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quarta-feira, 26 de abril de 2023

Litoral do Brasil está mais quente e com maior frequência de eventos extremos de temperatura, diz estudo

Artigo publicado hoje por cientistas da Unifesp aponta que regiões Sul e Sudeste
 do país são as mais afetadas; Espírito Santo é o Estado mais atingido, com ondas
de calor e de frio (
foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)


O litoral brasileiro, especialmente as regiões Sul e Sudeste, já vem sofrendo impactos das mudanças climáticas, com temperaturas do ar cada vez mais extremas e aumento da frequência das variações térmicas ao longo dos anos. Esse é um dos resultados de uma pesquisa inédita publicada hoje (25/04) na revista Scientific Reports, do grupo Nature.

Nos litorais do Espírito Santo, do Rio Grande do Sul e de São Paulo, a frequência de ocorrências diárias de extremos de temperatura e das ondas de calor (caracterizadas por dias consecutivos de registro) aumentou ao longo dos últimos 40 anos – com um crescimento de 188%, 100% e 84%, respectivamente.

No Espírito Santo, a temperatura máxima chegou a variar de 28,6 °C, em julho de 1987, para 37,2 °C, em março de 2013, enquanto a mínima foi de 11,2 °C, em junho de 1993, a 20,7 °C, em janeiro de 2016. Até 1999, foram registradas temperaturas máximas acima de 35 ºC por oito vezes no Estado, mas na última década foram 19 vezes. Já no litoral do Rio Grande do Sul, os pesquisadores detectaram que os dias estão refrescando menos, ou seja, não atingindo temperaturas extremas tão baixas.

O estudo, realizado por cientistas do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), avaliou ondas de calor ao longo da costa do Brasil por meio da variação na intensidade e frequência de eventos extremos de temperatura. Para os pesquisadores, o conjunto de dados e métodos se mostrou uma abordagem a ser utilizada em trabalhos sobre extremos climáticos, com indicadores de intensidade, frequência e duração, podendo ser aplicado também a outras regiões do planeta.

“Os resultados mostram que as regiões Sudeste e Sul já enfrentam impactos da temperatura do ar que podem afetar não só a biodiversidade como até mesmo a economia. Identificamos que o litoral do Espírito Santo foi a região mais atingida entre as cinco estudadas porque, além do calor, foi a única onde a frequência de ondas de frio também é cada vez maior”, explica Fábio Henrique Carretero Sanches, primeiro autor da pesquisa. Sanches recebeu apoio da FAPESP por meio de bolsa de pós-doutorado.

A biodiversidade é afetada por meio de alterações fisiológicas e de mudanças de comportamento de diversas espécies devido às ondas de calor e de frio, sem contar que eventos extremos de temperatura podem ocasionar mortalidade de animais terrestres e aquáticos.

Para o professor Ronaldo Christofoletti, pesquisador do Instituto do Mar da Unifesp e um dos autores, o estudo também traz uma relação com a saúde pública, já que vários tipos de doenças respiratórias estão associados à variação da temperatura.

“O aumento de ondas de calor e de frio tem vários impactos na sociedade, que vão desde o desconforto térmico até o crescimento de incêndios florestais, problemas de saúde e da mortalidade de animais, plantas e dos seres humanos, especialmente idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade”, explica o professor, que também teve apoio da FAPESP.

Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apontam que cerca de 559 milhões de crianças em todo o mundo estão expostas a altas frequências de ondas de calor. Segundo a agência, se o aumento médio da temperatura global atingir 1,7 °C em relação à era pré-industrial, esse total subirá para 1,6 bilhão de crianças até 2050.

Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) calculou que ao menos 15 mil pessoas morreram na Europa no ano passado devido a ondas de calor, com a Espanha e a Alemanha entre os países mais afetados. O verão europeu (de junho e agosto) de 2022 foi o mais quente registrado, sendo que as altas temperaturas levaram à pior seca do continente desde a Idade Média.

“As mudanças dos padrões de eventos extremos na costa são um sinal importante de alerta para a vulnerabilidade climática do Brasil como um todo. Este estudo confirma que a emergência climática não é futurologia e sim parte de uma realidade que temos de enfrentar, combatendo suas causas com ações concretas de mitigação e com políticas públicas eficazes de adaptação”, diz Ana Toni, secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, por meio de sua assessoria.

Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado em março, diz que a ação humana está inequivocamente aumentando as emissões de gases de efeito estufa para níveis recordes e que as temperaturas globais provavelmente atingirão 1,5 ºC acima dos níveis pré-industriais antes do previsto, no início dos anos 2030. Esse aquecimento provoca mudanças globais, incluindo o aumento do nível do mar e os extremos climáticos, resultando em danos generalizados a vidas, meios de subsistência e sistemas naturais.


Série histórica

Além de analisar a série histórica de dados de temperatura do ar observados a cada hora do dia ao longo dos últimos 40 anos em cinco regiões costeiras – MA (São Luís), RN (Natal), ES (São Mateus), SP (Iguape) e RS (Rio Grande) –, os pesquisadores utilizaram modelos matemáticos para definir o que seriam extremos de temperatura para cada uma dessas áreas em cada mês do ano. Foram consideradas diferenças regionais e de estação climática.

A pesquisa avaliou os padrões sazonais e diários, com impactos medidos em termos de ocorrências (dias em que um extremo aconteceu) e de eventos (dias seguidos da ocorrência de extremos, caracterizando uma onda). Das regiões analisadas, os litorais do MA e do RN não registraram alterações nos padrões de extremos de temperatura ao longo do ano.

Os pesquisadores também estudaram outros dois fatores – as possíveis variações da amplitude térmica ao longo de um mesmo dia (chamadas no estudo de Tmax - Tmin) e as mudanças bruscas de temperatura, com base na comparação da máxima ou mínima entre dias consecutivos.

