrocínio, conta com quase 16 milhões de usuários e se destaca como a opção preferida para quem busca praticidade e transparência. Além disso, dados de uma pesquisa feita pela empresa mostram que 8 em cada 10 conversas resultaram em encontros presenciais, e desses, 79,45% se transformaram em relações sérias e até casamentos.

 

"As pessoas acabam desistindo de encontrar alguém porque muitas vezes são enganadas. Nos relacionamentos Sugar é diferente, porque é composto por pessoas reais que estão realmente comprometidas em fazer as coisas funcionarem. Os Sugar Daddies estão prontos para oferecer experiências incríveis às Sugar Babies, tratando-as como toda mulher merece ser tratada: com respeito e uma vida de luxo. Elas, por outro lado, sabem exatamente o que querem e não abrem mão disso: um homem cavalheiro que tratem elas como rainhas", concluiu o especialista Caio Bittencourt.



Quando se afastar é a melhor escolha

 

 Divulgação

No labirinto complexo dos relacionamentos modernos, às vezes dar um passo para trás pode ser o movimento mais estratégico. Isso não significa abandonar o barco, mas sim navegar por um afastamento intencional e com propósito. Trata-se do ato de dar um espaço consciente ao relacionamento, permitindo-se um tempo para respirar fora da órbita do parceiro e concentrar-se nas próprias necessidades.

Esse “chá de sumiço” não é um jogo manipulativo, mas uma pausa calculada para avaliar a situação. Nesse distanciamento, você pode nutrir suas paixões pessoais, reacender amizades e investir em seus objetivos profissionais. Essa atitude não só demonstra independência emocional, mas também fortalece a autoestima e a confiança.

Esse afastamento dá a oportunidade de redirecionar o foco e permite mergulhar de cabeça nos próprios interesses e hobbies, além de comprometer-se com atividades que nutrem sua saúde mental. É o momento de deixar o pretendente de lado de verdade, sem esperar ansiosamente por uma mensagem ou uma ligação.

Mais uma vez, para não haver confusão: essa pausa não significa desinteresse ou desapego! Ela é um momento de recalibragem emocional, um exercício de confiança, útil para manter sua vida plena e feliz, acabando com a dependência de uma notificação a cada instante.

Sumir pode ser um recurso crucial quando o parceiro demonstra desinteresse, parece estar nem aí, aparece e some quando bem entende, e, mesmo assim, você continua investindo emocionalmente na relação, persistindo em correr atrás, buscar contato e se esforçar para manter a conexão.

Dar um passo para trás é essencial quando a atenção é unilateral, quando as iniciativas são sempre de um único indivíduo, quando há desvalorização pessoal ou quando a coisa parece que “não engata” de forma alguma.

O lance do “chá de sumiço” não é magia e nem fará ninguém se apaixonar do dia para a noite, mas é uma maneira de demonstrar que, por mais que esse joguinho funcionasse com outras pessoas, com você isso não vai para frente. A intenção é fazer o parceiro compreender que tal comportamento de desinteresse e falta de reciprocidade não será mais tolerado.

É uma forma de comunicar, de maneira não verbal, que você não aceita esse tratamento, que não será escanteada e nem terá suas emoções desconsideradas. O objetivo é estabelecer um novo trato e transmitir a mensagem firme de que você merece receber a mesma atenção que dá.

Se, mesmo assim, a pessoa sumir, sem problemas. O importante é dar um basta na falta de valorização e seguir adiante em busca do que você realmente merece. 



Emanuel Hallef - mentor de relacionamentos e autor de “O poder do chá de sumiço” (Citadel Grupo Editorial)



Como Machado criou uma psicologia conceitual antes de Freud

O pesquisador do narcisismo Adelmo Marcos Rossi revela em livro que diversos conceitos de Freud estão presentes nos escritos machadianos sob outros nomes


Com um jeito divertido, irônico e incisivo de escrever, Machado de Assis analisou a sociedade, as emoções humanas e a complexidade da mente de uma forma tão profunda que ele nem sequer poderia imaginar quantos conceitos citados por ele seriam descobertos anos depois por Sigmund Freud. Autodidata, o autor carioca teve um acesso limitado à educação formal. Entretanto, isso não o impediu de se tornar um dos maiores nomes da literatura brasileira e – agora – também um precursor da psicanálise antes mesmo de Sigmund Freud iniciar os estudos sobre a psique.

