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terça-feira, 4 de novembro de 2025

Sequenciamento genético de peixes pioneiro abre novo caminho para preservação da biodiversidade na Amazônia

 

Projeto com o pirarucu, maior peixe de água doce da região e ameaçado de extinção, contribui para ampliar a conservação de espécies amazônicas e gerar conhecimento
 

Uma pesquisa pioneira baseada no sequenciamento genético de peixes e de outras espécies poderá abrir um novo caminho para ampliar a preservação da biodiversidade amazônica. Conduzida pela Universidade Federal do Pará (UFPA), a pesquisa tem como foco inicial o pirarucu (Arapaima gigas), maior peixe de água doce da Amazônia, que chega a pesar mais de 100 quilos e está na lista Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES). 

O estudo se expande para outras espécies nativas como o filhote (Brachyplatystoma filamentosum) e quelônios, também chamados de tartarugas-da-amazônia (Podocnemis expansa). Mas o objetivo principal é conter o avanço da exploração predatória do pirarucu nos rios amazônicos ao estimular a reprodução do peixe em cativeiro, devido à demanda crescente nacional e internacionalmente. 

O pirarucu tem um sistema de reprodução natural complexo: ele forma um casal somente depois de um longo período de convivência e só então começa a se reproduzir. Portanto, para a produção sustentada em cativeiro, precisávamos realizar duas etapas importantes. Primeiro, facilitar a reprodução por meio de um hormônio específico, o GNRH. Concluída essa etapa por meio do sequenciamento genético, necessitávamos demonstrar que a carne do peixe que está sendo vendida e exportada é de matrizes de um determinado cativeiro. Para isso, desenvolvemos testes específicos de paternidade para comprovar a origem do produto, ou seja, se é originário de uma certa fazenda ou da natureza”, explica o professor Sidney Santos, que conduziu a pesquisa no Laboratório de Genética Humana e Médica do Instituto de Ciências Biológicas da UFPA.

 

Modelo poderá ser replicado para todas as espécies

“O mais importante é que, como o DNA é universal, podemos fazer o mesmo modelo para todas as espécies amazônicas, incluindo o peixe chamado filhote, que também chega a pesar mais de 100 quilos e sofre com a sobrepesca, e alguns quelônios”, acrescenta. 

O pesquisador defende que a reprodução de pirarucus em cativeiro beneficiará também as comunidades locais no longo prazo. Ao mitigar-se a sobrepesca, a quantidade de peixes reproduzidos naturalmente dos rios também aumentará, favorecendo a pesca e a própria alimentação. “Isso já foi comprado com um modelo semelhante com outro peixe simbólico da Amazônia, o tambaqui, que também passou a ser reproduzido em cativeiro”, exemplifica.

 

Tecnologia genética contribui para o futuro da biodiversidade

Neste contexto, o sequenciamento genético contribui exercendo o papel de manual de funcionamento completo das espécies. “Com esse conhecimento, podemos aplicar soluções personalizadas para reprodução, crescimento e preservação de qualquer animal”, afirma o Prof. Santos. 

A UFPA dispõe do único sequenciador genético do setor público da Amazônia, o MGISEQ-T7, da MGI. Trata-se de um sequenciador de DNA de altíssima produção, reconhecido pela sua velocidade, rendimento, flexibilidade e custo-benefício. A pesquisa da UFPA envolveu a análise de mais de 100 peixes e o sequenciamento completo de duas unidades. Os resultados desta pesquisa estão sendo compartilhado com outras universidades da região, para contribuir com outros estudos.

 

Conhecimento gera preservação ambiental

“Investir em conhecimento sobre a Amazônia é a maneira mais efetiva de preservá-la no longo prazo. Então, investir em sequenciamento dessas espécies, é importante porque traz o conhecimento e o conhecimento traz a preservação”, ressalta o Prof. Santos.

 A UFPA integra o CISAM - Centro Integrado da Sociobiodiversidade Amazônica, uma iniciativa que visa fortalecer a pesquisa, o ensino e a extensão universitária na Amazônia, por meio de parcerias entre 13 universidades federais para promover soluções para os desafios socioambientais da região.

 



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