Em relação à amplitude térmica diária, o RN foi a única região que não apresentou variações, enquanto no MA é cada vez mais frequente, com um crescimento do número de dias consecutivos com amplitude maior.

Já no Sudeste e no Sul, as alterações térmicas são ainda maiores – além do aumento da frequência de dias de maior amplitude térmica, as regiões do ES, SP e RS têm cada vez mais dias com variáveis na temperatura.

As maiores temperaturas máximas diárias (Tmax) extremas foram encontradas em São Paulo (Iguape), variando de 29,5 °C (julho de 2000) a 40,4 °C (janeiro de 2016), onde também houve maior variação na Tmin (temperaturas mínimas diárias) – de 1,0 °C, em julho de 1990, a 17,9 °C, em fevereiro de 2018.

“Estudos para as mudanças climáticas demandam dados históricos e contínuos de monitoramento. Para entender a situação atual dos eventos extremos e prever cenários futuros que auxiliem nos planos de resiliência costeira, é urgente que ampliemos as estações de monitoramento de dados meteorológicos na costa brasileira”, completa Sanches.


Luciana Constantino
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/litoral-do-brasil-esta-mais-quente-e-com-maior-frequencia-de-eventos-extremos-de-temperatura-diz-estudo/41224/



Referência

Para servir como base de estudos, os pesquisadores montaram uma tabela com valores de referência (medianas) de Tmax e Tmin extremas para cada uma das cinco regiões avaliadas.

Os valores têm influência regional com base nas cidades pesquisadas e poderão variar nos próximos anos.

O artigo The increase in intensity and frequency of surface air temperature extremes throughout the western South Atlantic coast pode ser lido em: www.nature.com/articles/s41598-023-32722-1.


Qual é o melhor lugar para ver São Paulo de cima

IMAGEM: Agliberto Lima/DC


Se, durante à noite, a cidade vista do alto pode parecer deslumbrante, de dia nem mesmo o distanciamento é capaz de esconder seus graves problemas sociais e urbanos

 

Pelo mundo todo, mirantes e terraços costumam atrair visitantes em busca de uma vista panorâmica das cidades. Em São Paulo, uma cidade tão desigual e repleta de contradições, a vista de cima talvez tenha um simbolismo particular: do alto, especialmente durante à noite, em meio às luzes dos carros, dos postes, das fachadas e dos apartamentos, poluição, degradação, desigualdade, violência; o cinza, o abandono, o descaso e o barulho parecem, simplesmente, desaparecer.

“Em São Paulo, as luzes escondem ao invés de revelar”, lembro de ter pensado na primeira vez em que fui ao charmoso bar do Terraço Itália, muitos anos atrás. “Na capital, a poluição e o excesso de luzes escondem as estrelas; uma espécie de céu iluminado, contudo, se revela quando olhamos a cidade de cima; e podemos, então, voltar a sonhar”, acho que li algo mais ou menos assim em algum lugar certa vez.

Com dois filhos pequenos, diminuíram um pouco as possibilidades de explorar novos destinos ultimamente. Por outro lado, minha companheira e eu temos aproveitado o momento para “turistar” mais por nossa própria cidade, que, a despeito de todos os seus muitos defeitos, ainda consegue ser interessante e surpreendente.

Não sei dizer se foi mera coincidência ou não, mas boa parte dos lugares a que fomos recentemente são mirantes ou terraços que proporcionam vistas panorâmicas da cidade.

Em uma segunda-feira na qual tiramos folga do trabalho – e das crianças –, por exemplo, resolvemos almoçar no Esther Rooftop, restaurante francês dos chefs Olivier Anquier e Benoit Mathurin que ocupa a cobertura do icônico Edifício Esther – da década de 1930, um dos marcos do modernismo e da verticalização da capital.

A primeira surpresa, contudo, não veio do alto, mas de baixo: ao sair do metrô e entrar no edifício, sentimos uma leve vibração no piso acompanhada por uma música eletrônica abafada. Com um tom de ironia, perguntei ao recepcionista se havia uma academia por ali. “Não, é uma balada mesmo. Fica no subsolo. Funciona das cinco da manhã às duas da tarde”.

No caminho de elevador até o 11º andar, devo ter envelhecido pelo menos uns dez anos. Enquanto, ao meio-dia, eu já me preparava para almoçar, ali embaixo, em plena segunda-feira, havia gente que nem tinha ido dormir ainda, dançando ao som de música eletrônica sem saber ao certo se já era dia, estendendo ao máximo a ilusão da noite. São Paulo pode ser mesmo surpreendente – ao menos para um tiozinho como eu.

A cobertura do Esther proporciona uma linda vista do verde da Praça da República e do belo edifício Caetano de Campos, sede da Secretaria Estadual de Educação. “Como não estamos tão no alto, não é uma vista que desumaniza a cidade”, comentou o próprio Olivier ao passar na nossa mesa para nos cumprimentar. De fato, ao contrário da vista do vizinho Terraço Itália, por exemplo, ali ainda era possível observar as pessoas caminhando, o dia a dia da metrópole, seus encantos e, principalmente, suas mazelas, como o grande número de moradores e rua.

Mesmo quando observamos a cidade mais do alto, ao menos durante o dia, porém, seus problemas não desaparecem completamente, conforme poderíamos esperar ou desejar.

Pouco tempo depois do almoço no Esther, fomos com as crianças ao Farol Santander para visitar uma exposição imersiva do teamLab. É claro que não deixaríamos de aproveitar o passeio para ver a cidade de cima.

Inspirado no Empire State Building de Nova Iorque, o 4º edifício mais alto de São Paulo (abaixo apenas dos recém-inaugurados Platina 220 e Figueiras Altos do Tatuapé, e do também icônico Mirante do Vale) proporciona uma vista 360º do impressionante mar cinza de prédios que é o centro expandido da capital paulista.

Dali dá para ver o próprio Mirante do Vale, os prédios da Avenida Paulista, a Catedral da Sé, o Edifício Martinelli – um dos primeiros arranha-céus do país, da década de 20 do século passado –; mas não há como ficar indiferente, por exemplo, ao centenário Parque Dom Pedro, esquartejado pelas obras viárias, ou ao Expresso Tiradentes, uma estrutura amarela medonha que se destaca na paisagem e fica sobre a deprimente Avenida do Estado e o deprimido Rio Tamanduateí.

O sistema de transporte, apresentado em 1995 como Fura-Fila, foi inaugurado apenas em 2007, a um custo de mais de 1 bilhão de reais em valores de hoje; e, ainda hoje, continua subutilizado, transportando bem menos passageiros do que outros corredores de ônibus. Uma ode ao desperdício de dinheiro público e à degradação da paisagem urbana!

Habituados ao centro de São Paulo, em outro momento de folga escolhemos passar o dia no Hilton Morumbi, que fica no Brooklin (?!), uma área da cidade até então pouco explorada por nós. A piscina na cobertura do hotel proporciona uma ótima vista da Ponte Estaiada, um dos mais recentes cartões-postais da capital. Com o projeto do Novo Rio Pinheiros, além da despoluição do rio, foi instalado ali um mirante, que permite ver a ponte mais de perto e com calma.

Do alto do Hilton, bem em frente – a poucos metros do mirante, portanto –, fiquei me perguntando se seria possível chegar ali a pé... Pois é, em um lugar onde predomina até hoje a lógica rodoviarista, os rios sempre foram entendidos mais como obstáculos a serem superados do que como partes integrantes e indispensáveis da cidade.

Por mais que o Rio Pinheiros esteja sendo revitalizado e tenha ganhado ciclovias e um parque (palmas!), em suas margens ainda está nada mais, nada menos, do que a Marginal Pinheiros, com suas muitas faixas para veículos trafegarem em alta velocidade, o que praticamente inviabiliza o acesso da população a pé ao parque e ao mirante.

Problema semelhante temos no acesso ao Parque do Ibirapuera. Depois de uma manhã lendo, estirados no gramado à beira do lago, resolvemos almoçar no Vista Restaurante, na cobertura do Museu de Arte Contemporânea – um lindo edifício, parte do complexo arquitetônico criado ali pelo Niemeyer na década de 1950.

Vamos a pé? Nem pensar, pois a fome já apertava e, do ponto em que estávamos no parque, teríamos que andar um tanto até chegar à passarela que permite atravessar a movimentada Avenida Pedro Álvares Cabral. Mesmo de carro, contudo, foi preciso dar uma bela volta...

Do alto do Museu, as causas da nossa dificuldade ficaram mais evidentes: se, em um primeiro momento, temos uma vista deslumbrante do Obelisco e do verde do Ibirapuera, à medida que nos aproximamos do guarda-corpo as vias expressas que circundam o parque vão se revelando, deixando claro que o espaço ali não foi pensado para as pessoas, mas para os carros. Um padrão, quase que uma regra, na capital paulista...

Por fim, no início de abril, no meu aniversário de 41 anos, fui surpreendido por uma noite no Andar 41 – minha companheira jura que foi mera coincidência –, hotel no 41º andar do Edifício Mirante do Vale. Foi um presente incrível, uma experiência inusitada e muito interessante.

Depois de atravessar à noite um centro da cidade abandonado, triste, deprimente, perigoso, com ruas tomadas por usuários de crack, chegamos a uma portaria bem simples, seguida de uma galeria decadente com poucos comércios – todos fechados naquele horário –, entre os quais uma curiosa loja de perucas.

Um elevador também bastante simplório nos levou até o 41º andar, que parecia apenas mais um andar sem graça de um enfadonho prédio de escritórios qualquer no centro. Ao abrirmos a porta, porém, como em um labirinto místico fomos surpreendidos e automaticamente transportados para um cenário de sonhos, repleto de plantas artificiais, balanços, luzes, balões, um carrinho de pipoca (?!) e uma música ambiente deliciosa.

No quarto com iluminação indireta, no melhor estilo “De olhos bem fechados” do Kubrick, um janelão piso-teto me proporcionou a vista mais deslumbrante que já tive da cidade, com o Vale do Anhangabaú vazio, muito bem iluminado, cercado de prédios sombrios, as muitas pequenas luzes amareladas dos apartamentos da cidade ao fundo, as pequenas luzes e o neon do nosso próprio quarto, as luzes coloridas do Farol Santander, do Edifício Martinelli, do Edifício Matarazzo (onde fica a Prefeitura), do Viaduto do Chá e do Shopping Light, iluminados à noite, o Viaduto Santa Ifigênia, todos ali perto, mudando de cor a todo momento, tudo criando uma inebriante atmosfera de realismo mágico...

Ao amanhecer, porém, a realidade voltou a dar as caras e uma cidade cinza, suja, feia, poluída, cheia de problemas sociais e urbanos, com um centro histórico abandonado, repleto de prédios degradados, voltou a se revelar.

E o Vale do Anhangabaú, apesar da reforma recente de 120 milhões de reais, continuava praticamente tão vazio naquela manhã quanto na noite anterior. A imagem, porém, nada mais tinha de onírica, mágica ou surpreendente; era apenas a mesma São Paulo de sempre, com suas vias cheias de carros; a mesma cidade rica e desigual, cinza, suja, poluída, com o passado abandonado dando lugar a um sonho de futuro que não chega; ou que se revela apenas como um eterno presente deprimente e distópico.

Passada a noite, apagadas as luzes, nem de longe, nem de lá de cima de um dos mais altos arranha-céus de São Paulo, era possível se esconder dos muitos problemas da cidade; problemas que parecem simplesmente não ter solução, a despeito dos enormes investimentos públicos e privados realizados ao longo dos anos.

“O melhor lugar para ver São Paulo de cima não é onde, mas quando”, concluí.

Foi então que um verso de “Não existe amor em SP”, do Criolo, me veio à mente e ganhou um novo significado para mim.

Aqui ninguém vai pro céu!     


Para ver São Paulo de cima, se encantar e se deprimir:

- Terraço Itália

Avenida Ipiranga, 344, 41º andar - República

- Esther Rooftop

Rua Basílio da Gama, 29, 11º andar – República

- Farol Santander

Rua João Brícola, 24 – Centro Histórico de São Paulo

- Hilton São Paulo Morumbi

Avenida das Nações Unidas, 12.901 – Brooklin

- Vista Restaurante Ibirapuera

Cobertura do MAC USP – Avenida Pedro Álvares Cabral, 1.301, 8º andar – Vila Mariana

- Andar 41

Edifício Mirante do Vale, 41º andar – Praça Pedro Lessa, 110 – Centro Histórico de São Paulo

 


Vitor França - Economista pela FEA-USP e mestre em economia pela FGV-SP

 Fonte: https://dcomercio.com.br/publicacao/s/qual-e-o-melhor-lugar-para-ver-sao-paulo-de-cima


É urgente um novo olhar para o trabalho

Essa semana se comemora o Dia do Trabalho aqui no Brasil e em cerca de 80 países. Uma data para se lembrar das conquistas históricas dos trabalhadores e do movimento trabalhista por redução de jornada e outros direitos básicos.

Não importa se estamos exaltando o Dia do Trabalho, Dia dos Trabalhadores, Dia Internacional dos Trabalhadores, Labor Day ou May Day. Lembrar das conquistas sociais obtidas até hoje é fundamental. Vou aproveitar este dia para uma reflexão sobre como deve ser a relação do ser humano com o seu trabalho.

As discussões sobre equilibrio entre vida pessoal e profissional ganham cada vez mais força e a redução da jornada é um apelo no mundo todo. O home office, forçado durante a pandemia, fez com que muitas pessoas experimentassem maior autonomia, tornando comum a expectativa por regimes híbridos de trabalho. Nos últimos anos o aumento do Burnout como doença ocupacional e a crescente incidência de afastamentos por transtornos mentais relacionados ao trabalho tem preocupado empresas, colaboradores e o governo. Uma pesquisa da TalentLMS e BambooHR com jovens da geração Z, que estão entrando agora no mercado de trabalho, revela que 42% deles deixariam o emprego caso tivessem sintomas de Burnout,

Revolta de Haymarket. Ilustração de Thure de Thulstrup (1886)
O dia 1º de maio foi instituído em 1889 pela federação internacional de partidos socialistas para homenagear os envolvidos no violento confronto entre trabalhadores e policiais conhecido como o massacre de Haymarket em Chicago. Apesar do evento motivador ter acontecido no Estados Unidos, o Labor Day é celebrado por lá na primeira segunda-feira de setembro, evitando assim qualquer associação com o socialismo.

Há muito o que se refletir quanto às mudanças das relações do ser humano com seu trabalho. O avanço tecnologico de inteligência artificial vai nos obrigar a entender que não somos iguais as máquinas, somos muito melhores.

A reivindicação da redução na jornada de horas, por exemplo, visa a obtenção do desejado equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Imagino que as pessoas querem ter um tempo livre do trabalho para se divertir, descansar e aprender outras coisas. Partindo deste pressuposto, poderíamos concluir que no trabalho não há tempo livre, nem diversão ou aprendizado de coisas novas. Se esta é a realidade, não deveríamos pensar em mudá-la ao invés de suportá-la para ter uma compensação só mais tarde ou outro dia?

Ainda hoje há muitas profissões que, pelo caráter mecanico e burocrático, de fato limitam a possibilidade de tempo livre para pensar, criar, interagir dentro do ambiente laboral. São situações que de alguma forma parecem ter ficado estagnadas no século passado quando ainda se buscavam condições minimamente humanizadas no trabalho. Infelizmente o destino destas profissões é a extinção pelo uso de máquinas e inteligência artificial, que podem realizar estas tarefas enfadonhas sem sofrer.

A consistência que nós esperamos, que irá elevar este momento pontual a uma relação engajada com o trabalho, virá do quanto estas pessoas acreditam no que estão fazendo e sentem que aquele trabalho as representam e tem algum valor para a comunidade.

Esta relação comprometida com o trabalho é possível quando as pessoas sentem que estão entregando algo que sabem fazer muito bem e do qual se orgulham.  Este sentimento é nutrido quando há um ambiente comunitário na empresa, onde cada qual é respeitado como indivíduo nas suas capacidades e limitações, e cada contribuição tem igual importância para o todo. Onde as pessoas aprendem e se divertem porque aceitam a si mesmas e aos outros, se sentem autonomas, livres para errar e com isto expandem suas capacidades criativas.

 Quem sabe dentro de um futuro bem próximo nosso chamado de socorro será ouvido? Mayday, mayday, mayday, há muitas pessoas sofrendo no trabalho! E a partir deste dia as máquinas farão o que lhes compete, deixando para a humanidade o que é essencialmente humano, ou seja, criatividade, empatia e propósito.  Quem sabe a partir deste dia vamos celebrar o May Day para homenagear uma nova conquista da humanidade.

 

Wagner Rodrigues - psicólogo especialista em gestão e saúde mental, pós-graduado em Comunicação Empresarial e Comunicação de Marketing pela ESPM, MBA com ênfase em Gestão de Pessoas pela FIA-USP, Terapeuta com abordagem fenomenológico-existencial.


Correção do FGTS: decisão do Supremo não pode condenar o trabalhador


No último dia 20 de abril, o Supremo Tribunal Federal  (STF) iniciou o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5090. A ação questiona a constitucionalidade de dispositivos legais que estabelecem critérios de correção monetária dos depósitos nas contas vinculadas ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). 

Atualmente, o saldo dessas contas é corrigido com juros de 3%, acrescido da Taxa Referencial (TR). Como esse modelo de correção se mantém sistemática e consideravelmente abaixo da inflação, os recursos do trabalhador em sua conta de FGTS perdem poder de compra com o passar do tempo. 

Todos os processos que versam sobre essa matéria estão suspensos, aguardando o entendimento que será adotado pelo Supremo Tribunal Federal. 

A discussão havia sido encerrada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em sede de incidente de recurso repetitivo, com decisão desfavorável ao trabalhador. Na ocasião, o STJ entendeu que o Poder Judiciário não pode alterar a aplicação da Taxa Referencial (TR) e considerou que caberia somente ao Congresso Nacional determinar outro índice de correção monetária. 

Contudo, a partir da declaração de inconstitucionalidade da aplicação da Taxa Referencial (TR), a discussão sobre a correção do FGTS foi retomada pelo Supremo Tribunal Federal em 2019. 

Hoje, há aproximadamente 117 milhões de contas ativas ou inativas, de cerca de 70 milhões de trabalhadores.

 O ministro Luís Roberto Barroso, relator da ação, reconheceu que os critérios de correção monetária estabelecidos nos dispositivos impugnados são insuficientes e geram perda de poder de compra para o trabalhador. A solução encontrada pelo ministro relator foi a de julgar parcialmente procedente o pedido e aplicar uma “interpretação conforme a Constituição”, a fim de declarar que a remuneração das contas do FGTS não pode ser inferior à da caderneta de poupança. 

Todavia, o ministro Barroso propôs que a decisão somente produza efeitos para o futuro, de forma que os saldos existentes não sejam ajustados. Segundo ele, a ocorrência de perdas passadas somente poderá ser avaliada e equacionada pela via legislativa ou mediante negociação entre entidades de trabalhadores e o Poder Executivo. 

Antes da suspensão do julgamento, o ministro André Mendonça chegou a proferir seu voto, em linha com o relator. O julgamento deverá ser retomado na próxima quinta-feira (27). Na hipótese de prevalecer o voto do relator, estaremos diante de uma situação paradoxal. De um lado, os recursos do trabalhador foram corroídos pelos efeitos da inflação com base em lei cuja interpretação foi declarada inconstitucional. De outro, o STF condenará a vítima (no caso, o trabalhador) a suportar o ônus da legislação inconstitucional. 

Ao Estado brasileiro, que por décadas se apropriou ilicitamente desses recursos, corresponderá apenas aplicar, da data do julgamento em diante, correção não inferior à da caderneta de poupança. 

Portanto, confiamos que a maioria dos membros do STF estará sensível a essa incongruência e, principalmente, às perdas efetivamente sofridas pelo trabalhador ao longo de mais de duas décadas, e decidirá não apenas pela “interpretação conforme” mas, sobretudo, pelos efeitos dessa interpretação conforme, de forma que a ordem constitucional seja restabelecida desde o momento em que passou a ser violada.

 

Cíntia Fernandes - advogado de Direito do Trablho e sócia do escritório Mauro Menezes & Advogados



Quando é cedo demais para a criança ir à escola?

Especialista dá dicas para pais e responsáveis que precisam decidir qual é o melhor momento para começar a adaptação escolar 

 

Quem já passou em frente a uma escolinha infantil na hora da chegada dos alunos, principalmente nos primeiros dias de aula, provavelmente observou  uma cena comum: crianças muito pequenas que choram ao se separar dos pais para encontrar, dentro dos portões, professores, coleguinhas e um mundo totalmente diferente do que conheciam até então. Começar a frequentar o ambiente escolar nem sempre é uma experiência fácil, mas, quanto mais cedo essa introdução for feita, melhor para o desenvolvimento infantil, garantem especialistas.

Moldado a partir de estímulos e do afeto, o cérebro infantil muitas vezes está tão habituado à vida e convivência familiar que é difícil enfrentar o novo universo representado pela escola. Esses espaços, no entanto, trazem muitos benefícios para os pequenos. Para a psicopedagoga e consultora pedagógica da Conquista Solução Educacional, Alene Bastos, “são esses espaços que oferecem um direcionamento para o brincar e o explorar o mundo de forma geral, com a mediação de profissionais altamente preparados para apresentar esse mundo às crianças”.

Ela explica que, de modo geral, as crianças estão sempre abertas a aprender. “É claro que existe uma fase de adaptação a novos espaços e novas pessoas, que funciona de modo diferente para cada criança. Por isso, é preciso ter paciência e atenção, bem como acompanhar de perto esse período”, orienta.


Quando começar?

Mas, afinal, qual a melhor idade para iniciar esse processo? De acordo com a legislação brasileira, todo pai ou responsável é obrigado a matricular seus filhos em uma instituição de ensino quando eles completam quatro anos.  É importante lembrar que essa não é a idade mínima, mas a máxima.

No Brasil, a realidade de muitas famílias impõe a necessidade de que as crianças já estejam em creches ou escolinhas bem antes dessa faixa etária. São pais que precisam voltar ao trabalho e não têm com quem deixar os pequenos. Alene destaca que isso não é um problema, do ponto de vista do desenvolvimento infantil. “No meu caso, assim que meu filho teve autonomia para caminhar, quando tinha pouco mais de um ano, já começamos a levá-lo à escolinha”, relata. Para a especialista, em média, a partir dos dois anos de idade já é recomendável que essa introdução seja feita.


Quais são os benefícios?

Assim que nasce e durante um bom tempo, a criança conhece bem pouquíssimos ambientes, como a própria casa e a casa de familiares, como tios ou avós. Também é comum que ela só conviva com um número limitado de pessoas, o que restringe a construção de suas relações sociais. Nesse sentido, a escola representa um salto em seu desenvolvimento.

O time formado por professores, equipe pedagógica e demais funcionários é bem preparado para auxiliar na interação dos pequenos com o mundo que os rodeia. Essa interação de qualidade permite que eles comecem a ter mais autocontrole e empatia, além de regular as próprias emoções. Até o choro ao se separar da mãe na porta da escola faz parte desse processo. Já dentro da escola, o convívio com outras crianças favorece a construção de um círculo de amizades, importante ao longo de toda a vida.

Além disso, as rotinas estabelecidas pela escola são fundamentais. “Ali, as crianças têm tempo e espaço adequadamente organizados para vivenciar novas experiências, como brincar livre, conhecer, ouvir histórias, alimentar-se com qualidade e até a hora do descanso ou soninho”, afirma a psicopedagoga. Outra vantagem é o desapego do ambiente exclusivamente familiar, o que permite melhorar fatores como autoestima, autonomia e autoconfiança.

Por fim, não é raro que os responsáveis relatem mudanças positivas até mesmo na alimentação das crianças depois que elas começam a frequentar a escola. “Em grupo, o espelhamento permite que elas experimentem determinadas frutas, legumes e verduras que, sozinhas, não aceitariam. Muitos pais trazem esse feedback para as equipes”, conta.


Há desvantagens?

Ao decidir se já é hora de começar a ir à escola, é fundamental colocar todos os fatores na balança. “Uma das desvantagens é a exposição a diversas doenças de contato, já que o sistema imunológico das crianças ainda está em formação. Esse deve ser um ponto de atenção logo nos primeiros meses e os pais devem dar a devida importância a quadros recorrrentes”, aconselha Alene. Esse cenário pode ser minimizado com o acompanhamento de um pediatra. Outro ponto a ser observado é o comportamento. Para muitas crianças, a convivência com outros indivíduos é uma oportunidade de construção e socialização. Para outras, o contato muito cedo pode gerar problemas como a agressividade.

Nesse caso, as mudanças repentinas de comportamento são as principais formas de perceber que algo não vai bem. “Por se tratar de crianças bem pequenas, a maioria dos sinais não é verbal, de modo que os pais devem ficar atentos a pesadelos ou sono agitado, choro excessivo, irritação e falta de apetite, por exemplo”, ressalta. Quando isso acontecer, não é hora para desespero. O ideal é que os responsáveis procurem a coordenação da escola para que, juntos, possam encontrar as melhores soluções.

  

Conquista Solução Educacional

 

Especialista indica 10 erros que impedem de vender mais na internet

Tiago Tessmann aponta principais problemas e quais são as soluções para aumentar as vendas utilizando as redes sociais


Anunciar on-line um produto ou serviço é algo crucial nos dias de hoje. O Brasil é o 5° maior usuário de internet do mundo, com 165 milhões de usuários, ficando atrás apenas da China com 1 bilhão de usuários, da Índia com 658 milhões de usuários, dos Estados Unidos com 307 milhões de usuários e da Indonésia com 204 milhões. Ou seja: existem milhões de pessoas que são potenciais clientes de negócios online e podem acessá-lo com apenas alguns cliques.

“Para quem está começando a mergulhar nesse universo dos anúncios on-line, infelizmente é comum cometer alguns erros que podem interferir nos resultados e não trazer os cliques desejados, impedindo o alcance de bons resultados na internet”, explica o especialista em anúncios online Tiago Tessmann.

Tessmann pontuou quais são os principais erros e como contorná-los da melhor maneira, afinal, o básico bem feito é suficiente para você gerar resultados. 


1) Não ter uma landing page bem feita

A landing page, ou seja, a página criada para a venda de um produto específico, é responsável por atrair os clientes. Quando a pessoa clica no seu anúncio no Facebook, no Google, no Instagram, ele é direcionado para uma página. O que ocorre é que muitas vezes o potencial cliente é direcionado para a homepage de um site comum, ou uma página de contato, e isso não é indicado. Invista em uma landing page de alta conversão, que estimule a ação de quem clicou e chegou até ela.


2) Não instalar tag e pixel

Qual é o seu objetivo? Mais do que divulgar o seu negócio, é preciso que você tenha objetivos claros para delinear ações claras. Você quer vender ou captar leads? O pixel e a tag são importantes para colher os dados e métricas, além de auxiliar no momento de fazer ajustes e melhorias. Bem, os termos tag (para o Google Ads) e pixel (para o Facebook Ads), significam a mesma coisa: é um código que vai vincular a sua conta de anúncio ao seu site. Quando as tags e pixels são instalados, as plataformas conversam entre si, gerando mais resultados.


3)  Não criar público de remarketing

Desde o início, você precisa criar públicos de remarketing, mesmo que não anuncie no momento. Por exemplo: mesmo que você esteja agora anunciando somente no Google, é importante ter público de remarketing tanto no Google quanto no Facebook. Isso é crucial para que, quando você criar novos anúncios em qualquer uma das plataformas, ele já esteja inteligente para gerar resultados. E não importa qual o tamanho do investimento, mesmo que sejam R$ 5 por dia.


4) Não ter uma promessa ou oferta que motive a ação

A escrita persuasiva - ou copy - é um ponto muito importante e que nem sempre recebe a atenção devida. A comunicação focada na ação estimula, de maneira íntegra, a ação de quem está vendo o seu anúncio.


5) Não criar uma campanha no canal correto de vendas

Para quem é iniciante no mundo dos anúncios on-line, é muito importante identificar qual canal mais vai ajudar ou é mais fácil para gerar vendas e resultados. Com o lucro vindo desses anúncios, o próximo passo é expandir para outros canais. Existem diversos canais de vendas, como o YouTube, rede pesquisa (o buscador do Google), rede de display, discovery (em produtos do Google), Instagram, Facebook, entre outros. Para quem está começando, a dica é dominar primeiro uma única ferramenta para depois expandir.