Esta é a descoberta inédita que o pesquisador sobre narcisismo, mestre em Filosofia e psicólogo, Adelmo Marcos Rossi, apresenta no livro O Imortal Machado de Assis – Autor de Si Mesmo, após A Cruel Filosofia do Narcisismo (2021). Ao se debruçar sobre a extensa obra machadiana, composta por romances, crônicas, poemas, peças teatrais e contos, ele mostra, em mais de 450 páginas, os conceitos sobre os quais o Bruxo do Cosme Velho se apoiou.

De acordo com Adelmo, Machado de Assis tomou o narcisismo como elemento central de sua analítica desde o primeiro conto “Três Tesouros Perdidos” (1858), publicado quando ele tinha somente 19 anos. Já a “cura pela fala”, concepção freudiana sobre a importância da palavra no processo terapêutico, aparece sob o princípio em latim “Similia similibus curantur”, que significa “o mesmo se trata com o mesmo”.

Enquanto Freud queria alcançar “a imortalidade do Eu” (O Narcisismo, 1914), como criador
de uma nova ciência, incluindo tardiamente o Narcisismo na psicanálise, Machado havia percebido o Narcisismo
estrutural tomando-o como ponto de partida. Freud dirá que a literatura – a arte das palavras – era superior à
ciência na busca de desvendar os mistérios da alma humana, e Machado tinha essa compreensão sem ter
lido a obra de Freud.
(O Imortal Machado de Assis – Autor de Si Mesmo, p. 14)

O pesquisador traça, no início do livro, um paralelo entre vocábulos conceituais empregados por Machado de Assis e termos cunhados pelo pai da psicanálise: amor de transferência, castração, recalque, chiste, acontecimento imprevisto, inconsciente e outros. A obra está dividida em 24 capítulos independentes, que podem ser lidos em qualquer ordem.

Em O Imortal Machado de Assis – Autor de Si Mesmo, os leitores compreenderão como o escritor de “Memórias póstumas de Brás Cubas” (1881) fundou uma espécie de psicologia sob a forma de literatura. Enquanto Sigmund Freud foi fundamental para a área da ciência e conceituou termos importantes para a compreensão da psique humana, a obra machadiana pode não ter criado esse instrumental, mas apresentou a psicologia e as tramas da mente por meio da ficção.

 

Ficha técnica

Título: O Imortal Machado de Assis – Autor de Si Mesmo
Autor:
Adelmo Marcos Rossi
ISBN: 978-65-5389-082-4
Páginas: 456
Preço: R$ 120
Onde encontrar:
Amazon

Sobre o autor: Engenheiro civil (UFES, 1980), mestre em Ciência de Sistemas (Tóquio, 1990), psicólogo (UFES, 2010), mestre em Filosofia (UFES, 2015) e microempresário, Adelmo Marcos Rossi dedica quase 15 anos aos estudos sobre psicanálise. Fundador do Grupo de Pesquisa do Narcisismo, também é autor do livro “A Cruel Filosofia do Narcisismo – Uma Interpretação do Sonho de Freud” (2021). Após um longo período de pesquisa acerca das relações entre as obras machadiana e freudiana, publicou O Imortal Machado de Assis – Autor de Si Mesmo.

Instagram: @adelmomarcosrossi
Facebook: /psicanaliseemato
Youtube: @adelmomarcosrossi


Dia das Crianças: nutricionista ensina como garantir uma dieta saudável para os pequenos


Saiba como orientar as escolhas alimentares dos seus filhos e logo cedo com dieta equilibrada e capaz de prevenir a obesidade e outros problemas de saúde

 

A obesidade infantil é uma preocupação crescente no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 15% das crianças entre 5 e 9 anos estão obesas, e mais de 30% apresentam sobrepeso. O excesso de peso na infância aumenta significativamente o risco de doenças crônicas como diabetes tipo 2, hipertensão e problemas cardiovasculares na vida adulta. Além disso, a obesidade pode impactar o desenvolvimento emocional, resultando em baixa autoestima, ansiedade e, em alguns casos, até depressão.

 

Por isso, é fundamental que pais e responsáveis estejam atentos à qualidade da alimentação dos pequenos, criando hábitos saudáveis que podem ser levados para toda a vida, como explica a nutricionista Andréia Oliveira, profissional cadastrada no GetNinjas, maior plataforma para contratação de serviços no Brasil. “O número de crianças obesas no Brasil está diretamente relacionado com problemas que também são enfrentados pelos pais, como hábitos alimentares inadequados e o sedentarismo”, explica a profissional.

 

De acordo com a especialista, uma alimentação equilibrada na infância não é apenas uma questão estética, mas trata-se de um fator crucial para o desenvolvimento saudável. "As escolhas alimentares nos primeiros anos de vida moldam o crescimento físico e mental das crianças. Uma dieta balanceada, rica em frutas, verduras, proteínas e grãos, não só previne doenças, mas também melhora a capacidade de concentração e aprendizado", afirma Andréia.


 

Evitando repetir erros

 

Muitos pais, porém, não oferecem alimentos ricos em nutrientes para os filhos porque na correria do dia a dia, acabam optando por alimentos que têm preparo mais rápido e prático ou nenhuma preparação, como biscoitos recheados, macarrão instantâneo, embutidos e refrigerantes. Além de pobres em nutrientes, esses ultraprocessados têm alto teor de açúcares, gorduras saturadas, sódio e aditivos químicos, o que pode prejudicar o desenvolvimento infantil e contribuir para o ganho excessivo de peso corporal.

 

No longo prazo, esse tipo de alimentação também pode comprometer o metabolismo das crianças, levando a um quadro de resistência à insulina, que é um caminho para o desenvolvimento de diabetes. "Uma criança que consome alimentos ultraprocessados regularmente pode apresentar deficiências nutricionais severas, o que afeta diretamente no crescimento, no sistema imunológico e até na capacidade de concentração", explica a nutricionista.

 

Porém, para alimentar melhor os filhos no meio da correria do dia-a-dia, os pais podem começar trocando esses alimentos por opções mais saudáveis, mas que também sejam práticas, como frutas frescas, castanhas, iogurtes naturais e sanduíches preparados com pão integral. Além disso, é importante criar o hábito de incluir alimentos in natura no cardápio diário, para isso, incentivar as crianças a experimentar novos sabores e texturas desde cedo pode ser uma maneira eficiente de promover uma relação positiva com a alimentação saudável.


 

Existe hora certa para comer

 

Um outro erro comum que os pais costumam cometer é não dar uma rotina alimentar bem estruturada para os filhos. Por conta dos horários dos pais ou falta de planejamento, muitas crianças acabam pulando refeições importantes, como o café da manhã, ou só beliscando alimentos pouco nutritivos ao longo do dia. Embora pareça inofensiva, essa prática desregula o apetite e pode levar ao consumo excessivo de calorias durante as refeições principais.

 

Estudos mostram que crianças que não têm horários fixos para comer tendem a ter maior risco de sobrepeso e obesidade, além de desenvolverem um comportamento alimentar desordenado e maior propensão a compulsões alimentares. "Manter uma rotina de horários fixos para as refeições principais e lanches é fundamental para que a criança desenvolva uma relação saudável com a comida", aconselha a especialista.

 

Além de definir horários, é interessante que os pais criem um ambiente tranquilo durante as refeições, evitando distrações como televisão e celulares. O momento das refeições pode ser uma oportunidade para a família se reunir e cada um falar sobre o seu dia, por exemplo, o que também pode incentivar as crianças a terem uma relação mais amigável e aberta com seus pais.

 

Outro ponto importante é envolver as crianças no preparo das refeições, que também pode ser uma excelente estratégia para estimular o interesse por alimentos saudáveis. “Quando a criança participa da escolha dos ingredientes e ajuda a preparar a comida, ela tende a experimentar novos alimentos com mais facilidade e prazer”, finaliza a profissional.



Dia das Crianças: hábitos alimentares saudáveis contribuem no desenvolvimento infantil


Entre os alimentos essenciais estão os hipoalergênicos, como os produtos à base de arroz, que se tornam aliados nas principais refeições dos pequenos

 

A alimentação das crianças vai muito além de um simples prato. É preciso criar uma rotina em oferecer alimentos saudáveis e até mesmo colocar a mão na massa. E entre os alimentos essenciais para o desenvolvimento de hábitos saudáveis estão os produtos à base de arroz, como as farinhas e bebidas vegetais, que por serem hipoalergênicos, podem e devem estar presentes no prato dos pequenos diariamente. De fácil consumo e preparo, fazem parte do grupo de carboidratos que garante energia e componentes nutricionais essenciais para que a criança se desenvolva desde os primeiros anos.


Neste Dia das Crianças, comemorado no sábado, dia 12, é importante reforçar a atenção com os alimentos que as meninas e meninos estão consumindo em suas principais refeições, principalmente no caso daqueles que possuem intolerância ao glúten. Além disso, segundo levantamento realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 2021, 80% das crianças do Brasil, de até cinco anos, costumam consumir alimentos ultraprocessados, como biscoitos e refrigerantes. No entanto, optar por alimentos mais saudáveis desde cedo, fará com que os pequenos desenvolvam um melhor funcionamento dos seus organismos.


Neste cenário, como afirma a nutricionista infantil e especialista em dificuldades alimentares, Gabriela Búrigo, os pais não devem ver o arroz e os alimentos originados dele como vilões na dieta do filho. Segundo a nutricionista infantil, 50% da alimentação do dia dos pequenos tem que possuir algum carboidrato. “É o arroz consumido, seja em grão, farinha ou bebida, que vai dar energia para as crianças brincarem durante o dia”, ressalta.


Os bons hábitos alimentares são gerados na infância, aprendendo desde cedo que comidas saudáveis são essenciais para um crescimento fortalecido. A nutricionista alerta, ainda, que mesmo que os pais das crianças não comam determinada comida, é necessário que mostrem à criança o alimento para que ela o conheça e o experimente. “É importante que os pais saibam que quando introduzimos os alimentos à base de arroz na alimentação dos filhos, eles crescerão nutritivamente bem, e, consequente, serão adultos mais saudáveis”, explica.


 

Glúten na alimentação das crianças


Em seu consultório no Espaço Naturae, Gabriela comenta que, apesar de em algumas situações o diagnóstico da Doença Celíaca em crianças demorar a acontecer, em todas as suas receitas, utiliza farinha de arroz RisoVita, por priorizar uma cozinha inclusiva, sem glúten.


Para a nutricionista, as produções feitas com as farinhas de arroz não possuem diferença de sabor das feitas com a farinha tradicional. “As crianças com intolerância ao glúten se sentem mais leves quando comem uma farinha de arroz da RisoVita, por exemplo. Em nossas receitas, para incrementar um muffin, colocamos outros cereais e nutrientes, sem deixar de lado o sabor gostoso do tradicional”, evidencia.


 

Aprender de forma lúdica


A aprendizagem das crianças acontece por meio de cores, desenhos, imagens, vídeos e principalmente, pela prática. Gabriela conta que o seu método para incentivar os pequenos de quatro a 10 anos a introduzir a farinha de arroz na rotina alimentar é por meio da ‘escalada do comer’ - utilizado na Escolinha da Nutri, no programa de Educação Alimentar Nutricional, em que o aprendiz é envolvido no preparo e na higienização dos alimentos, para se sentir confortável em degustar aquele prato preparado por ele mesmo.


