Ser empresário não é a coisa mais simples do mundo
como alguns pensam. Você vai ter que cuidar do seu negócio todos os dias, é
como se fosse um filho que nunca cresce. Vai exigir também decisão e postura.
Se quer conquistar o sucesso, é necessário se dedicar 100% e acreditar no seu
sonho e esteja preparado, porque não é todo mês que vai ter dinheiro para pagar
as contas. Esqueça essa história de salário, porque nem sempre ele virá, então
tem que deixar um caixa reserva.
Por todos esses motivos citados acima, empresas
abrem e fecham no mundo inteiro, o tempo todo, e nos Estados Unidos não poderia
ser diferente. Inclusive algumas que encerraram suas atividades são bem
conhecidas pelos brasileiros. No Brasil, devido à crise, esse movimento foi
ainda mais intenso, mas também sei de casos em que empresas aparentemente
saudáveis, em Portugal, não operam mais. Mas porque será que isso acontece?
Muitas vezes os donos são pessoas experientes dotados de ótima capacidade
gerencial e intuitiva.
Eu já ministrei palestras em seis países, e eu
nunca aceito ter um tempo menor do que duas horas porque gosto de interagir com
quem foi me ouvir. E durante algumas conversas, quando questiono para as
pessoas por que elas querem abrir uma empresa, o que eu mais ouço são frases
como "quero ganhar mais dinheiro", "quero liberdade
profissional", "quero mais tempo para mim", "quero mais
possibilidade de estar com a minha família". Serei muito sincero,
empresários podem até me corrigir, mas as coisas não são exatamente assim.
Quanto mais eu me envolvo com os meus negócios,
menos tempo eu tenho. E muitas vezes, se for olhar proporcionalmente, quanto
mais projetos, menos eu ganho devido às despesas desses investimentos novos. As
cobranças deixam de ser do seu "chefe", e passam a ser do seu cliente,
fornecedor ou parceiro de negócio.
As pessoas iniciam um negócio com expectativas
erradas, o que gera um monte de frustrações. Boa parte não está se quer
preparada para lidar com pressões. Enquanto você é empregado, muitas vezes, não
tem a preocupação com folha de pagamento, imposto, terceiros, prestação de
serviços, responsabilidade civil e uma série de questões que qualquer
empresário tem.
E quando você vai para outro país, essas questões
se agravam porque muitas vezes as pessoas realmente não sabem o que fazer, e
ainda tem que lidar com a barreira do idioma. Então, precisa estar claro que
este momento vai exigir muito mais do que você imagina. Pensando desta forma já
é o primeiro passo para o sucesso. Aceite e compreenda que não vai ser fácil, é
preciso ter persistência, competência e auxílio profissional que irá orientar e
direcionar.
Presenciei dois casos em Madri, de dois brasileiros
distintos, sem relação alguma, que abriram empresas, mas de forma totalmente
inexperiente. Um parceiro do nosso escritório de lá ofereceu para esses
investidores 5 mil euros para cada um com o intuito de ajudar com toda a
estruturação e obter as licenças necessárias. Eles preferiram economizar esse
dinheiro e o negócio não durou nem oito meses. Precisaram lidar com muitas
questões das quais não estavam acostumados e, lógico, não deram conta.
Há um ano atendi um desembargador aposentado do
tribunal de justiça de São Paulo, que veio para Miami e quis abrir um negócio.
Ele já possuía outras empresas, mas aqui preferiu se aventurar em outros
segmentos e eu tive que ser honesto sobre o que poderia acontecer.
Com todo seu histórico de ser concursado e ter
trabalhado sempre com a mesma coisa, desde sua formação, questionei com todo
respeito com a capacidade dele, sobre qual era sua experiência empresarial. Ele
me respondeu que não tinha nenhuma, então para que a gente não tivesse muitos
riscos, eu aconselhei a adquirir uma franquia. Isso porque eu sempre penso em
diversas oportunidades.
Em casos que a pessoa não tem expertise, a franquia
pode ser uma grande solução porque o sistema fornece todo o passo a passo de
como funciona e do que é preciso fazer. Além disso, há um suporte quando
necessário. Com certeza você vai ganhar menos do que se abrisse um negócio
próprio, mas se prefere iniciar uma atividade econômica sem ter amparo,
consultoria e mentoria, a melhor opção para este cenário seria a franquia.
Quando pensar em abrir um negócio, em empreender,
seja no Brasil ou qualquer outro lugar, busque informação de pessoas que já
estão no ramo, que conhecem e têm experiência para compartilhar.
Tenho escutado muito sobre coach e mentoria.
Recentemente foi a uma palestra sobre o tema de um especialista que é realmente
muito inteligente e atua de forma didática, mas ainda assim não achei que ele
tem a expertise necessária para orientar um empresário, porque simplesmente ele
nunca foi um, ou seja, tem apenas a teoria. Então, se você for fazer alguma
coisa, tenha cautela e tome cuidado. Faça o passo a passo, busque informações
reais sobre o negócio, área e afins que possam te trazer uma certa estabilidade
e não perder dinheiro.
Daniel Toledo - advogado especializado em direito internacional, consultor de
negócios e sócio fundador da Loyalty Miami. Para mais informações, acesse: http://www.loyalty.miami
ou entre em contato por e-mail contato@loyalty.miami.
Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 57 mil seguidores http://www.youtube.com/loyaltymiami
com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender nos Estados Unidos. A
empresa agora possui sede em Portugal e na Espanha.