6) Não ter uma estrutura de campanha

A estrutura de campanha é pensada em níveis: nível 1, que é chamado de campanha e onde são feitas as configurações gerais; nível 2, o conjunto ou grupo de anúncio, que servem para tornar os anúncios mais específicos e direcionados; e o nível 3, que são os anúncios propriamente ditos. Ou seja: é importantíssimo que a plataforma seja orientada corretamente sobre os seus objetivos, desde o primeiro nível, para que os anúncios sejam adequadamente segmentados e tragam bons resultados. 


7) Não criar anúncios realmente persuasivos

O anúncio é o primeiro impacto que a pessoa vai receber na internet. Por este motivo, é de altíssima importância criar um texto chamativo, interessante e que prenda a atenção da pessoa que vai bater o olho no anúncio, que a motive para uma ação. Se o texto não prende a atenção, é muito fácil que a pessoa passe por ele sem clicar, e isso claramente compromete o alcance de bons resultados, trazendo baixas taxas de clique.


8) Não criar vídeos para os anúncios

É um fato: vídeos são ótimos para conversão, seja no YouTube, no Facebook ou no Instagram. Os cliques de campanha de anúncio de vídeo são mais qualificados, ou seja, se você optar por apenas uma foto, a pessoa não vai de fato consumir nada seu, o que podemos considerar como um clique menos qualificado. Se há o interesse de assistir ao vídeo e clicar, a chance de conversão é muito maior. Vídeos geram mais conexão, geram público de remarketing, qualificam o clique e deixam a sua marca mais conhecida.


9) Não conhecer seu público comprador e errar na segmentação

Quando você conhece o seu público com profundidade, tudo fica mais fácil. Você começa a encontrar segmentações inexploradas e é ali que está a escala. Quanto mais amplo o termo/a palavra-chave, mais você disputa cliques com outros anunciantes e mais caro fica. Quanto mais você sabe o que seu público deseja e procura, mais se torna possível sair do óbvio e se destacar no seu segmento.


10) Não ter um funil de métricas

O funil de métricas é, basicamente, o funil que o seu possível cliente vai percorrer até a finalização da conversão. As etapas desse funil são a impressão, quando há o primeiro contato com o anúncio, depois o clique, quando a pessoa entra na sua página para saber mais, o lead, quando há o clique no botão para comprar ou a conversão do lead para posterior venda, e a conversão final.

Importante lembrar que as primeiras campanhas de quem está iniciando nos anúncios on-line não terão a melhor performance. Isso ocorre porque a campanha acaba de ser criada e precisa rodar, aparecer, para que então você possa descobrir o que precisa melhorar e ajustar para obter resultados cada vez mais assertivos.

 

Tiago Tessmann - Especialista e referência em Anúncios Online no Brasil. CEO e criador da Mentoria Conversão Extrema, um treinamento 100% online para quem deseja crescer de forma acelerada e aumentar suas vendas através das ferramentas mais poderosas de vendas da internet com objetivo de levá-lo para o próximo nível de faturamento em pouco tempo.

 

Como conseguir um visto de trabalho permanente na Irlanda?

A Irlanda é um dos países mais atrativos para brasileiros que desejam conquistar uma oportunidade profissional no exterior. Existem diversas vagas em áreas distintas que proporcionam um visto de trabalho permanente para que possam residir legalmente no país, ou até mesmo a possibilidade de abrirem seu próprio negócio na região. Seu mercado é rico e abrangente, mas, é preciso se atentar aos diferentes tipos de vistos de trabalho e o processo necessário para adquirir este documento e conquistar este sonho profissional.

Com cerca de 70 mil brasileiros morando no país, segundo dados divulgados no relatório Brazilian Entrepeneurship in Ireland, feito pela Unleashe, mais de 3.800 pedidos de vistos de trabalho do Brasil foram feitos em 2022 para a Ilha Esmeralda – motivados a conquistar uma maior autonomia e flexibilidade e, ainda, a gerar algum impacto positivo no mundo. No geral, o intercâmbio se torna a porta de entrada para a grande maioria para aqueles que decidem seguir essa jornada, onde podem aprimorar seu nível de inglês e, assim, adquirir a proficiência necessária para ingressarem no mercado.

Uma vez no país, o tipo de visto de trabalho que deverá ser solicitado irá depender da profissão almejada e/ou da escolaridade de cada um. Deles, os mais comuns e populares de serem adquiridos são o General Employment Permit e o Critical Skills Employment Permit, que substitui o antigo e famoso Green Card. Cada qual possui seus próprios requisitos e pontos de atenção que devem ser compreendidos por todos, para que não haja inconsistências ou problemas que prejudiquem sua aquisição.

O primeiro deles engloba categorias profissionais que não se encontram na lista dos cargos mais requisitados para a movimentação econômica da Irlanda, tais como garçom, publicitário ou técnico em redes de computadores. As oportunidades são extensas, contudo, é preciso que sejam reconhecidas pelo governo local e, ao mesmo tempo, não contrarie seus interesses representando uma ofensa aos interesses políticos ou econômicos irlandeses. Sua remuneração anual mínima gira em torno de 30 mil euros, e pode ser solicitada diretamente no site do governo.

Já o visto de Critical Skills, por sua vez, é destinado aos cargos altamente qualificados e essenciais para o crescimento econômico do país. Sua grande maioria inclui aquelas com maior demanda de mão de obra que se encontra escassa na região, tais como as vagas na área de TI como engenheiros e tecnólogos de alto escalão, por exemplo. Nesses casos, os candidatos devem ter uma proposta de emprego sólida de, pelo menos, dois anos para solicitá-la. Ao adquiri-lo, os profissionais devem permanecer na empresa por um ano no mínimo, para que consiga depois buscar por outra oportunidade caso deseje.

Alguns dos setores mais promissores para quem deseja buscar este visto incluem saúde, ciências naturais e sociais, tecnologia e finanças, turismo e hospitalidade, educação, transporte, construção e imobiliário, design e marketing. Para ser elegível, é preciso contar com uma remuneração anual mínima de 32 mil euros, assim como ter uma qualificação universitária aplicável. Seu envio deve ser feito com, pelo menos, 12 semanas antes da data proposta para o início do trabalho, para que haja tempo hábil para sua análise e finalização.

Há, ainda, a possibilidade de empreender na região em uma modalidade que hoje totaliza cerca de 1.300 negócios abertos por brasileiros, de acordo com o mesmo relatório. Apesar de terem de enfrentar certas burocracias, existem diversas iniciativas no país que buscam auxiliar esses empreendedores estrangeiros, como a Câmara de Comércio entre o Brasil e a Irlanda fundada este ano, a qual busca atrair a atenção do governo brasileiro perante os empresários na Irlanda, de forma que consigam encontrar soluções viáveis para escalar seus negócios.

Conquistar um visto de trabalho permanente na Ilha Esmeralda não é um processo complexo, uma vez que existem diversas carreiras a serem seguidas e uma demanda latente em uma grande quantidade de áreas. As possibilidades de crescimento profissional são enormes, basta compreender as especificidades de cada tipo deste documento buscar a vaga que esteja mais alinhada com seu perfil e objetivos.

 

Danilo Veloso - diretor comercial da SEDA College. Formado em administração de empresas, trabalhou por seis anos como camelô até conquistar uma vaga na área de cartão de crédito e conciliação bancária em uma companhia aérea. Após três anos no cargo, deixou a posição para estudar inglês na Irlanda, onde começou a trabalhar em agências de intercâmbio.


Grupo Educacional SEDA


Guarda compartilhada cresce no Brasil

Para Paulo Akiyama, advogado e especialista em Direito Familiar, ter os dois genitores participando ativamente no desenvolvimento dos filhos é fundamental para preservar o bem-estar das crianças

 

A separação de um casal pode ser um momento difícil para todos os envolvidos, especialmente para os filhos e uma das questões mais importantes a serem resolvidas durante esse processo é a guarda parental. Ou seja, quem será responsável pela criação e educação das crianças após a separação.

A decisão poderá afetar a vida dos pais e dos filhos por muitos anos e, por isso, deve ser abordada com cautela e atenção aos melhores interesses das crianças envolvidas. Neste contexto, é importante explorar as diferentes opções de guarda parental e as considerações a serem feitas ao decidir a melhor opção para cada caso específico.

De acordo com Paulo Akiyama, economista, advogado especialista em Direito Familiar e sócio do escritório Akiyama Advogados Associados, com a separação de um casal, é possível optar por dois tipos de regime de guarda. “Uma delas é a modalidade unilateral, na qual um dos genitores possui a tutela integral. A outra é a famosa guarda compartilhada, em que os pais entram em um acordo sobre o tempo de cada um com o filho ou filha. Acredito que essa segunda opção seja mais vantajosa, possibilitando que a criança desfrute de um tempo de qualidade com mãe e pai”, relata.

Akiyama afirma que alguns pontos são considerados pela justiça ao decidir a modalidade que será aderida. “Atualmente, em razão da lei 13.058/14, a guarda compartilhada é majoritariamente aplicada. Porém, existe a possibilidade de escolha pela guarda unilateral caso um dos genitores declare que não deseja a tutela do menor ou ainda, se houver indícios de que a metodologia compartilhada poderá trazer prejuízos ao bem-estar da criança. Nesse tipo de situação o juiz poderá, também, decidir dar a guarda a uma terceira pessoa, sempre visando o melhor interesse da criança ou adolescente”, pontua.

Para o advogado, a guarda compartilhada não oferece, apenas, o benefício de se aproximar dos filhos uma vez por semana. “Entre outras vantagens, essa modalidade permite que ambos os genitores possam opinar sobre educação, tratamentos médicos e outras decisões que envolvam o futuro e bem-estar das crianças. Não se trata apenas de convivência, mas sim a ampliação na participação de seu desenvolvimento”, declara.

É comum que as pessoas acreditem que a mãe sempre será priorizada no processo de decisão da guarda dos filhos. No entanto, para o especialista em Direito Familiar, esse conceito ficou no passado. “Muitos costumavam acreditar que mãe cria e educa as crianças, enquanto pai fornece os meios financeiros para que tudo corra bem. Mas a humanidade e a sociedade evoluíram e hoje, os dois genitores podem exercer atividades profissionais e responsabilidades domésticas. É comum ver um pai preparando mamadeira, trocando fraldas e preparando o lanche dos filhos enquanto a esposa está no trabalho. Afirmar que as mães são preferência durante esse processo ficou no passado. Os dois genitores serão avaliados e, no final, o melhor para o bem-estar da criança será decidido”, relata.

Segundo Akiyama, a opção pela guarda unilateral está diminuindo cada vez mais. “Essa modalidade oferece mais riscos de alienação parental e, mesmo que o genitor não guardião possua todos os direitos de visitas, informações da vida e desenvolvimento dos filhos, as ocultações podem ser maiores, afastando-o gradativamente da convivência parental”, lamenta.

O advogado alerta ainda para pais famosos que usam a separação como uma maneira de aumentar o engajamento na internet. “Buscar holofotes em uma situação de litígio relacionada à guarda dos filhos é expor desnecessariamente as crianças ou adolescentes. Os genitores não podem esquecer que seus filhos frequentam escola, festas e frequentam um grupo de amigos. Com tudo isso sendo exposto na internet, essas crianças ficam mais suscetíveis a práticas como o bullying”, adverte. 



Paulo Eduardo Akiyama - formado em economia e em direito desde 1984. É palestrante, autor de artigos, sócio do escritório Akiyama Advogados Associados e atua com ênfase no direito empresarial e direito de família.
http://www.akiyama.adv.br/


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