Durante as aulas, os alunos aprendem o que é e como age um carboidrato, que é a principal característica do arroz, no organismo humano. “Trabalhamos todos esses significados nas atividades, nos desenhos e na prática. Além disso, para ajudar, usamos fôrmas em formatos de estrela e coração nas confecções de muffin, como o de arroz verde nutritivo. Além do cereal, usamos couve, cenoura, milho e brócolis”, acrescenta.



Depois de terem cozinhado as receitas, as meninas e meninos levam para casa o prato preparado para que toda a família passe a consumir alimentos saudáveis e sem glúten. “Hoje eles querem mesmo o brincar de comidinha. Mas, nós que realizamos um estudo por trás para trazer todas as informações nas aulas teóricas, queremos que a família faça parte desse processo de desenvolvimento que é muito importante”, esclarece. 



 

Texto e foto: Monique Amboni



Alimentos sem agrotóxicos: benefícios e desafios na alimentação saudável


Nos últimos anos, o interesse por alimentos sem agrotóxicos cresceu significativamente, impulsionado por uma busca crescente por saúde e sustentabilidade. Mas o que realmente significa consumir esses alimentos? Quais são os seus verdadeiros benefícios e desafios?

 

Consumir alimentos livres de agrotóxicos não é apenas uma escolha de saúde, mas também uma decisão que impacta o meio ambiente e a economia. O especialista em negócios gastronômicos Marcelo Politi explica as diferenças entre alimentos orgânicos e sem agrotóxicos, entendendo como cada um se encaixa no contexto atual de produção e consumo. O mentor da Politi Academy também fala como o mercado brasileiro está se adaptando a essa demanda e quais são as perspectivas para o futuro.


  1. Quais são os benefícios em consumir produtos sem agrotóxicos?

Quando falamos em alimentos sem agrotóxicos, a primeira coisa que me vem à mente é a proteção à saúde. Imagine poder consumir frutas, legumes e verduras sem o risco dos resíduos químicos. Isso é uma grande vantagem, principalmente para quem busca uma alimentação mais saudável e natural. Estudos indicam que a ingestão de agrotóxicos pode estar ligada a problemas de saúde a longo prazo, como distúrbios hormonais e até câncer. Ao optar por alimentos sem agrotóxicos, estamos, portanto, fazendo uma escolha consciente por nossa saúde e bem-estar.

Além disso, há uma experiência sensorial enriquecida. Alimentos sem agrotóxicos costumam ter um sabor mais autêntico e uma textura mais agradável. Isso ocorre porque eles são cultivados em solos mais saudáveis e geralmente colhidos no ponto ideal de maturação.

Outro ponto que merece destaque é o impacto ambiental positivo. O cultivo de alimentos sem agrotóxicos geralmente utiliza práticas agrícolas sustentáveis, que preservam a biodiversidade e a saúde do solo. Isso não só ajuda a manter o equilíbrio dos ecossistemas, mas também garante que as futuras gerações possam continuar a desfrutar de alimentos de qualidade.


  1. E quais são os desafios para quem quer produzir alimentos sem agrotóxicos?

Um dos principais desafios é o custo elevado. Produzir alimentos sem o uso de agrotóxicos geralmente requer métodos de cultivo mais intensivos em mão de obra e tempo, o que pode aumentar os custos de produção. Isso, por sua vez, se reflete no preço final para o consumidor, tornando esses produtos menos acessíveis para uma parcela significativa da população.

Outro desafio é a menor produção. Sem o auxílio dos agrotóxicos, os agricultores podem enfrentar dificuldades no controle de pragas e doenças, o que pode resultar em perdas de colheita. Isso impacta diretamente a quantidade de alimentos disponíveis no mercado e pode tornar a produção menos sustentável a longo prazo. Comparando com os alimentos convencionais, que utilizam agrotóxicos para maximizar a produção e reduzir perdas, os alimentos sem agrotóxicos podem parecer menos eficientes em termos de rendimento.

