Coordenadores de UTI Neonatal e de Obstetrícia da Casa de Saúde São José enumeram os principais exames pós e pré-natal necessários à identificação precoce de doenças, que podem comprometer a saúde do bebê
Ao longo da vida, são muitos os exames que precisamos fazer
anualmente, semestralmente ou até com mais constância a depender do caso:
hemograma completo, testes de colesterol e glicose, exames para a função da
tireoide, testes de função renal, exames de urina e fezes, entre outros
exemplos. No entanto, quais são os primeiros exames que um ser humano deve
fazer em seus primeiros dias de vida?
“Todo recém-nascido deve passar por uma avaliação cuidadosa, que inclui
exame físico completo e alguns testes de triagem neonatal. Esses exames são
fundamentais porque permitem identificar precocemente condições que podem
comprometer a saúde, o desenvolvimento e a qualidade de vida do bebê”, explica
a Dra. Maria Elisabeth Lopes Moreira, coordenadora da UTI Neonatal da Casa de
Saúde São José.
Os exames de triagem obrigatórios incluem:
- Teste do Coraçãozinho - realizado ainda na maternidade para medir a oxigenação do
sangue e identificar precocemente malformações congênitas do coração.
- Teste do Olhinho (Reflexo Vermelho) - Feito para avaliar a presença do reflexo vermelho na pupila,
sendo importante para descartar catarata e glaucoma congênito, além de
outras doenças oculares.
- Teste da Orelhinha (Triagem Auditiva Neonatal) - Avalia a resposta auditiva do bebê e detecta precocemente
perdas auditivas, permitindo iniciar intervenções que favorecem o
desenvolvimento da fala e da linguagem.
- Teste da Linguinha - Examina a
membrana que liga a língua ao assoalho da boca que, quando encurtado, pode
prejudicar a amamentação, sucção e a fala.
- Teste do Pezinho - Coleta de uma
pequena amostra de sangue do calcanhar do bebê, entre o 3º e o 5º dia de
vida e após a alta hospitalar, para identificar doenças genéticas,
metabólicas, hormonais e infecciosas.
Além desses procedimentos, o pediatra também pode recomendar exames
adicionais, como: “o teste do pezinho ampliado, que investiga mais doenças, o
BERA, para avaliação auditiva mais detalhada, o ecocardiograma, em casos
suspeitos de cardiopatia congênita, e ultrassonografias específicas, quando há
indicação clínica ou fatores de risco”, complementa a Dra. Maria Elisabeth.
Esses exames podem ser solicitados de acordo com a história familiar,
antecedentes obstétricos e resultados dos testes iniciais.
No entanto, é importante que os pais tenham ciência de que a saúde
do bebê começa antes ainda do nascimento. “Se bem indicado e realizado por
profissionais experientes, o ultrassom é um exame inócuo, ou seja, nem um pouco
nocivo tanto para mãe quanto para o bebê. Recomendamos o primeiro exame a
partir de sete semanas de atraso menstrual por ser um período onde é possível
confirmar a presença e vitalidade da gestação pela identificação dos batimentos
cardíacos embrionários. Depois, no período entre 11 e 13 semanas de gestação,
fazemos o rastreamento de malformações maiores e de algumas doenças
cromossômicas”, explica o coordenador da Obstetrícia da Casa de Saúde São José,
Dr. Paulo Marinho.
Além disso, em torno de 20 a 24 semanas é feito o exame
morfológico onde existe maior oportunidade de identificação de maiores e menores
malformações. Após a 26ª semana é feita a ecocardiografia para rastreamento de
algumas cardiopatias. Por fim, são feitos exames de ultrassom para estimar o
peso fetal e vitalidade logo antes do nascimento.
O obstetra explica que é importante a aplicação dos exames depois
de realizada uma minuciosa avaliação da história do casal e da família para
identificar doenças genéticas e malformações recorrentes. No entanto, existem
exames que o casal normalmente deseja fazer mesmo não sendo obrigatório, como o
NIPT (teste pré-natal não invasivo). “Este exame rastreia cromossomos como o da
Síndrome de Down, Síndrome Patau, Síndrome de Edward, além de outras mais
raras. Já o exame de ultrassom tridimensional pode ser útil para visualizar
alterações fetais por meio da reconstrução de imagens, auxiliando o médico
tanto em tratamento intra útero como no tratamento do bebê logo ao nascer”,
afirma o Dr. Paulo.
“A realização precoce é fundamental: quanto antes for identificado
um problema, maiores as chances de tratamento eficaz. Em casos de resultado
alterado, não significa necessariamente que o bebê tem a doença, pode ser
necessário repetir o exame ou realizar outros testes. Não adie os exames, a
maioria deles é indolor para o bebê. O único que causa leve desconforto é o Teste
do Pezinho, mas é rápido e fundamental para a saúde”, recomenda a Dra. Maria
Elisabeth.
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