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segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Medicamentos isentos de prescrição geram economia anual de R$ 364 milhões para o SUS


MIPs aliviam sintomas de doenças, mas devem ser usados somente com orientação


Vendidos sem a apresentação de receita, os medicamentos isentos de prescrição (MIP) podem ser muito úteis na hora de diminuir os desconfortos causados por febre, dores de cabeça, dores musculares e enjoos. Sua capacidade de combater os sintomas iniciais de muitas doenças sem a necessidade de recorrer a um hospital representam uma economia anual de R$ 364 milhões por ano no Sistema de Saúde Único (SUS), segundo pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Administração (FIA) em 2017.

Apesar de seus benefícios, tais medicamentos não estão livres de efeitos colaterais e devem ser usados com critério, sempre seguindo a orientação de um farmacêutico ou médico. Adriano Ribeiro, farmacêutico da rede de farmácias Extrafarma, fala sobre os medicamentos isentos de prescrição de uso mais comum e em quais casos costumam ser usados. 


Analgésicos e antiinflamatórios

Os analgésicos comuns são usados para eliminar dores leves ou moderadas, como uma dor de cabeça eventual. Já os anti-inflamatórios são usados para dores causadas por inflamações, como dor nas costas ou muscular. 


Antitérmicos

Usados para combater a febre, os antitérmicos inibem a ação da enzima responsável pelo aumento da temperatura corporal, aliviando a sensação de mal-estar provocado por esse sintoma, muito comum em casos de gripe ou resfriado.  Alguns desses medicamentos também agem como analgésico ou anti-inflamatório.

“Os antitérmicos evitam que a temperatura do corpo suba além do normal, o que representa um risco para o organismo. Após tomar os cuidados iniciais é importante consultar um médico, para que a causa da febre seja identificada e combatida”, recomenda Adriano.


Descongestionante nasal

São usados em casos de obstrução das vias aéreas, causada por doenças como rinite e sinusite e, também, por reações alérgicas, gripes e resfriados. Suas substâncias vasoconstritoras atuam para diminuir o fluxo sanguíneo na região nasal, reduzindo o inchaço e a produção de muco, que prejudicam a respiração. 


Antiácido - Sal de frutas

Usados em casos de azia e má digestão, os antiácidos, também conhecidos como sal de frutas, ajudam a diminuir o nível de acidez no estômago, aliviando a sensação de queimação. São indicados para casos esporádicos de mal-estar e não devem ser usados quando a azia e a queimação forem queixas frequentes, pois podem mascarar a ocorrência de uma doença crônica.

“Os medicamentos isentos de prescrição não estão livres de efeitos colaterais, por isso devem ser usados com critério, sempre seguindo a orientação de um farmacêutico ou médico”, afirma Adriano.



e-Saúde: o que é o Projeto Estratégico Brasileiro?


A integração e a interoperabilidade dos dados de saúde tornaram-se recentemente, na maioria dos países, um dos principais objetivos dos sistemas informatizados de apoio e documentação das atividades nesta área. O motivo é que existe uma diversidade gigantesca de sistemas de diferentes desenvolvedores comerciais e não comerciais utilizados pelos provedores de serviços médicos e de saúde, mas que geralmente não se comunicam entre si. Com isso, o prontuário eletrônico do paciente, quando existe, não é centrado na pessoa e é extremamente fragmentado, dividido entre os diferentes provedores, que são os médicos, dentistas, outros profissionais do setor, clínicas de diagnóstico, hospitais, governo e planos de saúde. Para completar essa situação catastrófica e insustentável, a maior parte da informação – 80% no Brasil – está em papel, filmes ou outras mídias físicas, totalmente inacessíveis aos sistemas eletrônicos, o que torna a informação acerca de um paciente bastante incompleta, na maioria dos casos, ou altamente redundante e obsoleta, em outros.
O custo dessa falta de integração de dados é altíssimo, tanto em vidas humanas afetadas por erros médicos quanto em desperdícios no sistema de saúde como um todo. Um exemplo gritante é a chamada interação medicamentosa que, segundo estimativas, mata mais de 50 mil pacientes por ano no Brasil. Por não haver um intercâmbio de informações entre os diferentes provedores sobre quais medicamentos um determinado paciente está tomando, os prontuários eletrônicos não têm capacidade de detectar automaticamente potenciais interações agonistas ou antagonistas toda vez que um novo medicamento é receitado.
A e-saúde (“e-health”), saúde digital, ou mais apropriadamente chamada de saúde conectada, é a solução proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para por fim a essa situação que causa tantos males. O objetivo estratégico é conectar todos os softwares e dispositivos por meio das redes computacionais cabeadas e sem fio, de modo que as informações e dados sobre os pacientes – e sobre outros aspectos da operação global de um sistema nacional de saúde, tanto na esfera pública quanto na privada – possam ser intercambiadas e integradas, independentemente dos variados e heterogêneos sistemas identificados de registro eletrônico de informações. Isso deve ser feito de forma segura, preservando e protegendo a confidencialidade e a privacidade dos dados pessoais dos cidadãos.
O Brasil não é exceção e, desde 2017, tem um ‘Plano Estratégico Nacional de e-Saúde’ calcado em um modelo de interoperabilidade, mandado e regulado pelo Governo Federal. O intercâmbio, a integração e a interoperabilidade dependem estritamente da adoção de padrões consensuais de informação em saúde, que podem ser funcionais, para a troca de mensagens entre sistemas; semânticos, para a representação de informações, tais como terminologias e codificações; e operacionais. Graças à uma portaria do Ministério da Saúde de 2011, esse processo foi iniciado mediante a indicação e adoção gradativa de muitos desses padrões, e desde então, numerosas iniciativas têm sido promovidas pelo Governo Federal por meio do Ministério da Saúde e do Datasus, a empresa estatal vinculada ao Ministério que responde pela implementação dos sistemas que apoiam a interoperabilidade.
Entre esses programas está o ‘Conteúdo Mínimo de Dados de Saúde’ (CMD); o ‘Registro de Atendimento de Saúde’ e ‘Registro de Alta da ABNT’; o barramento ‘SOA-SUS’ (Service Oriented Architecture), que implementa o o cadastro eletrônico do CNS (Cartão Nacional de Saúde) por meio dos padrões internacionais IHE PIX (Patient Cross-Identification) e PDQ (Patient Demographics Query) para identificação dos pacientes e intercâmbio de dados demográficos; o ‘RES’ Nacional (Registro Eletrônico de Saúde), o conjunto de softwares interoperáveis denominados e-SUS AB (Ações Básicas), Ambulatorial e Hospitalar; o ‘CADSUS’ (cadastros unificados de medicamentos, como o Horus, e de estabelecimentos e profissionais de saúde, como o CNES, entre outros) e, mais recentemente, o ‘CENTERMS’ – Centro Nacional de Terminologias em Saúde.
Muitos desses padrões nacionais seguem os padrões internacionais desenvolvidos por várias SDOs (Standards Development Organizations), como a ISO (International Organization for Standards), a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e, mais proeminentemente, a Health Level 7 International (HL7), presente em muitos países, inclusive no Brasil.
Como exemplo de grandes projetos baseados nessas iniciativas, o Ministério da Saúde lançou em final de 2017 o programa digiSUS, de informatização integral do sistema público de saúde, incluindo o PIUBS (Programa de Informatização das Unidades Básicas de Saúde), que pretende informatizar integralmente as mais de 45.000 UBS existentes no país.
Gradativamente, todos os protagonistas do SUS e da Saúde Suplementar terão que se adaptar e implementar esses vários padrões, possibilitando a implementação do plano estratégico nacional de e-saúde em suas várias metas, da forma mais completa possível. Para isso, todos terão que colaborar e aderir. Concluo incitando as empresas a colaborar neste sentido.
O Brasil ainda peca por ter poucos especialistas em padrões, interoperabilidade e saúde conectada, principalmente nas empresas desenvolvedoras, que necessitam urgentemente criar condições para a introjeção desses conhecimentos, de forma a manter a atualidade e a competitividade. Preencher essa lacuna será vital para o futuro de todos!
Para Saber Mais
·         Sociedade Brasileira de Informática em Saúde: www.sbis.org.br
·         Instituto HL7 Brasil: www.hl7.org.br
·         DATASUS Serviços de Interoperabilidade: www.datasus.saude.gov.br/interoperabilidade/catalogo-de-servicos 
·         CMD Conteúdo Mínimo de Dados em Saúde: https://conjuntominimo.saude.gov.br/
·         ABNT: Comissão Especial de Estudos em Informática em Saúde: www.cee78is.org.br 
Programa Educert de Educação em Certificação de Sistemas de Informação em Saúde: www.educert.com.br