Além disso, o controle de pragas sem o uso de agrotóxicos exige técnicas alternativas, como o manejo integrado de pragas, que pode ser mais complexo e demandar mais conhecimento técnico. Isso representa um desafio adicional para pequenos produtores que podem não ter acesso a esses recursos ou treinamentos. Por outro lado, alimentos orgânicos, que também evitam o uso de agrotóxicos, seguem regulamentos específicos e geralmente têm certificações que garantem métodos de produção sustentáveis.


  1. Muitos consideram que alimentos orgânicos e sem agrotóxicos são a mesma coisa. Qual a diferença entre eles?

Existem diferenças significativas entre eles, tanto nos métodos de cultivo quanto nas certificações e impacto ambiental. Os alimentos sem agrotóxico são cultivados sem o uso de pesticidas químicos, mas não necessariamente seguem todas as práticas exigidas para serem considerados orgânicos. Isso significa que podem ser utilizados fertilizantes sintéticos ou outras técnicas de cultivo que não se enquadram nas normas de produtos orgânicos. A principal vantagem é a redução do impacto dos agrotóxicos na saúde humana e no meio ambiente, mas sem as restrições mais rígidas dos orgânicos.

Já os alimentos orgânicos vão além da simples ausência de agrotóxicos. Eles são cultivados seguindo práticas sustentáveis que preservam a biodiversidade, melhoram a qualidade do solo e evitam a contaminação da água. Para serem considerados orgânicos, esses alimentos precisam passar por um rigoroso processo de certificação, que garante o cumprimento de normas específicas desde a produção até a comercialização. Isso inclui o uso de adubos naturais e técnicas de manejo que respeitam o ciclo natural das plantas e dos animais.


  1. O mercado de alimentos sem agrotóxicos tem crescido no Brasil?

Este mercado está em plena expansão, impulsionado por uma crescente conscientização sobre saúde e sustentabilidade. Cada vez mais consumidores buscam alternativas que não apenas promovam o bem-estar, mas também respeitem o meio ambiente. Isso cria uma oportunidade incrível tanto para produtores quanto para consumidores, que podem desfrutar de produtos mais saudáveis e seguros.

Este crescimento também deve-se, em parte, à percepção do consumidor brasileiro sobre os riscos associados ao uso excessivo de agrotóxicos na agricultura convencional. As pessoas estão cada vez mais preocupadas com o que colocam em seus pratos e como isso afeta sua saúde a longo prazo. Além disso, a pandemia reforçou a importância de uma alimentação saudável, acelerando essa tendência.


  1. Este mercado tem impactado a economia dos produtores?

Essa mudança no comportamento do consumidor representa uma oportunidade de mercado valiosa para os produtores. No entanto, ainda enfrentam desafios, como a necessidade de adaptar suas práticas agrícolas e lidar com custos de produção potencialmente mais altos. Felizmente, há políticas públicas e incentivos governamentais que buscam apoiar essa transição. Programas de financiamento e subsídios podem ajudar os agricultores a adotarem práticas mais sustentáveis sem comprometer sua viabilidade econômica.

O governo brasileiro tem mostrado interesse em fomentar a produção de alimentos sem agrotóxicos através de políticas que incentivam práticas agrícolas sustentáveis. Isso inclui a criação de linhas de crédito específicas para pequenos produtores e a promoção de feiras e mercados locais que facilitam o acesso a esses produtos. Tais iniciativas não apenas apoiam os produtores, mas também ajudam a tornar esses alimentos mais acessíveis ao consumidor final.


  1. Como você vê esse mercado no futuro?

Olhar para o futuro do mercado de alimentos sem agrotóxicos no Brasil é ver um cenário promissor. As perspectivas são de que a demanda continue a crescer, à medida que os consumidores se tornam mais informados e exigentes. Isso cria um ambiente fértil para inovações e para o desenvolvimento de novos modelos de negócios que priorizem a saúde e o meio ambiente. Para quem está no ramo de alimentos e bebidas, essa é uma oportunidade de ouro para se destacar no mercado e oferecer produtos que realmente façam a diferença na vida das pessoas.

 


Marcelo Politi - formado em hotelaria e gastronomia pela Ecole des Roches (Association Suisse d’Hôtellerie), na Suiça e pós-graduado em Gestão de Negócios pelo IBMEC. Aos 29 anos, foi o primeiro executivo contratado como diretor de Marketing pela rede de hotéis francesa Sofitel no Brasil. Foi responsável pela implantação e gestão das operações do Hard Rock Café no Brasil e gerenciou mais de 500 funcionários. O empresário é fundador da Politi Academy, uma empresa focada em trazer lucro, controle e crescimento para donos de negócios de alimentação, por meio de cursos de gestão, administração, marketing, planejamento, treinamento de equipe, entre outros que envolvam um negócio que tenha comida como serviço.



Politi Academy
https://politiacademy.com.br/


Outubro Rosa: alimentos podem ajudar a prevenir o câncer de mama


Especialista em Nutrição do CEUB defende a alimentação saudável como combate eficaz contra a doença


O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres no Brasil e a prevenção, com o diagnóstico precoce, é essencial para reduzir a ocorrência e a mortalidade em decorrência da doença. A campanha Outubro Rosa de 2024 tem como foco conscientizar a população sobre o cuidado integral do câncer de mama e do colo do útero, incentivando práticas de saúde e a detecção precoce.

Ana Salomon, professora de Nutrição do Centro Universitário de Brasília (CEUB), destaca que a alimentação saudável é um fator determinante na prevenção da doença. Segundo ela, adotar hábitos alimentares equilibrados e realizar exames periódicos podem fazer toda a diferença na prevenção do câncer.

 

Confira entrevista na íntegra:

Quais alimentos são os vilões da alimentação para as mulheres?

AS: Dentre os alimentos considerados inadequados, estão os fast foods, alimentos ultraprocessados, que contêm quantidades elevadas de gorduras saturadas e açúcar, além de gorduras trans – que não devem ser consumidas em quantidade alguma. O consumo elevado de carnes vermelhas (mais de 500 g de carne por semana), bem como das gorduras das carnes (gordura aparente, peles e couro) também impacta na saúde feminina e na produção de hormônios, interferindo de forma negativa na amamentação e na própria fertilidade. As bebidas com altos teores de açúcar e bebidas alcoólicas também são prejudiciais e devem ser evitadas.

 

Existem grupos de alimentos cancerígenos que devemos banir da alimentação?

AS: Peixes em salga, carnes em conserva e embutidos devem ser evitados por aumentarem o risco para câncer. Além, é claro, dos alimentos ricos em açúcar e gordura. O mesmo deve ser considerado para as bebidas açucaradas e bebidas alcoólicas, que devem ser igualmente evitadas.

 

Quais alimentos ajudam o corpo a funcionar melhor e prevenir o surgimento de câncer?

AS: Os alimentos ricos em fibras, como as frutas, legumes e verduras e cereais integrais que, além das fibras, são compostos por vitaminas e minerais antioxidantes que protegem o corpo contra os efeitos danosos dos fatores ambientais a que estamos expostos, como a poluição e a fumaça oriunda das queimadas, dentre outros agentes ambientais prejudiciais.

Dentre os vegetais, destaco o consumo dos vegetais não amiláceos: cenoura, beterraba, aipo, nabo, assim como vegetais verdes, folhosos (como espinafre e alface); vegetais crucíferos (brócolis, repolho e agrião); e do gênero allium, como cebola, alho e alho-poró. As batatas e tubérculos (inhame, cará, mandioca) devem ser consumidos com moderação, por conterem teores mais elevados de energia e carboidratos, o que pode contribuir para o aumento de gordura corporal que, quando localizada em abdome, promove o aumento de risco cardiovascular e de alguns tipos de câncer.

