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Parte essencial do processo seletivo, o onboarding busca integrar novos colaboradores à cultura da empresa, mas exige cuidados para não se tornar cansativo ou engessado
Antes de qualquer funcionário
ingressar em uma empresa, há sempre aquele frio na barriga, com receio e
expectativas sobre como será essa nova fase da vida. Do lado das empresas,
também existe a preocupação de como inserir o novo profissional na cultura da companhia,
transmitindo valores e regras aos novos colaboradores. Para auxiliar as
empresas nesta etapa, foi criado o processo de onboarding.
O termo em inglês, que surgiu
da expressão to get on board - que significa embarcar -, no
meio corporativo é usado para designar o processo de integrar o funcionário ao
novo ambiente de trabalho. O momento em que ele embarca na cultura e processos
da empresa, realizando a transição de candidato para funcionário da
corporação.
Até a década de 1960, ao
ingressar em uma empresa, os funcionários não costumavam receber orientações
detalhadas sobre suas tarefas. Erros e até mesmo acidentes de trabalho ocorriam
com frequência pela falta de instrução. Diante disso, na década de 1970, as
empresas começaram a adotar o processo de integração de funcionários.
Para Camila Cruz, coordenadora
de Recursos Humanos na AGR Consultores, o onboarding é o “pós-venda” seguido
pela etapa de recrutamento, quando a empresa consolida a conexão com o novo
colaborador, apresentando sua história, cultura, valores e propósitos. “Um
onboarding bem estruturado fideliza o colaborador, aumenta o engajamento e gera
resultados consistentes a longo prazo”, diz.
Vantagens
e desafios
A principal vantagem do
processo de onboarding, segundo Camila Cruz, é a fidelização do “cliente
interno”, ou seja, do funcionário. Além disso, ao promover uma experiência
acolhedora e coerente aos colaboradores, o processo fortalece a confiança,
engajamento e segurança para contribuir, auxiliando na retenção de talentos e
na performance organizacional.
Ana Cristina Limongi-França,
professora da Fia Business School, menciona que, entre os desafios ao realizar
o processo de onboarding está a dificuldade em contar com a participação de
representantes de diferentes setores da empresa, o que prejudica a integração e
o conhecimento do novo funcionário. Outro desafio é fornecer as informações ao
novo colaborador de forma simples e resumida, para que a integração não se
torne um ambiente cansativo.
Já para Camila, uma das
principais dificuldades é transmitir informações aos colaboradores de forma que
isso gere identificação imediata com a empresa, encorajando-os desde o primeiro
dia. “O segredo está em evitar um formato engessado e unidirecional. O
onboarding precisa ser uma experiência de troca e conexão”, diz.
Como
realizar
Para fugir de processos de
integração engessados e cansativos, que podem causar o efeito contrário nos
novos colaboradores, Camila diz que costuma dividir o onboarding em blocos,
cada um deles abordando um tema específico. Esse processo é aplicado ao longo
da primeira semana do colaborador na empresa.
Além disso, segundo a
coordenadora da AGR Consultores, no primeiro dia, os novos colaboradores
participam de um bate-papo com o time de RH para conhecer a história, valores e
as trilhas de atuação da empresa. Em seguida, esses colaboradores são
apresentados às metodologias e rituais da empresa, entendendo na prática os
processos do local.
“O processo é realizado em
blocos, o que facilita a absorção das informações. Também fazemos questão de
apresentar os líderes e a equipe de projeto para que, desde o início, haja
conexão e senso de pertencimento”, explica.
O processo de onboarding não é
realizado apenas no primeiro dia do funcionário, segundo Camila, que explica
que o acompanhamento do novo colaborador deve acontecer ao longo dos três
primeiros meses, durante os quais o recém-integrado recebe suporte e feedbacks
contínuos (avaliação de desempenho). Isso permite que realizem suas tarefas com
mais segurança.
Camila também destaca a
importância de envolver os demais funcionários no processo, não limitando a
integração à equipe de RH da empresa ou aos gestores. “Trazer exemplos reais do
cotidiano para exemplificar processos ajuda a abrir o espaço para trocas”, diz.
“Empresas como Google, Netflix
e Nubank são referências em onboarding por transformarem o processo em uma
experiência imersiva e emocional. Essas organizações investem em histórias,
dinâmicas e conexões reais entre pessoas, priorizando a cultura antes mesmo das
tarefas práticas”, diz Camila. Para ela, além do “feijão com arroz”, o
colaborador precisa entender como a empresa gera faturamento e qual o impacto
de cada indivíduo neste processo.
Já Ana Cristina, da Fia
Business School, lembra que é importante preparar documentos informativos,
promocionais e disciplinares com cuidado, mesclando recursos audiovisuais,
impressos, virtuais e sites para diversas informações.
Rebeca Ribeiro
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/glossario-do-empreendedor-o-que-e-onboarding

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