Pesquisar no Blog

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Glossário do empreendedor: o que é onboarding?


Freepik

Parte essencial do processo seletivo, o onboarding busca integrar novos colaboradores à cultura da empresa, mas exige cuidados para não se tornar cansativo ou engessado

 

Antes de qualquer funcionário ingressar em uma empresa, há sempre aquele frio na barriga, com receio e expectativas sobre como será essa nova fase da vida. Do lado das empresas, também existe a preocupação de como inserir o novo profissional na cultura da companhia, transmitindo valores e regras aos novos colaboradores. Para auxiliar as empresas nesta etapa, foi criado o processo de onboarding. 

O termo em inglês, que surgiu da expressão to get on board - que significa embarcar -, no meio corporativo é usado para designar o processo de integrar o funcionário ao novo ambiente de trabalho. O momento em que ele embarca na cultura e processos da empresa, realizando a transição de candidato para funcionário da corporação. 

Até a década de 1960, ao ingressar em uma empresa, os funcionários não costumavam receber orientações detalhadas sobre suas tarefas. Erros e até mesmo acidentes de trabalho ocorriam com frequência pela falta de instrução. Diante disso, na década de 1970, as empresas começaram a adotar o processo de integração de funcionários. 

Para Camila Cruz, coordenadora de Recursos Humanos na AGR Consultores, o onboarding é o “pós-venda” seguido pela etapa de recrutamento, quando a empresa consolida a conexão com o novo colaborador, apresentando sua história, cultura, valores e propósitos. “Um onboarding bem estruturado fideliza o colaborador, aumenta o engajamento e gera resultados consistentes a longo prazo”, diz.

Vantagens e desafios 

A principal vantagem do processo de onboarding, segundo Camila Cruz, é a fidelização do “cliente interno”, ou seja, do funcionário. Além disso, ao promover uma experiência acolhedora e coerente aos colaboradores, o processo fortalece a confiança, engajamento e segurança para contribuir, auxiliando na retenção de talentos e na performance organizacional.      

Ana Cristina Limongi-França, professora da Fia Business School, menciona que, entre os desafios ao realizar o processo de onboarding está a dificuldade em contar com a participação de representantes de diferentes setores da empresa, o que prejudica a integração e o conhecimento do novo funcionário. Outro desafio é fornecer as informações ao novo colaborador de forma simples e resumida, para que a integração não se torne um ambiente cansativo.

Já para Camila, uma das principais dificuldades é transmitir informações aos colaboradores de forma que isso gere identificação imediata com a empresa, encorajando-os desde o primeiro dia. “O segredo está em evitar um formato engessado e unidirecional. O onboarding precisa ser uma experiência de troca e conexão”, diz.

Como realizar

Para fugir de processos de integração engessados e cansativos, que podem causar o efeito contrário nos novos colaboradores, Camila diz que costuma dividir o onboarding em blocos, cada um deles abordando um tema específico. Esse processo é aplicado ao longo da primeira semana do colaborador na empresa. 

Além disso, segundo a coordenadora da AGR Consultores, no primeiro dia, os novos colaboradores participam de um bate-papo com o time de RH para conhecer a história, valores e as trilhas de atuação da empresa. Em seguida, esses colaboradores são apresentados às metodologias e rituais da empresa, entendendo na prática os processos do local.

“O processo é realizado em blocos, o que facilita a absorção das informações. Também fazemos questão de apresentar os líderes e a equipe de projeto para que, desde o início, haja conexão e senso de pertencimento”, explica.

O processo de onboarding não é realizado apenas no primeiro dia do funcionário, segundo Camila, que explica que o acompanhamento do novo colaborador deve acontecer ao longo dos três primeiros meses, durante os quais o recém-integrado recebe suporte e feedbacks contínuos (avaliação de desempenho). Isso permite que realizem suas tarefas com mais segurança.

Camila também destaca a importância de envolver os demais funcionários no processo, não limitando a integração à equipe de RH da empresa ou aos gestores. “Trazer exemplos reais do cotidiano para exemplificar processos ajuda a abrir o espaço para trocas”, diz.

“Empresas como Google, Netflix e Nubank são referências em onboarding por transformarem o processo em uma experiência imersiva e emocional. Essas organizações investem em histórias, dinâmicas e conexões reais entre pessoas, priorizando a cultura antes mesmo das tarefas práticas”, diz Camila. Para ela, além do “feijão com arroz”, o colaborador precisa entender como a empresa gera faturamento e qual o impacto de cada indivíduo neste processo.   

Já Ana Cristina, da Fia Business School, lembra que é importante preparar documentos informativos, promocionais e disciplinares com cuidado, mesclando recursos audiovisuais, impressos, virtuais e sites para diversas informações.

 


Rebeca Ribeiro
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/glossario-do-empreendedor-o-que-e-onboarding


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados