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quinta-feira, 27 de abril de 2023

Revolução da IA: ChatGPT e o futuro do trabalho

Pixabay

A história da humanidade é marcada por revoluções, momentos em que um evento, uma invenção ou um movimento popular causam uma mudança de rota na sociedade que nos leva a uma nova dinâmica de existência, como a Revolução Industrial.

Atualmente, com o avanço e disseminação da tecnologia do ChatGPT e outras inteligências artificiais (IA) semelhantes, tenho convicção de estarmos passando por um destes momentos revolucionários.

O ChatGPT é uma IA baseada em um modelo avançado de linguagem capaz de entender, aprender e gerar textos em diversos idiomas, produzir trabalhos de alta qualidade em poucos segundos. Esta tecnologia pode desenvolver documentos, escrever artigos, elaborar estruturas de trabalho, checklists de atividades, otimizações de processos e muito mais. As possibilidades de uso são incontáveis e muito de seu potencial ainda é inexplorado.

Na minha opinião, ela é exatamente o tipo de tecnologia que nos dá a oportunidade de mudar a dinâmica de trabalho como conhecemos atualmente. Veja!

Com a Revolução Agrícola, nós, homo sapiens, deixamos de ser caçadores-coletores para nos tornarmos agricultores. Desde então, a correlação entre produção e tempo de trabalho era direta e linearmente proporcional. Ou seja, quanto mais queríamos produzir, mais tempo precisávamos trabalhar. Com a Revolução Industrial e diversas evoluções tecnológicas, ao longo dos anos essa ligação entre produção e tempo de trabalho foi se dissolvendo.

Hoje, com tecnologias de inteligência artificial, a quebra desta correlação nunca esteve tão evidente. Vivemos em um novo mundo no qual os meios de produção se tornaram tão eficientes que pode-se produzir cada vez mais com menos tempo de trabalho humano.

Considerando que entre 50% e 80% do nosso tempo é gasto com comunicação, a criação de uma tecnologia (ChatGPT) que tem a capacidade de otimizar essa comunicação por meio de um modelo de aprendizado e aprimoramento constante tem o potencial de elevar nossa produtividade a patamares nunca antes atingidos.

Algumas empresas já utilizam o ChatGPT em sistemas de atendimento ao cliente, gerenciamento de agendas, processamento de dados e automação de processos, tornando as atividades mais eficientes e ágeis. Isso quer dizer que a IA já é uma realidade e que diversas empresas estão economizando tempo e recursos graças a inteligências artificiais. Isso possibilita que os funcionários se concentrem em atividades mais estratégicas e de maior valor agregado.

Mas, é apenas o início, e as possibilidades a serem exploradas são inúmeras. É por isso que, como disse o especialista em inovação Walter Longo em uma de suas palestras, acredito que “no futuro, as pessoas serão pagas para estudar e aprender, e não para trabalhar”.

 

Victor de Almeida Moreira - engenheiro de produção, com MBA em Engenharia de Custos, gestor de projetos da Mineração Rio do Norte (MRN) e autor do livro (Auto)liderança Antifrágil, publicado pela Editora Gente.


Quando trocar o CEO da empresa?

Todo empreendedor sabe a importância de um bom CEO para engajar os times, gerenciar as estratégias e alavancar a empresa em seu segmento – mas, nem sempre é possível encontrar o profissional ideal logo de cara. É muito comum observar a necessidade de trocar estes executivos em diversas companhias por motivos variados, sempre com o mesmo objetivo de encontrar aquele que esteja melhor alinhado com os propósitos do negócio. Seja qual for caso, essa certamente será uma substituição de forte impacto, que deve ser bem conduzida para evitar conflitos internos e outras consequências para as operações da empresa.

Independentemente do porte ou segmento da organização, o diretor executivo é aquele que irá liderar, inspirar e guiar a companhia no caminho preestabelecido com todos os seus membros. É seu dever assegurar que as estratégias estabelecidas sejam desempenhadas com êxito, conduzindo o negócio rumo a um futuro próspero a partir do máximo gerenciamento dos recursos humanos do negócio. Todas, atribuições extremamente importantes para o sucesso da empresa no mercado.

Em um estudo publicado na Harvard Business School, 71% dos altos executivos classificam o engajamento dos colaboradores como a chave para o sucesso do negócio – missão que deve ser fortemente estimulada por meio dos CEOs. Dessa forma, aqueles que não estiverem conseguindo trazer este resultado ou estiverem enfrentando outros problemas relacionados ao desalinhamento cultural, na visão de negócios, em termos de compliance ou, ainda, demonstrando uma certa inflexibilidade em suas funções, dificilmente conseguirão trazer algum êxito no cargo para a empresa.

Quando identificar estes sinais e ter certeza de que será preciso contratar outro CEO para a empresa, é preciso ter claro em mente que esta pode ser uma transição de grande ruptura para as equipes. Afinal, o negócio trará um novo profissional encarregado de transportar sua visão e metas para todos, o que pode gerar certa insegurança em muitos no que diz respeito à nova rotina e liderança deste novo membro.

Aquelas que não conduzirem essa mudança de maneira apropriada podem sofrer com movimentações antecipadas de seus times desencadeadas justamente por este receio, além de outros descontentamentos que terão alta probabilidade de impactar na satisfação e desempenho de cada um. Essa definitivamente será uma tarefa difícil em qualquer caso, e que dependerá, principalmente, de uma comunicação clara e próxima com todos para reduzir esses impactos e suavizar ao máximo a chegada e adaptação deste novo profissional.

Ao invés de optar por uma contratação velada sem informar ninguém sobre o andamento do processo e correr maiores riscos de desencadear desentendimentos e fortes descontentamentos, a melhor opção é sempre realizar uma substituição transparente, comunicando tudo o que está sendo feito e, acima de tudo, deixar claro todas as expectativas e o que será esperado daquele que ocupará esta posição. Ambos os lados devem estar 100% alinhados frente a esses objetivos, para que não haja dúvidas sobre os resultados que deverão ser atingidos.

Quando escolhido, sua chegada da empresa deve ser conduzida para que os times enxerguem esse diretor como seu aliado. Um verdadeiro líder, que irá orientá-los para que tenham o melhor desempenho possível em suas atribuições, aumentem sua produtividade e, principalmente, se sintam felizes e satisfeitos no ambiente de trabalho.

Tendo em vista que equipes engajadas e motivadas terão todo o potencial para alavancar a marca frente aos seus concorrentes, uma contratação errada pode ser bem custosa para as empresas, principalmente falando de um CEO. Desta forma, encontrar o melhor profissional para ocupar essa cadeira é uma escolha complexa, devendo levar em consideração muitos aspectos e habilidades que vão além das hard skills.

Por isso, contar com o apoio de uma consultoria especializada fará toda a diferença para a construção de um processo seletivo assertivo, com a expertise necessária para dedicar o tempo e atenção necessários até encontrar aquele que estará mais próximo da cultura e expectativas da sua empresa para que cresçam juntos e conduza a companhia rumo a seu sucesso.

 


Ricardo Haag - sócio da Wide, consultoria boutique de recrutamento e seleção.

Wide
https://wide.works/


Inteligência Artificial: mesmo que não a ame, não a deixe

Inteligência Artificial é o assunto do momento. Embora essa tecnologia não seja uma grande novidade, ultimamente, vem sendo alvo de diversos debates quanto ao seu desenvolvimento. Certamente, o ChatGPT lidera essas discussões, tendo em vista sua ampla adesão pela sociedade e o modo operacional como uma ferramenta que pode ser utilizada em diversos setores, tanto por pessoas físicas quanto jurídicas. Porém, mais do que pensar na facilidade que a tecnologia nos dá, é importante compreendê-la a fundo no intuito de obter os melhores resultados.

A Inteligência Artificial trata-se da capacidade de os sistemas operarem de forma similar à inteligência humana, permitindo a automatização das operações, uma vez que a máquina se torna capaz de tomar decisões baseadas em dados e registros confiáveis. Diante disso, temos visto um verdadeiro boom desde o lançamento do tão aclamado ChatGPT.

A tecnologia criada pela empresa OpenAI nada mais é do que um sistema que faz parte dos chamados chatbots, mas com a capacidade de responder perguntas e realizar atividades de diversos níveis. Não à toa, segundo Sam Altman, diretor-presidente da OpenAI, o software obteve 1 milhão de usuários em apenas cinco dias após o lançamento, em novembro de 2022.

Esse é um forte exemplo do momento de disrupção da IA que estamos vivendo. Aquilo que antes era considerado complexo, vem cada vez mais sendo simplificado e ganhando o apoio da tecnologia em suas operações. Por sua vez, isso acende o alerta da importância de, principalmente, as empresas que estão na linha de frente dos avanços da transformação digital e transição da Indústria 4.0 para a 5.0, se atentarem para a importância de acompanharem esses movimentos e usufruírem dessas vantagens.

Normalmente, a maioria das pessoas que costumam participar mais ativamente deste processo são os líderes e gestores das grandes empresas. Contudo, para que essa transformação adentre os espaços das organizações, torna-se imprescindível adotar uma cultura organizacional cada vez mais aberta a inovação também nas pequenas e médias. Até porque, essa ainda se configura como a principal barreira enfrentada pelas companhias para trilharem, de fato, o universo da transformação digital, e como vem sendo sempre reforçado: aqueles que não acompanharem esse movimento, ficarão para trás.

O ChatGPT, como exemplo, possui ampla aderência em simplificar processos e garantir agilidade nas operações, substituindo, em alguns casos, a mão de obra humana. Mas, todas as vezes em que falamos sobre as aplicações da tecnologia no dia a dia das companhias, cria-se uma ideia equivocada de que ela irá substituir os seres humanos, quando, na verdade, irá auxiliá-los a obterem ainda mais eficiência e resultados.

Entretanto, assim como outras ferramentas, é fundamental saber utilizá-las de forma correta e estratégica. Deste modo, abre-se precedente para mais um aspecto que as marcas precisam estarem atentas: investir na mão de obra qualificada. Isso é, de nada adianta aderir diversos recursos de IA, sem que haja uma equipe especializada e que saiba manuseá-la corretamente, extraindo o que há de melhor.

Precisamos enfatizar que a Inteligência Artificial abre um leque de oportunidades e ganhos inimagináveis. Se estamos extasiados com a eficiência do ChatGPT, muito ainda está por vir. Todavia, a tecnologia em si ainda não tem a eficiência de entrar sozinha nas organizações, e requer um contexto que interligue as pessoas à outras ações que viabilizem o seu uso.

E, mesmo que, diariamente, utilizemos a tecnologia sem nos darmos conta, muitas oportunidades acabam sendo perdidas pelo fato de não saberem como aplicar e utilizar tais recursos. Dessa forma, debates estão acontecendo com o intuito de chamar a atenção para os rumos que a IA está seguindo. Não podemos invalidar nenhuma discussão que vise compreender melhor esse recurso, mas uma coisa é fato: não há como negar a facilidade que ela promove.

A Inteligência Artificial jamais pode ser considerada a salvadora da pátria. É importante reforçar que se trata de um pedaço do potencial que a tecnologia pode atingir ajudando no melhor aproveitamento de novas oportunidades, estratégias assertivas, retenção de talentos e, até mesmo, análises preditivas de tendências para serem aplicadas aos negócios.

Deste modo, é essencial que as organizações, independente do seu porte e segmento, exercitem a visão de conhecerem e aderirem a IA para se certificarem dos ganhos que podem ser adquiridos nos negócios. Até porque, mesmo que não a ame, não há mais como deixá-la.

 

Marcel Pratte - CEO da Viceri-Seidor.

Viceri-Seidor
www.viceri.com.br


Economia burra: como evitar essa prática na área de TI?

O termo “redução de custos” já faz parte do vocabulário de diversas organizações. É certo que economizar sempre é uma boa opção para o fluxo de caixa da empresa, mas de nada adianta estabelecer um método de economia ineficiente que, ao invés de gerar lucro, traz prejuízo. E, como principal vítima desse tipo de abordagem, está o setor de TI.

A economia burra, como ficou conhecida essa prática, trata-se da ação de poupar gastos num primeiro momento, mas que acaba implicando em gastos ainda maiores depois. Em outras palavras, é o famoso “barato que sai caro”. Quando vista nas empresas, ela afeta principalmente a área de TI que, mesmo constantemente sendo enfatizada a sua importância nas organizações, ainda sofre com o slogan “faça você mesmo”, reduzindo os investimentos necessários. E a conta disso tudo? Prejuízo na certa.

Para piorar, diante de um cenário de constante ameaças cibernéticas, que reforçam a importância de investir em melhorias no setor das companhias, muitas acabam deixando de lado essa prática, tendo em vista que não estão dispostas a aplicarem verbas sem que haja a garantia de um rápido retorno do investimento.

Em 2022, como exemplo, dados da Security Report mostram um aumento de 37% no número de ciberataques no terceiro trimestre do ano. Esse percentual classifica o Brasil como o segundo alvo preferencial de hackers nas Américas, atrás somente dos Estados Unidos.

A crença de que apenas investirem em nuvem e backup são métodos preventivos facilita com que líderes e gestores acabem aderindo à economia burra sem perceberem. E, para além dos impactos externos no que condiz a maior vulnerabilidade, é preciso apontar também os principais problemas internos que essa ação gera na empresa.

Desempenho de produtividade, agilidade, velocidade e precisão são regras para se manter ativo no mercado, mas como isso é possível sem uma estrutura e arquitetura dos servidores? Assim, as empresas podem passar horas para sincronizar informações e registros, algo que através de uma rede certificada é reduzido a minutos, eliminando a lentidão.

Somado a isso, não há como não falar também da ausência de profissionais especializados. É muito comum que as companhias tenham funcionários que atuem em serviços específicos em TI. Porém, diante de um momento de adversidade que fuja de seu alcance, precisam recorrer a serviços externos emergenciais pelo fato de não terem se atentado da importância de formar uma equipe conciliando diversas especializações.

Os aspectos de segurança externa e interna também entram na lista. Isso é, a falta de acompanhamento de firewall, bem como a ausência de uma equipe para checar as atualizações, deixa a empresa mais suscetível a erros e falhas e vulnerável a ataques. De nada adianta solucionar um aspecto, sem que a “casa esteja em ordem”, detendo uma estrutura eficiente para maior segurança.

É fundamental deixar claro que, para obter melhorias no setor de TI, investimentos são necessários. Porém, ao contrário do que se imagina, os retornos são obtidos a longo prazo e consolidados com o aumento dos índices de desempenho e crescimento da companhia. Contudo, diversas decisões acerca da redução de custos são tomadas erroneamente, devido à falta de conhecimento e acesso a boas práticas do mercado de TI.

Neste aspecto, contar com o apoio de uma consultoria especializada nesse tipo de serviço e abordagem faz total diferença. Até porque cada empresa é singular e possui características e metodologias individuais, que merecem atenção para guiar o desenvolvimento do setor de tecnologia em favor da companhia.

A economia burra é um problema que possui solução, desde que tenha a orientação correta. Contudo, o imediatismo brasileiro se torna uma das principais barreiras para melhorias e ações eficazes. Mesmo ocupando a 11ª posição do mercado global de TIC (Tecnologia da Informação e Telecomunicações), segundo dados da consultoria IDC Brasil, ainda assim, existe um longo caminho pela frente no processo de chamar atenção dos líderes de TI do país para inovarem o método de gestão. Afinal, mais do que economizar, é preciso ter inteligência.

 

Diogo Fernandes - DPO e responsável pela infraestrutura do Grupo Skill.

Grupo Skill
https://gruposkill.com.br/

Importância da indústria de papelão para um mundo mais sustentável

É inegável o avanço da agenda climática e ambiental que o mundo vem passando nos últimos anos. Cada vez mais atentas a essas questões, empresas dos mais variados segmentos têm buscado em seus processos de trabalho uma responsabilidade ambiental que traga menos impacto na natureza alinhado à adoção de uma política ESG. 

Nesse sentido, o setor de embalagens, mais especificamente o mercado de papelão, é um dos segmentos mais engajados na busca de embalagens mais sustentáveis e que possam agregar valor às respectivas marcas em relação ao consumidor. 

Por si só, as caixas de papelão apresentam uma alta taxa de reciclagem. Além disso, trata-se também de um bem biodegradável e renovável, atuando como uma matéria-prima na hora de seu reaproveitamento. Um importante passo para a redução dos custos de produção e de energia, contribuindo também para uma pegada menor na emissão de gases de efeito estufa durante as etapas. 

O rearranjo das cadeias globais de valores após a crise da pandemia do Covid-19 e a guerra que acontece em território ucraniano, contribuíram para o aceleramento da mudança de visão dos produtores e empresários para uma cadeia ainda mais sustentável e econômica, visto o problema que os países enfrentaram com o aumento do valor e falta de insumos no mercado durante esses períodos. 

O problema inicial aconteceu pelo aumento expressivo de pedidos via e-commerce durante a pandemia. A partir daí, essa tendência de compras online se tornou uma realidade e fez com que a indústria de papelão tivesse importância ainda mais relevante para diversos outros setores que necessitavam com certa urgência o cumprimento de seus prazos de entregas. 

Diante do novo cenário que se desenhou, houve uma corrida pela celulose, principal matéria-prima para a fabricação de papel. Extraída das árvores, esse processo levou ao derrubamento e desmatamento de mais árvores para suprir as necessidades do setor para aquele momento. 

Porém, mais conscientes de seu papel e contribuição para a sociedade, as empresas, ao optarem por essa prática, realizam essa extração por meio de madeira reflorestada, para dessa forma reduzir a exploração da floresta nativa. 

Em sua grande maioria, as indústrias do setor investem e priorizam a reciclagem, com cerca de 80% da produção das caixas de papelão sendo feitas através da recuperação de papel, essencial tanto para o barateamento de custo e desenvolvimento econômico, quanto para a sustentabilidade das corporações, e dessa forma mitigar a emissão de gases nocivos para o planeta. 

O mercado exige processos e soluções sustentáveis pautadas nas agendas climáticas que se apresentam. Inserir novas práticas e alternativas ecológicas, bem como a popular Economia Circular baseada nos 3Rs: Reduzir, Reciclar e Reutilizar; garantirá, portanto, a mesma eficiência, qualidade e performance de armazenagem de uma caixa de papelão, mas com um adicional de ser um produto benéfico do ponto de vista ambiental para a indústria.

 

Cícero Mário -diretor comercial da Delta Indústria de Caixas de Papelão. deltacaixaspapelao.com.br

 

Brasil ocupa a 5ª posição no ranking de casamento infantil no mundo

Quando uma menina com menos de 18 anos se casa ou se une informalmente a um parceiro (normalmente alguns anos mais velho que ela), as consequências mais frequentes para a sua vida são a gravidez precoce, o abandono escolar, a intensificação do trabalho doméstico e a entrada precária ou tardia no mercado de trabalho. É uma violação grave de direitos das meninas e perpetua o ciclo de dominação e reprodução de desigualdades de gênero. De acordo com a legislação atual, o casamento civil só é permitido a maiores de 18 anos. Uma brecha na lei ainda permite que adolescentes de 16 e 17 anos se casem se forem emancipadas(os), tiverem autorização da mãe e do pai, de representantes legais ou até mesmo da justiça. 

De acordo com dados do Relatório sobre a Situação da População Mundial 2020, do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), 26% das mulheres brasileiras entre 20 e 24 anos se casaram ou se uniram informalmente antes de completar 18 anos. Ou seja, uma a cada quatro mulheres se casou ainda menina. Em números absolutos, o Brasil ainda ocupa a quinta posição no ranking de casamentos infantis no mundo. 

 

Sobre a Plan International

A Plan International é uma organização humanitária, não-governamental e sem fins lucrativos que promove os direitos das crianças e a igualdade para as meninas. Acreditamos no potencial de todas as crianças, mas sabemos que isso é muitas vezes reprimido por questões como pobreza, violência, exclusão e discriminação. E as meninas são as maiores afetadas. Trabalhando em conjunto com uma rede de parcerias, enfrentamos as causas dos desafios de meninas e crianças em situação vulnerável. Impulsionamos mudanças na prática e na política nos níveis local, nacional e global, utilizando o nosso alcance, a nossa experiência e o nosso conhecimento. Construímos parcerias poderosas há mais de 85 anos e que se encontram hoje ativas em mais de 70 países.


Sobre a Plan International Brasil

A Plan International está no Brasil há 25 anos e se dedica a garantir os direitos e promover o protagonismo das crianças, adolescentes e jovens, especialmente meninas, por meio de seus projetos, programas e ações de incidência e de mobilização social. Tem também viabilizado condições de subsistência em comunidades que sequer tinham acesso a recursos essenciais, como a água. Implementamos projetos no Maranhão, no Piauí, na Bahia e em São Paulo. Nossas estratégias, atuando em rede com outras organizações do terceiro setor e movimentos sociais, têm pautado as demandas das meninas em novos espaços do Legislativo, Executivo e na sociedade civil, alcançando todo o território nacional. Considerada uma das organizações mais confiáveis do país, a Plan International Brasil tem a certificação A+ no Selo Doar Gestão e Transparência. A Plan acredita que um mundo melhor para as meninas é um mundo melhor para todas as pessoas. E, para construir uma sociedade mais justa e igualitária, conta com o apoio de embaixadoras como Ana Paula Padrão, Thelma Assis, Joyce Ribeiro, Astrid Fontenelle e Thainá Duarte. Mais informações: www.plan.org.br


quarta-feira, 26 de abril de 2023

Asma: saiba o que fazer durante a crise

2 de maio, é o Dia Mundial de Combate à Asma

Imunobiológicos são medicamentos seguros e eficazes para tratar asma



A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas pulmonares com diferentes intensidades, frequentemente alérgica, acomete as crianças e os adultos, mas pode ser tratada e controlada. “Estudos apontam que cerca de 10% da população brasileira tem asma e que, aproximadamente, 2 mil pessoas morrem por ano, só no Brasil, por causa da doença”, conta Dr. Fabio F. Morato Castro, médico alergista e imunologista pela USP.

Filhos de pessoas com asma e/ou rinite alérgica têm mais chances de desenvolver a doença, mas outros fatores também são relacionados, como ambiente.

A asma alérgica pode se manifestar por chiado e aperto no peito, falta de ar e tosse. Os alérgenos mais comuns que desencadeiam a asma são os inalantes como: ácaros, fungos, animais domésticos, restos de insetos e pólen.

Quando não tratados os sintomas, a crise grave de asma pode levar a pessoa até mesmo a uma parada cardíaca. Portanto, ao observar a presença dos sinais, é fundamental buscar diagnóstico e tratamento adequado para o problema.

“Para a asma grave, de difícil controle, além das medicações habituais, hoje, em nosso arsenal terapêutico, também temos alguns medicamentos imunobiológicos (as infusões com anticorpos monoclonais) para o controle da doença. São muito eficazes e seguros. O dupilumabe, benralizumabe, mepolisumabe e o omalizumabe são exemplos desses novos medicamentos infusionais, indicados, principalmente, nos casos em que a asma é refratária aos tratamentos convencionais ou quando os efeitos colaterais desses são intensos”, explica Dr. Fabio, que também é o diretor da Clínica Croce, centro de vacinação e infusão de imunobiológicos com especialistas das áreas de Alergia, Imunologia Clínica (doenças autoimunes, autoinflamatórias e imunodeficiências) e Endocrinologia.

O que fazer numa crise de asma? - Para quem sofre com crise de asma, é fundamental estabelecer um plano de ação junto com o médico. Esse plano deve incluir medidas que devem ser tomadas quando a crise for iniciada. Abaixo, seguem dicas para momentos de crise asmática:


· Pare o que está fazendo no momento e mantenha a calma, interrompa exercícios, sente-se, diminua o ritmo e comece a se concentrar na sua respiração;

· Puxe o ar pelo nariz e deixe-o sair pela boca, de forma pausada, com calma;

· Utilize o medicamento inalatório de forma correta e com calma, evitando o uso incorreto por nervosismo;

· Afaste-se dos gatilhos, se puder identificar algo que possa ser a causa da crise de asma. Caso tenha sido exposto a algum agente, tome um banho, lave a pele e cabelos, limpe o nariz e use soro fisiológico;

· Peça ajuda a familiares e amigos próximos;

· Caso a crise não melhore, ligue para o serviço de urgência e mantenha a concentração em sua respiração até o atendimento.


Conhecer o plano de ação para a crise de asma e colocá-lo em prática é uma forma de garantir o melhor atendimento e tratamento dos sintomas, evitando o agravamento e complicações que podem levar à morte.

A asma é um problema global de saúde pública, que afeta a qualidade de vida, prejudicando o período produtivo, podendo resultar em absenteísmo ao trabalho e à escola. Mas a doença tem controle e o médico alergista é um dos profissionais que podem ajudar esses pacientes.

 Clínica Croce

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Burnout: Organização Mundial da Saúde estima que três-quartos da mortalidade cardiovascular podem ser evitados com mudanças de estilo de vida

Opinião

 

A crescente prevalência da Síndrome de Burnout (exaustão profissional), que ocorre principalmente em profissionais do sexo feminino, sendo caracterizada por algias (designação de dor), cefaleias, cervicalgias (dores cervicais) e lombalgias (dores lombares), pode limitar as atividades habituais e, ainda, influenciar aspectos como a vitalidade dos indivíduos. Essas queixas estão presentes em situações em que há trabalho sob alto nível de tensão, má ergonomia, tempo exíguo para realização das tarefas, trabalho noturno, trabalho em turnos alternados, jornadas duplas, como em setores de atendimento ao trauma. Pode-se concluir que existe uma importante vulnerabilidade dos profissionais da saúde. A conscientização coletiva, criando uma rede de alerta e proteção ao agravamento de síndromes depressivas e suicídio, deve pautar as ações dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e as políticas das instituições de atendimento à saúde. 

A subnotificação de casos relacionados à síndrome é uma realidade, visto que, por se tratar de profissionais que detêm conhecimento sobre os agravos à saúde e as medidas habitualmente adotadas, é frequente a omissão da informação,, tendo como hábito a automedicação como estratégia de defesa e enfrentamento das adversidades. As dificuldades enfrentadas pelos profissionais dos SESMT resultam da inexistência de eventos sentinelas, fundamentais na implementação das ações individuais e coletivas.

Alterações cardíacas por estresse e má qualidade de vida afetam o funcionamento cardíaco de qualquer faixa etária. Por isso, a Síndrome de Burnout pode culminar no desenvolvimento de doenças cardiovasculares precocemente em pessoas com  menos de 40 anos de idade.O número de pessoas que morrerão por doenças cardiovasculares até 2030 é estimado em 23 milhões, permanecendo como a principal causa de morte no mundo. Os fatores comportamentais mais importantes associados a doenças cardíacas e AVC são dieta inadequada, sedentarismo, tabaco e álcool. Essas situações são responsáveis por 80% dos casos de doença arterial coronariana e cerebrovascular.

O desenvolvimento de estratégias de prevenção cardiovascular primária é uma atividade indispensável para a promoção da saúde do trabalhador e o burnout é uma das questões que devem ser consideradas.

A discussão do tema estará presente na programação do Simpósio Saúde Mental em Tempos de Pós-Pandemia que ocorrerá na quinta-feira (27/04). A realização é da Frente Parlamentar da Saúde Mental da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, da Prefeitura de Porto Alegre através da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e Secretaria Municipal de Administração e Patrimônio (SMAP), e da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS). O simpósio também conta com o apoio da Associação de Psiquiatra do Rio Grande do Sul (APRS), da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – Rio Grande do Sul (SBGG-RS), da ONG Via Vida e da Editora Grupo A.

 

Ricardo Moreira Martins - Diretor do Exercício Profissional da AMRIGS


Relação entre Remédios Antidepressivos e o Mau Hálito: Causas, Reações Químicas e Soluções

 

mau hálito

Os antidepressivos são medicamentos frequentemente prescritos para tratar a depressão e outros distúrbios psiquiátricos. Eles O mau hálito, também conhecido como halitose, é um problema que afeta muitas pessoas e pode causar constrangimento e desconforto em situações sociais. Entre as várias possíveis causas da halitose, uma que pode surpreender muitos é a relação com o uso de remédios antidepressivos. A cirurgiã-dentista e com expertise em halitose, Dra. Bruna Conde, explica essa conexão e a reação química no organismo que pode levar ao mau hálito, além de soluções e tratamentos para combater o problema. 

A conexão entre antidepressivos e funcionam regulando os níveis de neurotransmissores no cérebro, como a serotonina, a dopamina e a noradrenalina, que afetam o humor e as emoções. 

Embora sejam eficazes no tratamento dessas condições, os antidepressivos também podem causar efeitos colaterais indesejáveis. Um desses efeitos é o mau hálito, que pode ocorrer em algumas pessoas que fazem uso desses medicamentos. 


Por que os antidepressivos podem causar mau hálito?

A relação exata entre os antidepressivos e o mau hálito ainda não é totalmente compreendida, mas algumas teorias ajudam a explicar esse fenômeno. A seguir, veja algumas das possíveis causas:

 

1. Boca seca (xerostomia)

A boca seca é um efeito colateral comum de muitos antidepressivos, especialmente os que pertencem à classe dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) e dos tricíclicos. “A saliva tem um papel fundamental na manutenção da saúde bucal e na prevenção da halitose, pois ajuda a remover partículas de alimentos e bactérias que podem causar odores desagradáveis.” destaca Bruna Conde. 

A diminuição da produção de saliva, que pode ser causada por esses medicamentos, favorece o acúmulo de bactérias e resíduos alimentares na boca, levando ao mau hálito.

 

2. Alterações no equilíbrio bacteriano

Os antidepressivos também podem alterar o equilíbrio da microbiota oral, favorecendo o crescimento de bactérias produtoras de compostos sulfurados voláteis (CSV), que são responsáveis pelo odor característico do mau hálito.

 

O que fazer para combater e resolver o problema? 

Se você está enfrentando mau hálito enquanto faz uso de antidepressivos, a Dra. Bruna Conde cita algumas soluções e tratamentos que podem ajudar a resolver o problema: 

  1. Higiene bucal adequada: Escove seus dentes pelo menos duas vezes ao dia, usando uma pasta de dente com flúor, e use fio dental diariamente para remover partículas de alimentos e bactérias entre os dentes. 

  2. Língua limpa: A língua é um local comum de acúmulo de bactérias e resíduos alimentares. Use um limpador de língua ou raspador de língua para limpar suavemente a superfície da língua. 

  3. Hidratação: Beba bastante água durante o dia para ajudar a manter a boca úmida e estimular a produção de saliva. 

  4. Evite jejum prolongado e se alimente de alimentos mais fibrosos: Mastigar pode ajudar a estimular a produção de saliva e manter a boca úmida. 

  5. Agendar consulta com seu médico e o especialista em Halitose em conjunto: Se o mau hálito persistir mesmo após seguir essas dicas, agende sua consulta. O médico pode ajustar a dosagem do medicamento ou sugerir um medicamento alternativo que não cause o mesmo efeito colateral.

 Além disso informe o dentista especialista em Halitose sobre o uso da medicação e posologia. 

E a boa relação entre as especialidades irá ajudar no seu tratamento por completo. 

“A relação entre remédios antidepressivos e mau hálito existe e é importante estar ciente desse efeito colateral. Entender as possíveis causas e adotar medidas preventivas e tratamentos adequados pode ajudar a reduzir o desconforto e o constrangimento causados pela halitose.” Finaliza a Dra. Bruna Conde.

 

Dra. Bruna Conde - Cirurgiã-Dentista
CRO SP 102038

Escoliose: como diferenciar e diagnosticar precocemente?

A escoliose é uma das dores de coluna mais comuns em todo o mundo, vista em todas as idades. Hoje, cerca de 2 a 4% da população é acometida por esta patologia, segundo a OMS – sendo que grande parte necessita de um procedimento cirúrgico. Apesar de ser um problema enfrentado por diversas pessoas, saber identificar a tipologia de escoliose e diagnosticá-la precocemente contribuirá fortemente para um tratamento mais assertivo e garantir, assim, uma excelente qualidade de vida ao paciente.

Caracterizada como uma curvatura lateral na coluna vertebral, a grande maioria dos casos de escoliose faz com que os ossos se torçam, desenvolvendo uma forma de “curva C” ou “curva S” na coluna vertebral. Dentre os sinais físicos mais notáveis, estão a presença de ombros caídos ou desiguais; leve inclinação geral para um lado; cintura irregular; aparência de uma perna maior do que a outra e de um quadril mais alto do que o outro. É possível identificar quatro tipos principais desta condição:

Idiopática: a mais frequente, acomete 3% da população mundial, sendo mais de 50 milhões de criança, de acordo com a OMS. Sua maior incidência é vista durante a adolescência, apresentando características e níveis de evolução variados, mas suas causas ainda não são conhecidas na medicina.

Neuromuscular: quando acometida, normalmente é em decorrência de outros distúrbios neurológicos ou musculares degenerativos, tais como paralisia cerebral, artrogripose, distrofias musculares e traumatismo raquimedulares. Geralmente, resulta em uma curva longa em forma de C e pode gerar casos graves aos pacientes.

Congênita: tipicamente caracterizada pela má formação das vertebras desde a gestação, normalmente entre a terceira e oitava semana. Sua evolução pode influenciar problemas de desenvolvimento de outros órgãos, como o coração, o que torna este diagnóstico precoce extremamente importante para impedir danos severos à saúde.

Degenerativa: essa tipologia, geralmente, afeta pessoas com mais idade, causada pelo desgaste das vertebras e discos, levando ao desvio da coluna e dores intensas. Aqui, a curvatura da coluna costuma ser um pouco menor quando comparada com as anteriores.

Quando não identificada antecipadamente e tratada corretamente, conforme orientação médica, todas essas tipologias de escoliose podem desencadear problemas e dores cada vez maiores para todos os pacientes. Além disso, podem levar à incapacidade do indivíduo para grande parte das atividades diárias e, para piorar, acarretar a diminuição da função pulmonar e cardíaca, conforme o quadro se agravar ao longo do tempo.

Por isso, o diagnóstico precoce se torna a melhor forma de evitar estes cenários e direcionar cada pessoa ao tratamento mais recomendado. No caso das escolioses idiopáticas, por exemplo, estudos recentes comprovam que o uso do colete para esta curvatura é capaz de evitar 70% das cirurgias na fase mais importante de desenvolvimento infantil, que geralmente ocorre dos 10 aos 17 anos.

Mesmo diante da necessidade de passarem por um procedimento cirúrgico, todos os pacientes – independentemente de sua idade – podem ter uma ótima qualidade de vida e melhoras enormes nas dores enfrentadas. Mas, para assegurar ao máximo esse resultado, é essencial estar atendo aos sinais de desconforto destas tipologias e buscar uma consulta com especialistas o quanto antes. Afinal, com o acompanhamento médico devido, a escoliose não precisa se tornar um empecilho na vida de ninguém.

 



Dr. Carlos Eduardo Barsotti - cirurgião ortopedista especialista em cirurgias de coluna, e um dos poucos profissionais a realizar intervenções de alta complexidade, atuando na correção de escolioses de grau elevado, lordoses, cifoses e demais deformidades que afetam a coluna. https://drcarlosbarsotti.com.br/

Mulheres com cólicas intensas são impossibilitadas de trabalhar: a licença menstrual pode ser considerada tão necessária quanto a licença-maternidade?

 

Ginecologista e obstetra explica, utilizando embasamentos médicos, qual o nível de urgência para aprovação projeto de lei que pode entrar em vigor no país


Quando falamos em direito das mulheres, um dos assuntos mais recorrentes no Brasil hoje é o Projeto de Lei 1249/22, que pretende definir uma licença de três dias consecutivos ao mês, para trabalhadoras que sofrem e possam comprovar manifestações graves e inerentes relacionadas ao período da menstruação. O projeto prevê a obrigatoriedade de chefes e contratantes oferecerem o intervalo sem quaisquer punições salariais ou trabalhistas. A ação, entretanto, virou alvo de controvérsias na internet, partindo de usuários que definem as dores consequentes do fluxo menstrual como algo “sustentável” e não como um empecilho, como define o projeto de lei. Afinal, qual o nível de intensidade destes sintomas? 

Considerando a temática, nada melhor que o parâmetro oferecido por uma especialista em saúde da mulher. Helena Cossich é médica ginecologista e obstetra formada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Além disso, é especializada em Videocirurgia Ginecológica e também sócia-fundadora da Baby Concierge, face digital do universo materno-infantil reconhecida nacionalmente. A princípio, Helena explica como, biologicamente, se dão as cólicas menstruais: “Todos os meses, há um estímulo feminino na parede interna do útero (endométrio) prevendo uma possível gestação. Quando isso não acontece, o endométrio é descamado, liberando uma substância chamada prostaglandina que causa o que chamamos de cólicas (contrações uterinas) e expulsão do material que nomeamos como menstruação”. 

Sobre a intensidade das cólicas e incoerências no fluxo menstrual, a doutora afirma que os sintomas podem ser variáveis, mas de fácil identificação: “As cólicas acontecem, em geral, entre dois e três dias antes e durante a menstruação. A intensidade pode variar entre mulheres e entre ciclos, mas, essas contrações podem ser tão fortes a ponto de ocorrer uma isquemia transitória (alteração cerebral causada por um bloqueio temporário no envio de sangue ao cérebro) por conta dos vasos sanguíneos presentes no útero. Sendo assim, as mulheres que costumam ter cólicas intensas e sintomas anormais no período menstrual, na maioria das vezes têm níveis elevados de prostaglandina, substância liberada quando o endométrio sofre descamação e, dores que perpassam o período de três dias”. 

De acordo com dados e pesquisas divulgados nos últimos anos, as dores proporcionadas pelo ciclo da menstruação podem ser comparadas a sintomas intensos de outras condições, como um ataque cardíaco ou manifestações que acontecem durante o período gestacional. Em relação às afirmações, a doutora reforça-as: “Dependendo do nível de gravidade e das patologias associadas, a dor pode ser tão intensa a ponto de impedir uma simples saída da cama. Sendo assim, a cólica pode ser desde um leve sintoma, até uma dor 10 em 10 que pode ser comparada a outras dores extremas”. 

Considerando que alguns e ainda poucos países do mundo aprovem a licença menstrual, Helena conta que a minúscula proporção pode ser explicada por um pensamento arcaico que ainda perpetua a sociedade: “Há, até hoje, pessoas que negligenciam as dores das cólicas afirmando que são associadas a desequilíbrios emocionais das mulheres. Entretanto, considerando a fisiopatologia e doenças relativas, os sintomas menstruais não podem, cientificamente, serem relacionados ao estado emocional, personalidade ou estresse.”  Ela ainda reforça a urgência da aprovação do projeto no Brasil. “A intensidade da cólica pode ser leve, moderada ou intensa e ser indício de alguma doença ginecológica. É impossível negar que há cólicas tão acentuadas que podem sim impedir mulheres de realizarem atividades básicas do dia-dia. É preciso lembrar que viver com dor não é algo que deve ser normalizado”, finaliza. 


Asma atinge 10% da população brasileira

 

·         Cuidado de Todos com Asma” é o tema deste ano

·         Falta de ar, chiado no peito e tosse são alguns dos sintomas

 #diamundialdaasma

 

 

 

 

Na próxima terça-feira (02/05) é o Dia Mundial da Asma, que este ano traz como tema central “Cuidado de Todos com Asma”. A maioria das mortes que ocorrem pela doença está relacionada com a falta de tratamento adequado e em países pobres e em desenvolvimento. 

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias respiratórias e atinge cerca de 10% da população brasileira. A doença ainda é causa de morte no Brasil. As crises de asma podem ser causadas ou intensificadas por diversos fatores como ácaros da poeira, mofo, polens, infecção respiratória por vírus, excesso de peso, rinite, refluxo gastroesofágico, medicamentos e predisposição genética. 