Quanto às frutas, vale reforçar a importância do consumo de frutas de cores diferentes (por exemplo, vermelha, verde, amarela, branca, roxa e laranja), para garantir um aporte adequado de vitaminas e minerais. Assim, a grande base da alimentação deve ser composta por grãos integrais, vegetais não amiláceos, frutas e leguminosas (como feijão, soja, grão de bico, lentilha ou ervilha fresca).

 

Quais substâncias benéficas encontradas nos alimentos que preservam a saúde da mulher, em especial?

AS: Vitaminas, minerais e fibras, que atuam mantendo o equilíbrio corporal, evitam o estresse oxidativo (que favorece o câncer) e promovem um funcionamento intestinal normal. Segundo o INCA, não existe benefício em substituir as fontes alimentares desses nutrientes por suplementos vitamínicos e minerais que, além de não gerarem o mesmo efeito (por não conterem todas as substâncias que os alimentos possuem), podem aumentar o risco para certos tipos de câncer, quando consumidos em doses excessivas (principalmente sem a orientação e prescrição de um médico ou nutricionista).

 

Qual é a relação entre os alimentos orgânicos e os alimentos vendidos em mercados tradicionais. Dá para manter uma dieta equilibrada e de baixo custo?

AS: Os alimentos orgânicos têm a vantagem de não demandarem a utilização de agrotóxicos, que causam prejuízos nas células, aumentando o risco para câncer. É possível manter uma dieta equilibrada e de menor custo quando adquirimos esses alimentos de produtores locais que, por não precisarem da intermediação de comerciantes, conseguem manter os preços mais acessíveis.

 

Quais as gorduras podem e devem ser consumidas para a boa saúde feminina?

AS: As melhores gorduras são aquelas provenientes de fontes vegetais, com exceção de gordura de coco e palma. As gorduras de melhor qualidade se mantêm na forma líquida na temperatura ambiente, como os óleos vegetais e o óleo de peixe. Já as gorduras mais prejudiciais se mantêm mais pastosas em temperatura ambiente (como a gordura do coco). Exemplos de boas gorduras são o azeite de oliva, as gorduras presentes em frutas (como o abacate), oleaginosas (castanhas, amendoim, amêndoas, nozes, entre outras) e sementes (girassol, gergelim, entre outras).

 

Os laticínios são boas opções dentro dessa proposta de alimentação saudável?

AS: São, sim. Especialmente porque o leite e seus derivados são boas fontes de cálcio, entre outros minerais e vitaminas. Devem ser escolhidas as opções com menores teores de gorduras, que são os desnatados ou semidesnatados.

 

Existe alguma suplementação ou reposição capaz de evitar o aparecimento dessas doenças?

AS: Não existem pesquisas que comprovem que suplementos são boas opções para a substituição do alimento em si, o que é reforçado pelo INCA. Na realidade, um suplemento utilizado sem a prescrição de um profissional habilitado pode inclusive prejudicar o funcionamento do corpo e aumentar o risco de câncer.

Assim, não é indicado o uso de suplementos para a prevenção de doenças. O que se indica é a realização de um acompanhamento regular com o médico e o nutricionista, que, na suspeita de alguma deficiência, solicitarão exames e, caso seja comprovada, farão a reposição específica de nutrientes em deficiência.

 

Qual recado você gostaria de deixar às mulheres, em relação ao cuidado com a alimentação e a prevenção de doenças?

AS: Uma alimentação saudável, que inclui preparações à base de alimentos naturais e que contemple variedade e quantidade corretas de frutas, verduras e legumes (no mínimo 400 gramas ao dia ou 5 porções), além de cereais integrais, é fundamental para manter um estado nutricional adequado e para prevenir vários tipos de doenças. E não só isso: garantir o consumo de uma alimentação saudável é garantir um futuro saudável, com qualidade de vida!


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