Expansão do
sistema para transações transfronteiriças promete reduzir custos e fortalecer
comércio entre Brasil e países da América Latina, segundo especialistas
O Banco Central do Brasil avança em 2025 com os
testes para a implementação do Pix Internacional, iniciativa que deve permitir
pagamentos instantâneos entre fronteiras e integração direta com sistemas de
países da América Latina. A proposta busca eliminar intermediários em
transferências internacionais, reduzindo custos e prazos de liquidação, um
gargalo que, segundo dados do Banco Mundial, ainda consome até 6% do valor
enviado em remessas internacionais.
A novidade é vista como um passo estratégico na
consolidação do Brasil como referência em inovação financeira global. Para Luis Molla Veloso, especialista
em Embedded Finance e integração de serviços financeiros em plataformas
digitais, a interoperabilidade internacional do Pix representa “um divisor de
águas para o comércio exterior e para o consumidor”.
“Com o Pix Internacional, empresas poderão realizar
pagamentos a fornecedores estrangeiros em segundos, com conversão automática de
câmbio e rastreabilidade completa da operação. Isso reduz drasticamente o custo
das remessas e democratiza o acesso a transações internacionais, antes
restritas a grandes instituições”, explica o especialista.
O projeto é desenvolvido pelo Banco Central em
conjunto com autoridades financeiras do Mercosul e do BIS (Bank for
International Settlements). A expectativa é que, na primeira fase, o sistema
permita operações entre Brasil, Argentina e Colômbia, ampliando depois para
outros países latino-americanos.
A interoperabilidade segue tendência global.
Segundo a consultoria McKinsey, mais de 60 países já adotam sistemas
instantâneos de pagamento, mas apenas 10% têm integração internacional efetiva.
O Brasil pretende ocupar esse espaço com um modelo baseado em APIs abertas e
identidade digital verificada.
Veloso aponta que o avanço do Pix Internacional
também pode acelerar a adoção de modelos de Embedded Finance entre fronteiras,
conectando marketplaces e plataformas de serviços a meios de pagamento
integrados. “A partir do momento em que o pagamento internacional se torna
instantâneo e transparente, abre-se espaço para que empresas de e-commerce e
plataformas de mobilidade incluam transações globais em suas jornadas digitais
sem depender de bancos tradicionais”, avalia.
De acordo com o Banco Central, a estimativa é que o
novo sistema entre em fase piloto até o final de 2025. A médio prazo, o Pix
Internacional poderá beneficiar cerca de 10 milhões de brasileiros que realizam
remessas de e para o exterior todos os anos, além de pequenas e médias empresas
que buscam expandir operações no comércio internacional. “O Brasil tem a chance
de liderar uma nova etapa de integração financeira regional. A tecnologia já
está madura, o desafio agora é alinhar regulação, câmbio e segurança de dados
entre os países”, conclui Veloso.
Luis Molla Veloso - Especialista em Embedded Finance, atua na integração de serviços financeiros diretamente em jornadas digitais, conectando tecnologia, produto e estratégia para transformar a forma como empresas oferecem crédito, pagamentos, seguros e soluções de banking as a service. Com sólida atuação no desenvolvimento de plataformas e APIs financeiras, trabalha para tornar os serviços bancários mais acessíveis, invisíveis e centrados no usuário, com foco em escalabilidade, conformidade regulatória e experiência fluida. Acesse o LinkedIn.
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