Os principais sintomas da asma em decorrência da inflamação dos brônquios são: 

·         Falta de ar

·         Chiado no peito

·         Tosse

·         Sensação de cansaço

·         Dor no peito (manifestação clínica normalmente acentuada após esforço físico e até mesmo ao falar e rir) 

“Embora a asma não tenha cura, ela pode ser controlada com o tratamento adequado. Isso envolve o uso de medicamentos prescritos pelo especialista e o seguimento do tratamento composto por corticosteroides inalados para controle da inflamação brônquica, redução de sintomas e das crises. Essas medicações não devem ser abandonadas, nem tampouco retiradas do tratamento do paciente com asma sem a devida supervisão médica. A falta de controle da doença pode resultar em crises graves e levar até à morte”, alerta o Coordenador do Departamento Científico de Asma da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) Dr. Gustavo Wandalsen.

 

Além do abandono do tratamento pelo paciente, há uma série de lacunas no cuidado da asma que requerem intervenção, como o custo e acesso aos medicamentos. Outros desafios apontados por especialistas são:   

·         Igualdade de acesso ao diagnóstico e tratamento

·         O conhecimento da asma e a conscientização da doença entre os profissionais de saúde

·         A prescrição de inaladores e o monitoramento da adesão e capacidade de uso desses dispositivos

·         A conscientização do público em geral (que não tem asma) e dos profissionais de saúde de que a asma é uma doença crônica e não aguda

 

A Global Initiative for Asthma (GINA), que faz parte da Organização Mundial da Saúde, é a instituição organizadora do Dia Mundial da Asma.

 

 

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Câncer de Testículo: 60% das mortes pela doença acomete jovens adultos

 Urologista de Santos mostra a importância do autoexame para aumentar chances de cura

 

 

Estamos no Abril Lilás. Mês voltado à conscientização e prevenção do câncer de testículo, doença que, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é o tumor mais frequente entre homens de 20 a 40 anos, ou seja, em idade produtiva, e o 2º mais comum entre adolescentes entre 15 e 19 anos, ficando atrás apenas da leucemia.

 

Dados exclusivos do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da saúde e obtidos pela Sociedade Brasileira de Urologia mostram que mais de 60% das mortes pela doença acomete jovens adultos. A Sociedade Americana de Câncer, inclusive, afirma que 1 em cada 250 homens serão acometidos pela doença ao longo da vida.

 

Entre 2010 e 2020, cerca de 4 mil homens morreram em decorrência do câncer de testículo, e apenas 816 tinham mais de 50 anos - faixa etária de maior prevalência dos tumores urológicos. O médico urologista Heleno Diegues Paes explica que a principal explicação para comprometer principalmente os homens mais jovens é pelo fato de ser um tumor originado de células que têm um grande processo de multiplicação, que são as células germinativas. A maior atividade dessas células ocorre justamente no adulto jovem, que está no auge da sua capacidade reprodutiva.

 

“Como são células que se multiplicam com grande frequência e intensidade, esse tipo de câncer geralmente aparece como um nódulo no testículo de crescimento muito rápido. Alguns homens não têm uma percepção muito boa do seu genital e acabam, às vezes, descobrindo o tumor quando tem alguma pancada ou uma dor súbita”.

 

O principal fator de risco para essa doença é uma situação chamada criptorquidia, onde algumas crianças, no desenvolvimento embrionário, não têm a descida completa dos testículos até a região da bolsa escrotal. Dessa forma, o testículo é encontrado na região das virilhas ou dentro do abdome.

 

“Algum histórico de trauma, o uso materno de estrogênios e também se o homem já tem algum tipo de atrofia testicular, que pode sugerir alteração celular, também pode aumentar a chance de desenvolver o tumor”, explica Heleno.

 

A prevenção do câncer de testículo, na verdade, não existe. A principal medida que impacta na sobrevida é o diagnóstico precoce. Por isso, é fundamental realizar a palpação rotineira dos testículos, procurando um médico urologista caso observe alguma nodulação que não existia ou que vem crescendo. Felizmente, é uma doença com bom prognóstico, com taxas de cura ultrapassando os 90%.

 

E para o auto exame, Heleno ressalta uma curiosidade importante. “Muitos homens acham que no escroto só existe o testículo, mas isso não é verdade. Existem outras estruturas dentro do saco escrotal e alguns homens comparecem em consulta para averiguação, com receio de estarem com câncer. Atendo muitos homens que apalparam alguma coisa que julgaram estranha e normalmente são estruturas naturais. Mas, de fato, é prudente ir ao médico nessa situação”.

 

O tratamento tem basicamente duas etapas. Quando o testículo é comprometido pelo tumor, ele precisa ser retirado imediatamente. O paciente passa por uma cirurgia chamada orquiectomia radical, onde o médico faz uma incisão, geralmente pela virilha, e remove ali todo o testículo comprometido e o cordão espermático. É importante destacar que a retirada de um testículo não interfere necessariamente na capacidade de ter filhos, pois o testículo remanescente permanece funcionante.

 

A segunda etapa do tratamento é determinada pela análise do tumor no exame anatomopatológico e pelos exames de estadiamento, onde é vasculhado o corpo à procura de metástases. De acordo com os resultados, poderá ser preciso fazer a quimioterapia ou a radioterapia que, segundo o especialista, têm resultados excelentes. “É um tipo de quimioterapia capaz de promover a cura”.

 

Para Heleno Paes, a mensagem principal é não demorar para buscar ajuda médica. Como é um câncer de crescimento rápido, quanto antes for iniciado o tratamento melhores serão os resultados. “Apesar de apresentar taxas de cura muito boas, existem pessoas que acabam morrendo. Portanto, homens e meninos, palpem seus testículos. Se perceberem algo estranho, procurem um urologista”.

 

 

Heleno Paes – formad0 na Faculdade de Medicina do Centro Universitário Lusíada, em Santos, em 1997. Foi para a Amazônia à serviço do Exército e realizou diversos trabalhos junto à população carente local. Após um ano, regressou e foi morar em São Paulo, onde se especializou em cirurgia geral no Hospital Municipal do Tatuapé, depois em Urologia no Hospital Santa Marcelina e, por fim, em Transplante Renal na mesma instituição.

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