Prof. Renato M.E. Sabbatini - presidente do Instituto Edumed e consultor da Plataforma Salute, do grupo Vitae Brasil; um dos maiores especialistas mundiais em tecnologias de informação e comunicação em saúde, sendo um Founding Fellow da International Academy of Health Sciences Informatics. Foi um dos fundadores e presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde e um dos fundadores e vice-presidente do Instituto HL7 Brasil. É consultor reconhecido nas áreas de certificação de softwares em saúde, interoperabilidade e segurança de sistemas de informação em saúde. Site: www.renato.sabbatini.com.  E-mail: renato@sabbatini.com

 

Número de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) aumenta


Organização Mundial da Saúde (OMS) estima a ocorrência de mais de um milhão de casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) por dia no planeta. Ao ano, estima-se aproximadamente 357 milhões de novas infecções, entre HPV, clamídia, gonorreia, sífilis e tricomoniase
                                                           

Organização Mundial da Saúde (OMS) estima a ocorrência de mais de um milhão de casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) por dia no planeta. Ao ano, estima-se aproximadamente 357 milhões de novas infecções, entre HPV, clamídia, gonorreia, sífilis e tricomoniase

O sexo sem proteção está causando a explosão do número de pessoas infectadas com agentes de DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis).

O problema é comum também ao Brasil. Dados do Ministério da Saúde mostram que a população entre 25 e 39 anos é a mais suscetível a contrair as enfermidades transmitidas pelo sexo.

A despeito das campanhas e dos alertas dos médicos, um pouco mais da metade dos jovens entre 15 e 24 anos usa preservativo na relação com parceiros eventuais.  Os outros, partem para o risco e podem ser infectados pelo HIV, vírus que provoca a AIDS, papilomavírus, causador dos condilomas e cancer, entre outras enfermidades.

“Nos últimos quatro anos o aumento dessas doenças tem sido assustador, principalmente em relação à sífilis, que é uma doença fácil de tratar. Mas está faltando diagnóstico e tratamento adequados. O que vemos é apenas um dos parceiros sendo tratados e outro não. E às vezes a gestante é tratada de forma incorreta e o bebê nasce com a doença”, destaca o ginecologista José Eleutério Júnior, presidente da Comissão Nacional Especializada em Doenças Infectocontagiosas, da FEBRASGO.

O Estudo Epidemiológico sobre a Prevalência Nacional de Infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano) constatou que das 7.586 pessoas testadas, 54,9% tinham o vírus e 38,4% apresentavam alto risco de desenvolver câncer.

Quanto à Aids, o índice de contágio dobrou entre jovens de 15 a 19 anos, passando de 2,8 casos por 100 mil habitantes para 5,8 na última década. Na população entre 20 e 24 anos, chegou a 21,8 casos por 100 mil habitantes. Em 2016, cerca de 827 mil pessoas viviam com o HIV no País. Aproximadamente 112 mil brasileiros têm o vírus, mas não o sabem.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, há dois anos, foram notificados 87.593 casos de sífilis adquirida, 37.436 em gestantes e 20.474 congênitas. Já os episódios de Hepatite C somavam pouco mais de 7 mil casos em 2003, incidência de 4 por 100 mil habitantes. Em 2016 foram 6,5 casos por 100 mil habitantes.

“Está faltando uma boa assistência voltada às ITSs. Precisamos de educação, que é a base de tudo. Precisamos informar a população sobre os riscos da relação sexual desprotegida, sobre os riscos de excesso de parceiros. É necessário também acesso fácil ao sistema público de saúde e nada de discriminar os pacientes, principalmente os portadores de HIV. talvez conseguisse diminuir esses índices, junto com uma boa assistência no sistema de saúde. Com isso, certamente diminuiríamos os números dessas doenças”, afirma o ginecologista.

As consequências de algumas destas doenças podem ser drásticas, inclusive levando ao óbito. Outras são passíveis de prevenção com vacina disponível em postos de saúde, caso do HPV. 

 

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